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Jugendstil

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Otto Eckmann - Revista Jugend Nr. 14, 1896

Jugendstil é um estilo de arquitetura e design, também chamado de arte decorativa e considerado a versão germânica da Art Nouveau, popular nos países germânicos durante o final do século XIX e princípio do século XX.[1] Este nome teve origem em uma revista alemã chamada Die Jugend, fundada em 1896 por Georg Hirth e Fritz von Ostini, que carregava certos princípios do movimento, como seu caráter jovial e inovador, e abordava bastante as artes gráficas e o design de interiores. O Jugendstil se colocou como um movimento revolucionário em contraposição ao historicismo tradicionalista e ao neoclassicismo, que promoviam uma exaltação do passado, acompanhada pela crítica ao que é novo, em especial na área das artes. O Jugendstil foi, então, uma resposta a essa oposição das academias de artes e arquitetura às mudanças estéticas e culturais.[2]

Suas principais sedes eram Munique, Weimar e a Colônia de Artistas de Darmstadt, fundada em 1899 em Darmstadt.[3] A maior coleção de arte no estilo Jugendstil está em Riga, Capital da Letônia.[4]

Origem e contexto histórico

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O movimento surgiu em Munique, em 1892, cidade de origem da revista que o nomeou, a Die Jugend. O Jugendstil tinha como objetivo quebrar o padrão histórico e estilístico mais formal da Academia, que buscava resgatar valores mais clássicos e rejeitava o novo.[5]. O nome do movimento, inicialmente, era Secessão, escolhido por Georg Hirth. A revista de Hirth foi fundada quatro anos depois, em 1896, tornando-se uma das demonstrações desse estilo mais famosas, além das revistas Simplicissimus, Pan, Dekorative Kunst (em tradução livre, Arte Decorativa) e Deutsche Kunst und Dekoration (em tradução livre, Arte e Decoração Germânicas).[6][7]

O termo Jugendstil teve origem em 1896, em referência à revista semanal Die Jugend (Juventude, em português)[8], fundada por Georg Hirth e Fritz von Ostini. Este termo está intimamente ligado ao vocabulário germânico do design gráfico, vindo da tradição de impressão e gravura germânica, estilo com um traço bastante gráfico no desenho, bem diferente do estilo naturalístico. Os precursores deste movimento foram Peter Behrens, Bernhard Pankok, Richard Riemerschmid, Hermann Obrist, Otto Eckmann, Henry van de Velde e os fundadores da Secessão de Munique, como Bruno Piglhein, Paul Hoecker, Georg Hirth, Georg von Vollmar e Hans Veit zu Toerring-Jettenbach,[9] que forneceram ilustrações para a Die Jugend.

Cartaz de Gustav Klimt, um dos representante do Jugendstil.

Pode-se dividir o Jugendstil em duas fases: uma inicial, antes dos anos 1900, que possui um aspecto majoritariamente floral e tem raízes no Art Nouveau inglesa e nas artes aplicadas japonesas, e uma tardia, que se baseou no trabalho do designer e arquiteto belga Henry van de Velde, autor do teatro de Werkbund.[10]

Na primeira fase, as principais aplicações do estilo eram através de ilustrações e artes gráficas. O Jugendstil utilizava decorações florais e curvas com linhas mais geométricas. Essas características fizeram com que fosse um estilo muito aceito e usado em capas de livros, anúncios e cartazes.[11]

A segunda fase conta com o trabalho de Henry van de Velde, que buscava trabalhar com formas essenciais, puras, para que tivessem como principal objetivo a utilidade. Assim, a beleza teria como ponto de partida o objeto em si, não algo exterior a ele.[11][12]

Colônia de Artistas de Darmstadt

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A Colônia de Artistas de Darmstadt é um acervo de construções do Jugenstil, criadas em 1899 por Ernest Ludwig e projetadas por Joseph Maria Olbrich e Peter Behrens. Seus membros fundadores são Peter Behrens, Paul Bürck, Rudolf Bosselt, Hans Christiansen, Ludwig Habich e Patriz Huber, que residiriam nestas Colônias. A arquitetura da Colônia rompia com o estilo floral da primeira fase do Jugendstil e possuía um design mais ousado. Os fundadores projetaram todos os detalhes de suas casas, das maçanetas até as louças.[13][14][15][16]

