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Casa de Quinzala

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Casa de Quinzala
Kinlaza Kanda
Casa de Quinzala
Brasão de Armas do Reino do Congo
Estado
Título
  • Rei do Congo
  • Rei do Loango
  • Rei de Cacongo
  • Soberano de Angoio
  • Soberano do Dongo
  • Soberano de Vungu
  • Duque de Sundi
  • Duque de Ambemba
  • Senhor do Ambundo
  • Senhor de Angola
  • Senhor de Aquisima
  • Senhor de Musuru
  • Senhor da Matamba
  • Senhor de Malilu
  • Senhor de Musuco
  • Senhor de Anzizo
  • Senhor da Conquista de Pango-Alumbo Luqueni
Origem
Fundador Álvaro VI
Fundação 1636
Casa originária Casa de Quincanga
Etnia Congos
Atual soberano
Último soberano Pedro V
Dissolução 1665
Linhagem secundária
Catolicismo

Quinzala (Kinzala)[1] ou Quinlaza (Kinlaza)[2] era uma das casas governantes do Reino do Congo durante o século XVII.[3] Foi uma das principais facções durante a Guerra Civil do Congo, juntamente com as Casas de Quimpanzo e Quincanga. São lembrados na tradição e são evocados em um provérbio, ainda corrente na década de 1920, Kinkanga, Kimpanzu ye Kinzala makukwa matatu malambila Kongo (Quincanga, Quimpanzo e Quinzala são as três pedras nas quais o Congo cozinhava).[4]

Em congo, a língua do Reino do Congo, o nome do canda é Nlaza. A forma de classe ki- / -i, que geralmente se refere à associação a uma categoria (e, portanto, inclui, por exemplo, nomes de aldeias) é Quinzala. Assim, a referência portuguesa à facção como a "Casa de Quinzala" pode ser entendida como a "Casa de Nlaza".[3]

As origens genealógicas exatas da linhagem Quinzala não são claras. No início do século XX, ter um “pai Nlaza” não indicava paternidade biológica, mas sim um membro do clã Quinzala. Por isso, as histórias relembram que Luqueni Luansanze era irmã de Pucuansucu (Mpuku a Nsuku). Essa mulher é provavelmente parente direta de Anna, filha de Afonso I, e é, portanto, a verdadeira progenitora dos Quinzalas que governariam Ambata, embora as fontes variem. O que se sabe ao certo é que descendem da linha de Afonso I e Álvaro III.[5]

Sua origem reside na divisão da família real congolesa em três ramos separados, pelo menos já na década de 1620. A nobreza congolesa descende de ambas as linhas parentais. Da linha de Álvaro III veio a família Quimpanzo; de Pedro II vieram os Quincangas e, significativamente, da filha de Afonso I, Ana, veio o clã Quinlaza, que eram intimamente relacionados aos Quimpanzos, mas descendiam de um conjunto intermediário de parentes diferentes.[6]  

Referências

  1. Reginaldo, Lucilene (2015). «André do Couto Godinho: Homem preto, formado em Coimbra, missionário no Congo em fins do século XVIII». São Paulo. Revista de História (173): 164 
  2. Sapede, Thiago Clemêncio (2012). Muana Congo, Muana Nzambi Ampungu: poder e Catolicismo no Reino do Congo pós-restauração (1769-1795). São Paulo: Universidade de São Paulo. p. 66 
  3. a b «Kamalongo (Casamento tradicional) da etnia Bakongo em Luanda-Angola». webcache.googleusercontent.com. Consultado em 6 de abril de 2021 
  4. «Série: Produção Acadêmica Premiada» (PDF). webcache.googleusercontent.com. Consultado em 6 de abril de 2021 
  5. Thornton, John (2001). «The Origins and Early History of the Kingdom of Kongo, c. 1350-1550.». International Journal of African Historical Studies. 34: 32–89 
  6. Thornton, John (1979). The Kingdom of Kongo in the Era of the Civil Wars 1641-1718. Los Angeles: University of California. pp. 186–187