Memphis Minnie
Memphis (Tennessee) Minnie | |
---|---|
Informações gerais | |
Nome completo | Lizzie Douglas |
Nascimento | 3 de junho de 1897 |
Origem | Algiers, Louisiana |
País | Estados Unidos |
Morte | 6 de agosto de 1973 (76 anos) Memphis, Tennessee, EUA |
Gênero(s) | Blues |
Instrumento(s) | Violão, guitarra elétrica, Baixo, banjo, bateria |
Período em atividade | 1920s – 1950s |
Outras ocupações | Guitarrista, Vocalista, Compositora |
Gravadora(s) | Okeh, Columbia, Vocalion, Decca, Bluebird |
Afiliação(ões) | Kansas Joe Ernest Lawlars Papa Charlie McCoy Lester Melrose |
Lizzie Douglas ou Memphis Minnie (3 de junho de 1897– 6 de Agosto de 1973) foi uma cantora e compositora americana de blues que gravou em torno de 200 músicas entre as décadas de 1920 e 1950. Suas músicas mais famosas são "Bumble Bee", "Nothing in Rambling" e "Me and My Chauffeur Blues". Também é lembrada atualmente por ter escrito uma música chamada "When the Levee Breaks", que, com letra e melodia ligeiramente alteradas, foi regravada pelo Led Zeppelin em seu quarto álbum homônimo.
Infância
[editar | editar código-fonte]Lizzie nasceu em Algiers, Louisiana,[1] era a mais velha entre 13 irmãos. Seus pais, Abe e Gertrude Douglas, lhe deram o apelido Kid quando era criança, e a família continuou chamando-a assim porque ela nunca gostou do nome Lizzie.[2] Quando começou a se apresentar usava o nome artístico Kid Douglas.
Aos 7 anos se mudou com sua família para Walls, Mississippi ao sul de Memphis. No ano seguinte ganhou seu primeiro violão como presente de natal. Aprendeu a tocar banjo aos 10 anos e violão aos 11, e logo começou a tocar em festas.[1] Em algum tempo, a família se mudou novamente, agora para Brunswick, Tennessee. Depois da morte de sua mãe em 1922, seu pai se mudou novamente para Walls, onde morreu em 1935.[3]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Em 1910, aos 13 anos, Minnie fugiu de casa para viver na Beale Street, em Memphis. Tocou violão nas ruas por trocados durante quase toda sua adolescência, ocasionalmente retornando para a fazenda de sua família quando ficava sem dinheiro.[4] Suas apresentações nas ruas lhe renderam uma turnê pelo sul com o circo Ringling Brothers de 1916 a 1920.[5]
Após a turnê voltou para a Beale Street onde havia uma próspera cena de blues e conseguiu sobreviver com o que conseguia tocando e cantando, às vezes suplementando sua renda com prostituição (naquela época não era incomum artistas mulheres trabalharem com prostituição por necessidades financeiras).[6]
Em 1929 ela e Kansas Joe McCoy, seu segundo marido, começaram a se apresentar juntos. Foram descobertos por uma caça talentos da Columbia Records em frente a uma barbearia onde se apresentavam por moedas.[7] A dupla foi então para Nova Iorque gravar algumas músicas pela Columbia sob o nome Kansas Joe and Memphis Minnie.[8] Em fevereiro de 1930 gravaram a música "bumble bee" pela Vocalion Records.[9] Essa se tornou uma das músicas mais populares de Memphis Minnie que chegou a gravar 5 versões diferentes.[10] Minnie e McCoy continuaram trabalhando juntos até setembro de 1934, quando gravaram sua última sessão juntos pela Decca Records.[11] They divorced in 1935.[1]
Em 1935 Minnie foi morar em Chicago e se juntou a um grupo de músicos que trabalhava regularmente para o produtor musical Lester Melrose.[12] Novamente sozinha após seu divórcio de McCoy, Minnie começou a experimentar estilos e sons diferentes. Gravou 4 músicas para a Bluebird records em julho de 1935, retornou para a Vocalion em agosto, mas voltou a gravar pela Bluebird em outubro, desta vez acompanhada por Casey Bill Weldon. No final da década de 1930, Minnie havia gravado praticamente 20 músicas pela Decca e 8 pela Bluebird.[11] Durante essa mesma época fez turnês regulares se apresentando principalmente no sul dos Estados Unidos.[12]
Em 1938 Minnie retornou para a Vocalion acompanhada de Papa Charlie McCoy (irmão de Kansas Joe) no mandolim.[11] Nessa época Minnie se casou com o cantor e guitarrista Ernest Lawlars conhecido como Little Son Joe. Juntos gravaram pela Okeh Records durante toda a década de 1940. Em 1941 Minnie começou a tocar guitarra elétrica,[13] em maio desse mesmo ano gravou seu maior sucesso, "Me and My Chauffeur Blues". Minnie gravou mais dois blues standards na mesma época, "looking the world over" e "black rat swing" (lançada sob o nome "Mr. Memphis Minnie").
