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Metodismo

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Parte de uma série sobre
Metodismo
John Wesley George Whitefield

Contexto
Cristianismo
Protestantismo
Pietismo
Anglicanismo
Arminianismo
Wesleyanismo
Calvinismo

Doutrinas distintas
Artigos da Religião
Graça preveniente
Expiação governamental
Justiça transmitida
Perfeição cristã
Preservação condicional dos santos

Pessoas
Richard Allen
Francis Asbury
Thomas Coke
Albert C. Outler
James Varick
Charles Wesley

Outros grupos
Igreja Metodista Wesleyana
Conselho Mundial Metodista
Igreja AME
Igreja AME Sião
Igreja do Nazareno
Igreja CME
Igreja Metodista Livre
Igreja Metodista da Grã-Bretanha
Igreja Unida na Austrália
Igreja Metodista Unida

Movimentos relacionados
Igreja Moraviana
Movimento de Santidade
Exército da Salvação
Personalismo
Pentecostalismo

Portal do Cristianismo

O Metodismo foi um movimento de avivamento espiritual cristão ocorrido na Inglaterra do século XVIII que deu origem a Igreja Metodista em 1739 e enfatizou a relação íntima do indivíduo com Deus, iniciando-se com uma conversão pessoal e seguindo uma vida de ética e moral cristã. Outra ênfase forte do movimento foi o seu engajamento em questões de assistência e ação social. O metodismo foi liderado pelos Reverendos John Wesley (1703–1791) e seu irmão Charles Wesley (1707–1788), considerado um dos maiores expoentes da música sacra protestante, ambos ministros da Igreja Anglicana.

Origem do metodismo

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A origem do metodismo está ligada a três nomes: John Wesley, seu autor e organizador, Charles Wesley, seu irmão, escritor de hinos, e George Whitefield, um eloquente pregador e reavivalista. Em 1729, John, recém ordenado diácono, se reuniu com um grupo de estudantes organizado por seu irmão Charles, na Universidade de Oxford, com o propósito de estudar as Escrituras, e praticar a religião com fidelidade. John se tornou o líder do grupo, que, por decisão dos membros, ele chamou de "o clube santo (the holy club) e os metodistas". A sociedade se desfez em 1735.[1]

Mais tarde, após uma viagem à América (1736–1738), John Wesley organizou, em 1739, a primeira Sociedade Metodista, e abriu uma capela (The Foundry) em Londres. Como os púlpitos da Igreja Anglicana foram se fechando aos irmãos Wesley e Whitefield, este decidiu fazer as pregações ao ar livre. Seu sucesso foi enorme, e logo os irmãos Wesley seguiram seu exemplo.[1]

Mesmo permanecendo até a morte como membro da Igreja Anglicana, quando, em 1740, os seus seguidores foram excluídos da comunhão, Wesley passou a administrar a comunhão nas suas reuniões.[1] Quando da independência dos Estados Unidos, Wesley se viu obrigado a ordenar sacerdotes para o novo país republicano, e a separação com a Igreja Anglicana em terras americanas se tornou inevitável, e a nova igreja passou a ser chamada de Igreja Metodista Episcopal.[2] Na Inglaterra, isto só aconteceu em 1795, quatro anos após a morte de John Wesley e na ala calvinista. Na Ala wesleyana isso ocorreu em 1797.

Em 1742, foi criado um sistema de "classes", grupos pequenos de aproximadamente 12 pessoas nos quais os metodistas se aconselhavam e prestavam contas mutuamente de sua vida espiritual. Dois anos depois foi realizada a primeira conferência anual dos pregadores metodistas com o rev. John Wesley.[1]

Doutrinas metodistas

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O metodismo herdou muito da Reforma Inglesa, Wesley baseou os "25 Artigos do Metodismo" nos "39 Artigos da Religião Anglicana".[3] No metodismo existem ênfases distintas nas doutrinas da Reforma:

  • Autoridade - Em ampliação à aplicação de Sola Scriptura (ver: Cinco Solas), proveniente da Reforma Protestante, o metodismo cria o princípio do Quadrilátero Wesleyano: Deve-se imaginar um quadrilátero com as Escrituras no centro, por serem as principais fontes de Revelação sobre Deus; As Escrituras, então, devem ser interpretadas pela , pela Razão, Tradição e pela Experiência pessoal com Deus; Cada um destes itens deve ser colocado em uma das extremidades do quadrilátero. As Escrituras continuam como a suprema autoridade.
  • Arminianismo - Diferentemente do Calvinismo, o entendimento wesleyano concorda com o Arminianismo, onde a graça de Deus é livre, ou seja, é por todos e para todos os seres humanos. Assim, pela atuação do Espírito Santo, o homem pode responder com fé ao chamado universal de salvação de Deus por meio de Seu Filho, Jesus Cristo, que se sacrificou pela salvação do mundo. Ou pode, livremente, rejeitar essa graça. O Cristão, em casos extremos, pode até cair da Graça e perder a Salvação. Neste ponto discordam os Metodistas de Gales, conhecidos como "Metodistas Calvinistas", discípulos do Rev. George Whitefield, e que influenciaram grandemente o grande pregador do século XX, Martyn Lloyd-Jones. Os "Metodistas Calvinistas" creem na Predestinação, na eleição incondicional, na Vocação Eficaz (Graça Irresistível), diferente da maioria dos metodistas, que são armínio-wesleyanos.
  • Salvação - é, conforme o ensino bíblico, baseada na Graça de Deus, que atua em três dimensões: Graça Preveniente (preparando para a salvação), Graça Justificadora (concedendo o perdão) e Graça Santificadora (renovando a natureza humana corrompida); o alvo é a plena santificação e a perfeição cristã (amor perfeito a Deus e ao próximo). Ser santificado não é ser como Deus, e sim tornar-se mais humano, ou seja, obedecer ao plano original que Deus tinha para o Ser Humano.
  • Credo Social - Em 1908, a "Methodist Episcopal Church", realizou uma Conferência Geral, em Baltimore, que aprovou um documento baseado em outro documento chamado como: "As Igrejas e os Problemas Sociais", elaborado pelo Conselho Federal de Igrejas Cristãs dos Estados Unidos, na época, influenciado pelas doutrinas do "Evangelho Social". Esse credo estabelece um compromisso com os direitos dos trabalhadores, a justiça e a superação da pobreza. Nele se percebe que a Igreja toma consciência da urgência de se comprometer com as vítimas da crise econômica americana, resultado da intensa industrialização e, consequente mecanização dos postos de trabalho. A Igreja demonstra que via como urgente uma ação pastoral em favor dos que estavam fora do sistema econômico, marginalizados e fragilizados. Em 1918, a "Methodist Episcopal Church South", que tinha enviado os missionários que implantaram o Metodismo no Brasil, acolheu o texto do Credo Social da "Methodist Episcopal Church", fazendo pequenas alterações e adaptações[4].

O metodismo na Inglaterra

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O metodismo é herdeiro da Reforma Protestante, mediante a Igreja da Inglaterra, cujos 39 Artigos formam a base dos "Artigos de Religião do Metodismo" e cuja liturgia (O Livro de Oração Comum) exerceu grande influência na liturgia metodista. O metodismo aceitou as três colunas principais da Reforma: a Autoridade das Escrituras (Sola Scriptura), a Justificação pela Fé (Sola Fide) e o Sacerdócio Universal dos crentes (que também podemos simbolizar pelos "3 Ps", ou seja, palavra, perdão e povo).

O metodismo nos Estados Unidos

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Cruz e Chama: símbolo mundial da Igreja Metodista.[5]

A primeira "Sociedade" metodista surgiu, em Londres, em fins de 1739 – vinte anos depois já se implantava no Novo Mundo. Em 1760, Natanael Gilbert, convertido por John Wesley, na Inglaterra, ao voltar para Antígua, no Caribe, começou a compartilhar as boas-novas com a população escrava. O mesmo impulso de missão espontânea fez o metodismo em Virgínia e Maryland, construiu rudes capelas de pau roliço, itinerou diversas das "Três Colônias", e até despertou vocações entre jovens dos Estados Unidos.

Pouco depois, numa outra família de metodistas imigrantes da Irlanda, a Sra. Barbara Heck estaria pressionando seu primo e pregador metodista, Filipe Embury, a iniciar uma missão de proclamação em Nova Iorque. Bem mais para o norte, encontrava-se um jovem imigrante, Guilherme Black, engajado na pregação leiga na Terra Nova, hoje parte do Canadá. Só alguns anos depois dos começos mencionados é que, a pedido dos metodistas arrebanhados do Novo Mundo, Wesley e os metodistas ingleses enviaram obreiros à guisa de missionários.

O metodismo no Brasil

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Ver artigo principal: Igreja Metodista do Brasil

No dia 19 de agosto de 1835, o reverendo metodista Fountain Elliot Pitts chegou ao Rio de Janeiro. Sua missão era a de realizar um trabalho de reconhecimento sobre as possibilidades de o país abrigar alguma missão metodista efetiva. Por isso, permaneceu naquela cidade por apenas duas semanas. No relatório enviado à Sociedade Missionária Metodista ele apoiou um investimento missionário metodista no Brasil.