Weimar e Henry van de Velde

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A cidade de Weimar foi um dos grandes centros do Jugendstil, graças ao arquiteto e designer belga Henry van de Velde. Apesar de sua origem belga, van de Velde foi uma figura importante para o Jugendstil. Van de Velde incentivava a individualidade artística e propôs a incorporação da lógica ao design, inspirando-se na aplicação da razão à engenharia. Ao chegar em Weimar, van de Velde se tornou conselheiro artístico de William Ernest, Grão-Duque de Saxe-Weimar-Eisenach. Em 1907, foi fundada a Escola do Grão-Duque para Artes Plásticas. Henry van de Velde foi o responsável por projetar o prédio da escola e foi seu primeiro diretor. Com o início da Primeira Guerra Mundial, o belga teve de abrir mão do cargo, mas indicou Walter Gropius para ser seu sucessor. Em 1919, a Escola se fundiu com a Academia de Artes de Weimar e ambas formaram a escola Bauhaus.[17]

Poster Jugend, 1898

Design e artes gráficas

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Uma característica importante do Jugendstil foi o uso da tipografia, especialmente na relação entre imagem pictórica e letra, muito presente em capas de publicações, cartazes e propaganda em geral. Os designers gráficos do Jugendstil usavam tipos criados para harmonizar com as imagens pictóricas. No entanto, muitas das famílias tipográficas do Jugendstil eram pouco legíveis.[18]

Referências

  1. Andrew Graham-Dixon (2012). Arte, o guia visual definitivo. [S.l.]: Publifolha. 612 páginas. p. 597 
  2. Bergdoll, Barry (1983). «Archaeology vs. History: Heinrich Hübsch's Critique of Neoclassicism and the Beginnings of Historicism in German Architectural Theory». Oxford University Press. Oxford Art Journal (2): 3–12. ISSN 0142-6540. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  3. Infopédia. «Jugendstil - Infopédia». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 16 de dezembro de 2022 
  4. Brummell, Paul; Brummell, Paul (13 de outubro de 2022). «Putting on the Jūgendstils in Riga». Bradt Guides (em inglês). Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  5. «Jugendstil». Aegis Education. 7 de março de 2017. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  6. Infopédia. «Jugendstil - Infopédia». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  7. «Jugendstil Movement Overview». The Art Story. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  8. «Jugendstil Movement Overview». The Art Story. Consultado em 16 de dezembro de 2022 
  9. «Secession | Münchener Secession» (em alemão). Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  10. «Jugendstil | artistic style | Britannica». www.britannica.com (em inglês). Consultado em 16 de dezembro de 2022 
  11. a b Bhaskaran, Lakshmi (2009). Designs of the times : using key movements and styles for contemporary design. New York: Barnes & Noble, Inc. OCLC 554896262 
  12. Viana, Alice de Oliveira (2011). «Henry van de Velde, o art nouveau e a utopia da reconciliação». DAPesquisa (8): 176–195. ISSN 1808-3129. doi:10.5965/1808312906082011176. Consultado em 16 de dezembro de 2022 
  13. Sembach, Klaus-Jürgen (2002). Art nouveau : Utopia, reconciling the irreconcilable. Köln: [s.n.] OCLC 55794028 
  14. Centre, UNESCO World Heritage. «Mathildenhöhe Darmstadt». UNESCO World Heritage Centre (em inglês). Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  15. Lorente, Jesús-Pedro Lorente (2013). «EL IDEAL DEL MOUSEION REINTERPRETADO COMO COLONIA ARTÍSTICA EN LAS AFUERAS DE DARMSTADT Y HAGEN». Espacio Tiempo y Forma. Serie VII, Historia del Arte (em espanhol) (1): 83–108. ISSN 2340-1478. doi:10.5944/etfvii.1.2013.11886. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  16. Dempsey, Amy (2010). Estilos, escolas e movimentos : guia enciclopédico da arte moderna. São Paulo: Cosac Naify. OCLC 953870242 
  17. Hollis, Richard (2006). Swiss graphic design : the origins and growth of an international style, 1920-1965. New Haven: Yale University Press. OCLC 65221958 
  18. «Art Nouveau : Design Is History». www.designishistory.com. Consultado em 26 de janeiro de 2023 

Ligações externas

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