Janeiro Negro
Janeiro Negro | |||
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Dissolução da União Soviética | |||
Data | 19 de janeiro de 1990 – 20 de janeiro de 1990 | ||
Local | Baku, República Socialista Soviética do Azerbaijão | ||
Desfecho | Massacre de civis azeri pelo exército soviético | ||
Situação | 120 civis azeri e 8 soldados do MVD mortos | ||
Mudanças territoriais | República Socialista Soviética do Azerbaijão | ||
Beligerantes | |||
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Janeiro Negro (em azeri: Qara Yanvar), também referido como Sábado Negro ou Massacre de Janeiro foi uma ação do exército soviético para parar a violência entre arménios e azeris em Baku, na República Socialista Soviética do Azerbaijão ocorrida a 19–20 de Janeiro de 1990.
A violência étnica que se registrou antes da Guerra de Nagorno-Karabakh aumentou consideravelmente, obrigando a maioria da população azeri residente na Armênia a retornar para seu país, ao mesmo tempo que os arménios residentes no Azerbeijão realizaram o movimento contrário [1] O conflito chegou a um ponto sem volta o governo central de Moscou teve que intervir tomando o controle total da região em Janeiro de 1989, uma medida que foi recebida com agrado por muitos arménios.[2] No Verão desse ano, os líderes da Frente Popular do Azerbaijão e os seus apoiantes conseguiram que a RSS do Azerbaijão iniciasse um bloqueio aéreo e ferroviário da Armênia, o que estrangulou a economia do país, uma vez que 85% da carga e dos bens que chegavam ao país vinham por via férrea, além de isolar Nakichevan totalmente do resto da União Soviética.[1] A interrupção do serviço ferroviário à Arménia foi motivado em parte pelos ataques de militantes deste país contra trabalhadores azeris que entravam no seu território, tendo estes começado a recusar-se a cumprir estes serviços.[3]
Em Janeiro de 1990 ocorreu um pogrom contra arménios em Baku, o que forçou o governo de Gorbachev a declarar o estado de emergência e a enviar as tropas do Ministério do Interior (Ministerstvo Vnutrennikh Del conhecido por MVD) para restabelecer a ordem. Foi estabelecido o toque de recolher (coisa nunca vista na URSS desde a Segunda Guerra Mundial) e ocorriam frequentemente combates violentos entre as forças soviéticas e membros da Frente Popular do Azerbaijão, estes incidentes deixaram como saldo mais de 120 azeris e 8 soldados do MVD mortos em Baku.[4] Contudo, durante este período o Partido Comunista do Azerbaijão tinha caído, sendo a ordem de envio das tropas do MVD mais para manter o partido no poder do que para proteger a população armênia do país.[5] Estes eventos, conhecidos como "Janeiro Negro" delinearam a relação futura entre o Azerbaijão e a Rússia.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b (em inglês) Croissant, Michael P. (1998). The Armenia-Azerbaijan Conflict: Causes and Implications. London: Praeger. ISBN 0-275-96241-5
- ↑ (em inglês) de Waal, Thomas (2003). Black Garden: Armenia and Azerbaijan Through Peace and War. Nova Iorque: New York University Press. ISBN 0-8147-1945-7
- ↑ (em inglês) Kaufman, Stuart (2001). Modern Hatreds: The Symbolic Politics of Ethnic War. New York: Cornell Studies in Security Affairs. pp. 49–66. ISBN 0-8014-8736-6
- ↑ (em inglês) Smolowe, Jill (29 de Janeiro de 1990). «The Killing Zone». TIME. Consultado em 25 de fevereiro de 2006
- ↑ (em inglês) Abu-Hamad, Aziz, et al. Playing the "Communal Card": Communal Violence and Human Rights Human Rights Watch.