Bossa (álbum)
Bossa | |||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Álbum de estúdio de Zizi Possi | |||||||
Lançamento | 28 de setembro de 2001[1] | ||||||
Gênero(s) | MPB | ||||||
Idioma(s) | Português, inglês, espanhol | ||||||
Formato(s) | CD | ||||||
Gravadora(s) | Universal Music | ||||||
Direção | Zizi Possi | ||||||
Cronologia de Zizi Possi | |||||||
|
Bossa é o décimo sétimo disco da cantora e compositora brasileira Zizi Possi, lançado em 2001.[2] Inspirado no movimento da bossa nova dos anos 50 e 60, o disco apresenta uma capa que remete à estética da época, com referências ao calçadão de Copacabana e às fotos das moças que ilustravam os LPs daquele período.
Após o sucesso da turnê de seu álbum anterior, Puro Prazer (1999), que recebeu disco de ouro, Possi decidiu gravar um novo disco. A gravadora sugeriu um álbum com clássicos da bossa nova, mas ela optou por gravar canções pop de diversos artistas, como The Beatles, Cazuza e Gilberto Gil, com arranjos inspirados na bossa nova. Possi gravou as músicas em seu sítio, buscando opiniões de todos ao seu redor para encontrar a interpretação e sonoridade ideais.
Para promover o álbum, embarcou em uma turnê por diversas cidades brasileiras, acompanhada por uma banda. Um videoclipe para a música "Eu Só Sei Amar Assim" foi lançado como parte da promoção.
Em relação as resenhas, enquanto alguns críticos de música elogiaram a abordagem elegante e original de Zizi, outros criticaram a diversidade de temas e idiomas, considerando que prejudicou a coesão do álbum.
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Após a turnê promocional de seu álbum anterior, Puro Prazer, de 1999, que conseguiu um disco de ouro,[3] a cantora achou que seria o momento ideal para mais um disco.[4] A gravadora sugeriu que ela fizesse um álbum com clássicos da bossa nova,[5] no entanto, a artista rejeitou, em partes, a ideia, resolvendo gravar canções pop de artistas diversos, tais como: The Beatles, Cazuza, Gilberto Gil, Herbert Vianna, entre outros, com arranjos do gênero supracitado.[4]
Produção e gravação
[editar | editar código-fonte]Junto ao violinista Camilo Carrara e o pianista Jether Garotti Jr., retirou-se para seu sítio onde gravou várias fitas cassetes com as canções.[4] Após terminadas, perguntava a opinião de todos que a cercavam, incluindo cozinheira e faxineira, a fim de encontrar o tom exato para interpretação e sonoridade.[4] Em entrevista, disse: "Quis cantar músicas nas quais detecto células da bossa nova, como canções de Sting e Sade, ou "Yesterday", de Lennon e McCartney".[5]
O álbum adota o nome e algo da retórica do movimento carioca, bossa nova, da virada dos anos de 1950 para os de 1960.[6]
A capa remete às fotos das moças anônimas que nos anos de 1960 ilustravam LPs e compactos,[7] bem como ao calçadão de Copacabana.[5]
Lançamento e divulgação
[editar | editar código-fonte]Para promoção, embarcou em uma turnê que percorreu várias cidades brasileiras, em 2002, a pré-estreia ocorreu no Teatro da Caixa, em Brasília.[8] Acompanhando-a estavam Jether Garotti Junior (piano), Edmilson Capelupe (violão), Keko Brandão (teclado), Pedro Baldanza (baixo), Edu Sjaimbum (bateria) e Ari Colares (percussão).[5]
Um videoclipe promocional para a canção "Eu Só Sei Amar Assim", foi lançado.[9]
Recepção crítica
[editar | editar código-fonte]Críticas profissionais | |
---|---|
Avaliações da crítica | |
Fonte | Avaliação |
IstoÉ | Favorável[7] |
Folha de S.Paulo | Mista[6] |
Cliquemusic | [10] |
As resenhas da crítica especializada foram mistas.
