Pixinguinha: diferenças entre revisões
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Deixou uma obra vasta, cujo número ainda não foi bem computado, fala-se em geral em cerca de mil composições, ele próprio calculava ter composto cerca de duas mil, além de centenas de arranjos.<ref name="Giron"/><ref name="Coelho"/> Entre as mais conhecidas estão ''Um a zero'', ''Segura ele'', ''Lamentos'', ''Sofres porque queres'', ''Vou vivendo'', ''Naquele tempo'', ''Ingênuo'' (com Benedito Lacerda), ''Urubu'', ''Rosa'' (com Otávio de Souza) e ''Página de dor'' (com Cândido das Neves),<ref>Negreiros, Eliete. [https://piaui.folha.uol.com.br/o-mundo-melhor-de-pixinguinha/ "O Mundo Melhor de Pixinguinha"]. ''Revista Piauí'', 05/10/2012</ref> e sobretudo ''Carinhoso'' (com João de Barro), considerado um "hino popular" do Brasil, uma das músicas mais regravadas da história do cancioneiro nacional, e segundo Luciana Andrzejewski, especialista em história e memória social, é a mais lembrada canção brasileira de todos os tempos.<ref name="Deutsche">Veiga, Edison. [https://www.dw.com/pt-br/h%C3%A1-50-anos-morria-pixinguinha-figura-marco-da-mpb/a-64733490 "Há 50 anos morria Pixinguinha, figura-marco da MPB"]. ''Deutsche Welle Brasil'', 17/02/2023 </ref> Muitas de suas obras se tornaram referências na música brasileira.<ref name="Moreira">Moreira Júnior, Nilton Antônio & Borém, Fausto. [https://www.scielo.br/j/pm/a/kGF8BVgY7Ym9Y4vLzK4MfDm/?lang=pt "Traços do ragtime no choro Segura ele de Pixinguinha: composição, performance e iconografia após a viagem a Paris em 1922"]. In: ''Per Musi'', 2011 (23)</ref> |
Deixou uma obra vasta, cujo número ainda não foi bem computado, fala-se em geral em cerca de mil composições, ele próprio calculava ter composto cerca de duas mil, além de centenas de arranjos.<ref name="Giron"/><ref name="Coelho"/> Entre as mais conhecidas estão ''Um a zero'', ''Segura ele'', ''Lamentos'', ''Sofres porque queres'', ''Vou vivendo'', ''Naquele tempo'', ''Ingênuo'' (com Benedito Lacerda), ''Urubu'', ''Rosa'' (com Otávio de Souza) e ''Página de dor'' (com Cândido das Neves),<ref>Negreiros, Eliete. [https://piaui.folha.uol.com.br/o-mundo-melhor-de-pixinguinha/ "O Mundo Melhor de Pixinguinha"]. ''Revista Piauí'', 05/10/2012</ref> e sobretudo ''Carinhoso'' (com João de Barro), considerado um "hino popular" do Brasil, uma das músicas mais regravadas da história do cancioneiro nacional, e segundo Luciana Andrzejewski, especialista em história e memória social, é a mais lembrada canção brasileira de todos os tempos.<ref name="Deutsche">Veiga, Edison. [https://www.dw.com/pt-br/h%C3%A1-50-anos-morria-pixinguinha-figura-marco-da-mpb/a-64733490 "Há 50 anos morria Pixinguinha, figura-marco da MPB"]. ''Deutsche Welle Brasil'', 17/02/2023 </ref> Muitas de suas obras se tornaram referências na música brasileira.<ref name="Moreira">Moreira Júnior, Nilton Antônio & Borém, Fausto. [https://www.scielo.br/j/pm/a/kGF8BVgY7Ym9Y4vLzK4MfDm/?lang=pt "Traços do ragtime no choro Segura ele de Pixinguinha: composição, performance e iconografia após a viagem a Paris em 1922"]. In: ''Per Musi'', 2011 (23)</ref> |
