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Oxalis tuberosa

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaOxalis tuberosa
oca
Cultivar de Oxalis tuberosa.
Cultivar de Oxalis tuberosa.
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Oxalidales
Família: Oxalidaceae
Género: Oxalis
Espécie: O. tuberosa
Nome binomial
Oxalis tuberosa
Molina, 1782
Tubérculos crus de Oxalis tuberosa.
Tubérculos de oca e mashua cozidos e descascados (Peru).

Oxalis tuberosa é uma espécie de planta herbácea, da família Oxalidaceae, cultivada pelos seus tubérculos doces e ricos em amido utilizados para alimentação humana. Conhecida pelo nome comum de oca (do quechua: uqa, em espanhol: papa oca ou ibia), os numerosos cultivares da espécie são cultivados tradicionalmente na puna dos Andes centrais e meridionais e entre os 3000 e os 3900 m de altitude nos Andes setentrionais,[1] mas foram introduzidos em outras regiões temperadas, nomeadamente na Nova Zelândia.

Os cultivares desta espécie são também conhecidos por apiha, apiña, apilla, kawi (em aymara), lamaki (em kallawaya), timbo, quiba, papa roja, papa extranjera ou huisisai.

A oca é uma cultivo tradicional da região andina como substituto e complemento da batata. Ainda que demore mais a alcançar a maturidade, e por consequência um rendimento menor, a oca é mais resistente que a batateira às pragas, garantindo por isso uma produção estável. A oca é o tubérculo mais cultivado depois da batata na região andina central, com mais de 50 000 ha plantados no Peru, Argentina e Bolívia, país onde se cultivam uns 32 000 hectares.

Oxalis tuberosa é uma planta herbácea de caules suculentos e porte baixo, de 20 a 30 cm de altura. As folhas são trifoliadas, com folíolos cordade, e filotaxia alterna, de coloração verde azulado, com pecíolos de 2–9 cm de altura.[2]

A planta floresce no Verão, com inflorescências que se separam em duas cimeiras com quatro ou cinco flores. As flores são pequenas, com o cálice formado por cinco sépalas, e a corola por cinco pétalas de coloração amarelo dourado. A flor cai em geral pouco depois da ântese, pelo que raramente produz fruto. Quando frutifica, produz uma cápsula que contém duas ou três sementes. A polinização é cruzada.

No outono, respondendo à diminuição das horas de luz, a planta começa a produzir os tubérculos, que crescem lentamente até a primavera, que é o tempo ideal para a colheita. Os tubérculos são relativamente pequenas, com apenas 5–10 cm de comprimento, e são o resultado do espessamento dos estolhos produzidos nas gemas axilares dos nós do caule. As variedades andinas originais variam em coloração, desde o preto azulado ao branco. A variedade introduzida na Nova Zelândia em 1860, popular desde então desde então, é de coloração rosa-carne uniforme. Todas as variedades apresentam gemas claramente marcados.

Nas áreas tropicais, onde o encurtamento dos dias não é apreciável, o crescimento da folhagem da planta é intensificado e os tubérculos produzidos são menores. Por outro lado, em climas propensos a geadas precoces, a planta pode morrer antes de desenvolver uma raiz suficientemente vigorosa. No entanto, resiste bem aos invernos frios quando os tubérculos se desenvolvem suficientemente antes das primeiras geadas.

O centro de Vavilov, ou centro de origem, desta cultura situa-se na região andina.[3] A cultura faz-se entre os 2800 e os 4000 msnm. Apesar disso, na Nova Zelândia e no sul do Chile a espécie tem sido plantado com êxito ao nível do mar. A oca é pouco exigente do ponto de vista hídrico pelo que cresce numa ampla gama de pluviosidades, sendo cultivada em regiões com pluviosidade que varia entre 550 e 2100 mm anuais.

A cultura também foi introduzida com sucesso nas região das floresta de nuvens de Zongolica, no estado mexicano de Veracruz.

A espécie Oxalis tuberosa foi descrita pelo sacerdote, naturalista, geógrafo e cronista hispano-chileno Juan Ignacio Molina e publicada na obra Saggio sulla Storia Naturale del Chili, pp. 132 e 352, em 1782.[4]

A etimologia do nome genérico Oxalis deriva da palavra grega oxys para "agudo, amargo", uma referência ao sabor agradavelmente amargo das folhas e do caule.[5] O epíteto específico tuberosa tem origem no latim e significa "tuberosa", ou seja com tubérculos.[6]

Dada a sua polimorfia, acentuada pela existência de muitas dezenas de cultivares, a espécie tem uma vasta sinonímia taxonómica que inclui os seguintes binomes:[7]

  • Acetosella crenata (Jacq.) Kuntze
  • Acetosella tuberosa (Molina) Kuntze
  • Oxalis aracatcha hort. ex Zucc.
  • Oxalis arracacha G. Don
  • Oxalis chicligastensis R. Knuth
  • Oxalis crassicaulis Zucc.
  • Oxalis crenata Jacq.
  • Oxalis melilotoides var. argentina Griseb.
  • Xanthoxalis crassicaulis (Zucc.) Small
  • Xanthoxalis tuberosa (Molina) Holub

Referências

  1. «Oca». Genebank (em inglês). Consultado em 20 de maio de 2019 
  2. Lim, T. K. (2016). Edible Medicinal and Non-Medicinal Plants (em inglês). [S.l.]: Springer International Publishing. pp. 139–146. ISBN 9783319260617. doi:10.1007/978-3-319-26062-4. Consultado em 20 de maio de 2019 
  3. «Capítulo I: Origen de las plantas cultivadas en los Andes» (PDF). Consultado em 14 de fevereiro de 2016 
  4. «Oxalis tuberosa». Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. Consultado em 1 de janeiro de 2015 
  5. En Nombre Botánicos.
  6. «triandrus - tubulosus». Dictionary of Botanical Epithets. Consultado em 20 de maio de 2019 
  7. «Oxalis tuberosa». The Plant List. Consultado em 1 de janeiro de 2015 

Ligações externas

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