No meio da década de 1940 Minnie e Lawlars continuaram seu trabalho como "banda da casa" no popular clube de Chicago 708 Club, onde recebiam como convidados ocasionais Big Bill Broonzy, Sunnyland Slim e Snooky Pryor.
No final da década de 40 os bares começaram a contratar artistas mais jovens e mais baratos, assim a Columbia demitiu diversos artistas de blues incluindo Memphis Minnie. Sem conseguir se adaptar, Minnie continuou sua carreira gravando por selos menores, dentre eles Regal, Checker e J.O.B.[14]
Fim de carreira e morte
[editar | editar código-fonte]Minnie continuou sua carreira pela década de 1950, mas sua saúde começou a piorar. Com o interesse público diminuindo por sua música resolveu se aposentar e em 1957 voltou para Memphis com Lawlars.[15] Periodicamente se apresentava em estações de rádio de Memphis encorajando músicos de blues mais jovens. Em 1958 se apresentou em um show em homenagem a Big Bill Broonzy.[16]
Em 1960 Minnie sofreu um AVC que a confinou a uma cadeira de rodas. Lawlars morreu no ano seguinte. Minnie sofreu outro derrame pouco tempo depois e não conseguiu mais sobreviver com seu salário do seguro social. Algumas revistas publicaram sobre a situação de Minnie e leitores enviaram dinheiro em campanha para ajudá-la.[carece de fontes] Minnie passou seus últimos anos na Jell Nursing Home em Memphis, onde morreu em 1973 após outro AVC.[17]
Minnie foi enterrada no cemitério New Hope Baptist Church em Walls, Mississippi.[1] Uma lápide funerária paga por Bonnie Raitt foi erguida pelo Mount Zion Memorial Fund em 13 de outubro de 1996, com a presença de 34 membros da família de Minnie, incluindo sua irmã Daisy. A cerimônia foi filmada para emissão pela BBC.[18]
Em sua lápide esta gravado:
Lizzie "Kid" Douglas Lawlers
aka Memphis Minnie
A inscrição no verso de sua lápide possui o seguinte texto:
"The hundreds of sides Minnie recorded are the perfect material to teach us about the blues. For the blues are at once general, and particular, speaking for millions, but in a highly singular, individual voice. Listening to Minnie's songs we hear her fantasies, her dreams, her desires, but we will hear them as if they were our own."[19]
Discografia
[editar | editar código-fonte]Ano | Álbum | Selo |
---|---|---|
1982 | The Best of Memphis Minnie Vol. 1 1929–1938 | Earl |
1988 | I Ain't No Bad Gal | Portrait |
1997 | Me & My Chauffeur 1935–1946, with Little Son Joe | EPM Musique |
2000 | Pickin' the Blues, with Kansas Joe McCoy | Culture Press |
2008 | Memphis Minnie & Kansas Joe: Early Recordings (1929–1936) | Autogram |
desconhecido | Gonna Take the Dirt Road Home: Memphis Minnie in the Forties | Origin Jazz Library |
desconhecido | City Blues | Aldabra Records |
desconhecido | Travelling Blues | Aldabra Records |
Coletâneas
[editar | editar código-fonte]Ano | Título | Selo |
---|---|---|
1964 | Blues Classics by Memphis Minnie | Blues Classics |