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Pixinguinha foi um caso raro entre os músicos populares de sua geração pela amplitude de suas atividades: compositor, instrumentista, arranjador, maestro e professor. Atuou com destaque nas rádios, lutou pela profissionalização dos músicos, foi um grande divulgador da música brasileira, praticou quase todos os gêneros populares de seu tempo e os renovou através de sua inventividade, seus arranjos originais e sua absorção de influências do jazz e outros ritmos internacionais.<ref name="Giron">Giron, Luís Antônio. [https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/73445 "Pixinguinha, Quintessência da Música Popular Brasileira"]. In: ''Revista IEB'', 1997 (42) </ref><ref name="Coelho"/> Para Moreira Júnior & Borém, "a postura aberta de Pixinguinha em relação ao contato com outras culturas permitiu que ele absorvesse e incorporasse elementos que contribuíram na formação de seu estilo musical maduro e eclético".<ref name="Moreira"/> Seus arranjos têm chamado a atenção da crítica pela sua sofisticação, pelas suas qualidades inovadoras e pelo papel central que desempenhou na articulação de uma nova concepção para o arranjo brasileiro.<ref>Fontenele, Ana Lúcia. [https://www.academia.edu/23701299/Pixinguinha_e_os_caminhos_da_orquestra%C3%A7%C3%A3o_brasileira_caso_Carinhoso "Pixinguinha e os caminhos da orquestração brasileira: caso Carinhoso"]. In: ''Anais da Terceira Jornada Acadêmica Discente''. USP, 2015, v. 1. pp. 78-85</ref><ref name="Aragão">Aragão, Paulo. [http://seer.unirio.br/index.php/coloquio/article/view/19 "Pixinguinha, Radamés e a gênese do novo arranjo musical brasileiro"]. In: ''Cadernos do Colóquio'', 1999; 2 (1) </ref><ref name="Cabral"/><ref name="Caldi"/> Segundo seu biógrafo [[Sérgio Cabral]], Pixinguinha "abrasileirou as orquestrações de forma tão nítida e radical que se pode dizer, sem qualquer medo de errar, que foi ele o grande pioneiro da orquestração para a música popular brasileira".<ref name="Cabral">Cabral, Sérgio. ''Pixinguinha: vida e obra''. Funarte, 2007, p. 145</ref> Apesar da bibliografia crítica que sua obra já suscitou, ainda há aspectos que precisam mais aprofundamento, não há um catálogo crítico de suas obras, e o debate sobre a extensão da influência do jazz em sua produção ainda está aberto. Muitas peças permanecem inéditas.<ref name="Giron"/> |
Pixinguinha foi um caso raro entre os músicos populares de sua geração pela amplitude de suas atividades: compositor, instrumentista, arranjador, maestro e professor. Atuou com destaque nas rádios, lutou pela profissionalização dos músicos, foi um grande divulgador da música brasileira, praticou quase todos os gêneros populares de seu tempo e os renovou através de sua inventividade, seus arranjos originais e sua absorção de influências do jazz e outros ritmos internacionais.<ref name="Giron">Giron, Luís Antônio. [https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/73445 "Pixinguinha, Quintessência da Música Popular Brasileira"]. In: ''Revista IEB'', 1997 (42) </ref><ref name="Coelho"/> Para Moreira Júnior & Borém, "a postura aberta de Pixinguinha em relação ao contato com outras culturas permitiu que ele absorvesse e incorporasse elementos que contribuíram na formação de seu estilo musical maduro e eclético".<ref name="Moreira"/> Seus arranjos têm chamado a atenção da crítica pela sua sofisticação, pelas suas qualidades inovadoras e pelo papel central que desempenhou na articulação de uma nova concepção para o arranjo brasileiro.