A Sociedade do Anel
The Fellowship of the Ring | |||||||
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A Irmandade do Anel [PT] A Sociedade do Anel [BR] | |||||||
Capa do livro da segunda edição brasileira da Martins Fontes | |||||||
Autor(es) | J. R. R. Tolkien | ||||||
Idioma | Inglês | ||||||
País | Reino Unido | ||||||
Gênero | Fantasia | ||||||
Série | O Senhor dos Anéis | ||||||
Localização espacial | Terra Média | ||||||
Editora | George Allen & Unwin | ||||||
Lançamento | 29 de Julho de 1954 | ||||||
Páginas | 423 (primeira edição) | ||||||
Edição portuguesa | |||||||
Tradução | Fernanda Pinto Rodrigues | ||||||
Editora | Publicações Europa-América | ||||||
Lançamento | 1981 (1ª Ediçao)
2003 (17ª Edição) | ||||||
Páginas | 468 | ||||||
ISBN | 978-972-1-04102-8 | ||||||
Edição brasileira | |||||||
Tradução | Antonio Ferreira (Artenova) Lenita Rímoli (Martins Fontes - Prosa) | ||||||
Editora | Artenova ("Não oficial") | ||||||
Lançamento | 1974/1975 (Artenova 1ª Ed.) ("Não oficial")
1994 (MartinsFontes 1ªEd.) | ||||||
Páginas | 608 | ||||||
ISBN | 978-85-95084-75-9 | ||||||
Cronologia | |||||||
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The Fellowship of the Ring (A Sociedade do Anel, no Brasil, e A Irmandade do Anel, em Portugal) é o primeiro volume da trilogia O Senhor dos Anéis, escrita pelo professor e filólogo britânico J. R. R. Tolkien. É seguido de As Duas Torres e O Retorno do Rei. Foi publicado originalmente em 29 de julho de 1954 no Reino Unido.
O volume consiste de um prefácio, no qual o autor discute sua escrita de O Senhor dos Anéis, um prólogo intitulado "A Respeito dos Hobbits",[1] e a narrativa principal no Livro I e no Livro II, que se passa na Terra Média.
Nos países lusófonos O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel/ A Irmandade do Anel foi publicado primeiramente no Brasil de maneira extraoficial (Irregularmente) pela editora Artenova dividido em dois volumes, sendo o primeiro intitulado "O Senhor dos Anéis - A Terra Mágica", publicado em 1974 e o segundo "O Senhor dos Anéis - O Povo do Anel", publicado em 1975.[2] A tradução está obsoleta para os dias atuais, contendo alguns termos considerados até mesmo "jocosos".[3]
Com o encerramentos das atividades da primeira editora, a editora WMF Martins Fontes passou a publicar, desta vez oficialmente, o título no Brasil em 1994, com um trabalho editorial mais adequado e bem trabalhado. O livro, desta vez integralmente publicado, teve várias reedições no Brasil pela editora, sendo uma delas com a arte de capa de Geoof Taylor em 2000 e um volume único publicado em 2001. Em 2019 a editora Harper Collins passou a publicar o título no país, com mudanças de tradução em relação à da Martins Fontes que causaram muitas controvérsias entre os fãs na época.[4]
Em Portugal a primeira editora a publicar foi a Europa-América em 1981, com uma tradução preferida até mesmo pelos leitores brasileiros à época.[5]
Título e publicação
[editar | editar código-fonte]Tolkien pensou O Senhor dos Anéis como uma obra de volume único dividido em seis seções que ele chamou de "livros", juntamente com extensos apêndices. A editora original, porém, decidiu dividir o trabalho em três volumes. Foi também decisão da editora nomear o terceiro volume "O Retorno do Rei". Tolkien indicou que teria preferido "A Guerra do Anel" como título, já que revelava menos da história.[6]
Antes da decisão de publicar O Senhor dos Anéis em três volumes, Tolkien cogitava incluir em seu volume único também O Silmarillion. Ele também havia proposto títulos para as seis seções individuais. Dos dois livros que compõem o que se tornou A Sociedade do Anel, o primeiro deveria se chamar "The First Journey"[nota 1] ou "The Ring Sets Out"[nota 2]. O nome do segundo seria "The Journey of the Nine Companions"[nota 3] ou "The Ring Goes South"[nota 4].[6]
Conteúdo
[editar | editar código-fonte]O volume contém um prólogo, para aqueles que não leram O Hobbit, e informações básicas para preparar o cenário do romance. O corpo do volume consiste no Livro I e Livro II.
