Bernardo II, Duque de Saxe-Jena
Bernardo II | |
---|---|
Duque de Saxe-Jena | |
Duque de Saxe-Jena | |
Reinado | 1672–1678 |
Antecessor(a) | Guilherme, Duque de Saxe-Weimar |
Sucessor(a) | João Guilherme, Duque de Saxe-Jena |
Nascimento | 14 de outubro de 1638 |
Weimar, Ducado de Saxe-Weimar, Sacro Império Romano-Germânico | |
Morte | 3 de maio de 1678 (39 anos) |
Jena, Ducado de Saxe-Jena, Sacro Império Romano-Germânico | |
Esposa | Marie Charlotte de la Trémoille |
Descendência | Guilherme de Saxe-Jena Bernardo de Saxe-Jena Carlota Maria de Saxe-Jena João Guilherme, Duque de Saxe-Jena |
Casa | Wettin |
Pai | Guilherme, Duque de Saxe-Weimar |
Mãe | Leonor Doroteia de Anhalt-Dessau |
Bernardo II, Duque de Saxe-Jena (Weimar, 14 de Outubro de 1638 – Jena, 3 de Maio de 1678), foi um duque de Saxe-Jena.
Foi o quarto filho de Guilherme, Duque de Saxe-Weimar e da princesa Leonor Doroteia de Anhalt-Dessau a chegar à idade adulta.
Casamento e descendência
[editar | editar código-fonte]Bernardo estudou na Universidade de Jena entre Fevereiro de 1654 e Novembro de 1657. Depois, envolveu-se em assuntos políticos quando o seu pai o enviou a Paris para fortalecer as relações da linha ernestina com o rei Luís XIV, de preferência com um casamento. No entanto, o rei de França obrigou-o a esperar dezoito meses por uma audiência com ele. A sua estadia em França acabaria por levar ao seu casamento com Marie Charlotte de la Trémoille, filha de Henri de La Trémoille e de Marie de La Tour d'Auvergne. A família dela residia na corte francesa, na qual ocupavam a posição de princes étrangers.[1]
O casamento realizou-se em Paris a 10 de Junho de 1662. Pouco depois, o casal mudou-se para Jena, onde nasceram os seus cinco filhos:
- Guilherme de Saxe-Jena (24 de Julho de 1664 - 21 de Junho de 1666), morreu aos dois anos de idade.
- Filha nadomorta (7 de Abril de 1666).
- Bernardo de Saxe-Jena (9 de Novembro de 1667 - 26 de Abril de 1668), morreu aos cinco meses de idade.
- Carlota Maria de Saxe-Jena (20 de Dezembro de 1669 - 6 de Janeiro de 1703), casada com Guilherme Ernesto, Duque de Saxe-Weimar; divorciaram-se em 1690 sem descendência.
- João Guilherme, Duque de Saxe-Jena (28 de Março de 1675 - 4 de Novembro de 1690), morreu aos quinze anos de idade; sem descendência.
Em 1662, Bernardo e os seus irmãos dividiram a herança paterna entre si e ele ficou com Jena.
Bigamia
[editar | editar código-fonte]O casamento entre Bernardo e Marie Charlotte foi completamente infeliz e os dois nunca se conseguiram entender. Entretanto, Bernardo apaixonou-se por uma dama-da-corte chamada Maria Isabel de Kospoth. Prometeu divorciar-se da sua esposa e casar-se com ela, caso ela cedesse aos seus avanços, o que acabou por acontecer. Juntos, tiveram uma filha:
- Emilie Eleonore de Kospoth (20 de Setembro de 1672 - 3 de Maio de 1709); casada com Otto Wilhelm of Tümpling.
Entretanto, os esforços de Bernardo para anular o seu casamento não tiveram sucesso, uma vez que nenhum teólogo ou jurista conseguiu encontrar bases sólidas para justificar o divórcio; aparentemente, mais tarde, Bernardo acabaria por se reconciliar com Marie Charlotte.
Apesar disso, a 20 de Outubro de 1672, prometeu à sua amante por escrito que nunca se esqueceria dela e que iria cuidar dela e protegê-la como se ela fosse sua esposa legitima. Para fechar o acordo, deu-lhe o título de "Senhora de Alstädt" e uma renda anual de 1000 tálares. Depois, em 1674, os dois casaram-se perante um antigo padre jesuíta chamado Andreas Wigand, que se tinha convertido ao luteranismo em 1671. Assim, Bernardo tornou-se num dos poucos príncipes de sempre a cometer bigamia. O contrato declarava que os filhos nascidos da união seriam legítimos e nobres e que, logo que possível, irião receber uma posição e título superiores. A segunda esposa de Bernardo recebeu um rendimento de 20.000 táleres e o Schloss Dornburg como residência. Foi também obrigada a manter o casamento em segredo até à morte do duque ou da sua primeira esposa; caso o revelasse, o duque deixaria de estar sujeito ao contrato.
A 8 de Novembro de 1676, o sacro-imperador atribuiu o título de condessa imperial (Reichgräfin) a Maria Isabel e à sua filha, declarando que quaisquer outro filho do casal iria receber o título de Conde ou condessa de Altstädt (Gräfin von Altstädt) e a forma de tratamento "hoch- und wohlgebohrne".
Morte e posterioridade
[editar | editar código-fonte]Quando Bernardo morreu, foi sucedido pelo seu único filho sobrevivente, João Guilherme, que tinha nascido durante o período de reconciliação dos pais em 1675.
Maria Isabel teve alguma dificuldade em receber rendimento de viúva. Viveu mais trinta-e-oito anos do que o "marido".[2]
Genealogia
[editar | editar código-fonte]Bernardo II, Duque de Saxe-Jena | Pai: Guilherme, Duque de Saxe-Weimar |
Avô paterno: João II, Duque de Saxe-Weimar |
Bisavô paterno: João Guilherme, Duque de Saxe-Weimar |
Bisavó paterna: Doroteia Susana do Palatinado-Simmern | |||
Avó paterna: Doroteia Maria de Anhalt |
Bisavô paterno: João Jorge I, Príncipe de Anhalt-Dessau | ||
Bisavó paterna: Leonor de Württemberg | |||
Mãe: Leonor Doroteia de Anhalt-Dessau |
Avô materno: João Jorge I, Príncipe de Anhalt-Dessau |
Bisavô materno: Joaquim Ernesto, Príncipe de Anhalt | |
Bisavó materna: Inês de Barby-Mühlingen | |||
Avó materna: Doroteia do Palatinado-Simmern |
Bisavô materno: João Casimiro, Conde do Palatinato-Simmern | ||
Bisavó materna: Isabel da Saxónia |
Referências
- ↑ Spanheim, Ézéchiel (1973). Émile Bourgeois, ed. Relation de la Cour de France. Col: le Temps retrouvé (em francês). Paris: Mercure de France. pp. 121, 344–345
- ↑ «Morganatic and Unequal Marriages in German Law». heraldica.org