BR-163
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BR-163 | ||||||
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Identificador | BR-163 | |||||
Tipo | Rodovia Longitudinal | |||||
Inauguração | 20 de outubro de 1976 | |||||
Extensão | 3269,3 km (2031,448 mi) | |||||
Extremos • Norte: • Sul: |
PA-254, Oriximiná, Pará BR-472, Tenente Portela, Rio Grande do Sul | |||||
Trecho da | BR-163 | |||||
Interseções | BR-230, BR-364, BR-070, BR-262, BR-060, BR-267, BR-463, BR-272, BR-369, BR-277, BR-280, BR-282, BR-472 | |||||
Concessionária | Via Brasil BR-163 (trecho paraense)
Via Brasil BR-163 (trecho mato-grossense) Nova Rota do Oeste (trecho mato-grossense) CCR MSVia (trecho sul mato-grossense) | |||||
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Rodovias do Brasil |
A BR-163 é uma rodovia longitudinal do Brasil. Possui 3269,3 km em sua extensão total[1]; seu trecho principal liga as cidades de Tenente Portela, no Rio Grande do Sul, a Santarém, no Pará[2], existindo ainda um trecho complementar localizado entre as cidades de Oriximiná e Óbidos, ambas também no Pará. É uma das principais rodovias do interior do Brasil juntamente com a BR-158 e BR-364.
É uma rodovia que integra o Sul ao Centro-Oeste e Norte do Brasil. Tem fundamental importância para o escoamento da produção da parte paraense da Região Norte e norte da Região Centro-Oeste do Brasil.[2] Em 20 de março de 2014, dois trechos da rodovia foram entregues a iniciativa privada por meio de concessões de 30 anos, como parte da terceira etapa do Programa de Investimentos em Logística do Governo Federal, lançado em 2012. São eles o trecho que atravessa o estado de Mato Grosso e o trecho que atravessa o estado de Mato Grosso do Sul. Desde 2009 a BR-163 conta com o policiamento de mais 340 agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a qual já conta com bases espalhadas pela rodovia, além das que estão em fase de construção para receber os novos policiais. Estima-se que até 80% da estrada está repavimentada.[3]
História
[editar | editar código-fonte]Em 16 de junho de 1970, foi assinado pelo governo militar do presidente Emílio Médici, a criação do Programa de Integração Nacional, com o objetivo de interligar as regiões Norte e Nordeste do Brasil através da infraestrutura rodoviária, econômica e social.[4][5] As obras da rodovia iniciaram em 1971, com equipes de militares e civis contratados pelo 9º BEC sob o comando do Coronel José Meirelles e que seguiriam rumo ao Pará, e 8º Batalhão de Engenharia de Construção (8º BEC), instalado em Santarém, partiu na abertura da rodovia rumo a Mato Grosso. As duas equipes se encontrariam na Serra do Cachimbo, divisa dos dois estados, porém os militares mato-grossenses tiveram mais facilidade no trabalho, e avançaram um pouco mais do esperado.[6]
Foi necessário a mobilização de 1.500 homens, entre civis e militares, na abertura do traçado da estrada em meio a Floresta Amazônica, onde os principais desafios era o isolamento, onde os suprimentos chegavam apenas de avião, ataque de onças e a malária, que acabou dizimando 32 homens durante a construção, entre 1971 e 1975.[7] A BR-163 foi inaugurada em 20 de outubro de 1976, com a presença do presidente Ernesto Geisel, após o 9° e 8° BEC terem se encontrado no quilômetro 877, próxima a Cachoeira do Rio Curuá, no estado do Pará. Segundo o jornal O Estado do Mato Grosso, a obra custou 600 milhões de cruzeiros.[6] Em 3 de maio de 1983, foi inaugurado o asfaltamento da BR-163 até Guarantã do Norte, pelo presidente João Figueiredo.[6]