Prólogo
[editar | editar código-fonte]O prólogo explica que a obra "trata em grande parte de hobbits", contando suas origens em uma migração do leste, seus hábitos como uso da "erva-de-fumo" e de como sua terra natal, o Condado, é organizada. Ele explica a história de O Hobbit, em que o hobbit Bilbo Bolseiro encontra o Um Anel, antes na posse de Gollum.[1]
Livro I
[editar | editar código-fonte]A história começa com a festa do 111º aniversário de Bilbo, que mais tarde, ao partir do Condado, deixa seu Anel para que Gandalf o entregue a Frodo.[7] O mago explica a origem d'O Anel, e prova a Frodo que este é o Um Anel de Sauron jogando-o no fogo, que revela versos escritos em élfico.[8] No 128º aniversário de Bilbo, Frodo parte do Condado com seus amigos hobbits: Sam Gamgi, Merry Brandebuque e Pippin Tûk.
Após vários encontros com Cavaleiros Negros, e com Tom Bombadil,[9] os hobbits chegam à Estalagem do Pônei Empinado,[10] em Bri, onde encontram Passolargo, um guerreiro errante, que deseja guiá-los. Os hobbits, porém, se mostram duvidosos até que uma carta de Gandalf os une à caminho de Valfenda.[11]
No caminho, Frodo é golpeado por um dos Nove Cavaleiros Negros,[12] que os perseguem até o Vau do Rio Bruinen, onde uma inundação carrega os Nove rio abaixo.[13]
Livro II
[editar | editar código-fonte]Em Valfenda, Frodo reencontra Bilbo e Gandalf, e Elrond, Senhor de Valfenda convoca um conselho para decidir o destino do Anel. No Conselho estavam presentes Elrond; Erestor; Frodo Bolseiro; Bilbo Bolseiro; Gandalf, o Cinzento; Glóin; Gimli; Legolas; Glorfindel; Aragorn (Passolargo); Boromir e Galdor dos Portos.[14] Frodo se voluntaria a levar o Anel à Montanha da Perdição, para destruí-lo, e Elrond lhe designa oito companheiros, que formarão os nove da Sociedade do Anel, se opondo aos nove Cavaleiros Negros. Assim, Frodo, Sam, Merry, Pippin, Gandalf, Aragorn, Boromir, Legolas e Gimli, representando as pessoas livres do oeste — Elfos, Anãos, Homens e Hobbits, acompanhados de um mago — formam a Sociedade do Anel.[15]
A Companhia segue para o Sul, em direção à Moria, a cidade dos Anãos dentro da montanha, onde entram[16] com intuito de ir a leste sem passar por Isengard, onde Saruman, o Branco, deseja controlar o Anel. Dentro de Moria, a Companhia é atacada por Orques e começam uma fuga.[17] Na ponte da saída ele são surpreendidos por um Balrog, que ao cair da ponte arrasta Gandalf consigo.[17]
Os outros oito seguem para Lothlórien, reino élfico dentro da floresta.[18] Lá, eles são guarnecidos de roupas, comidas e barcos, e conhecem Galadriel, portadora do anel élfico Nenya,[19] que dá um presente a cada membro da comitiva.[20] Eles seguem de barco pelo rio Anduin, até Amon Hen. Lá, Boromir tenta tirar o Anel de Frodo,[21] que foge com Sam para Mordor, desfazendo, assim, a Sociedade.[21]
Membros
[editar | editar código-fonte]A Sociedade do Anel, com nove membros, foi criada em oposição aos nove Cavaleiros Negros de Sauron, e com o objetivo de destruir o Um Anel. Ela se constituía de Frodo Bolseiro, portador do Anel, de Sam Gamgi, fiel companheiro de Frodo, do mago Gandalf, o Cinzento, do elfo Legolas, do anão Gimli, dos homens Aragorn e Boromir, e dos dois jovens hobbits Merry Brandebuque e Pippin Tûk. A Sociedade representa as pessoas livres do oeste — Elfos, Anões, Homens e Hobbits, acompanhados de um mago.[15]
Recepção Crítica
