Afrociberdelia
Afrociberdelia | |||||||
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Álbum de estúdio de Chico Science & Nação Zumbi | |||||||
Lançamento | 15 de maio de 1996 | ||||||
Gravação | Estúdio Nas Nuvens, Rio de Janeiro-RJ, verão de 1996; Estúdio Mosh, São Paulo-SP, 1996 | ||||||
Gênero(s) | Manguebeat, rock alternativo, funk rock, rock industrial, funk metal | ||||||
Duração | 1:10:41 | ||||||
Idioma(s) | (em português) | ||||||
Formato(s) | CD/LP | ||||||
Gravadora(s) | Chaos | ||||||
Produção | Eduardo Bid e Chico Science & Nação Zumbi | ||||||
Cronologia de Chico Science & Nação Zumbi | |||||||
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Singles de Afrociberdelia | |||||||
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Críticas profissionais | |
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Avaliações da crítica | |
Fonte | Avaliação |
allmusic | [1] |
Afrociberdelia é o segundo álbum de estúdio da banda brasileira de manguebeat Chico Science & Nação Zumbi, lançado em 15 de maio de 1996. Foi situado em 18° lugar na lista de 100 melhores discos da música brasileira da revista Rolling Stone Brasil e em 2° na eleição dos melhores discos nacionais dos anos de 1990, realizada pelo site "Scream & Yell". O álbum foi produzido por Eduardo BiD e gravado no estúdio Nas Nuvens, no Rio de Janeiro. Com presença mais forte de elementos de música eletrônica e de hip hop que seu antecessor, Da Lama ao Caos, ele chegaria ao disco de ouro em abril de 1997. Em entrevistas membros da banda afirmaram preferirem a timbragem dos tambores em Afrociberdelia, que finalmente teria se aproximado do som que o grupo fazia nos palcos.
O primeiro sucesso de Afrociberdelia foi a versão de "Maracatu Atômico" (composta por Jorge Mautner e Nelson Jacobina, em 1972), mas músicas como "Manguetown" (que ganhou clipe dirigido por Gringo Cardia) e "Macô" (com participação nos vocais de Marcelo D2 e Gilberto Gil) acabaram se tornando clássicos do grupo. Em 1997, a pesada "Sangue de Bairro" foi incluída na trilha sonora do filme "Baile Perfumado" e também ganhou videoclipe. Um remix de "Maracatu Atômico", feito pelo DJ Soul Slinger, foi incluído na coletânea "Red Hot + Rio", que se destina a promover a conscientização sobre a AIDS.
Um estudo feito pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte em 2014, as relações entre literatura e canção. Pertencentes à cena musical pernambucana, as canções de Chico Science & Nação Zumbi sugerem uma libertação estética, aproximando a canção da literatura oral. Em sintonia com isso, o objetivo desta pesquisa é analisar três canções do álbum Afrociberdelia (1996), de Chico Science & Nação Zumbi, são elas: "Mateus Enter", "O Cidadão do Mundo" e "Etnia" (as três primeiras canções do disco). A análise evidenciou como essas três canções desarticulam ou afrouxam os nós da diferença colonial. Para isso, dialoga-se sobretudo com a compreensão de crioulização de Glissant (2005 e 2011), a qual trata do hibridismo a partir de uma perspectiva pós-colonial.[2]
Título
[editar | editar código-fonte]Afrociberdelia, o título do álbum, é um neologismo composto pela aglutinação do prefixo Afro e das palavras cibernética e psicodelia, refletindo as muitas influências da banda, que ia de ritmos africanos a rock psicodélico e música eletrônica.
No encarte original do disco, um texto do escritor e compositor paraibano Bráulio Tavares definia o signifcado de Afrociberdelia:
No jargão das gangs e na gíria das ruas, o termo "afrociberdelia" é usado de modo mais informal:
a) Mistura criativa de elementos tribais e high-tech:
"Pode-se dizer que o romance The Embedding, de Ian Watson, é um precursor da ficção-científica afrociberdélica"
b) Zona, bagunça em alto-astral, bundalelê festivo:
"A festa estava marcada pra começar às dez, mas só rolou afrociberdelia lá por volta das duas horas da manhã".[2]
Faixas
[editar | editar código-fonte]Todas as letras escritas por Chico Science, exceto onde indicado.
