Pixinguinha
Pixinguinha | |
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Pixinguinha em 1956 | |
Informações gerais | |
Nome completo | Alfredo da Rocha Vianna Filho |
Também conhecido(a) como | Pizinguim, Bexiguinha, Pixinguinha, São Pixinguinha |
Nascimento | 23 de abril de 1897 |
Local de nascimento | Rio de Janeiro, RJ Brasil |
Morte | 17 de fevereiro de 1973 (75 anos) |
Local de morte | Rio de Janeiro, RJ Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Gênero(s) | Choro Maxixe Samba Valsa |
Ocupação | Maestro, flautista, saxofonista, compositor e arranjador |
Instrumento(s) | Saxofone Flauta |
Período em atividade | 1911–1972 |
Gravadora(s) | Odeon RCA Victor Sinter Musidisc |
Afiliação(ões) | Choro Carioca Grupo do Caxangá Oito Batutas Orquestra Típica Pixinguinha-Donga Orquestra Victor Brasileira Grupo da Guarda Velha Orquestra Columbia de Pixinguinha Diabos do Céu Os Cinco Companheiros |
Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha (Rio de Janeiro, 4 de Maio de 1897 — Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1973), foi um maestro, flautista, saxofonista, compositor e arranjador brasileiro.[1]
Pixinguinha é considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira. Contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva.
Biografia
Pixinguinha era filho do músico Alfredo da Rocha Vianna, funcionário dos correios, flautista e que possuía uma grande coleção de partituras de choros antigos.[2] Aprendeu música em casa, fazendo parte de uma família com vários irmãos músicos, entre eles o China (Otávio Vianna). Foi ele quem obteve o primeiro emprego para o garoto, que começou a atuar em 1912 em cabarés da Lapa e depois substituiu o flautista titular na orquestra da sala de projeção do Cine Rio Branco. Nos anos seguintes continuou atuando em salas de cinema, ranchos carnavalescos, casas noturnas e no teatro de revista.
Pixinguinha integrou o famoso grupo Caxangá, com Donga e João Pernambuco. A partir deste grupo, foi formado o conjunto Oito Batutas, muito ativo a partir de 1919. Na década de 1930 foi contratado como arranjador pela gravadora RCA Victor, criando arranjos celebrizados na voz de cantores como Francisco Alves, Mário Reis e Carmen Miranda. No fim da década foi substituído na função por Radamés Gnattali. Na década de 1940 passou a integrar o regional de Benedito Lacerda, passando a tocar o saxofone tenor. Algumas de suas principais obras foram registradas em parceria com o líder do conjunto, mas hoje se sabe que Benedito Lacerda não era o compositor, mas pagava pelas parcerias.
Quando compôs Carinhoso, entre 1916 e 1917 e Lamentos em 1928, que são considerados alguns dos choros mais famosos, Pixinguinha foi criticado e essas composições foram consideradas como tendo uma inaceitável influência do jazz, enquanto hoje em dia podem ser vistas como avançadas demais para a época. Além disso, "Carinhoso" na época não foi considerado choro, e sim uma polca.[carece de fontes] Outras composições, entre centenas, são "Rosa", "Vou vivendo", "Lamentos", "1 x 0", "Naquele tempo" e "Sofres porque Queres".
Pixinguinha passou os últimos anos de sua vida em Ramos, bairro que adorava,[3] e morreu na igreja de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, quando seria padrinho em uma cerimônia de batismo. Foi enterrado no Cemitério de Inhaúma.
