Joaquim Lopes Lebre
Joaquim Lopes Lebre | |
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Conde de São Joaquim | |
Retrato do conde de 1884. | |
Nascimento | 18 de agosto de 1834 |
Aguim, concelho de Anadia, Portugal | |
Morte | 18 de abril de 1909 (74 anos) |
São Paulo, Brasil | |
Sepultado em | Cemitério da Consolação, São Paulo |
Cônjuge | Rita Proost Rodovalho |
Descendência | Rita[1] Henriqueta[2] Julieta[3] Joaquim[4] Maria Bernarda[5] Ana[6] Elvira[7] Zulmira[8] |
Pai | Joaquim Lopes Lebre |
Mãe | Bernarda do Coração de Jesus |
Religião | Católica |
Joaquim Lopes Lebre (Aguim, 18 de agosto de 1834 — São Paulo, 18 de abril de 1909), primeiro e único barão,[9] visconde e conde de São Joaquim,[10][11] foi um comerciante português fundador da Sociedade Portuguesa de Beneficência de São Paulo.[11][12]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascido na freguesia de Aguim, no concelho de Anadia, Joaquim migrou para o Brasil em 1853, estabelecendo-se em São Paulo. O jovem dedicou-se inicialmente ao comércio de ferragens e prosperou rapidamente na capital da província, onde inaugurou em 1858 juntamente com seu irmão, João Lopes Lebre, a Casa Lebre & Irmão.[13][14][15] A pequena loja de ferragens evoluiu para um estabelecimento comercial de prestígio que vendia uma grande variedade de artigos.[14]
Membro atuante dentro da comunidade portuguesa de São Paulo, Joaquim uniu-se a outros 168 conterrâneos para fundar em 1859 a Sociedade Portuguesa de Beneficência.[16] Essa sociedade tinha como objetivo principal fornecer auxílio jurídico, social e material aos cidadãos portugueses residentes em São Paulo.[12] Já na década de 1860, embora com poucos recursos financeiros, a sociedade alugou um imóvel e adaptou-o para receber a Casa dos Enfermos da Sociedade de Beneficência.[12][17] Este seria o embrião da Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência, que nos dias atuais constitui o maior pólo de saúde privada da América Latina.[12][16]
Pelos serviços prestados à comunidade portuguesa no Brasil, bem como às vítimas das inundações que assolaram Portugal em 1877, o rei Luís I concedeu-lhe o título de barão de São Joaquim em 1878,[9] elevando-o à dignidade de visconde em 1881.[11] Em 1890, o rei Carlos I elevou-o a conde.[11][18]
Casamento e filhos
[editar | editar código-fonte]Joaquim Lopes Lebre era casado com Rita Proost Rodovalho (1844-1900), filha do coronel Antônio Proost Rodovalho e de Henriqueta Leopoldina Proost Rodovalho. O casal teve oito filhos:
- Rita (1866-1909)[19] - casada com Feliciano Cerveira de Mello, com descendência
- Henriqueta (1867-?) - casada com Manuel Garcia da Silva, com descendência
- Julieta (1873-?) - casada com Evaristo de Mello Pinto, com descendência
- Joaquim (1876-1948) - casado com Sofia Ellis, com descendência[20]
- Maria Bernarda (1877-1903) - casada com Alberto de Mello Seabra, com descendência[21]
- Ana (1878-?) - casada com Manuel Pereira Guimarães, com descendência
- Elvira (1885-?) - casada com Armando Santos Barroso, com descendência[22]
- Zulmira (1886-?) - casada com seu cunhado Alberto de Mello Seabra, com descendência[8]
Morte
[editar | editar código-fonte]Joaquim Lopes Lebre morreu em São Paulo, em 18 de abril de 1909, aos 74 anos de idade. Seu corpo foi sepultado no Cemitério da Consolação.[11] Duas ruas da cidade foram nomeadas em sua homenagem: a rua Conde de São Joaquim, no bairro da Bela Vista, e a rua São Joaquim - onde ele residiu -, no bairro da Liberdade.[23]
Referências