[editar | editar código-fonte]O poeta W. H. Auden escreveu uma crítica positiva no The New York Times, elogiando a empolgação e dizendo: "A invenção de Tolkien é incansável e, no nível primitivo de querer saber o que acontece a seguir, A Sociedade do Anel é pelo menos tão bom quanto Os Trinta e Nove Degraus."[nota 5][22] No entanto, ele disse que o humor leve no início "não era o forte de Tolkien"[nota 6].[22] O livro foi revisto favoravelmente pelo escritor da natureza Loren Eiseley. O crítico literário Edmund Wilson, no entanto, escreveu uma crítica nada lisonjeira intitulada "Oo, Those Awful Orcs!"[nota 7].[23] O romancista H. A. Blair, escrevendo no Church Quarterly Review, afirmou que o trabalho dizia "verdades poéticas"[nota 8], apelando para "arquétipos inconscientes"[nota 9], e que era um livro pré-cristão, mas religioso, com "ecos e ênfase"[nota 10] cristãos.[24] O escritor de ficção científica L. Sprague de Camp, no Science Fiction Quarterly, chamou-o de um romance grande, vagaroso, colorido, poético, triste e aventureiro.[25] O crítico católico Christopher Derrick escreveu em The Tablet que o livro era abertamente mítico, sendo um romance heróico. Em sua opinião, Tolkien exibiu "incrível fertilidade na criação de seu mundo e quase consegue conceber uma dicção elevada"[nota 11].[26] O amigo de Tolkien e companheiro Inkling C. S. Lewis escreveu em Time and Tide que o livro criou um novo mundo de romance e "mito sem apontamento alegórico"[nota 12], com um poderoso senso de história.[27]
A romancista Naomi Mitchison elogiou o trabalho em The New Statesman and Nation, afirmando que "acima de tudo, é uma história magnificamente contada, com todo tipo de cor, movimento e grandeza."[nota 13].[28] O poeta escocês Edwin Muir escreveu no The Observer que "A Sociedade do Anel é um livro extraordinário"[nota 14],[29] mas que embora Tolkien "descreva um tremendo conflito entre o bem e o mal... suas pessoas boas são consistentemente boas, suas figuras más são sempre más"[nota 15].[29]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- As Duas Torres, segundo volume da trilogia.
- O Retorno do Rei, terceiro e último volume da trilogia.
Notas
[editar | editar código-fonte]- ↑ "A Primeira Jornada", em tradução livre.
- ↑ "O Anel Sai", em tradução livre.
- ↑ "A Jornada dos Nove Companheiros", em tradução livre.
- ↑ "O Anel vai para o Sul", em tradução livre.
- ↑ "Tolkien's invention is unflagging, and, on the primitive level of wanting to know what happens next, The Fellowship of the Ring is at least as good as The Thirty-Nine Steps.", no original
- ↑ "not Tolkien's forte", no original
- ↑ "Oo, aqueles Orques horríveis", em tradução livre
- ↑ "poetic truth", no original
- ↑ "unconscious archetypes", no original
- ↑ "echoes and emphasis", no original
- ↑ "amazing fertility in creating his world and almost succeeds in devising an elevated diction", no original
- ↑ "myth without allegorical pointing", no original
- ↑ "above all it is a story magnificently told, with every kind of colour and movement and greatness.", no original
- ↑ "The Fellowship of the Ring is an extraordinary book", no original
- ↑ "describes a tremendous conflict between good and evil ... his good people are consistently good, his evil figures immovably evil"", no original
Referências
- ↑ a b TOLKIEN, J. R. R. «Prologue». The Fellowship of the Ring. [S.l.: s.n.]
