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Avenida do Marechal Gomes da Costa (Porto)

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PORTO
Avenida do
Marechal Gomes da Costa

Avenida do Marechal Gomes da Costa
Freguesia(s): Lordelo do Ouro; Foz do Douro
Lugar, bairro: Boavista
Início: Avenida da Boavista
Término: Praça do Império
Comprimento: 1.570 m
Abertura: 1922-1931
Designação anterior: Avenida do Gama

Avenida nas imediações do Museu de Serralves.
Toponímia do Porto

A Avenida do Marechal Gomes da Costa é um arruamento nas freguesias de Lordelo do Ouro e Foz do Douro, da cidade do Porto, em Portugal.

A Avenida do Marechal Gomes da Costa é tida como a área residencial mais seleta da cidade. Corre no sentido este-oeste, fazendo a ligação entre a Avenida da Boavista e a Foz. É uma avenida ampla, retilínea, com faixas de rodagem separadas por uma placa central ajardinada e arborizada.

Origem do nome

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Inicialmente denominada Avenida do Gama – referência ao navegador Vasco da Gama – uma sessão da Câmara Municipal do Porto de 4 de abril de 1930 deliberou dar-lhe o nome do homem «que nas colónias e nos campos da Flandres, revelou sempre as suas altas qualidades de insigne militar e patriota».[1] A avenida homenageia Manuel de Oliveira Gomes da Costa, militar e político português, décimo presidente da República e o segundo da Ditadura Nacional, regime instituído pelo golpe militar de 28 de maio de 1926.

Características

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Com 1570 metros de comprimento, a avenida desenvolve-se segundo um eixo linear reto, sofrendo uma ligeira inflexão entre a interseção com a Rua de Serralves e a Avenida da Boavista. É rematada, a sul, pela circular Praça do Império e, a norte, pela bifurcação com a Avenida da Boavista.[1]

O perfil transversal da avenida mantém-se ao longo de todo o comprimento. Estudos de 1930 propunham uma largura de 36 metros, estando prevista a colocação de duas linhas de tração elétrica na faixa central. Tal não se chegou a concretizar e a avenida acabou por ser construída com 33 metros de largura, com um separador central verde densamente arborizado, duas faixas de rodagem, uma faixa de estacionamento longitudinal e passeio sem vegetação em cada um dos lados. A habitação unifamiliar de dois pisos é a tipologia de edificações dominante, por regra, respeitando um afastamento de 7 metros da via pública.[2]

A malha urbana que se desenvolveu na envolvente da avenida pendura-se neste eixo, a partir de uma composição ortogonal de pequenos quarteirões, também ocupados maioritariamente por moradias unifamiliares. Apesar do investimento público de construção de habitação – Bairro de Casas Económicas Marechal Gomes da Costa, de 1950 – esta zona residencial foi sendo ocupada por uma burguesia abastada, tornando-se numa das áreas mais nobres da cidade.[2]

Espaço público de reconhecida qualidade na cidade do Porto, a Avenida do Marechal Gomes da Costa criou a sua forte identidade a partir do rigor e da continuidade do seu traçado; da baixa densidade e homogeneidade tipológica da construção; e da veemência da vegetação, árvores de grande porte que se alinham ao longo de todo o comprimento da faixa central e jardins privados de vegetação variada e densa.[1]

O prolongamento da Avenida da Boavista até ao mar, levou ao desenvolvimento de projetos de expansão e crescimento da malha urbana do Porto em direção ao litoral. Em 1916, Cunha Morais publica o seu estudo Os Melhoramentos da Cidade do Porto no qual propõe a criação de um acesso rápido à Foz, por meio de uma avenida retilínea, comprida e larga.[3]

Atravessando terrenos agrícolas, em 1922 começa a abrir-se a ampla avenida, ligando a Boavista à Rua do Gama (hoje Rua de Diu), na Foz do Douro. Concluída em 1931, ao longo da nova via erguem-se casas unifamiliares de arquitetura moderna, projetadas pelos mais conceituados arquitetos portuenses das décadas de 1930 e 1940, destinadas a uma clientela endinheirada. Entre elas, merecem destaque a Casa Daniel Barbosa, projeto de 1936 de Januário Godinho,[4] e os edifícios localizados na zona de confluência com a Avenida da Boavista, atualmente classificados como Conjunto de Interesse Público.[5]

Em 1941, os estudos levados a cabo pelo arquiteto italiano Giovanni Muzio – ao qual foi encomendado o Plano Geral de Urbanização da cidade[6] – e pelo Gabinete de Urbanização do Porto, sob a direção de Arménio Losa, estabelecem o zonamento residencial desta área da cidade e estruturam o sistema urbano da Avenida do Marechal Gomes da Costa.[1]

A expansão e a densificação da malha urbana associada a este novo eixo viário são suportadas pelo forte crescimento da rede de transportes públicos e pela construção, por iniciativa pública, do Bairro de Casas Económicas Marechal Gomes da Costa, em 1950.[2] Trata-se de um conjunto de habitação económica de promoção estatal desenvolvido pelo Estado Novo, destinado à classe média: um agrupamento de 186 moradias unifamiliares, de renda económica, geminadas duas a duas, com quintal e jardim. Na implantação destas moradias houve a preocupação de adequar a orientação solar, de forma a que as fachadas principal e posterior, ficassem expostas ao sol, tanto no verão como no inverno.[7]

A Avenida do Marechal Gomes da Costa, inicialmente residencial, reúne hoje uma multiplicidade de atividades. Muitas das moradias e palacetes foram transformadas em estabelecimentos de ensino, sedes de empresas ou agências bancárias. Desde 1999, o equipamento de maior notoriedade é, sem dúvida, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, que reúne um património edificado notável ao nível arquitetónico e paisagístico.[1]

Em 2024, uma faixa de rodagem em cada sentido da avenida está a ser alvo de obras com vista à circulação da Linha 1 (Metrobus do Porto).

Pontos de interesse

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Parque de Serralves

Referências

  1. a b c d e Ferreira, Manuel do Carmo (2017). «Marechal Gomes da Costa (Avenida do)». Prontuário de Toponímia Portuense. 2. Porto: Edições Afrontamento. ISBN 978-972-36-1513-5 
  2. a b c Henriques, Helena (2012). Análise morfológica de alguns espaços públicos: cidade do Porto 1910-1974 (Dissertação de mestrado). Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto 
  3. «Os Melhoramentos da Cidade, 1916». Câmara Municipal do Porto. Consultado em 18 de novembro de 2018 
  4. a b Fernandes, Fátima; Cannatà, Michele (2002). Guia da Arquitectura Moderna - Porto 1925-2002. Porto: Edições ASA. 329 páginas. ISBN 972-41-3175-0 
  5. «Conjunto urbano da Avenida da Boavista, entre o Pinheiro Manso e a Avenida Marechal Gomes da Costa». Direção-Geral do Património Cultural. Consultado em 18 de novembro de 2018 
  6. «Plano Geral Urbanização, 1940-1942». Câmara Municipal do Porto. Consultado em 22 de novembro de 2018 
  7. «Bairro de Casas Económicas Marechal Gomes da Costa». Direção-Geral do Património Cultural. Consultado em 18 de novembro de 2018 
  8. «Exposição Colonial Portuguesa». Hemeroteca Digital. Consultado em 22 de novembro de 2018 

Ligações externas

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