Doll Face
Doll Face | |
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Pôster do filme. | |
No Brasil | Sonhos de Estrela |
Estados Unidos 1945 • p&b • 80 min | |
Género | musical, comédia |
Direção | Lewis Seiler |
Produção | Bryan Foy |
Roteiro | Harold Buchman (adaptação) Escrito por: Leonard Praskins |
Elenco | Vivian Blaine Dennis O'Keefe Perry Como Carmen Miranda |
Música | David Buttolph Cyril J. Mockridge |
Diretor de fotografia | Joseph LaShelle |
Direção de arte | Boris Leven Lyle R. Wheeler |
Edição | Norman Colbert |
Lançamento | 15 de março de 1946 17 de outubro de 1946 |
Idioma | inglês |
Orçamento | $ 3,000,000[1] |
Receita | $ 2,500,000[2] |
Doll Face (bra: Sonhos de Estrela[3]) é um filme de comédia musical estadunidense de 1945 dirigido por Lewis Seiler. É estrelado por Vivian Blaine, Dennis O'Keefe, Perry Como e Carmen Miranda.[4]
O enredo do filme, escrito por Harold Buchman e Leonard Praskins baseado na peça teatral The Naked Genius de Gypsy Rose Lee, conta a história de Doll Face Carrol, uma showgirl que sonha estar num show da Broadway. Rejeitada pelos produtores, seu empresário "Mike" (Dennis O'Keefe) decide contratar um escritor para escrever sua autobiografia. A ideia do livro é dar classe e prestígio à artista. Mas um imprevisto acontece: nasce uma história de amor entre o escritor e a vedete, o que provocará ciúmes do empresário; a partir daí, ele tentará bloquear o show que consagraria Doll Face.
Carmen Miranda (como Chita) aparecem para garantir o lado musical do filme, apesar de seu número musical ser limitado a apenas uma performance - "Chico Chico (From Porto Rico)". Miranda deveria cantar outra música, "True to the Navy", mas os direitos exclusivos da Paramount para a música impediu que ele fosse incluído no filme, apesar de ter sido filmado e promovido em material de marketing.[5]
Sinopse
[editar | editar código-fonte]A rainha do espetáculo burlesco Doll Face Carroll (Vivian Blaine) tem como amiga Chita Chula (Carmen Miranda). O seu empresário, Michael Francis Hannegan (Dennis O'Keefe), namorado e proprietário do Gayety Theatre resolve contratar um escritor, Frederick Manly Gerard (Stephen Dunne), para escrever uma biografia da atriz para lhe dar um apelo mais culto. Chita Chula chama a atenção de Mike para o interesse do escritor sobre Doll Face. O empresário resolve apresentar um espetáculo teatral sério em vez dos espetáculos de burlesco e Gerard, que está terminando o livro sobre Doll Face, participa com algum financiamento. Ele acaba confessando que está apaixonado por ela. Em torno das confusões amorosas entre Mike, Gerard e Doll Face gira boa parte da trama, com Chita Chula servindo de ponte entre os três. Doll Face acaba reatando com Mike e o espetáculo baseado no livro de Gerard é um sucesso.[6]
Elenco
[editar | editar código-fonte]- Vivian Blaine — Mary Elizabeth (Maybeth) "Doll Face" Carroll
- Dennis O'Keefe — Michael Francis "Mike" Hannegan
- Perry Como — Nicky Ricci
- Carmen Miranda — Chita Chula
- Martha Stewart — Frankie Porter
- Stephen Dunne — Frederick Manly Gerard
- Reed Hadley — Flo Hartman
- Stanley Prager — assessor de Flo Hartman
- Charles Tannen — assessor de Flo Hartman
- George E. Pedra — gerente de palco
- Frank Orth — Peters
- Donald MacBride — Ferguson (advogado)
-
Dennis O'Keefe
Produção
[editar | editar código-fonte]Os títulos provisórios de trabalho deste filme foram The Naked Genius e Here's a Kiss. Inicialmente a Fox pretendia lançar Carole Landis no papel principal, Jackie Gleason e William Eythe estavam reservados para o filme, e aos 15 anos de idade, a cantora Mel Amanhecer tinha sido incluída no elenco. O ator Dennis O'Keefe havia sido emprestado da pela companhia de Edward Small para a produção, que marcou a estreia no cinema de Martha Stewart e Lex Barker.
De acordo com o The Hollywood Reporter, o produtor Bryan Foy assumiu a direção do filme por três dias, enquanto Lewis Seiler afastou-se por motivo de saúde. O Código Hays de Censura recusou permitir que o estúdio usa-se The Naked Genius como título do filme, e também desaprovou as letras da canção "Chico Chico (From Porto Rico)", afirmando que "[a canção] se tratava de um personagem latino-americano, e, portanto, como tal, seria, sem dúvida, ofender os latino-americanos em geral". A letra da música ligeiramente foi alterada e depois aprovada.