<ref>Fontenele, Ana Lúcia. [https://www.academia.edu/23701299/Pixinguinha_e_os_caminhos_da_orquestra%C3%A7%C3%A3o_brasileira_caso_Carinhoso "Pixinguinha e os caminhos da orquestração brasileira: caso Carinhoso"]. In: ''Anais da Terceira Jornada Acadêmica Discente''. USP, 2015, v. 1. pp. 78-85</ref><ref name="Aragão">Aragão, Paulo. [http://seer.unirio.br/index.php/coloquio/article/view/19 "Pixinguinha, Radamés e a gênese do novo arranjo musical brasileiro"]. In: ''Cadernos do Colóquio'', 1999; 2 (1) </ref><ref name="Cabral"/><ref name="Caldi"/> Segundo seu biógrafo [[Sérgio Cabral]], Pixinguinha "abrasileirou as orquestrações de forma tão nítida e radical que se pode dizer, sem qualquer medo de errar, que foi ele o grande pioneiro da orquestração para a música popular brasileira".<ref name="Cabral">Cabral, Sérgio. ''Pixinguinha: vida e obra''. Funarte, 2007, p. 145</ref> Apesar da bibliografia crítica que sua obra já suscitou, ainda há aspectos que precisam mais aprofundamento, não há um catálogo crítico de suas obras, e o debate sobre a extensão da influência do jazz em sua produção ainda está aberto. Muitas peças permanecem inéditas.<ref name="Giron"/> |
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== Homenagens == |
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[[Ficheiro:Pixinguinha, Um Homem Carinhoso.jpg|thumb|Cartaz do filme ''Pixinguinha, Um Homem Carinhoso'']] |
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No dia 23 de abril comemora-se o ''Dia Nacional do Choro''. A data foi criada como homenagem ao que se acreditava ser a data de nascimento de Pixinguinha. Ela foi criada oficialmente em 4 de setembro de 2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do [[Bandolim|bandolinista]] [[Hamilton de Holanda]] e seus alunos da ''Escola de Choro'' [[Raphael Rabello]]. Em novembro de 2016, entretanto, foi descoberto que a verdadeira data de nascimento do compositor é 4 de maio de 1897,<ref name="globo">{{Citar periódico|data=2016-11-29|titulo=IMS revela documentos sobre Pixinguinha com choros inéditos e nova data de nascimento|jornal=O Globo|url=http://oglobo.globo.com/cultura/musica/ims-revela-documentos-sobre-pixinguinha-com-choros-ineditos-nova-data-de-nascimento-20555223|idioma=pt-BR}}</ref> e não 23 de abril, como se acreditava até então. Apesar disso, a data de comemoração do estilo musical criado pelo artista permaneceu inalterada. |
No dia 23 de abril comemora-se o ''Dia Nacional do Choro''. A data foi criada como homenagem ao que se acreditava ser a data de nascimento de Pixinguinha. Ela foi criada oficialmente em 4 de setembro de 2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do [[Bandolim|bandolinista]] [[Hamilton de Holanda]] e seus alunos da ''Escola de Choro'' [[Raphael Rabello]]. Em novembro de 2016, entretanto, foi descoberto que a verdadeira data de nascimento do compositor é 4 de maio de 1897,<ref name="globo">{{Citar periódico|data=2016-11-29|titulo=IMS revela documentos sobre Pixinguinha com choros inéditos e nova data de nascimento|jornal=O Globo|url=http://oglobo.globo.com/cultura/musica/ims-revela-documentos-sobre-pixinguinha-com-choros-ineditos-nova-data-de-nascimento-20555223|idioma=pt-BR}}</ref> e não 23 de abril, como se acreditava até então. Apesar disso, a data de comemoração do estilo musical criado pelo artista permaneceu inalterada. |
