Martini–Henry
Martini–Henry Mk I–IV | |
---|---|
Martini-Henry model 1871 | |
Tipo |
|
Local de origem | Reino Unido |
História operacional | |
Em serviço | 1871–1918 |
Utilizadores | Ver Usuários |
Guerras | Ver Guerras |
Histórico de produção | |
Criador | Friedrich von Martini |
Data de criação | 1870 |
Fabricante | Vários |
Período de produção |
1871–1889 |
Quantidade produzida |
approx. 500.000–1.000.000 |
Variantes | Ver Variantes |
Especificações | |
Peso | 8,44 lb (3,83 kg) (descarregado), 9,30 lb (4,22 kg) (com baioneta) |
Comprimento | 49 in (1 240 mm) |
Comprimento do cano |
33,22 in (844 mm) |
Cartucho |
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Calibre | 7,92 mm a 11,6 mm dependendo do cartucho |
Ação | Martini de bloco cadente |
Cadência de tiro | 12 tpm totalmente manual |
Velocidade de saída | 1.300 ft/s (400 m/s)[1] |
Alcance efetivo | 400 yd (366 m) |
Alcance máximo | 1 900 yd (1 740 m) |
Sistema de suprimento | tiro único |
Mira | De ferro, rampa na traseira poste fixo na dianteira |
O Martini-Henry é um fuzil por retrocarga, acionado por alavanca, de tiro único, que foi usado pelo Exército Britânico. Ele entrou em serviço pela primeira vez em 1871, eventualmente substituindo o Snider-Enfield, um fuzil por antecarga convertido para o sistema de cartucho. Variantes do Martini-Henry foram usadas em todo o Império Britânico por 47 anos. Combinou a "ação de bloco cadente" desenvolvida inicialmente por Henry O. Peabody (em seu "Peabody rifle") e aprimorada pelo designer suíço Friedrich von Martini, combinada com o estriamento poligonal projetado pelo escocês Alexander Henry.
Histórico
[editar | editar código-fonte]Embora o Snider-Enfield tenha sido o primeiro fuzil por retrocarga disparando um cartucho metálico em serviço regular britânico, o Martini-Henry foi projetado desde o início como um fuzil por retrocarga, disparando mais rápido e com alcance mais longo. [1]
O Martini-Henry produziu quatro modelos principais: "Mark I" (lançado em junho de 1871), "Mark II", "Mark III" e "Mark IV". Além desses modelos, havia também uma versão carabina de 1877 com variações que incluíam a "Garrison Artillery Carbine", a "Artillery Carbine" (modelos "Mark I", "Mark II" e "Mark III") e versões menores projetadas como fuzis de treinamento para cadetes militares. O fuzil "Mark IV Martini–Henry", foi o que encerrou a produção em 1889, sendo substituído pelo Lee–Metford, mas permaneceu em serviço por todo o Império Britânico até o final da Primeira Guerra Mundial.
Foi visto em uso por alguns membros de tribos afegãs até a invasão soviética. No início de 2010 e 2011, os fuzileiros navais dos Estados Unidos recuperaram pelo menos três de vários depósitos de armas do Talibã em Marjah. [2]
O Martini-Henry foi copiado em grande escala pelos armeiros da Província da Fronteira Noroeste (atual Khyber Pakhtunkhwa, Paquistão). Suas armas eram de qualidade inferior às feitas pela "Royal Small Arms Factory", em Enfield, mas copiavam com precisão até mesmo as "marcas de prova". Os principais fabricantes eram os Adam Khel Afridi, que viviam ao redor do passo Khyber. Os britânicos chamavam essas armas de "Pass-made rifles" ("rifles feitos no passo").