De acordo com os registros do estúdio, Jimmy McHugh e Harold Adamson apresentaram a canção True to the Navy - cantada por Carmen Miranda - para inclusão no filme, mas McHugh e Adamson tinham presentado anteriormente a música a Paramount Pictures, no entanto, que a utilizou em sua versão do filme Acontece Que Sou Rico (1945). O estúdio depois se recusou a licenciar a música para uso em Doll Face. Em uma carta de dezembro de 1945 para o presidente da Twentieth Century-Fox, Spyros Skouras, o advogado do estúdio George Wasson especulou que a Paramount se recusou a licenciar a música porque o estúdio havia obtido os direitos de distribuição do filme Seis Destinos (1942) que Paramount tinha desejado, e porque a Fox tinha obtido a autorização para o uso do título Conflito Sentimental (1946) que a Paramount também queria.
Os registros legais também revelam que Irving Weissman abriu um processo contra o estúdio, alegando que a canção "Dig You Later (A Hubba-Hubba-Hubba)" tinha sido plagiada de uma de suas composições. O caso foi encerrado em setembro de 1948 por um juiz federal, mas Weissman novamente entrou com uma ação através de um tribunal estadual.[7]
Números musicais
[editar | editar código-fonte]- Somebody's Walking in My Dream — Vivian Blaine (mais tarde por Martha Stewart)
- Red Hot and Beautiful — Perry Como (mais tarde cantado por Vivian Blaine)
- Here Comes Heaven Again — Perry Como e Vivian Blaine
- Dig You Later (A-Hubba Hubba Hubba) — Perry Como e Martha Stewart
- Chico Chico (From Porto Rico) — Carmen Miranda com o Bando da Lua
Lamacento
[editar | editar código-fonte]Doll Face estreou no Grauman's Chinese Theatre em 15 de março de 1946.[8] No Brasil, o filme ganhou o título de "Sonhos de Estrela", e sua estreia aconteceu em 17 de outubro de 1946.[9]
Recepção
[editar | editar código-fonte]O filme não foi bem recebido pela crítica. O New York Times escreveu que "Doll Face conta apenas mais um história dos bastidores teatral sobre uma rainha burlesca que dimensiona sua escalada para a fama na Broadway (...) Vivian Blaine, que desempenha o papel titular, canta um par de números de maneira completamente inexpressiva".[10] O New York Herald Tribune disse que "Carmen Miranda faz o que sempre fez, só que não tão bem". E a colunista Louella Parsons, disse que a escalação de Carmen para o filme foi "uma escolha muito surpreendente (...) ela é tão diferente de Joan Blondell, atriz que interpretou o mesmo papel nos palcos em Naked Genius, do qual o filme é baseado".[11]
No Brasil, o jornalista da revista O Cruzeiro, Alex Viany deu a seguinte opinião sobre Doll Face: "Sem o auxilio do tecnicolor, a 20th Century Fox nos dá um filme musical que nem todas as cores do arco-íris teriam salvado do fundo do saco. Vivian Blaine e Dennis O'Keefe cuidam de um romance tão ridículo que chega a dar pena, Carmen Miranda nada faz e esta pessimamente maquiada". A mesma opinião é compartilhada pela A Scena Muda, que considerou-o "o pior filme de Carmen Miranda".[12][13]
Referências
- ↑ The Deseret News, p.12, 13 de julho de 1945. Carmen Miranda 'Doll House' Star
- ↑ Aubrey Solomon, Twentieth Century-Fox: A Corporate and Financial History Rowman & Littlefield, 2002 p 221
- ↑ EWALD FILHO, Rubens (1975). Os filmes de hoje na TV. São Paulo: Global. p. 184. 210 páginas
- ↑ James Robert Parish, Michael R. Pitts. «Hollywood Songsters: Garland to O'Connor» (em inglês). Consultado em 26 de março de 2015
- ↑ «Fridays With Carmen Miranda: Doll Face (1945)». Journeys in Classic Film. 10 de junho de 2016. Consultado em 14 de fevereiro de 2018
- ↑ Doll Face (1946) THE SCREEN; TO AID STAGE RELIEF
- ↑ «Detail View: Doll Face em Catálogos de filmes da AFI». American Film Institute. Consultado em 14 de maio de 2014
- ↑ «Release Info». IMDb. Consultado em 10 de julho de 2014
- ↑ (17/10/1946). Correio da Manhã, p.1
- ↑ Bosley Crowther (28 de março de 1946). «MOVIE REVIEW: Doll Face (1946) THE SCREEN; TO AID STAGE RELIEF». The New York Times. Consultado em 14 de maio de 2014
- ↑ Louella Parsons (13 de julho de 1945). «Carmen Miranda 'Doll House' star». The Deseret News. Consultado em 22 de maio de 2014
- ↑ Tânia da Costa Garcia. «O "it verde e amarelo" de Carmen Miranda (1930-1946)». Consultado em 26 de março de 2015
- ↑ Tânia da Costa Garcia. «O "it verde e amarelo" de Carmen Miranda (1930-1946)». Consultado em 6 de fevereiro de 2015
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Doll Face. no IMDb.
- «Doll Face» (em inglês) no Rotten Tomatoes
- Doll Face (em inglês) no TCM Movie Database
- Doll Face (em inglês) no Allmovie
- Filmes com trilha sonora de David Buttolph
- Filmes com trilha sonora de Cyril J. Mockridge
- Filmes de comédia musical dos Estados Unidos
- Filmes de romance musical dos Estados Unidos
- Filmes dos Estados Unidos de 1945
- Filmes dirigidos por Lewis Seiler
- Filmes da 20th Century Studios
- Filmes em língua inglesa
- Carmen Miranda