Por mais de 40 anos, grande parte da rodovia não era pavimentada no estado do Pará, sendo a maior parte do asfalto existente apenas da área urbana de Santarém até a cidade de Rurópolis. Por conta disso, os trechos de chão batido viravam grandes atoleiros em épocas de chuva, prejudicando o escoamento das safras agrícolas oriundas da região. Em setembro de 2016, o governo de Michel Temer assinou um convênio com o Exército Brasileiro para a finalização do asfaltamento, e os trabalhos iniciaram em agosto de 2017.[7][8] Em novembro de 2019, foram concluídas as obras de pavimentação, sendo oficialmente inaugurada em 14 de fevereiro de 2020, pelo presidente Jair Bolsonaro e os governadores de Mato Grosso e Pará, Mauro Mendes e Helder Barbalho.[9][10][11]
Trajeto
[editar | editar código-fonte]Liga os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Pará. De Tenente Portela-RS até Cascavel-PR possui pista simples, com largura de 6,6m e acostamento reduzido. Esse trecho está em fase de alargamento. A partir de Cascavel em direção norte, a rodovia dá acesso também para Ponta Porã, Porto Murtinho (acessos para o Paraguai) e Corumbá (acesso para a Bolívia). A Cuiabá-Santarém (com 1780 km total) liga a capital de Mato Grosso, Cuiabá, a Santarém, no Pará. Essa rodovia compreende os seguintes trechos:
No Pará
[editar | editar código-fonte]No estado do Pará a rodovia atravessa uma das regiões mais ricas do país em recursos naturais e potencial econômico, sendo marcada pela presença de importantes biomas brasileiros, como a Floresta Amazônica, o Cerrado e as áreas de transição entre eles, além de bacias hidrográficas importantes, como a do Amazonas, do Xingu e Teles Pires-Tapajós; no lado norte do Rio Amazonas, também existe um trecho de 103 km entre Oriximiná e Óbidos.
No antigo Plano Nacional de Rodovias estava previsto que a rodovia deveria ter mais um trecho ligando Oriximiná até a localidade de Tiriós, próximo a fronteira com o Suriname, passando pelo distrito oriximinaense de Cachoeira Porteira e com uma interseção com a também planejada Rodovia Perimetral Norte. Alguns trechos chegaram a ser abertos, mas jamais foram concluídos e até hoje estão sem manutenção alguma.[12]
O trecho do Pará liga a grande produção agropecuária brasileira oriunda do Centro-Oeste com os portos do Pará, possuindo uma gigantesca importância econômica para o Brasil. O trecho foi asfaltado somente em 2019, após décadas de resistência por parte de ambientalistas. Segundo estudos de EIA-RIMA do Governo Federal, o asfaltamento deste trecho pouco aumentará a degradação ambiental que já existia nas décadas nas quais a estrada era de terra, e ainda possibilitará melhor fiscalização da área. A melhoria econômica, com a maior facilidade de exportação de grãos, carne, entre outros produtos, será muito grande. [13]
- Início da rodovia próximo a Oriximiná - até o km 30 (43 km contíguos com a PA-254)
- Óbidos (fim do trecho do lado norte do Rio Amazonas)
- Santarém (início do trecho principal)
- Belterra
- Rurópolis
- Itaituba (Distrito de Moraes de Almeida)
- Novo Progresso
- Altamira (Distrito de Castelo dos Sonhos)
Em Mato Grosso
[editar | editar código-fonte]- Ver artigo Rodovias de Mato Grosso e Nova Rota do Oeste
Em 20 de março de 2014, a Concessionária Nova Rota do Oeste, empresa então Odebrecht TransPort (atual Novonor), assumiu a concessão da BR-163 no trecho Mato Grosso[14] em 2023 o Governo do Estado de Mato Grosso, assumiu a concessão. Ao longo dos 30 anos de concessão, é de responsabilidade da Rota do Oeste a duplicação dos 453,6 km de pistas simples – os outros 400 km são de responsabilidade do DNIT - devendo ser construídos novos trevos, pontes, viadutos e entroncamentos [15]. A rodovia é a principal rota de escoamento da safra de grãos do Estado, que é o principal produtor nacional.
