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Contrainformação

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Este artigo é sobre o processo de manipulação da informação. Se procura a série de televisão, veja Contra Informação.

Contrainformação é um termo que pode ser encontrado com duas definições distintas.

1 - algumas fontes teóricas adotam um significado sem identificação exata sobre a origem do termo. Estas referem-na como sendo a ação, estratégia ou conjunto de recursos que visam a neutralizar os serviços de informação do inimigo para impedir ou dificultar seu acesso a informação verdadeira, mediante, principalmente, a divulgação de informações falsas.[1][2]

2 - outras fontes, lastreadas por informações e estudos de caso mais recentes, claros e definidos, adotam um significado diferente. Por exemplo, segundo o especialista em Inteligência Estratégica Jacinto Murowaniecki, no site "A Contrainteligência no Senado Federal[3]", a contrainformação é uma contraposição à informação através da elaboração de respostas, e o que é chamado de contrainformação pelas fontes teóricas é na verdade ação de contrainteligência. Tal especialista faz um interessante alerta para que não se confunda contrainformação com desinformação, o que é uma clara divergência para com a primeira definição.

A respeito do significado de desinformação, o mesmo especialista apresenta uma página nominada "Desinformação - O Às na Manga da Improbidade Administrativa[4]" com exemplos práticos do uso dessa atividade, a que o especialista denomina "ferramenta".

Para a compreensão das diferenças aqui descritas, as quais podem ser de ordem doutrinária, é necessária a consulta às diferentes fontes. Uma vez que os dicionários listados não trazem melhores esclarecimentos, se limitando a compilação do vocábulo, é fundamental a consulta à sites mais especializados sobre o tema. Definições mais completas para os termos Informação, Inteligência, Contrainformação e Contrainteligência estão disponíveis no site do especialista, e disponíveis também através do indexador "Dura Verum[5]".

Exemplos de situações de contrainformação

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Na história de Portugal, um dos primeiros exemplos de contrainformação foi o caso da Padeira de Aljubarrota.

Um exemplo mais recente, datado da Segunda Guerra Mundial, precedeu os desembarques do Dia D, no que ficaria conhecido como Operação Fortitude: os serviços secretos britânicos convenceram as forças armadas da Alemanha Nazi de que dispunham de uma força invasora muito maior do que a que de facto passou pelo Canal da Mancha a partir de Kent.

A contrainformação era especialmente frequente durante a Guerra Fria. Alguns exemplos de alegada contrainformação soviética contra os Estados Unidos incluem[6]:

Em 1957, a CIA sabia que tinha havido um acidente na central nuclear de Mayak mas a informação não foi divulgada publicamente por causa da "(...) relutância da CIA em destacar um acidente nuclear na União Soviética, que poderia causar preocupação às pessoas que viviam perto de instalações nucleares nos Estados Unidos. (...)".[8]

O jornalista soviético Yuri Bezmenov, correspondente da agência de notícias RIA Novosti e informante da KGB, desertou para o ocidente em 1970. Durante as décadas de 1970 e 1980, Bezmenov denunciou as estratégias de desinformação usadas pela União Soviética para fomentar a subversão pelo mundo. Estas estratégias, também usadas para manipular a opinião pública soviética, visavam a implantar governos pró-União Soviética em vários países.

Em 1986, o conselheiro para a segurança nacional dos Estados Unidos John Poindexter escreveu, para o presidente Ronald Reagan, um "programa de contrainformação" para desestabilizar o coronel líbio Muammar al-Gaddafi através de relatórios na imprensa estrangeira sobre um conflito entre os dois países. Todavia, a informação falsa chegou ao The Wall Street Journal, um fenómeno conhecido no meio como blowback[9].

Referências

  1. "contrainformação", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013.
  2. contrainformação. Infopédia
  3. Murowaniecki, Jacinto (6 de março de 2017). «A Contrainteligência no Senado Federal». Indexador Dura Verum, Sed Verum. Consultado em 18 de março de 2018 
  4. Murowaniecki, Jacinto (28 de março de 2018). «Desinformação - O Às na Manga da Improbidade Administrativa». Indexador Dura Verum, Sed Verum. Consultado em 4 de abril de 2018 
  5. Murowaniecki, Jacinto (6 de março de 2017). «Dura Verum, Sed Verum». Indexador Dura Verum. Consultado em 18 de março de 2018 
  6. Christopher Andrew, Vasili Mitrokhin (2000). The Mitrokhin Archive: The KGB in Europe and the West. Gardners Books. ISBN 0-14-028487-7.
  7. From Civil Rights to Human Rights: Martin Luther King Jr. and the Struggle for Economic Justice. Por Thomas F. Jackson
  8. Arjun Makhijani, A Readiness to Harm: The Health Effects of Nuclear Weapons Complexes
  9. Daniel Schorr, "Official US deception: Can it be trusted?", Christian Science Monitor, 1-3-2002; acesso em 22-2-2007