Pixinguinha estudou no Instituto Nacional de Música (instituição incorporada à Universidade do Brasil, que atualmente é a Universidade Federal do Rio de Janeiro).[4]
Composições
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Choro "Atraente", de Chiquinha Gonzaga, gravação com Pixinguinha no saxofone e Benedito Lacerda na flauta
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Choro "Aguenta, Seu Fulgêncio", de Lourenço Lamartine, gravação com Pixinguinha na flauta
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- A pombinha (com Donga)
- A vida é um buraco
- Aberlado
- Abraçando Jacaré
- Acerta o passo
- Aguenta, seu Fulgêncio (com Lourenço Lamartine)
- Ai, eu queria (com Vidraça)
- Ainda existe
- Ainda me recordo
- Amigo de povo
- Assim é que é
- Benguelê
- Bianca (com Andreoni)
- Buquê de flores (com W. Falcão)
- Cafezal em flor (com Eugênio Fonseca)
- Carinhos
- Carinhoso (com João de Barro)
- Carnavá tá aí (com Josué de Barros)
- Casado na orgia (com João da Baiana)
- Casamento do coronel Cristino
- Céu do Brasil (com Gomes Filho)
- Chorei
- Chorinho no parque São Jorge (com Salgado Filho)
- Cochichando (com João de Barro e Alberto Ribeiro)
- Conversa de crioulo (com Donga e João de Baiana)
- Dança dos ursos
- Dando topada
- Desprezado
- Displicente
- Dominante
- Dominó
- Encantadora
- Estou voltando
- Eu sou gozado assim
- Fala baixinho (com Hermínio Bello de Carvalho)
- Festa de branco (com Baiano)
- Foi muamba (com Índio)
- Fonte abandonada (com Índio)
- Fraternidade
- Gargalhada
- Gavião calçudo (com Cícero de Almeida)
- Glória
- Guiomar (com Baiano)
- Há! hu! lá! ho! (com Donga e João da Baiana)
- Harmonia das flores (com Hermínio Bello de Carvalho)
- Hino a Ramos
- Infantil
- Iolanda
- Isso é que é viver (com Hermínio Bello de Carvalho)
- Isto não se faz (com Hermínio Bello de Carvalho)
- Já andei (com Donga e João da Baiana)
- Já te digo (com China)
- Jardim de Ilara (com C. M. Costal)
- Knock-out
- Lamento
- Lamentos (com Vinícius de Moraes)
- Lá-ré
- Leonor
- Levante, meu nego
- Lusitânia (com F. G. D.)
- Mais quinze dias
- Mama, meu netinho (com Jararaca)
- Mamãe Isabé (com João da Baiana)
- Marreco quer água
- Meu coração não te quer (com E. Almeida)
- Mi tristezas solo iloro
- Mulata baiana (com Gastão Vianna)
- Mulher boêmia
- Mundo melhor (com Vinícius de Moraes)
- Não gostei dos teus olhos (com João da Baiana)
- Não posso mais
- Naquele tempo (com Benedito Lacerda e Reginaldo Bessa)
- Nasci pra domador (com Valfrido Silva)
- No elevador
- Noite e dia (com W. Falcão)
- Nostalgia ao luar
- Número um
- O meu conselho
- Os batutas (com Duque)
- Os cinco companheiros
- Os home implica comigo (com Carmen Miranda)
- Onde foi Isabé
- Oscarina
- Paciente
- Página de dor (com Índio)
- Papagaio sabido (com C. Araújo)
- Patrão, prenda seu gado (com Donga e João da Baiana)
- Pé de mulata
- Poema de raça (com Z. Reis e Benedito Lacerda)
- Poética
- Por vôce fiz o que pude (com Beltrão)
- Pretensiosa
- Promessa
- Que perigo
- Que querê (com Donga e João da Baiana)
- Quem foi que disse
- Raiado (com Gastão Vianna)
- Rancho abandonado (com Índio)
- Recordando
- Rosa (com Otávio de Sousa)
- Rosa
- Samba de fato (com Baiano)
- Samba de nego
- Samba do urubu
- Samba fúnebre (com Vinícius de Moraes)
- Samba na areia
- Sapequinha
- Saudade do cavaquinho (com Muraro)
- Seresteiro
- Sofres porque queres
- Solidão
- Sonho da Índia (com N. N. e Duque)
- Stella (com de Castro e Sousa)
- Teu aniversário
- Teus ciúmes
- Triangular
- Tristezas não pagam dívidas
- Um a zero (com Benedito Lacerda)
- Um caso perdido
- Uma festa de Nanã (com Gastão Vianna) * Urubu
- Vamos brincar
- Variações sobre o urubu e o gavião
- Vem cá! não vou!