Guerras
[editar | editar código-fonte]Esses foram os conflitos nos quais o Martini-Henry foi utilizado:
- Guerras coloniais britânicas
- Gerra Perak
- 2ª Guerra Anglo-Afegã
- Revolta Herzegovina
- Guerra russo-turca
- Guerra do Pacífico
- Guerra Anglo-Zulu
- 1ª Guerra Ítalo-Etíope[3]
- Guerra Greco-Turca
- 1ª Guerra dos Bôeres
- 2ª Guerra dos Bôeres
- Guerras dos Balcãs
- 1ª Guerra Mundial
- Guerra Greco-Turca
- 2ª Guerra Ítalo-Etíope
- Guerra Civil do Afeganistão[4]
Variantes
[editar | editar código-fonte]- "Martini–Henry Carbine"
- "Greener Prison Shotgun"
- "Gahendra rifle"
Usuários
[editar | editar código-fonte]Comparação com fuzis contemporâneos
[editar | editar código-fonte]Calibre | Fuzil | País | Velocidade | Altura da trajetória | Munição | ||||||||
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Saída | 500 yd (460 m) | 1 000 yd (910 m) | 1 500 yd (1 400 m) | 2 000 yd (1 800 m) | 500 yd (460 m) | 1 000 yd (910 m) | 1 500 yd (1 400 m) | 2 000 yd (1 800 m) | Pólvora | Bala | |||
,433 in (11,0 mm) | Werndl–Holub M1867 | Áustria-Hungria | 1 439 ft/s (440 m/s) | 854 ft/s (260 m/s) | 620 ft/s (190 m/s) | 449 ft/s (140 m/s) | 328 ft/s (100 m/s) | 8,252 pé (2,515 m) | 49,41 pé (15,06 m) | 162,6 pé (49,6 m) | 426,0 pé (129,8 m) | 77 gr (5,0 g) | 370 gr (24 g) |
,45 in (11,43 mm) | Martini–Henry | Reino Unido | 1 315 ft/s (400 m/s) | 869 ft/s (260 m/s) | 664 ft/s (200 m/s) | 508 ft/s (150 m/s) | 389 ft/s (120 m/s) | 9,594 pé (2,924 m) | 47,90 pé (14,60 m) | 147,1 pé (44,8 m) | 357,85 pé (109,07 m) | 85 gr (5,5 g) | 480 gr (31 g) |
,433 in (11,0 mm) | Gras mle 1874 | França | 1 489 ft/s (450 m/s) | 878 ft/s (270 m/s) | 643 ft/s (200 m/s) | 471 ft/s (140 m/s) | 348 ft/s (110 m/s) | 7,769 pé (2,368 m) | 46,6 pé (14,2 m) | 151,8 pé (46,3 m) | 389,9 pé (118,8 m) | 80 gr (5,2 g) | 386 gr (25 g) |
,433 in (11,0 mm) | Mauser Model 1871 | Alemanha | 1 430 ft/s (440 m/s) | 859 ft/s (260 m/s) | 629 ft/s (190 m/s) | 459 ft/s (140 m/s) | 388 ft/s (120 m/s) | 8,249 pé (2,514 m) | 48,68 pé (14,84 m) | 159,2 pé (48,5 m) | 411,1 pé (125,3 m) | 75 gr (4,9 g) | 380 gr (25 g) |
,408 in (10,4 mm) | Vetterli M1870 | Itália | 1 430 ft/s (440 m/s) | 835 ft/s (250 m/s) | 595 ft/s (180 m/s) | 422 ft/s (130 m/s) | 304 ft/s (93 m/s) | 8,527 pé (2,599 m) | 52,17 pé (15,90 m) | 176,3 pé (53,7 m) | 469,9 pé (143,2 m) | 62 gr (4,0 g) | 310 gr (20 g) |
,397 in (10,08 mm) | Jarmann M1884 | Noruega e Suécia | 1 536 ft/s (470 m/s) | 908 ft/s (280 m/s) | 675 ft/s (210 m/s) | 504 ft/s (150 m/s) | 377 ft/s (110 m/s) | 7,235 pé (2,205 m) | 42,97 pé (13,10 m) | 137,6 pé (41,9 m) | 348,5 pé (106,2 m) | 77 gr (5,0 g) | 337 gr (22 g) |
,42 in (10,67 mm) | Berdan | Império Russo | 1 444 ft/s (440 m/s) | 873 ft/s (270 m/s) | 645 ft/s (200 m/s) | 476 ft/s (150 m/s) | 353 ft/s (110 m/s) | 7,995 pé (2,437 m) | 47,01 pé (14,33 m) | 151,7 pé (46,2 m) | 388,7 pé (118,5 m) | 77 gr (5,0 g) | 370 gr (24 g) |
,45 in (11,43 mm) | Springfield model 1884 | Estados Unidos | 1 301 ft/s (400 m/s) | 875 ft/s (270 m/s) | 676 ft/s (210 m/s) | 523 ft/s (160 m/s) | 404 ft/s (120 m/s) | 8,574 pé (2,613 m) | 46,88 pé (14,29 m) | 142,3 pé (43,4 m) | 343,0 pé (104,5 m) | 70 gr (4,5 g) | 500 gr (32 g) |
,40 in (10,16 mm) | Enfield–Martini .40" | Reino Unido | 1 570 ft/s (480 m/s) | 947 ft/s (290 m/s) | 719 ft/s (220 m/s) | 553 ft/s (170 m/s) | 424 ft/s (130 m/s) | 6,704 pé (2,043 m) | 39,00 pé (11,89 m) | 122,0 pé (37,2 m) | 298,47 pé (90,97 m) | 85 gr (5,5 g) | 384 gr (25 g) |
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Rifles militares britânicos
- Swinburn–Henry
- Martini–Enfield versão em .303 British do Martini-Henry
- Martini Cadet rifle "Cadet" para tiro ao alvo
Referências
- ↑ a b Smith-Christmas 2014, pp. 86–91, 108 & 109.