Apoenan Rodrigues, da revista , disse que a abordagem que a cantora utilizou difere-se das que tentam homenagear o gênero (que segundo ele são de um "jeito chato"), pois ela "toma emprestada a sutileza e a incensada batida de violão do papa João Gilberto – que permeia várias das canções – para criar algo novo, com elegância e sem nenhuma artificialidade".[7]
Pedro Alexandre Sanches, do jornal Folha de S.Paulo, escreveu que embora as versões de algumas das faixas sejam "elegantes", a diversidades de temas e idiomas que pareciam ter mais foco no comercial e, dessa forma, "agradar a vários tipos de freguês", prejudicou o resultado de maneira geral.[6] Ele deu ao álbum uma avaliação de "vale, mas não muito".[nota 1]
Marco Antonio Barbosa, do site Cliquemusic, avaliou com duas estrelas de cinco, descrevendo-o como "mediano como disco de bossa nova e meio frustrante como viagem criativa" e ainda firmou que "o novo CD é, mais do que tudo, ótimo em um gênero no qual a cantora é única: o ser Zizi Possi", pelo fato de "o que impera em Bossa é a diva, cantora de técnica impecável e eternamente no fio entre a dramaticidade do canto e a aspiração cool dos arranjos que a cercam", ao invés de uma homenagem ao estilo em si.[10]
Lista de faixas
[editar | editar código-fonte]Créditos adaptados do CD Bossa, de 2001.[11]
N.º | Título | Compositor(es) | Duração | |
---|---|---|---|---|
1. | "Preciso Dizer que Te Amo" | Cazuza, Bebel Gilberto | 4:17 | |
2. | "Yesterday" | John Lennon, Paul McCartney | 3:53 | |
3. | "Sabrás Que Te Quiero" | Teddy Fregoso | 3:22 | |
4. | "Qualquer Hora" | João Linhares | 5:42 | |
5. | "Capim" | Djavan | 4:28 | |
6. | "Caminhos Cruzados" | Tom Jobim, Newton Mendonça | 4:55 | |
7. | "Yo Tengo un Pecado Nuevo" | Alberto Martinez, Marianito Moraes | 3:42 | |
8. | "Eu Só Sei Amar Assim" | Herbert Vianna | 3:41 | |
9. | "Haja o Que Houver" | Pedro Ayres Magalhães | ||
10. | "So Many Stars" | Alan Bergman, Marilyn Bergman, Sergio Mendes | 4:15 | |
11. | "Preciso Aprender a Ser Só" | Gilberto Gil | 3:46 | |
12. | "Preciso Dizer Que Te Amo" | Cazuza, Bebel Gilberto | 5:09 |
Notas
- ↑ A seção de críticas do jornal Folha de S.Paulo da época, qualificava o álbum com três possíveis selos, a saber: o primeiro, de cor verde e um polegar para cima, indica "pode ir, nós garantimos"; o segundo, de cor amarela, indica "vale, mais não muito"; e o terceiro, a qualificação mais baixa, é de cor vermelha e traz um polegar para baixo, indica "se quiser arriscar...".[6]
Referências
- ↑ «Zizi Possi - Bossa». iTunes. Consultado em 17 de janeiro de 2015
- ↑ «Zizi Possi – CD Bossa». Instituto Memória Musical Brasileira. Consultado em 14 de dezembro de 2021
- ↑ «CERTIFICADOS - Pro-Música Brasil: Zizi Possi». Pro-Música Brasil. Consultado em 14 de dezembro de 2021. Cópia arquivada em 14 de dezembro de 2021
- ↑ a b c d Mendonça, Renato (25 de outubro de 2001). «Zizi Possi, da Itália a Ipanema». O Pioneiro: 64. Consultado em 16 de dezembro de 2021
- ↑ a b c d Lima, Irlam Rocha (26 de abril de 2002). «Bossa em várias línguas». Correio Braziliense: 10. Consultado em 16 de dezembro de 2021
- ↑ a b c d Sanches, Pedro Alexandre (27 de setembro de 2001). «Zizi Possi desliza entre a geleira e a perfeição no álbum "Bossa"». Folha de S.Paulo. UOL HOST. Consultado em 17 de janeiro de 2015. Cópia arquivada em 22 de janeiro de 2015
- ↑ a b c Rodrigues, Apoenan (10 de janeiro de 2001). «Toque pessoal». IstoÉ. Consultado em 16 de dezembro de 2021. Arquivado do original em 4 de janeiro de 2010
- ↑ «Bossa de Zizi». Correio Braziliense: 8. 21 de abril de 2002. Consultado em 16 de dezembro de 2021
- ↑ Zizi Possi (2001). Eu Só Sei Amar Assim. Brasil: Universal Music. Consultado em 16 de dezembro de 2021
- ↑ a b Barbosa, Marco Antonio. «Cliquemusic: Disco: Bossa». Cliquemusic. Universo Online. Consultado em 16 de dezembro de 2021. Arquivado do original em 4 de janeiro de 2010
- ↑ (2001) Créditos do álbum Bossa por Zizi Possi [CD]. Brasil: Universal Music (73145488602).