- ↑ «Baptisados na Sé». São Paulo. Correio Paulistano (3.089): 2. 11 de setembro de 1866. Consultado em 27 de julho de 2017
- ↑ «Casamento». São Paulo. Correio Paulistano (8.784): 1. 1 de dezembro de 1885. Consultado em 24 de julho de 2017
- ↑ «Baptisados na Sé». São Paulo. Correio Paulistano (5.284): 2. 28 de abril de 1874. Consultado em 24 de julho de 2017
- ↑ «Baptisados». São Paulo. Correio Paulistano (5.969): 2. 16 de setembro de 1876. Consultado em 24 de julho de 2017
- ↑ «Necrologia». São Paulo. Correio Paulistano (14.461): 4. 18 de novembro de 1903. Consultado em 25 de julho de 2017
- ↑ «Anniversários». São Paulo. Correio Paulistano (15.062): 3. 16 de julho de 1905. Consultado em 26 de julho de 2017
- ↑ «Projeto de Lei nº 78 de 1954» (PDF). Câmara Municipal de São Paulo. 1954. p. 7. 33 páginas. Consultado em 28 de julho de 2017
- ↑ a b Vinyals Roig, Augusto (1935). «¡ El Dr. Alberto Seabra, de Sao Paulo, ha muerto!». Barcelona: Liga Hispano-Amerícana Pro-Homeopatía. El Sol de Meissen (em espanhol) (32): 271-273. ISSN 2171-3146. Consultado em 31 de julho de 2017
- ↑ a b «Baronato». São Paulo. Correio Paulistano (6.628): 2. 21 de dezembro de 1878. Consultado em 24 de julho de 2017
- ↑ Pires 2006, p. 41.
- ↑ a b c d e «Conde de S. Joaquim». São Paulo. Correio Paulistano (16.413): 2. 19 de abril de 1909. Consultado em 24 de julho de 2017
- ↑ a b c d Avelino, Yvone D. (2014). «Real e Benemérita Sociedade de Beneficência: a construção da saúde e as práticas associativas de imigrantes portugueses em São Paulo (1859-1930)» (PDF). Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade. p. 187-199. 13 páginas. Consultado em 24 de julho de 2017
- ↑ Barbuy 2006, p. 156-157.
- ↑ a b Souza 2012, p. 355.
- ↑ Caponero 2014, p. 327.
- ↑ a b «Beneficência Portuguesa de São Paulo - Histórico». Consultado em 27 de Julho de 2017
- ↑ Campos, Eudes (2011). «Hospitais paulistanos: do século XVI ao XIX». Informativo Arquivo Histórico de São Paulo (29). Consultado em 27 de julho de 2017
- ↑ Marques, Salvador (1884). «Joaquim Lopes Lebre - Visconde de São Joaquim» (PDF). Galeria Photographica-Biographica Luzo-Brazileira. Consultado em 27 de Julho de 2017
- ↑ «Fallecimentos». São Paulo. Correio Paulistano (16.476): 6. 21 de junho de 1909. Consultado em 28 de julho de 2017
- ↑ Leme 1905, p. 152 Vol.V.
- ↑ Leme 1905, p. 499 Vol.V.
- ↑ Leme 1905, p. 512 Vol.VII.
- ↑ «História das Ruas de São Paulo». Arquivo Histórico de São Paulo. Consultado em 1 de Agosto de 2017
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Barbuy, Heloisa (2006). A cidade-exposição: comércio e cosmopolitismo em São Paulo, 1860-1914. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. p. 156-157. ISBN 978-85-314-0888-5
- Caponero, Maria Cristina (2014). Festas paulistanas em perspectiva histórica de longa duração: produção e apropriação social do espaço urbano, permanências e rupturas (1711-1935) (Tese de Doutorado). São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. p. 327
- Silva Leme, Luiz Gonzaga da (1905). Genealogia Paulistana. volumes V e VII. São Paulo: Duprat & Cia. p. 512. ISBN 1113061383
- Pires, Mário Jorge (2006). Sobrados e barões da velha São Paulo. São Paulo: Manole. p. 41. ISBN 85-204-2461-9
- Souza, Rafael de Abreu e (2012). Louça branca para a Pauliceia : arqueologia histórica da fábrica de louças Santa Catharina / IRFM-São Paulo e a produção da faiança fina nacional (1913-1937). Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (Dissertação de Mestrado). Suplemento 14. São Paulo: Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. ISSN 2448-1750