No dia 29 de abril de 1836, o reverendo Justin Spaulding, chegou ao Rio de Janeiro. Esse foi o primeiro missionário metodista a atuar efetivamente no Brasil. Em setembro de 1836, enviou um relatório, no qual afirmou ter organizado uma escola dominical que contava com de mais de quarenta crianças e jovens.

No dia 11 de janeiro de 1838, chegaram ao ao Rio de Janeiro: Daniel Parish Kidder, sua esposa Cinthia Harriet Russel, Marcela Russell cunhada de (Daniel P. Kidder) e Robert Mc Murdy, para reforçar o trabalho do reverendo Justin Spaulding.

Mas essa tentativa de estabelecimento de uma congregação metodista no Brasil durou somente até maio de 1841. Dentre os motivos do fracasso, merecem destaque: as pressões de católicos liderados pelo padre Luís Gonçalves dos Santos, que ajudaram a instigar a intolerância religiosa contra os missionários[6] [7] [8] [9]

Em agosto de 1867, chegou ao Rio de Janeiro o pastor Junius Estaham Newman, que fixou residência em Saltinho (São Paulo), em um região na qual existiam imigrantes oriundos dos Estados Unidos.

Em 1876, a Junta de Missões da Igreja Metodista Episcopal Sul, enviou o pastor John James Ranson, que dedicou-se ao aprendizado do português para ter condições de pregar para os brasileiros.

Em janeiro de 1878, Ranson começou a pregar para brasileiros na cidade do Rio de Janeiro.

Expositor Cristão

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Em 1886, começou a circular o periódico "Methodista Catholico", que, um ano e meio depois, passou a ser denominado como: o Expositor Cristão. É considerada a mais importante publicação periódica dos metodistas no Brasil, cobrindo fatos internos da própria denominação e sobre a realidade nacional. É a mais antiga publicação periódica protestante em circulação no Brasil.

Na década de 1960, era uma publicação quinzenal, impresso em formato "standart", com uma média de 12 páginas por edição, que contava com cerca de seis mil assinantes. Na referida década, teve cinco redatores: Isnard Rocha, José Sucasas, William Schisler Filho, Pythagoras Daronch Silva e Omir Andrade[10].

Formação pastoral

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Em 1899, alguns jovens metodistas deram início a um programa de formação de pastores em Juiz de Fora (Minas Gerais), que, em 1900, daria origem ao Seminário d'O Granbery, que, posteriormente, seria reconhecido como uma Faculdade de Teologia.

Em 1923, surgiu em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) um novo centro de formação pastoral que, em 1937, foi transferido para Passo Fundo (Rio Grande do Sul).

Entre 1940 e 1942, foi fundada uma Faculdade Metodista de Teologia Unificada em São Paulo, que, em junho de 1942, foi transferida para São Bernardo do Campo (São Paulo), que, em 1970, com a criação de outros cursos, passaria a ser denominada como: "Instituto Metodista de Ensino Superior" e, em 1997, como Universidade Metodista de São Paulo (UMESP)[10].

Desdobramentos do metodismo

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Ramificações do metodismo.

Dentre muitas outras, algumas denominações que emergiram do metodismo:

Referências

  1. a b c d The Original Catholic Encyclopedia, Methodism, III. History [em linha]
  2. John Foxe, Foxe's Book of Martyrs (1848) Chapter XX. An Account of the Life of John Wesley [em linha]
  3. Gouvêa Mendonça, Antônio. O celeste porvir: a inserção do protestantismo no Brasil. EdUSP, 2008. pp. 74. ISBN 8531410533
  4. Credo Social da Igreja Metodista Brasileira: legado Wesleyano, acesso em 11/04/2021.
  5. José Geraldo Magalhães (13 de setembro de 2013). «Cruz e Chama: a identidade da Igreja Metodista». Metodista.org. Consultado em 24 de maio de 2022 
  6. Kennedy, James L., Cinquenta Anos de Metodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928.
  7. Helmut Renders, "A presença metodista no Brasil no século XIX", em: (2005) "Caminhos do metodismo no Brasil", São Bernardo do Campo: Editeo.
  8. O Metodismo no Brasil, acesso em 06/03/2021.
  9. Nunca, na história deste país... A contribuição de Guaracy Silveira ao metodismo do Brasil
  10. a b Mídia Cristã e Ditadura Civil Militar, acesso em 02/03/2021.
  11. Roberts, Keith A.; Yamane, David. Religion in Sociological Perspective. SAGE Publications, 2011. pp. 189. ISBN 1412982987
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