Conservação do solo
Conservação do solo, na agricultura ou pecuária, é o conjunto de práticas aplicadas para promover o uso sustentável do solo para o plantio. A erosão, a compactação e o aumento da salinidade do solo são os maiores problemas relacionados ao manejo inadequado e terão relação direta com a escassez de alimentos num futuro não muito distante, resultando num profundo desequilíbrio do sistema produtivo, se práticas corretas não forem adotadas. A população do mundo é estimada em cerca de 7 bilhões de habitantes, obrigando a humanidade a disponibilizar pelo menos 1 bilhão de hectares de área agricultável. As áreas com manejo inadequado reduzem significativamente o potencial de produção, por isso hoje trabalha-se em virtude da renovação e aprimoramento das técnicas produtivas. Deve-se observar que os recursos são limitados, não podendo ser desperdiçados.[1]
Planejamento
[editar | editar código-fonte]O Agrônomo e outros Profissionais das ciências agrárias e ambientais, devem ser consultados para elaboração do planejamento de conservação do solo.O planejamento técnico antecipado é importante para a conservação do solo. É preciso ver todo o processo de produção, pois não adianta atacar somente uma parte do problema. Deve-se considerar também os custos econômicos envolvidos e os preços pagos pelo mercado, pois a falta de retorno financeiro é um dos principais motivos de abandono das terras sem cobertura vegetal.
Principais Técnicas de Conservação
[editar | editar código-fonte]Análise do solo
[editar | editar código-fonte]A agricultura deu um salto evolutivo quando descobriu um modo prático de adubar as culturas com os produtos químicos necessários. No entanto hoje o problema é o aumento da salinidade do solo provocado pelo excesso de adubação. Uma análise prévia em laboratório especializado, das características físico-químicas do solo em função das culturas permite a aplicação da quantidade ideal de fertilizante, evitando o excesso e/ou deficiência.
Plantio em nível
[editar | editar código-fonte]Consiste em preparar o solo para plantio e plantar de acordo com o nível do terreno.
A erosão reduz significativamente o potencial de produção. A água que escorre leva consigo o potencial produtivo do solo. Evita-se o problema reduzindo-se a velocidade de escoamento com a utilização de barreiras, curval de nível, terraços e outros artifícios adequados, baseados em levantamentos topográficos da área e projeto feito por pessoa competente.[2]
Cada tipo de cultura agrícola tem sua necessidade, e muitas vezes o que falta para uma é o que sobra da outra. Assim um manejo adequado das culturas resulta em menor necessidade de adubos e defensivos. Como regra geral, não se deve repetir o gênero da planta em safras consecutivas.
Consiste basicamente em plantar uma cultura que não aproveita economicamente, apenas para manter o solo coberto e diminuir a erosão entre os períodos de plantios comerciais, ou nas linhas de culturas permanentes. Como normalmente se empregam culturas que aumentam a fertilidade do solo, como as leguminosas,que fixam o nitrogênio diretamente do ar com a ajuda de bactérias, o resultado é uma melhor produtividade no próximo plantio. Existem também plantas que reduzem a compactação do solo com suas raízes profundas.
Entende-se por plantio direto o ato de revolver o mínimo possível o solo durante o plantio, isso é, abrir apenas um sulco para a incorporação do adubo e da semente, dispensando os processos convencionais de aração e gradagem e mantendo os restos da cultura anterior sobre o solo. Utilizam-se plantadeiras especiais com discos de corte para não se enroscarem com a vegetação. O plantio direto promove o mínimo desgaste do solo e de sua atividade microbiana. Uma das principais vantagens desse processo é que ele diminui significativamente a compactação das camadas mais profundas do solo em virtude da redução do uso de máquinas pesadas e da presença de cobertura do solo sobre o terreno. Por conservar melhor a umidade e manter a temperatura mais baixa ajuda a atividade microbiana do solo, o que se provou benéfico às culturas, principalmente em regiões de clima mais tropical. Sua principal desvantagem é um aumento inicial no uso de herbicidas para controle de plantas invasoras. Por isso um competente acompanhamento por pessoa especializada é fundamental ao processo. As vantagens do plantio direto vão se acumulando safra após safra, num processo cumulativo virtuoso.
Conservação da vegetação nativa
A conservação da vegetação nativa é fundamental para o equilíbrio ecológico e para o bem-estar humano. A vegetação nativa trabalha de forma fundamental, atuando na regulação do clima e no ciclo da água, servindo como habitat natural para diversas espécies, além de produzir e servir como prisão de dióxido de carbono, ajudando a regular um ar mais puro para todos.
Explorar sinergias
[editar | editar código-fonte]Várias atividades agrícolas são complementares, podendo gerar economia de recursos se bem exploradas. Associar culturas anuais com pecuária ou criação de aves ou suínos com produção de energia trazem benefícios a todos esses processos.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte][1]Amaral, Nautir. Noções de conservação do solo. 2 Ed., São Paulo: Nobel,1984.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo. «Conservação do solo». Consultado em 9 de novembro de 2012
- ↑ Aristeu Mendes Peixoto e Francisco Ferraz de Toledo (2002). Enciclopédia agrícola brasileira. [S.l.]: EDUSP. 458 páginas. ISBN 85-314-0719-2