N.º | Título | Letras | Música | Duração | |
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1. | "Mateus Enter" | Chico Science & Nação Zumbi | 0:33 | ||
2. | "O Cidadão do Mundo" | Chico Science & Nação Zumbi, Eduardo Bidlovski | 3:21 | ||
3. | "Etnia" | Chico Science, Lúcio Maia | 2:33 | ||
4. | "Quilombo Groove" (instrumental) | Chico Science & Nação Zumbi | 2:32 | ||
5. | "Macô" | Chico Science, Jorge du Peixe | Chico Science, Eduardo Bidlovski, Jorge du Peixe | 4:10 | |
6. | "Um Passeio no Mundo Livre" | Dengue, Gira, Jorge du Peixe, Lúcio Maia, Pupilo | 4:00 | ||
7. | "Samba do Lado" | Chico Science & Nação Zumbi | 3:47 | ||
8. | "Maracatu Atômico" | Jorge Mautner, Nélson Jacobina | 4:45 | ||
9. | "O Encontro de Isaac Asimov com Santos Dumont no Céu" | H. D. Mabuse, Jorge du Peixe | 1:39 | ||
10. | "Corpo de Lama" | Chico Science, Jorge du Peixe | Dengue, Gira, Lúcio Maia | 3:53 | |
11. | "Sobremesa" | Chico Science, Jorge du Peixe, Renato L. | Chico Science & Nação Zumbi | 4:00 | |
12. | "Manguetown" | Dengue, Lúcio Maia | 3:15 | ||
13. | "Um Satélite na Cabeça (Bitnik Generation)" | Chico Science & Nação Zumbi | 2:07 | ||
14. | "Baião Ambiental" (instrumental) | Dengue, Gira, Lúcio Maia | 2:33 | ||
15. | "Sangue de Bairro" | Chico Science, Ortinho | Chico Science & Nação Zumbi | 2:12 | |
16. | "Enquanto o Mundo Explode" | Chico Science & Nação Zumbi | 1:29 | ||
17. | "Interlude Zumbi" | Gilmar Bolla 8, Gira, Toca Ogam | 1:12 | ||
18. | "Criança de Domingo" | Cadão Volpato, Ricardo Salvagni | 3:28 | ||
19. | "Amor de Muito" | Chico Science & Nação Zumbi | 2:55 | ||
20. | "Samidarish" (instrumental) | Dengue, Lúcio Maia | 4:32 | ||
21. | "Maracatu Atômico" (Atomic Version) | Jorge Mautner, Nelson Jacobina | 4:33 | ||
22. | "Maracatu Atômico" (Ragga Mix) | Jorge Mautner, Nelson Jacobina | 3:30 | ||
23. | "Maracatu Atômico" (Trip Hop) | Jorge Mautner, Nelson Jacobina | 3:41 | ||
Duração total: |
70:41 |
A versão LP tinha apenas 13 músicas, começando em "O Cidadão do Mundo" e terminando em "Amor de Muito", omitindo as faixas entre "Sangue de Bairro" e "Criança de Domingo". Uma reedição em vinil pela Polysom em 2010 para a coleção "Clássicos em Vinil" incluiu as faixas "Mateus Enter" e "Sangue de Bairro" como primeira e oitava faixa do lado A, respectivamente. [3]
Ficha técnica
[editar | editar código-fonte]Chico Science & Nação Zumbi
- Chico Science - voz
- Dengue - baixo, baixo fretless em "Um Passeio no Mundo Livre" e "Samidarish"
- Gilmar Bolla 8 - alfaia
- Gira - alfaia
- Jorge du Peixe - alfaia
- Lúcio Maia - guitarra, viola em "Criança de Domingo"
- Pupilo - bateria
- Toca Ogam - percussão e voz
Participações Especiais
- Fred 04 - cavaquinho em "Samba do Lado"
- Gilberto Gil - vocal em "Macô"
- Marcelo D2 - backing vocals em "Macô"
Músicos convidados
- Bidinho - trompete em "Etnia" e "Um Passeio no Mundo Livre"; flugelhorn em "Amor de Muito"
- Eduardo BiD - guitarra dub em "Etnia"; arranjos de metais
- Gustavo Didalva - percussão em "Samba do Lado"