Em março de 2016 foi entregue a duplicação de 117 km entre Rondonópolis e a divisa com o estado de Mato Grosso do Sul. [16]
Entre as cidades de Cuiabá e Rondonópolis, um trecho de 168 km foi duplicado pelo Governo Federal, entre 2014 e 2021. No final de 2018, foi inaugurada a duplicação no trecho entre as cidades de Cuiabá e Jaciara, de cerca de 100 quilômetros. [17] Em março de 2019, já havia 151 km duplicados. [18] Em agosto de 2021, a duplicação entre Cuiabá e Rondonópolis foi completamente concluída.[19]
- Guarantã do Norte
- Acesso a Novo Mundo e Alta Floresta pela MT-419
- Matupá
- Peixoto de Azevedo
- Terra Nova do Norte
- Acesso a Nova Guarita e Alta Floresta pela MT-208
- Nova Santa Helena
- Acesso a Colíder e Alta Floresta pela MT-320
- Itaúba
- Acesso a Porto dos Gaúchos pela MT-220
- Sinop
- Acesso a Santa Carmem pela MT-422
- Acesso a Vera pela MT-225
- Sorriso
- Acesso a Nova Ubiratã pela MT-242
- Lucas do Rio Verde
- Nova Mutum
- Acesso a Santa Rita do Trivelato pela MT-235
- Acesso a Diamantino pela MT-010
- Nobres
- Rosário Oeste
- Acesso a Barra do Bugres pela MT-246
- Jangada
- Acesso a Acorizal
- Várzea Grande
- Acesso a Cáceres, Nossa Senhora do Livramento e Poconé pela BR-070
- Cuiabá
- Intersecção com a BR-364 e BR-070
- Acesso a Chapada dos Guimarães
- Jaciara
- Acesso a Dom Aquino e Campo Verde
- São Pedro da Cipa
- Juscimeira
- Rondonópolis
Mato Grosso do Sul
[editar | editar código-fonte]- Ver artigo Rodovias de Mato Grosso do Sul e CCR MSVia
Em 2014, a rodovia foi privatizada no trecho Mato Grosso do Sul, sendo que o Grupo CCR venceu o leilão de concessão e iria operar todo trecho através da CCR MSVia[20] por 30 anos, com obrigação de duplicar 847 km da rodovia. Em 2015, já havia começado as obras.[21] Mas em 2020, a CCRMSVia simplesmente propôs à ANTT não realizar nenhuma duplicação, mas continuar cobrando pedágio normalmente, no mesmo preço. A empresa duplicou apenas pequenos trechos intermitentes ao longo do Estado, cerca de 120 dos 847 km.[22] A rodovia tem papel fundamental no comércio, no turismo e principalmente na logística de transporte da agroindústria, pois é o principal corredor de exportação do estado de Mato Grosso do Sul para atingir os portos dos estados do Paraná e Santa Catarina. A rodovia dá acesso também para Ponta Porã, Porto Murtinho (acessos para o Paraguai) e Corumbá (acesso para a Bolívia).
- Sonora
- Acesso a Pedro Gomes pela MS-215 e MS-418
- Coxim
- Rio Verde
- Acesso a Aquidauana pela MS-427
- São Gabriel do Oeste
- Bandeirantes
- Jaraguari
- Campo Grande
- Interceção com a BR-262 e BR-060
- Acesso a Três Lagoas, Aquidauana e Corumbá pela BR-262
- Acesso a Sidrolândia pela BR-060
- Nova Alvorada do Sul
- Rio Brilhante
- Dourados
- Intersecção com a BR-463
- Acesso a Fátima do Sul pela MS-376
- Acesso a Itaporã pela MS-156
- Acesso a Bela Vista pela MS-270
- Acesso a Ponta Porã pela BR-463
- Acesso a Laguna Carapã pela MS-379
- Caarapó
- Juti
- Naviraí
- Acesso a Ivinhema e Nova Andradina pela MS-141
- Acesso ao distrito de Porto Caiuá pela MS-489/Intersecção com a BR-487
- Itaquiraí
- Eldorado
- Acesso a Amambai e Ponta Porã pela MS-295
- Japorã
- Mundo Novo
No Paraná
[editar | editar código-fonte]No estado do Paraná a rodovia passa por importantes cidades como Cascavel, Toledo, Marechal Cândido Rondon e Guaíra. Trechos que estão em fase de duplicação.
Em 2020 havia um trecho de 74 km entre Cascavel e Marmelândia sendo duplicado. [23]
- Guaíra
- Intersecção com a BR-272
- Mercedes
- Acesso a Pato Bragado
- Marechal Cândido Rondon
- Quatro Pontes
- Toledo
- Acesso a Palotina e Assis Chateaubriand pela PR-182 (A)
- Acesso a São Pedro do Iguaçu e Santa Helena pela PR-182 (B)
- Cascavel
- Intersecção com a BR-277 e BR-369
- Acesso a Foz do Iguaçu e Campo Mourão pela BR-369
- Acesso a Guarapuava, Ponta Grossa e Curitiba pela BR-277
- Santa Tereza do Oeste
- Lindoeste
- Santa Lúcia
- Acesso a Boa Vista da Aparecida pela PR-484
- Capitão Leônidas Marques
- Capanema
- Planalto
- Acesso a Realeza
- Pérola d'Oeste
- Pranchita
- Santo Antônio do Sudoeste
- Acesso a Ampere
- Bom Jesus do Sul
- Barracão
Em Santa Catarina
[editar | editar código-fonte]No estado de Santa Catarina a rodovia ganha o status de centro rodoviário escoador do Brasil, mais notadamente a partir de São Miguel do Oeste. Asfalto tem buracos mal tapados. A sinalização horrível.