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Foi homenageado pela [[escola de samba]] [[Portela]], em 1974, com o enredo "O Mundo Melhor de Pixinguinha". Desde 1977 a Funarte mantém o [[Projeto Pixinguinha]], |
Foi homenageado pela [[escola de samba]] [[Portela]], em 1974, com o enredo "O Mundo Melhor de Pixinguinha". Desde 1977 a Funarte mantém o [[Projeto Pixinguinha]], voltado para o fomento da música brasileira, através da promoção de shows e gravações, levando também à formação de um acervo de memória com documentos, gravações, depoimentos, fotos, vídeos e filmes.<ref>[https://portais.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/pixinguinha "Projeto Pixinguinha"]. Brasil Memória das Artes, Funarte</ref><ref>Adjuto, Graça. [https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-02/funarte-relanca-videos-do-projeto-pixinguinha-com-acessibilidade "Funarte relança vídeos do Projeto Pixinguinha com acessibilidade"]. ''Agência Brasil'', 10/02/2022</ref> Em 2007 seu centenário de nascimento foi homenageado com exposições.<ref name="Itaú"/> Em 2014 foi homenageado pela escola de samba [[Mocidade Unida da Mooca]]<ref name="O Carnaval de SP">{{citar web |url=http://www.ocarnavaldesaopaulo.com.br/mocidade-unida-da-mooca-realiza-apresentacao-dos-prototipos-das-fantasias-carnaval-2014/ |titulo=Mocidade Unida da Mooca realiza apresentação dos Protótipos das Fantasias Carnaval 2014 |data=10/01/2014 |acessodata=23/04/2014 |autor= |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140419022325/http://www.ocarnavaldesaopaulo.com.br/mocidade-unida-da-mooca-realiza-apresentacao-dos-prototipos-das-fantasias-carnaval-2014/|arquivodata=19/04/2014}}</ref> campeã do quarto grupo.<ref name="Prefeitura - Mocidade da Mooca">{{citar web |url=http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/butanta/noticias/?p=46560 |titulo=Mocidade Unida da Mooca vence o Carnaval no Butantã e desfila no Anhembi em 2015 |data= |acessodata=23/04/2014 |autor= Prefeitura de São Paulo|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140423195727/http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/butanta/noticias/?p=46560|arquivodata=23/04/2014}}</ref> |
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Em 2013, seu aniversário de 117 anos foi homenageado com um [[Doodle do Google|Google Doodle]].<ref>{{Citar web|url=https://www.google.com/doodles/pixinguinhas-117th-birthday-born-1897|titulo=Pixinguinha's 117th Birthday (born 1897)|data=23 de abril de 2014|acessodata=2023-04-13|website=www.google.com|lingua=en}}</ref> Em 2016, ganhou uma estátua no Bar da Portuguesa, em [[Ramos]]. Foi feita da forma que ele passou os últimos anos de sua vida, feliz e de pijamas na mesa daquele bar.<ref>{{Citar web|url=http://noticias.band.uol.com.br/cidades/noticia/100000820975/de-pijama-pixinguinha-ganhara-estatua-em-bar-que-frequentava-no-rio.html|titulo=De pijama, Pixinguinha ganhará estátua em bar {{!}} Cidades {{!}} band.com.br|acessodata=2016-11-14|obra=Noticias Band.com.br}}</ref> No mesmo ano o ''Carinhoso'' foi interpretado nas [[Cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016|cerimônias de encerramento]] dos [[Jogos Olímpicos de Verão de 2016|Jogos Olímpicos]] do Rio.<ref name="Jornalismo"/> Em 2017 o [[Instituto Moreira Salles]] lançou um portal na internet, disponibilizando muito material sobre a vida e obra do compositor.<ref name="Salles"/> Em 2021, o rapper [[Emicida]] lançou a canção |