- ↑ Chivers 2010.
- ↑ McLachlan 2011, p. 35.
- ↑ «WWII gear in Afghan use: Part I – Firearms». wwiiafterwwii. 1 de junho de 2015. Consultado em 30 de outubro de 2019
- ↑ Thomas Heptinstall (Setembro de 2016). «From Snider–Enfield, to Martini–Henry, to the Magazine Lee–Metford: An Historical and Technical Overview of the Development of British Military Rifles from 1866 to 1895» (PDF). University of Huddersfield. Consultado em 5 de abril de 2021
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Achtermeier, William O. (1979). «The Turkish Connection: The Saga of the Peabody-Martini Rifle». Man at Arms Magazine. 1 (2). pp. 12–21. 5557. Consultado em 3 de novembro de 2009. Cópia arquivada em 6 de novembro de 2012
- Calver, Richard E. (2009). The Home Loader. [S.l.: s.n.]
- Chivers, C. J. (10 de dezembro de 2010). «One Way to Retire an Old Rifle». At War. The New York Times
- Conrad, Joseph (1902). «Heart of Darkness». Youth, Heart of Darkness, The End of the Tether. London: J. M. Dent & Sons
- Corbett, Jim (1944). Man Eaters of Kumaon. London: Oxford University Press
- Cushman, Dave (26 de janeiro de 2007). «Greener Police Shotgun Cartridge and Weapon». dave-cushman.net. Consultado em 30 de outubro de 2019
- Davitt, M. (1902). The Boer Fight for Freedom. [S.l.]: Funk & Wagnalls. p. 66
- Greaves, Adrian (2003). Rorke's Drift. [S.l.]: Cassell. ISBN 9780304366415
- Greener, W. W. (1910). The Gun & Its Development 9th ed. [S.l.: s.n.]
- McLachlan, Sean (2011). Armies of the Adowa Campaign 1896: The Italian Disaster in Ethiopia. [S.l.]: Bloomsbury. ISBN 978-1-84908-458-1
- Manning, Stephen (2013). The Martini-Henry Rifle. [S.l.]: Bloomsbury. ISBN 978-1-78096-507-9
- McGivering, John (6 de fevereiro de 2017). «The Man Who Would be King—Notes on the Text». kiplingsociety.co.uk. Consultado em 30 de outubro de 2019
- Morris, Donald R. (1994). The Washing of the Spears Third ed. London: Random House. ISBN 978-0-7126-6105-8
- Smith-Christmas, Kenneth L. (2014). «Icon of an Empire: The Martini-Henry». National Rifle Association of America. American Rifleman. 162 (November)
- Walter, John (2006). Rifles of the World 3rd ed. Iola, WI: Krause Publications. ISBN 0-89689-241-7
Leitura adicional
[editar | editar código-fonte]- Encyclopædia Britannica, "Gunmaking", 1905 edition
- The Executive Committee (1885). Official Report of the Calcutta International Exhibition, 1883–84: Compiled Under the Orders of the Executive Committee. Volume II. Calcutta: Bengal Secretariat Press
- Skennerton, Ian. Small Arms Identification Series No 15: .450 & .303 Martini Rifles and Carbines. [S.l.]: Arms & Militaria Press. ISBN 0-949749-44-3
- Suciu, Peter (Agosto de 2005). «The versatile Martini-Henry rifle was a mainstay of the British Empire during Queen Victoria's numerous 'little' wars». Military Heritage. 7 (1): 24–7. Consultado em 12 de setembro de 2013. Cópia arquivada em 19 de agosto de 2007
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Sítio oficial» (em inglês)
- .577/.450 Martini-Henry Rifles - Part 1
- Martini Metford MkIV 1886
- Martini-Henry I.C.1 Carbine no YouTube, vídeo (em inglês)
- Martini-Henry Cavalry Carbine Mk I no YouTube, vídeo (em inglês)
- The Martini Henry breech loading rifle no YouTube, vídeo (em inglês)