- Guarujá do Sul
- São José do Cedro
- Acesso a Anchieta
- Guaraciaba
- São Miguel do Oeste
- Intersecção com a BR-282
- Descanso
- Acesso a Belmonte
- Iporã do Oeste
- Itapiranga
No Rio Grande do Sul
[editar | editar código-fonte]No estado do Rio Grande do Sul possui o menor trecho da BR-163 atendendo apenas três municípios. Único estado que esta rodovia não tem status centralizador.
- Barra do Guarita
- Vista Gaúcha
- Tenente Portela - Ponto extremo sul
- Intersecção com a BR-472
- Acesso a Frederico Westphalen
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Painel BI Rodoviário - Ministério dos Transportes»
- ↑ a b Força-tarefa vai garantir escoamento de grãos pela BR-163
- ↑ [1]http://www.dnit.gov.br/noticias/trecho-da-br-163-esta-com-80-das-obras-executadas
- ↑ Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «PROGRAMA DE INTEGRACAO NACIONAL (PIN)». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 10 de maio de 2021
- ↑ «Decreto-Lei Nº 1.106, de 16 de junho de 1970». www.planalto.gov.br. 16 de junho de 1970. Consultado em 10 de maio de 2021
- ↑ a b c «Principal via de escoamento de MT, BR-163 completa 40 anos». Mato Grosso. G1. 21 de outubro de 2016. Consultado em 10 de maio de 2021
- ↑ a b «BR-163: A epopeia de uma estrada quase sem fim». Brasil 61. 4 de dezembro de 2019. Consultado em 10 de maio de 2021
- ↑ «Asfaltamento da BR-163 pelo Exército não começou no governo Bolsonaro | Aos Fatos». aosfatos.org. 22 de fevereiro de 2019. Consultado em 10 de maio de 2021
- ↑ Otta, Lu Aiko (25 de novembro de 2019). «Após décadas, Exército conclui pavimentação da BR-163, aberta em 1976». Valor Econômico. Consultado em 28 de novembro de 2019
- ↑ http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-11/governo-conclui-obras-de-pavimentacao-da-br-163-no-para
- ↑ «Bolsonaro inaugura obra de pavimentação de 51 km da BR-163, no Pará». Planalto. Consultado em 10 de maio de 2021
- ↑ «Comunidade quilombola de Cachoeira Porteira (PA) define procedimentos de consulta prévia». Procuradoria da República no Pará. 2 de agosto de 2013
- ↑ Estudo de EIA-RIMA do Governo Federal acerca do asfaltamento da BR 163 no Pará
- ↑ «Concessionária Rota do Oeste: sobre a concessão». Consultado em 22 de julho de 2017
- ↑ Uol. «Governador de MT anuncia assinatura transferência das ações da Rota do Oeste para o Estado». Consultado em 4 de maio de 2023
- ↑ Dois anos após concessão, trecho da BR-163 em MT é duplicado
- ↑ Duplicação entre Jaciara e Cuiabá será inaugurada
- ↑ Obra na via entre Cuiabá e Rondonópolis deve ser concluída em meados de 2020
- ↑ Após oito anos, Governo Federal conclui duplicação de 168 quilômetros da rodovia Cuiabá-Rondonópolis
- ↑ «Concessionária CCR MSVia BR-163 MS»
- ↑ Duplicação avança na BR-163/MS
- ↑ Duplicação da BR-163 não é mais necessária, diz CCR
- ↑ Dnit investe R$ 580 milhões na duplicação na BR-163, no Paraná
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Condições das Rodovias - Site do DNIT
- «Informações detalhadas sobre o Sistema Nacional de Viação». no Visualizador de Informações Geográficas do DNIT
- Página de um Comitê Gestor da BR-163(Site desatualizado, fala apenas sobre as obras no trecho Cuiabá - Santarém)