Benedito Lacerda
Benedicto Lacerda | |
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Informações gerais | |
Nascimento | 14 de março de 1903 |
Local de nascimento | Macaé |
Morte | 16 de fevereiro de 1958 (54 anos) |
Local de morte | Rio de Janeiro |
Nacionalidade | brasileiro |
Gênero(s) | MPB |
Ocupação | Compositor, flautista, maestro |
Instrumento(s) | Flauta, saxofone |
Período em atividade | 1928-1958 |
Gravadora(s) | Brunswick Odeon Columbia Continental RCA Victor |
Afiliação(ões) | Gente do Morro Regional de Benedicto Lacerda Boêmios da Cidade |
Benedicto Lacerda (Macaé, 14 de março de 1903 — Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 1958) foi um compositor, flautista e maestro brasileiro.[1][2]
Nasceu em Macaé do estado do Rio de Janeiro, e desde pequeno frequentou a Sociedade Musical Nova Aurora.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Filho da lavadeira Dona Lousada, Benedicto sempre foi muito ágil em suas questões. Criança ainda, vai com a mãe morar na cidade do Rio de Janeiro, mais precisamente no Estácio. Benedito cresceu num ambiente de muitos "chorões" e sambistas. Cresceu ao lado de Bide, Noel Rosa, Ismael. Mais tarde, Benedito, já em idade de servir, se alista e passa a pertencer à banda da corporação tocando bumbo, uma vez que não conhecia música na pauta. Nessa época, estuda música e logo passa a tocar flauta na banda. Em pouco tempo no posto de flautista da corporação, passa numa prova em primeiro lugar para flautista de primeira classe, ao tocar toda a parte de flauta da ópera ´´O Guarany, de Carlos Gomes.
Benedito ficou cinco anos na carreira militar, e, em 1927 pediu baixa e mergulhou na música popular. Em 1928, foi tocar com o grupo regional Boêmios da Cidade, acompanhando Josephine Baker, tocando em cinemas, orquestras de teatros, dancings e cabarés. Atuou também como saxofonista em algumas orquestras de jazz.
Ao findar os anos vinte e iniciar a década de 1930, Benedito Lacerda organizou um grupo com ritmos brasileiros, batizado de Gente do Morro, O grupo se caracterizava pelos efeitos de percussão e solos de flauta. O grupo durou pouco e fez uma viagem a Campos acompanhando Noel Rosa.[2]
Como o Gente do Morro não vingou, Benedito chamou Horondino do violão (Dino Sete Cordas), que era do grupo, e Canhoto do Cavaco, e os três começaram a arregimentar músicos para trabalhar com eles. Era o embrião do Conjunto Regional Benedito Lacerda. Com seu regional, acompanhou nomes como Carmen Miranda, Luiz Barbosa, Mário Reis, Francisco Alves, Sílvio Caldas,[2] além de atuar com êxito como compositor.[3]
Na década de 1940, tocou nos cassinos que agregavam a música nacional e perpetuou uma série de gravações antológicas em parceria de flauta e saxofone com Pixinguinha, privilegiando o repertório de choro. Por conta do trabalho que a dupla empreendeu em cerca de 40 gravações, mais as edições de músicas e lançamentos de álbuns de partituras, Benedito fez com que a hipoteca da casa de Pixinguinha fosse paga e salvou o mestre de ser despejado. Em sinal de gratidão e por motivos de contrato, Pixinguinha transformou Bené em parceiro de pérolas como "Sofres porque queres", "Naquele tempo" e "Um a zero" (esta feita muito antes por ocasião do gol de Friedenreich no Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1919). Mas o que importa é destacar os arranjos e contrapontos executados pela dupla, que revolucionaram a instrumentação brasileira e influenciam até hoje os novos talentos musicais.
Foi compositor de carnaval premiado e pela atuação como fundador da União Brasileira de Compositores e dirigente da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música. Morreu no Rio de Janeiro, vítima de câncer de pulmão, antes de completar 55 anos.
