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Açores (Celorico da Beira)

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 Nota: Para outros significados, veja Açores (desambiguação).
Portugal Açores 
  Localidade  
Localização
Açores está localizado em: Portugal Continental
Açores
Localização de Açores em Portugal Continental
Mapa
Mapa de Açores
Coordenadas 40° 38′ 42″ N, 7° 18′ 19″ O
Município primitivo Celorico da Beira
Município (s) atual (is) Celorico da Beira
Freguesia (s) atual (is) Açores e Velosa
História
Extinção 2013
Características geográficas
Área total 9,57 km²
População total (2011) 352 hab.
Densidade 36,8 hab./km²
Outras informações
Orago Nossa Senhora do Açor

Açores é uma povoação portuguesa do Município de Celorico da Beira que foi sede da extinta Freguesia de Açores, freguesia que tinha 10,12 km² de área e 352 habitantes (2011), e, por isso, uma densidade populacional de 35 hab/km².

A Freguesia de Açores foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada à Freguesia de Velosa, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Açores e Velosa da qual é a sede.[1]

Açores foi vila e sede de concelho entre 1512 e o início do século XIX, sendo este constituído apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801, 505 habitantes.

Antiga vila, Açores conserva ainda traços da sua longevidade. Situada a Nordeste de Celorico da beira, confronta com freguesias do Baraçal, Velosa, Ratoeira e Lajeosa do Mondego no concelho de Celorico da Beira e Vila Cortês do Mondego e Sobral da Serra no concelho da Guarda.

Outrora designada por Freixial, a actual designação deriva da ave com o mesmo nome, associada aos mitos em torno da Senhora do Açor. A freguesia é constituída pelos aglomerados de Aldeia Rica e Açores.

Açores terá sido uma importante fortificação antiga, tendo sido identificado o castro de Açores, tendo a actual aldeia sido edificada a partir do castro existente ou expandindo-se em seu redor. Pode assim inferir-se com alguma segurança que constituiu um importante santuário dos visigodos, um dos povos “godos”  (chamados bárbaros) que dominaram grande parte da Península nos séculos VI e VII d.C.. Encontra-se sepultada na Igreja uma princesa visigoda – Suintiliuba –, datada de 666 d.C. (704 era de César).

Na medievalidade, dividia-se em duas partes: a vila que se governa conforme a sua jurisdição e a lameira à qual pertenciam os lugares da Aldeia Rica e Massa. Em 1758 tinha 10 fogos com uma população de 10 homens e 13 mulheres.

A freguesia de Açores tem vindo a perder população, fruto da emigração para países como os Estados Unidos da América, Suíça e França, principalmente. Os que ficaram retiram principalmente à construção civil e ao comércio de produtos agrícolas, o sustento do dia a dia.

A produção da batata e a pecuária, com o seu expoente máximo no famoso queijo de ovelha, constituem a base da actividade agrícola. O presunto também tem grande importância na freguesia, sendo o lugar de Aldeia Rica o principal responsável pela produção de queijo e presunto na freguesia.

A aldeia desenvolveu-se a partir de um amplo e muito agradável espaço verde – o Largo de Açores. Situado à entrada da aldeia (no sentido da Lajeosa), o largo recebe o visitante através de “corredores” delimitados por belas árvores de copa imponente que desembocam no Largo do Pelourinho e Solar dos Cabrais. Assume também este largo o papel de palco principal das festas e eventos que preenchem o calendário local. Serve ainda de pano de fundo à realização do mercado mensal no qual se transacciona grande variedade de produtos.

Em suma, a terra de Açores que outrora foi uma relevante vila é hoje aldeia importante pelo seu importante largo, património histórico-cultural que nos faz a todo o momento recuar no tempo.[2]

Século XVIII

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Açores era, em 1747, uma vila do Arciprestado de Celorico, Bispado e Comarca da cidade da Guarda, Província da Beira. Era del Rei. Tinha oitenta e cinco vizinhos, e toda a freguesia cento e treze, entrando também estes lugares que lhe pertenciam: Lameira, Quinta da Maça e Aldeia-Rica. Estava fundada num vale, de onde se descobria unicamente a vila de Celorico. Era esta vila sobre si, mas não tinha termo.

A igreja paroquial estava dentro da vila, à parte do Nascente, e era seu orago Nossa Senhora dos Açores. Constava de três altares, o maior com tribuna, onde está o Santíssimo e a imagem da Senhora; e dois colaterais, um de Cristo Crucificado, que era imagem de grande devoção, e outro dedicado a Nossa Senhora do Rosário. Era um templo grande, de três naves, e tinha sua irmandade da Senhora dos Açores, com bula pontifícia. O pároco era prior, da colação ordinária, rendendo trezentos mil reis.

Era esta Senhora dos Açores milagrosa, e muito antiga, a ela concorrendo várias romagens de muitos lugares e vilas distantes com seus termos, em satisfação dos votos que fizeram seus antepassados, pelas mercês que de Deus haviam alcançado, mediante a intercessão da Senhora, com festejos, procissões, missas e ofertas. E os lugares que concorriam eram os seguintes: Em dia de Nossa Senhora dos Prazeres vinham os lugares da Ratoeira, da Rapa e do Porco, do Sobral da Serra, de Cadafaz, da Lajiosa, de Villa-Cortez, de Cabadoude, do Maçal do Chão e da vila do Baraçal. Em dia da Exaltação da Santa Cruz, vinham as povoações seguintes: O lugar da Siqueira, de Mizarella, de Pero Soares, da Faia, de Avelãs da Ribeira, de Prados, de Vila Soeiro, da Alverca, e das vilas de Forno-Tilheiro, e de Celorico. E na festa do Espírito Santo, as seguintes: A vila de Trancoso e seu termo; de Algodres e seu termo; de Linhares e seu termo; e a de Mesquitella; e os lugares de Val de Azares, das Freixedas e das Gouveias.

Achava-se na igreja desta vila uma pedra, que mostrava ser de sepultura, e lia-se nela o seguinte:

Requievit formula Xpi in pace Suinthiliuba sub mense Novembris Era DCCIIII

Havia ainda nesta vila a Ermida de São Sebastião.

Os frutos que produzia esta vila eram pão, vinho e azeite. Poucos anos antes de 1747 tinha esta vila juiz ordinário: Porém, na criação de juiz de fora da vila de Celorico, houve por bem Sua Majestade que o juiz de fora daquela vila o fosse também desta; e em sua ausência é governada por juiz pela Ordenação e Câmara.

Constava por tradição, e dos livros da Câmara da vila de Forno-Tilheiro, que os moradores daquela terra vinham à missa à igreja do lugar de Aldeia-Rica, e se mostra ter sido cabeça desta freguesia, por quanto em 1747 ainda se conservava a pia baptismal, e o pároco desta vila ia ali administrar os sacramentos aos paroquianos daquele povo.[3]

Totais e grupos etários [4]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
653 671 711 633 680 607 636 727 730 632 497 439 316 369 352
i) 54 49
ii) 55 38
iii) 158 162
iv) 102 103
i) 0 aos 14 anos; ii) 15 aos 24 anos; iii) 25 aos 64 anos; iv) 65 e mais anos

Infraestruturas e acessibilidades

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Referências

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