- ↑ Estante Virtual. https://www.estantevirtual.com.br/livro/o-senhor-dos-aneis-o-povo-do-anel-0SS-7710-000 Em falta ou vazio
|título=
(ajuda) - ↑ Anos Dourados. https://www.anosdourados.blog.br/2021/08/decada-de-70-estante-de-livros-colecao_01951168218.html Em falta ou vazio
|título=
(ajuda) - ↑ Tolkien Talk (2021). https://www.youtube.com/watch?v=1VC7cvdOjUo Em falta ou vazio
|título=
(ajuda) - ↑ Tolkien Talks (2021). «Livros de Tolkien da Europa América: Coleções Filmes e Séc. XX | TT 580»
- ↑ a b «Lord of the Rings is Actually 6 Books, Not 3 | Screen Rant»
- ↑ TOLKIEN, J. R. R. «A Long-expected Party». The Fellowship of the Ring. [S.l.]: HarperCollins
- ↑ TOLKIEN, J. R. R. «The Shadow of the Past». The Fellowship of the Ring. [S.l.]: HarperCollins
- ↑ TOLKIEN, J. R. R. «In the House of Tom Bombadil». The Fellowship of the Ring [A Sociedade do Anel]. [S.l.: s.n.]
- ↑ TOLKIEN. «At the Sign of the Prancing Pony». The Fellowship of the Ring. [S.l.: s.n.]
- ↑ TOLKIEN, J. R. R. «Strider». The Fellowship of the Ring. [S.l.]: HaperCollins
- ↑ TOLKIEN, J. R. R. «A Knife in the Dark». The Fellowship of the Ring. [S.l.: s.n.]
- ↑ TOLKIEN. «Flight to the Ford» [Fuga para o Vau]. The Fellowship of the Ring [A Sociedade do Anel]. [S.l.]: HarperCollins
- ↑ TOLKIEN, J. R. R. «The Council of Elrond». The Fellowship of the Ring. [S.l.: s.n.]
- ↑ a b TOLKIEN, J. R. R. «The Ring goes South». The Fellowship of the Ring. [S.l.: s.n.]
- ↑ TOLKIEN, J. R. R. «A Journey in the Dark». The Fellowship of the Ring. [S.l.: s.n.]
- ↑ a b TOLKIEN, J. R. R. «The Bridge of Khazad-dûm». The Fellowship of the Ring. [S.l.: s.n.]
- ↑ TOLKIEN, J. R. R. «Lothlórien». The Fellowship of the Ring. [S.l.: s.n.]
- ↑ TOLKIEN, J. R. R. «The Mirror of Galadriel». The Fellowship of the Ring. [S.l.: s.n.]
- ↑ TOLKIEN, J. R. R. «Farewell to Lórien». The Fellowship of the Ring. [S.l.: s.n.]
- ↑ a b TOLKIEN, J. R. R. «The Breaking of the Fellowship». The Fellowship of the Ring. [S.l.: s.n.]
- ↑ a b «The Hero Is a Hobbit»
- ↑ Wilson, Edmund (14 April 1956). "Oo, Those Awful Orcs!". The Nation.
- ↑ Blair, H. A. "Myth or Legend". Church Quarterly Review (156 (January–March 1955)): 121–122.
- ↑ de Camp, L. Sprague. "Book Reviews". Science Fiction Quarterly (3 (Aug. 1955)): 36–40.
- ↑ Derrick, Christopher. "Talking of Dragons". The Tablet (204 (11 Sept. 1954)): 250.
- ↑ Lewis, C. S. "The Gods Return to Earth". Time and Tide (35 (14 August 1954): 1082–1083.
- ↑ Mitchison, Naomi. "One Ring to Bind Them". The New Statesman and Nation (48 (18 Sept. 1954)): 331.
- ↑ a b Muir, Edwin (22 August 1954). "Review: The Fellowship of the Ring". The Observer.