- Hugo Hori - flauta em "Macô" e "Amor de Muito"; sax em "Etnia" e "Um Passeio no Mundo Livre"
- Lucas Santana - flauta em "Manguetown"
- Marcelo Lobato - teclados em "Um Satélite na Cabeça (Bitnik Generation)"
- Serginho Trombone - trombone em "Etnia", "Um Passeio no Mundo Livre" e "Amor de Muito"; arranjos de metais
- Tiquinho - trombone em "Etnia", "Um Passeio no Mundo Livre" e "Amor de Muito"
Produção musical
- Eduardo BiD - produtor
- Chico Science & Nação Zumbi - produtor
- G-Spot - gravação e mixagem
- Luis Paulo Serafim - gravação ("Maracatu Atômico") e mixagem ("Maracatu Atômico", "Um Satélite na Cabeça (Bitnik Generation)" e "Baião Ambiental")
- Mario Caldato Jr. - mixagem ("O Encontro de Isaac Asimov com Santos Dumont no Céu")
- Marcos "Golden Ears" Eagle - masterização
- Jorge Davidson - direção artística
- Ronaldo Viana - coordenação artística
- Paulo André Pires - produção executiva
- Andrea Alves - assistente de produção
- Heloisa Rodrigues - apoio à produção
- Jorge Maurell - apoio à produção
- Marcelo Seródio - apoio à produção
- Gravado no Estúdio Nas Nuvens, Rio de Janeiro-RJ, no verão de 1996; exceto "Maracatu Atômico", gravada no Estúdio Mosh, São Paulo-SP
- Mixado no Estúdio Mosh; exceto "Manguetown", mixada no Impressão Digital, Rio de Janeiro-RJ
- Masterizado na Cia. de Audio, São Paulo-SP
Produção gráfica
- H. D. Mabuse - projeto gráfico
- Vavá Ribeiro - fotografia
- Carlos Nunes - coordenação gráfica
Equipe Nas Nuvens
- Paulo Lima - direção técnica
- Bruno - assistente de estúdio
- Marco Aurélio - assistente de estúdio
- Renato Muñoz - assistente de estúdio
Equipe Impressão Digital
- Geraldo Tavares - direção técnica
- Marcelo "Load" Hoffer - assistente de estúdio
- Marcos Hoffer - assistente de estúdio
Equipe Mosh
- Osvaldo Malagutti Jr. - direção técnica
- Paula Gaio - programação
- Keko "Antroposófico" Mota - assistente de estúdio
- Rico "Suave" Romano - assistente de estúdio
Equipe Cia. de Audio
- Carlos Freitas
- Marcos Eagle
- Ricardo "Franja" Carvalheira
Samples
[editar | editar código-fonte]O Cidadão do Mundo
- "Bat Macumba" por Os Mutantes
- "Cuidado com o Bulldog" por Jorge Ben
- "Louvação" por Gilberto Gil
Etnia
- "Hold It Now, Hit It" por Beastie Boys (não creditado)
Macô
- "A Minha Menina" por Os Mutantes
- "Take Five" por Paul Desmond
Manguetown
- "Loose" por The Stooges (não creditado)
Certificações e vendas
[editar | editar código-fonte]Região | Certificação | Vendas |
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Brasil (Pro-Música Brasil)[4] | Ouro | 100,000* |
*números de vendas baseados somente na certificação |
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Afrociberdelia - Chico Science & Nação Zumbi : Songs, Reviews, Credits, Awards : AllMusic
- ↑ a b «CHICO SCIENCE». www2.uol.com.br. Consultado em 7 de janeiro de 2017
- ↑ Afrociberdelia, de Chico Science, será relançado em vinil - Música - R7
- ↑ «Certificações (Brasil) (álbum) – Chico Science & Nação Zumbi – Afrociberdelia». Pro-Música Brasil. Consultado em 8 de julho de 2022