Em 2013, seu aniversário de 117 anos foi homenageado com um [[Doodle do Google|Google Doodle]].<ref>{{Citar web|url=https://www.google.com/doodles/pixinguinhas-117th-birthday-born-1897|titulo=Pixinguinha's 117th Birthday (born 1897)|data=23 de abril de 2014|acessodata=2023-04-13|website=www.google.com|lingua=en}}</ref> Em 2016, ganhou uma estátua no Bar da Portuguesa, em [[Ramos]]. Foi feita da forma que ele passou os últimos anos de sua vida, feliz e de pijamas na mesa daquele bar.<ref>{{Citar web|url=http://noticias.band.uol.com.br/cidades/noticia/100000820975/de-pijama-pixinguinha-ganhara-estatua-em-bar-que-frequentava-no-rio.html|titulo=De pijama, Pixinguinha ganhará estátua em bar {{!}} Cidades {{!}} band.com.br|acessodata=2016-11-14|obra=Noticias Band.com.br}}</ref> No mesmo ano o ''Carinhoso'' foi interpretado nas [[Cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016|cerimônias de encerramento]] dos [[Jogos Olímpicos de Verão de 2016|Jogos Olímpicos]] do Rio.<ref name="Jornalismo"/> Em 2017 o [[Instituto Moreira Salles]] lançou um portal na internet, disponibilizando muito material sobre a vida e obra do compositor.<ref name="Salles"/> Em 2021, o rapper [[Emicida]] lançou a canção ''São Pixinguinha'' em homenagem ao compositor, através do projeto alemão de música ColorsxStudios.<ref>{{Citar periódico |url=https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=ColorsxStudios&oldid=1061573178 |titulo=ColorsxStudios |data=2021-12-22 |acessodata=2021-12-26 |jornal=Wikipedia |lingua=en}}</ref> No mesmo ano estreou o filme ''[[Pixinguinha, Um Homem Carinhoso]]'', dirigido por [[Denise Saraceni]]. Danilo Ferreira interpreta Pixinguinha jovem e [[Seu Jorge]] depois.<ref name=":1">{{citar web|ultimo=Bernardo|primeiro=André|url=https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59232216|titulo='Pixinguinha, um Homem Carinhoso': novo filme refaz trajetória de gênio da MPB|website=BBC Brasil}}</ref> |
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Em 2023, os 50 anos de sua morte foram marcados por ampla cobertura jornalística e várias homenagens, louvado como um dos maiores nomes da música nacional,<ref name="Pessoa"/><ref name="Jornalismo">[https://www.youtube.com/watch?v=MXSeqSahd5s "Há 50 anos, morria Pixinguinha, gênio da música brasileira"]. ''Band Jornalismo'', 18/02/2023</ref><ref name="Deutsche"/><ref>[https://www.youtube.com/watch?v=SHCNFNV9kNk "Hoje faz 50 anos da morte de Pixinguinha"]. ''TV Brasil'', 17/02/2023</ref><ref>[https://www.youtube.com/watch?v=PLnuc8WEWMM "Há 50 anos, morria Pixinguinha; compositor deixou canções inéditas"]. ''SBT News'', 17/02/2023</ref> destacando-se o espetáculo ''Pixinguinha como Nunca'', organizado pelo [[Theatro Municipal do Rio de Janeiro]], trazendo ao público uma seleção das 50 obras inéditas que foram registradas em quatro discos.<ref name="Jornalismo"/><ref>[http://theatromunicipal.rj.gov.br/pixinguinha-e-homenageado-com-lancamento-de-musicas-ineditas-no-theatro-municipal/ "Pixinguinha é homenageado com o lançamento de músicas inéditas no Theatro Municipal"]. Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 03/01/2023</ref> |