1967 | Vol. 2 Early Recordings with Kansas Joe McCoy | Blues Classics |
1968 | Blind Willie McTell and Memphis Minnie – Love Changin' Blues | Biograph Records |
1973 | 1934–1941 | Flyright Records |
1973 | 1941–1949 | Flyright Records |
1977 | 1936–1949 Hot Stuff | Magpie Records |
1982 | World of Trouble | Flyright Records |
1983 | Moaning the Blues | MCA Records |
1984 | In My Girlish Days 1930–1935 | Travelin’ Man |
1987 | 1930–1941 | Old Tramp |
1988 | I Ain’t No Bad Girl | CBS |
1991 | Hoodoo Lady 1933–1937 | Columbia |
1994 | In My Girlish Days | Blues Encore |
1996 | Let's Go to Town | Orbis |
1997 | Queen of the Blues | Columbia |
1997 | The Queen of the Blues 1929–1941 | Frémeaux & Associés |
2000 | Pickin' the Blues | Catfish Records |
2003 | Me and My Chauffeur Blues | Proper Records Ltd. |
2007 | Complete Recorded Works in Chronological Order – Volume 1 – 10 January to 31 October 1935 | Document Records |
desconhecido | Ma Rainey / Memphis Minnie – Night Time Blues | History |
Referências
- ↑ a b c d Harris, Sheldon. 1989. Blues Who's Who: A Biographical Dictionary of Blues Singers. pp. 161–162.
- ↑ Garon, Paul, and Garon, Beth. 1992. Woman with Guitar: Memphis Minnie's Blues. Da Capo Press. p. 14.
- ↑ Garon and Garon, 1992, p. 28.
- ↑ Garon and Garon 1992, p. 15
- ↑ Paul Oliver. «Memphis Minnie.». Oxford Music Online; Oxford University Press. Consultado em 7 de dezembro de 2012
- ↑ «Memphis Minnie Facts, information, pictures | Encyclopedia.com articles about Memphis Minnie». Encyclopedia.com. Consultado em 14 de junho de 2014
- ↑ Garon and Garon, 1992, p. 24.
- ↑ Garon and Garon, 1992, p. 25.
- ↑ Russell, Tony (1997). The Blues: From Robert Johnson to Robert Cray. Dubai: Carlton Books Limited. p. 12. ISBN 1-85868-255-X
- ↑ Garon and Garon, 1992, p. 103.
- ↑ a b c Dixon, Robert M. W., Godrich, John, and Rye, Howard W. (1997). Blues and Gospel Records 1890–1943. Oxford: Oxford University Press, 4th ed., pp. 615–622.
- ↑ a b Ray, Del (1995). "Guitar Queen". Acoustic Guitar, no. 33, September 1995.
- ↑ Spottswood, Richard K. (1993). "Country Girls, Classic Blues, and Vaudeville Voices". In: Cohn, L. Nothing But the Blues. New York: Abbeville Press, p. 101.
- ↑ Pearson, Barry (1993). "Jump Steady: The Roots of R & B". In: Cohn, L. Nothing But the Blues. New York: Abbeville Press, pp. 325-6
- ↑ «Memphis Minnie». Cr.nps.gov. Consultado em 23 de outubro de 2006
- ↑ Humphrey, Mark A. (1993). "Bright Lights, Big City: Urban Blues". In: Cohn, L. Nothing But the Blues. New York: Abbeville Press, p. 169.
- ↑ Santelli, Robert. (2001) The Big Book of Blues, Penguin Books, page 335. ISBN 0-14-100145-3.
- ↑ «Memphis Minnie». Mount Zion Memorial Fund. Consultado em 1 de julho de 2014
- ↑ «Memphis Minnie McCoy (1897–1973) - Find A Grave Memorial». Findagrave.com. Consultado em 14 de junho de 2014
Nota
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Memphis Minnie».