Bensafrim
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Freguesia portuguesa extinta | ||||
Vista geral de Bensafrim | ||||
Localização | ||||
Localização no Município de Lagos | ||||
Localização de Bensafrim em Portugal Continental | ||||
Mapa de Bensafrim | ||||
Coordenadas | 37° 09′ 28″ N, 8° 44′ 04″ O | |||
Município primitivo | Lagos | |||
Município (s) atual (is) | Lagos | |||
Freguesia (s) atual (is) | Bensafrim e Barão de São João | |||
História | ||||
Extinção | 2013 | |||
Características geográficas | ||||
Área total [1] | 78,35 km² | |||
População total (2011) [2] | 1 530 hab. | |||
Densidade | 19,5 hab./km² | |||
Outras informações | ||||
Orago | São Bartolomeu |
Bensafrim é uma vila portuguesa que foi sede da extinta Freguesia de Bensafrim do Município de Lagos, freguesia que tinha 78,35 km² de área e 1 530 habitantes (2011), donde uma densidade populacional de 19,5 h/km², o que lhe permitia ser classificada como uma Área de Baixa Densidade (portaria 1467-A/2001).[3]
A Freguesia de Bensafrim foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, para, em conjunto com a também extinta Freguesia de Barão de São João, formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Bensafrim e Barão de São João da qual é a sede.[4] Esta medida foi contestada pelas populações e pelos órgãos administrativos locais, tendo a Câmara Municipal de Lagos iniciado em 2021 um processo para a desagregação de ambas as freguesias.[5][5]
Antes, em 12 de Junho de 2009, a povoação de Bensafrim foi elevada à categoria de vila.[6][7]
O orago de Bensafrim é São Bartolomeu, sendo a sua festa realizada em Agosto.[5]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Segundo Adalberto Alves, no seu Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa, a origem do topónimo Bensafrim é a expressão árabe ben saḥârîn, «filho dos magos».[fonte confiável?]
Descrição e história
[editar | editar código-fonte]O território da Freguesia de Bensafrim foi habitado desde a pré-história por diversos povos,[5] tendo a ocupação durante este período sido testemunhada por vários menires,[8] dos quais destaca-se o Menir da Cabeça do Rochedo, do neolítico,[9] e em cujas imediações foram encontrados os vestígios de um povoado da Idade do Bronze.[10] Um dos principais monumentos arqueológicos no concelho situa-se também na área de Bensafrim, e consiste na Necrópole da Fonte Velha utilizada durante a Idade do Ferro e o período romano.[8][11] Regista-se também a presença de vários vestígios da época islâmica, como silos abertos na rocha, tendo a sua influência ficado patente em vários poços e noras.[8] De acordo com alguns autores, o próprio nome de Bensafrim poderá ser de origem islâmica.[8]
Os documentos mais antigos da paróquia são de 1587,[5] possuindo então uma economia baseada nos produtos típicos, como o figo, amêndoa, mel, cera, gado e carvão.[8] Na área de Bensafrim também chegaram a existir alguns centros para a produção de cerâmica.[8] Em 1758 foram registados 339 habitantes.[5] A forte presença da agricultura como base económica manteve-se até ao século XX, devido ao atraso da freguesia em relação a outros pontos no concelho de Lagos.[8] A estrutura social estava fortemente ligada à religião, com a igreja paroquial e o correspondente pároco como pilares da comunidade.[8]
Em meados da década de 1970, foi construído o Bairro SAAL de Bensafrim, num dos programas de apoio à habitação lançados após a Revolução de 25 de Abril de 1974.[12]
