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Juan García Manrique

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Juan García Manrique
Pseudônimo(s) Juan García Manrique
Nascimento século XIV
Morte 1416
Ocupação padre
Religião Igreja Católica

Juan García Manrique (? - 1416) foi um clérigo e estadista castelhano.

Pertencente à poderosa linhagem Manrique.[1] Segundo filho de García II Fernández Manrique de Lara, quinto senhor de Amusco e prefeito de Castela, e de Urraca de Leyva.[2]

Foi cônego e arquidiácono de Talavera, arquidiácono de Calatrava.[1] Bispo de Orense,[3] nomeado em 5 de janeiro de 1371,[4] sob a proteção de seu tio paterno, o arcebispo de Toledo Gómez Manrique. Após a morte do arcebispo, uma parte do concílio de Toledo o elegeu para ocupar a arquidiocese de Toledo, enquanto a outra optou por Pedro Cabeza de Vaca, mas o Papa Gregório XI resolveu a disputa nomeando Pedro Tenorio.[5]

Juan García Manrique ocupou então o bispado de Siguença, em 5 de outubro de 1375,[4] sendo ao mesmo tempo, chanceler-maior dos reis Henrique II e João I.[6] Com o primeiro, foi notário-mor do reino de Leão e juiz da Corte Real, além de seu testamentário, função para a qual também foi nomeado por João I.[1] Enviado para a diocese de Burgos,[7]​ em 20 de agosto de 1381,[4] e desta foi promovido em 11 de agosto do ano seguinte[4] ao arcebispado de Santiago de Compostela,[8]​ onde se destacou como líder nos confrontos armados durante a crise de 1383-1385.[9]

Seu estatuto de testamentário colocou-o no centro da luta política, aquando da morte deste último monarca, com a minoria de idade de Henrique III. Neste contexto tornou-se uma das figuras politicamente mais influentes, atuando como presidente do Conselho de Regência após as Cortes de Madrid, no início de 1391, o que o colocou em conflito especialmente acirrado com o arcebispo de Toledo, Pedro Tenorio, que nunca aceitou a plena legitimidade daquele Conselho de Regência, pelo que boa parte da regência girou em torno desta rivalidade que remontava à promoção à mitra de Toledo de Tenorio, em detrimento da pretensão de Manrique pelo mesmo.[1]

Após as novas Cortes realizadas em Madrid em 1393 e a proclamação da maioria de Henrique III, a influência política de Pedro Tenorio foi aumentando rapidamente, em detrimento do seu inimigo pessoal Juan García Manrique. Neste contexto tão negativo para os seus interesses, refugiou-se na Galiza, cujo controlo total procurou converter no seu principal trunfo contra a posição cada vez mais sólida de Tenorio.[1]

Foi nomeado Administrador de Tui em 28 de janeiro de 1394.[4]

No final do século XIV, em desacordo com o arcebispo de Toledo Pedro Tenorio e insatisfeito porque o rei castelhano Henrique III havia reconhecido o Papado de Avinhão, García se exilou em Portugal, onde com a mediação do rei português D. João I foi nomeado arcebispo de Braga[10] e bispo de Coimbra.[11] Segundo a Catholic Hierarchy, foi apenas Administrador de Braga, nomeado em 2 de junho de 1402, sem menção a Coimbra.[4]

Referências

  1. a b c d e «Juan García Manrique | Real Academia de la Historia». dbe.rah.es. Consultado em 8 de dezembro de 2024 
  2. Description genealogica y historical de la ilustre casa de Sousa (em espanhol). [S.l.: s.n.] 1770. p. 102 
  3. Flórez, Enrique (1763). España Sagrada: Theatro Geographico-Historico De La Iglesia De España. Origen, Divisiones, Y Limites De Todas Sus Provincias. Antiguedad, Traslaciones, y estado antiguo, y presente de sus Sillas, con varias Dissertaciones criticas. De La Santa Iglesia De Orense en su estado antiguo y presente (em espanhol). [S.l.]: Marin. pp. 134–135 
  4. a b c d e f «Archbishop Juan García Manrique [Catholic-Hierarchy]». www.catholic-hierarchy.org. Consultado em 8 de dezembro de 2024 
  5. Mariana, Juan de (1780). «XIX». Historia general de España. Col: XVII (em espanhol). [S.l.]: Joachin de Ibarra 
  6. Minguella, Toribio. «Historia de la diócesis de Sigüenza y de sus obispos». II (em espanhol). pp. 75–80. Consultado em 8 de dezembro de 2024 
  7. Flórez, Enrique (1771). España sagrada: tomo XXVI : contiene el estado antiguo de las Iglesias de Auca, de Valpuesta, y de Burgos, justificado con instrumentos legítimos y memorias inéditas. Col: XXVI (em espanhol). [S.l.]: en la Oficina de Pedro Marín. pp. 363–364 
  8. Dávila, Gil González (1645). Teatro eclesiastico de las iglesias metropolitanas y catedrales de los Reynos de las dos Castillas: vidas de sus Arzobispos y Obispos, y cosas memorables de sus sedes ... Col: I (em espanhol). [S.l.]: en la imprenta de Francisco Martinez. pp. 71–74 
  9. Silva, José Soares da (1732). «CCXXI». Memorias para historia de Portugal, que comprehendem o governo del rey d. Joaõ o i. Col: III. [S.l.: s.n.] 
  10. Cunha, Rodrigo da (1634). «LII». Primeira[-segunda] parte da Historia ecclesiastica dos arcebispos de Braga, e dos santos, e varoes illustres, que florecerão neste arcebispado. Col: III. Fisher - University of Toronto. [S.l.]: Em Braga : Por Manoel Cardozo ... 
  11. Portuguesa, Academia Real da História (1724). Colecçam dos documentos estatutos e memorias da Academia Real da Historia Portugueza ... [S.l.]: na Officina de Pascoal da Sylva. pp. 134–139