Em 2023, os 50 anos de sua morte foram marcados por ampla cobertura jornalística e várias homenagens, louvado como um dos maiores nomes da música nacional,<ref name="Pessoa"/><ref name="Jornalismo">[https://www.youtube.com/watch?v=MXSeqSahd5s "Há 50 anos, morria Pixinguinha, gênio da música brasileira"]. ''Band Jornalismo'', 18/02/2023</ref><ref name="Deutsche"/><ref>[https://www.youtube.com/watch?v=SHCNFNV9kNk "Hoje faz 50 anos da morte de Pixinguinha"]. ''TV Brasil'', 17/02/2023</ref><ref>[https://www.youtube.com/watch?v=PLnuc8WEWMM "Há 50 anos, morria Pixinguinha; compositor deixou canções inéditas"]. ''SBT News'', 17/02/2023</ref> destacando-se o espetáculo ''Pixinguinha como Nunca'', organizado pelo [[Theatro Municipal do Rio de Janeiro]], trazendo ao público uma seleção das 50 obras inéditas que foram registradas em quatro discos.<ref name="Jornalismo"/><ref>[http://theatromunicipal.rj.gov.br/pixinguinha-e-homenageado-com-lancamento-de-musicas-ineditas-no-theatro-municipal/ "Pixinguinha é homenageado com o lançamento de músicas inéditas no Theatro Municipal"]. Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 03/01/2023</ref> |
Revisão das 16h29min de 28 de maio de 2023
Pixinguinha | |
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Pixinguinha | |
Informações gerais | |
Nome completo | Alfredo da Rocha Vianna Filho |
Também conhecido(a) como | Pizinguim, Bexiguinha, Pixinguinha, São Pixinguinha |
Nascimento | 23 de abril de 1897 |
Local de nascimento | Rio de Janeiro, RJ Brasil |
Morte | 17 de fevereiro de 1973 (75 anos) |
Local de morte | Rio de Janeiro, RJ Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Gênero(s) | Choro Maxixe Samba Valsa |
Ocupação | Maestro, flautista, saxofonista, compositor e arranjador |
Instrumento(s) | Saxofone Flauta |
Período em atividade | 1911–1972 |
Gravadora(s) | Odeon RCA Victor Sinter Musidisc |
Afiliação(ões) | Choro Carioca Grupo do Caxangá Oito Batutas Orquestra Típica Pixinguinha-Donga Orquestra Victor Brasileira Grupo da Guarda Velha Orquestra Columbia de Pixinguinha Diabos do Céu Os Cinco Companheiros |
Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha (Rio de Janeiro, 4 de maio de 1897 — Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1973), foi um compositor, arranjador, maestro, professor, flautista e saxofonista brasileiro.
Pixinguinha compôs música popular, principalmente dentro do gênero musical conhecido como choro. Ele compôs dezenas de choros, incluindo algumas das obras mais conhecidas do gênero, como Carinhoso, Glória, Lamento e Um a Zero, mas sua obra é larga, abrangendo quase todos os gêneros populares de sua época.
Ao integrar a música dos antigos compositores de choro do século XIX com harmonias contemporâneas semelhantes às do jazz, de ritmos afro-brasileiros e de arranjos sofisticados, ele apresentou o choro a um novo público e ajudou a popularizá-lo como um gênero tipicamente brasileiro. Pixinguinha também foi um dos primeiros músicos e compositores brasileiros a tirar proveito da tecnologia de transmissão de rádio e gravação em estúdio. Durante a primeira parte de sua carreira foi um inovador, fazendo grande sucesso mas também desencadeando polêmicas pelas novidades que introduziu. Depois ficou mais identificado com a memória musical do país e com tradições do passado. Hoje é um consenso considerá-lo um músico genial, um dos maiores nomes da história da música popular brasileira.