Uma das pessoas de maior relevo na história de Bensafrim foi António José Nunes da Glória (1842 - 1919), que foi o padre da freguesia de 1882 a 1916, prior e presidente da Junta da Paróquia, tendo sido um dos principais impulsionadores para a construção da igreja.[13] Também estudou a Necrópole romana de Fonte Velha.[14] Outras figuras destacadas incluem Manuel Correia Abreu, que foi ali professor entre 1941 e 1942,[15] e Júlio Tropa Mendes, que foi padre na freguesia entre 1964 e 1969.[16]
Património
[editar | editar código-fonte]População
[editar | editar código-fonte]População da freguesia de Bensafrim [18] | ||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
1 469 | 1 942 | 2 103 | 2 241 | 2 417 | 2 463 | 2 688 | 1 912 | 1 947 | 1 820 | 1 516 | 1 555 | 1 417 | 1 533 | 1 530 |
Pelo decreto lei nº 22.483, de 02/05/1933, foi desanexada desta freguesia a povoação de Barão de S. João para constituir a freguesia do mesmo nome
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Ferro, Silvestre Marchão (2007). Vultos na Toponímia de Lagos 2.ª ed. Lagos: Câmara Municipal de Lagos. 358 páginas. ISBN 972-8773-00-5
- Marreiros, Glória (2015). Algarvios pelo coração, algarvios por nascimento. Lisboa: Edições Colibri. 432 páginas. ISBN 978-989-689-519-8
Referências
- ↑ Instituto Geográfico Português. «Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2012.1». descarrega ficheiro zip/Excel
- ↑ «População residente, segundo a dimensão dos lugares, população isolada, embarcada, corpo diplomático e sexo, por idade (ano a ano)». Informação no separador "Q601_Centro". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 28 de Fevereiro de 2014. Cópia arquivada em 4 de Dezembro de 2013
- ↑ Teixeira, Ângelo José Lopes (2006). Tipologia sócio-económica das freguesias da Região do Algarve, 1991 - 2001, Dissertação de mest., Economia Regional e Desenvolvimento Local,Faculdade de Economia, Univ. do Algarve
- ↑ «Lei n.º 11-A/2013 (Reorganização administrativa do território das freguesias)» (PDF). Diário da República 1.ª Série, n.º 19, de 28 de janeiro. Consultado em 2 de fevereiro de 2013
- ↑ a b c d e f «População e autarcas defendem desagregação de freguesias». Revista Municipal de Lagos. Lagos: Câmara Municipal de Lagos. Abril de 2023. p. 5-7. Consultado em 7 de Abril de 2023
- ↑ «Lei n.º 44/2009» (PDF). Diário da República. Consultado em 9 de Abril de 2014
- ↑ «Lei n.º 44/2009, de 3 de agosto». diariodarepublica.pt. Consultado em 17 de dezembro de 2023
- ↑ a b c d e f g h «Bensafrim». História. União de Freguesias de Bensafrim e Barão de São João. Consultado em 13 de Abril de 2023
- ↑ COSTEIRA, C. (29 de Maio de 2018). «Menir da Cabeça do Rochedo». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 7 de Abril de 2023
- ↑ «Povoado do Cabeço do Rochedo». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 7 de Abril de 2023
- ↑ «Fonte Velha». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 7 de Abril de 2023
- ↑ FIGUEIREDO, Rute; COSTA, Anouk (2014) [2010]. «Bairro Zona Verde / Bairro SAAL de Bensafrim». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção Geral do Património Cultural. Consultado em 7 de Abril de 2023
- ↑ «Monumento ao Padre Glória». Câmara Municipal de Lagos. Consultado em 7 de Abril de 2023
- ↑ ROCHA, António dos Santos (1895). «Notícia de algumas estações romanas e arabes do Algarve: 3. Antiguidades do concelho de Lagos» (PDF). O Archeologo Português. Lisboa: Museu Ethnologico Português. p. 207-212. Consultado em 7 de Abril de 2023 – via Direcção-Geral do Património Cultural
- ↑ FERRO, 2007:26-27
- ↑ MARREIROS, 2015:263-264
- ↑ «Menir da Cabeça do Rochedo». IGESPAR. Consultado em 9 de Abril de 2014
- ↑ «Recenseamentos Gerais da População». Instituto Nacional de Estatística