Estrada do Vergueiro
A Estrada do Vergueiro constituiu-se numa variante da Estrada da Maioridade, antiga via que unia a baixada Santista ao planalto paulista. Recebeu essa designação após a construção de novos trechos e ser totalmente reformada entre 1862 e 1863, sob o comando do Comendador José Pereira de Campos Vergueiro, filho do Senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro.[1][2]
A Estrada da Maioridade percorria trechos do Ipiranga e depois adentrava a Estrada das Lágrimas, onde ainda hoje há uma famosa figueira junto a qual os familiares se despediam dos viajantes. A seguir, seguia na direção de São Bernardo ao longo do Ribeirão dos Meninos, até cruzar o Rio Grande e seguir trechos que se encontravam com a Calçada do Lorena, na descida da Serra do Mar.[3]
José Vergueiro, ao reformar a Estrada da Maioridade, construiu um novo trecho urbano, iniciando-se próximo à Praça da Sé, no centro de São Paulo, e seguindo para Vila Mariana e São João Clímaco, para cruzar o ribeirão dos Couros e seguir para a vila de São Bernardo. Vergueiro tomou essa medida para evitar as constantes cheias do rio Tamanduateí, no Ipiranga.[4][5]
Reformas
[editar | editar código-fonte]Transformação da Estrada da Maioridade na Estrada do Vergueiro
[editar | editar código-fonte]Até meados do século XIX, os viajantes que se encaminhavam de Santos à São Paulo tinham de seguir trechos a pé ou no lombo de burros, pois a estrada estava muito precária. José Vergueiro realizou a macadamização (Mac Adam, macadame ou pedregulho) de vários trechos e a reconstrução de pontes, transformando o Caminho do Mar em estrada de rodagem, no sentido técnico e moderno da expressão[1].
Transformação da Estrada do Vergueiro na Rodovia Caminho do Mar
[editar | editar código-fonte]Entre os anos de 1913 e 1916, Arthur Rudge da Silva Ramos, delegado de polícia de São Paulo, foi um dos responsáveis por uma nova reforma da estrada[5]. Ele tomou esta iniciativa depois que sentiu-se constrangido pelas condições em que se encontravam as vias da subida de Santos a São Paulo.[6] Contou com o apoio de amigos importantes, como o Dr. Washington Luís Pereira de Sousa e do presidente do Automóvel Club de São Paulo, que também tinham interesse na melhoria das estradas públicas.[1][5]
Ao final desta reforma, com uma nova macadamização, e logo depois com a pavimentação com concreto[3], a estrada de Santos torna-se a primeira estrada asfaltada da América Latina, destinada para veículos de motor à explosão.
Posteriormente a estrada seria conhecida como Estrada Velha de Santos ou Rodovia Caminho do Mar.
Vias remanescentes
[editar | editar código-fonte]A Estrada do Vergueiro foi desmembrada em muitas vias, remanescentes até hoje nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo e Cubatão. Seu início é no Largo da Pólvora, seguindo pela Avenida da Liberdade, Rua Vergueiro e Via Anchieta, em São Paulo. A seguir, entra em São Bernardo pela atual Avenida Dr. Rudge Ramos, seguindo pela Avenida Senador Vergueiro, até alcançar a Rua Marechal Deodoro e depois o curso da atual Via Anchieta. Daí, há um trecho ainda nomeado como Estrada do Vergueiro, que vai até próximo ao Riacho Grande, seguindo pela Rodovia Caminho do Mar até Cubatão.[7]
Referências
- ↑ a b c Histórias e Lendas de Santos - Estradas, acessado em 21 de Janeiro de 2011.
- ↑ «LEI N.59, DE 20 DE ABRIL DE 1865». www.al.sp.gov.br. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 21 de abril de 1865. Consultado em 5 de março de 2018
- ↑ a b «Casa do Vergueiro». www.casasbandeiristas.com.br. Consultado em 5 de março de 2018
- ↑ Toledo, Benedito. «DO LITORAL AO PLANALTO A CONQUISTA DA SERRA DO MAR». Universidade de São Paulo
- ↑ a b c Rudge Ramos, Arthur (1920). Relatório sobre os trabalhos feitos na Estrada do Vergueiro. [S.l.: s.n.]
- ↑ ABC da Ecologia - Serra do Mar[ligação inativa], acessado em 21 de Janeiro de 2011.
- ↑ Negrin, Illenia (27 de março de 2004). «Estrada do Vergueiro conta história do Brasil». Diário do Grande ABC