Principais sucessos
[editar | editar código-fonte]- A jardineira, com Humberto Porto - Orlando Silva (1939)
- A Lapa, com Herivelto Martins - Francisco Alves (1949)
- Acerta o passo, com Pixinguinha (1949)
- Acorda, escola de samba!, com Herivelto Martins - Sílvio Caldas (1937)
- Acho-te uma graça, com Carvalhinho e Haroldo Lobo - César de Alencar & Heleninha Costa (1952)
- Ainda me recordo, com Pixinguinha (1947)
- Aliança partida, com Roberto Martins - Orlando Silva (1937)
- Amigo infiel, com Aldo Cabral - Orlando Silva (1938)
- Amigo leal, com Aldo Cabral - Orlando Silva (1937)
- Boneca, com Aldo Cabral - Sílvio Caldas (1935)
- Brasil, com Aldo Cabral - Francisco Alves & Dalva de Oliveira (1939)
- Carnaval da minha vida, com Aldo Cabral - Francisco Alves (1942)
- Cheguei, com Pixinguinha (1946)
- Chorei, com Pixinguinha (1942)
- Coitado do Edgar!, com Haroldo Lobo - Linda Batista (1945)
- Despedida de Mangueira, com Aldo Cabral - Francisco Alves (1939)
- Devagar e sempre, com Pixinguinha (1949)
- Dinorá, com José Ferreira Ramos (1935)
- Duvi-d-o-dó, com João Barcellos - Carmen Miranda (1936)
- E o vento levou, com Herivelto Martins - Bando da Lua (1940)
- Ele e eu, com Pixinguinha (1946)
- Espanhola, com Haroldo Lobo - Aracy de Almeida (1946)
- Espelho do destino, com Aldo Cabral - Orlando Silva (1939)
- Eva querida, com Luiz Vassalo - Mário Reis (1935)
- Falta um zero no meu ordenado, com Ary Barroso - Francisco Alves (1948)
- Fica doido varrido, com Eratóstenes Frazão - Sílvio Caldas (1945)
- Ingênuo, com Pixinguinha (1946)
- Lero-lero, com Eratóstenes Frazão - Orlando Silva (1941)
- Naquele tempo, com Pixinguinha (1946)
- Normalista, com David Nasser - Nelson Gonçalves (1949)
- Número um, com Mário Lago - Orlando Silva (1939)
- O gato e o canário, com Pixinguinha (1949)
- Os oito batutas, com Pixinguinha (1947)
- Pedro, Antônio e João, com Oswaldo Santiago - Dalva de Oliveira (1940)
- Pombo-correio, com Darcy de Oliveira - Gilberto Alves(1942)
- Proezas de Solon, com Pixinguinha (1946)
- Professora, com Jorge Faraj - Sílvio Caldas (1938)
- Querido Adão, com Oswaldo Santiago - Carmen Miranda (1936)
- Sabiá de Mangueira, com Eratóstenes Frazão - Nelson Gonçalves (1944)
- Segura ele, com Pixinguinha (1946)
- Seresteiro, com Pixinguinha (1946)
- Seu Lourenço no vinho, com Pixinguinha (1948)
- Sofres porque queres, com Pixinguinha (1946)
- Soluços, com Pixinguinha (1949)
- Um a zero, com Pixinguinha (1946)
- Um caboclo abandonado (Rolinha triste), com Herivelto Martins - Sílvio Caldas (1936)
- Urubatã, com Pixinguinha (1946)
- Verão no Havaí, com Haroldo Lobo - Francisco Alves (1944)
- Voltei pro morro, com Darcy de Oliveira - Ademilde Fonseca (1942)
- Vou vivendo, com Pixinguinha (1946)
Referências
- ↑ «Biografia no Cravo Albin». dicionariompb.com.br. Consultado em 22 de março de 2014
- ↑ a b c Biografia Site Letras - acessado em 12 de maio de 2017
- ↑ Resumo Biográfico Site Collectors - acessado em 12 de maio de 2017