- Vi o pombo gemê (com Donga e João da Baiana)
- Você é bamba (com Baiano)
- Você não deve beber (com Manuel Ribeiro)
- Vou pra casa
- Xou Kuringa (com Donga e João da Baiana)
- Yaô africano (com Gastão Vianna)
- Zé Barbino (com Jararaca)
- Proezas de Solon
- Vou Vivendo
Homenagens póstumas
No dia 23 de abril comemora-se o Dia Nacional do Choro. A data foi criada como homenagem ao que se acreditava ser a data de nascimento de Pixinguinha. Ela foi criada oficialmente em 4 de setembro de 2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello. Em novembro de 2016, entretanto, foi descoberto que a verdadeira data de nascimento do compositor é 4 de maio de 1897,[5] e não 23 de abril, como se acreditava até então. Apesar disso, a data de comemoração do estilo musical criado pelo artista permaneceu inalterada.
Foi homenageado pela escola de samba Portela, em 1974, com o enredo "O Mundo Melhor de Pixinguinha". Em 2014, foi homenageado pela escola de samba Mocidade Unida da Mooca[6] campeã do quarto grupo.[7]
Em 2016, ganhou uma estátua no Bar da Portuguesa, em Ramos. Foi feita da forma que ele passou os últimos anos de sua vida, feliz e de pijamas na mesa daquele bar.[8]
Em 2021, o rapper Emicida lançou a canção "São Pixinguinha" em homenagem ao compositor, através do projeto alemão de música ColorsxStudios.[9]
Em 2021 estreou o filme Pixinguinha, Um Homem Carinhoso[10] dirigido por Denise Saraceni. Danilo Ferreira interpreta Pixinguinha jovem e Seu Jorge depois.
Referências
- ↑ «Samba Choro». - história e informações sobre personalidades da música brasileira.
- ↑ "Pixinguinha" in ENCICLOPÉDIA da Música Brasileira: erudita, folclórica e popular. 2ª edição. São Paulo: Publifolha, 1998. p. 633-636.
- ↑ «Monumento em homenagem a Pixinguinha é inaugurado na Zona Norte - Rio - O Dia». O Dia
- ↑ Medeiros, Luciana (6 de setembro de 2020). «Orquestra da UFRJ volta à cena para celebrar centenário da universidade». Concerto. Clássicos Editorial Ltda. Consultado em 7 de setembro de 2020
- ↑ «IMS revela documentos sobre Pixinguinha com choros inéditos e nova data de nascimento». O Globo. 29 de novembro de 2016
- ↑ Prefeitura de São Paulo. «Mocidade Unida da Mooca vence o Carnaval no Butantã e desfila no Anhembi em 2015». Consultado em 23 de abril de 2014. Cópia arquivada em 23 de abril de 2014
- ↑ «De pijama, Pixinguinha ganhará estátua em bar | Cidades | band.com.br». Noticias Band.com.br. Consultado em 14 de novembro de 2016
- ↑ «ColorsxStudios». Wikipedia (em inglês). 22 de dezembro de 2021. Consultado em 26 de dezembro de 2021
- ↑ Bernardo, André. «'Pixinguinha, um Homem Carinhoso': novo filme refaz trajetória de gênio da MPB». BBC Brasil
Ver também
Ligações externas
- «Sítio oficial»
- Pixinguinha. Entrevista realizada por João Baptista Borges Pereira. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros. São Paulo, 42:77-87, 1997.
- Nascidos em 1897
- Mortos em 1973
- Arranjadores do Rio de Janeiro (estado)
- Compositores do Rio de Janeiro (estado)
- Flautistas do Rio de Janeiro
- Músicos afro-brasileiros
- Maestros do Rio de Janeiro (estado)
- Músicos de choro
- Músicos de música popular brasileira
- Naturais da cidade do Rio de Janeiro
- Sambistas
- Saxofonistas do Rio de Janeiro
- Agraciados com a Ordem do Mérito Cultural