Carreira
Juventude
Nascido no Rio de Janeiro em 4 de maio de 1897,[1] Pixinguinha era filho de Raimunda Maria da Conceição e Alfredo da Rocha Vianna, funcionário dos Telégrafos e flautista amador, que fez parte de um grupo de burocratas e músicos que sistematizou e divulgou a linguagem do choro na virada do século XIX para o XX. Teve treze irmãos. O pai mantinha uma grande coleção de partituras de choro mais antigas, incluindo originais de Joaquim Antônio Callado, considerado o "patrono dos chorões", e organizava frequentes reuniões musicais em sua casa, das quais participavam músicos como Irineu de Almeida, Cândido do Trombone, Viriato Ferreira, Villa-Lobos e Quincas Laranjeiras.[2][3]
Pixinguinha foi iniciado no cavaquinho pelos irmãos Léo e Henrique,[4] e tinha uma flauta rudimentar de lata com que tirava músicas de ouvido.[5] Talento precoce, com 11 anos já acompanhava o pai e começava a compor. Desta época é o seu primeiro choro, Lata de leite. Teve aulas particulares de teoria musical com César Borges Leitão, que usava como base o manual didático publicado por Francisco Manuel da Silva, que havia sido aluno do padre José Maurício, e com ele também aprendeu a tocar bombardino, mas logo se tornou aluno de Irineu de Almeida, o "Irineu Batina", com quem desenvolveu as habilidades de leitura e escrita de partituras e se aperfeiçoou na flauta.[5][3][6]
Irineu o levava para tocar em festas e o integrou ao seu conjunto Choro Carioca,[5] e com eles em 1910 Pixinguinha fez as suas primeiras gravações, para a Favorite Records, gravando o tango 'São João debaixo d'água e o xote Salve a princesa de cristal, de Irineu de Almeida.[3] Voltaria a gravar com o Choro Carioca em 1911, já para a Casa Faulhaber, um repertório composto principalmente de polcas, onde já demonstra seu virtuosismo na flauta. Em 1912 começou a se apresentar em cabarés no bairro carioca da Lapa, assumiu a direção da orquestra Paladinos Japoneses e entrou para o Trio Suburbano. Tornou-se então flautista da orquestra do Cine-Teatro Rio Branco, visto que os filmes mudos da época eram muitas vezes acompanhados de música ao vivo. No ano seguinte participou da revista Chegou o Neves, fazendo sucesso por sua capacidade de improvisação. Em 1914 apareceu sua primeira obra publicada, a polca Dominante, editada pela Casa Carlos Wehrs e gravada pela Odeon no ano seguinte.[3][4][7][8]
Ainda em 1914 juntou-se aos amigos João Pernambuco e Donga para fundar o Grupo do Caxangá, que tinha 19 membros, um repertório variado que englobava músicas modernas e tradicionais, urbanas e rurais, e atuou em cinco carnavais antes de se dissolver em 1919. O grupo usava roupas tipicas do sertão nordestino, buscando aproveitar a popularidade do cangaceiro Antônio Silvino. Nesta época começou a compor sambas em parceria com seu irmão Otávio, o "China", iniciando uma rivalidade com o sambista José Barbosa da Silva, o "Sinhô".[3] Em 1917 formou seu primeiro conjunto, o Grupo do Pixinguinha, gravando dois maxixes e um tango.[5]
Oito Batutas
Em 1919, juntamente com seu irmão China, Donga, João Pernambuco e outros músicos proeminentes, remanescentes do Grupo do Caxangá, formou o grupo Oito Batutas,[9][10] criado a pedido de Isaac Frankel, gerente do Cine Palais, para tocar na sala de espera do cinema e atrair público.[11] Estreando em 7 de abril,[3] a formação instrumental era a princípio bastante tradicional, dominada por uma seção rítmica de cordas dedilhadas: Pixinguinha na flauta, além de violões, cavaquinho, banjo e percussão manual. Apresentando-se no saguão do cinema Cine Palais, os Oito Batutas logo se tornaram uma atração mais popular do que os próprios filmes.[12][13] Seu repertório era diversificado, abrangendo música folclórica do nordeste do Brasil, sambas, maxixes, valsas, polcas e "tangos brasileiros" (o termo "choro" ainda não estava estabelecido como gênero). O grupo apelou especialmente para os desejos nacionalistas dos brasileiros de classe alta que ansiavam por uma tradição musical exclusivamente brasileira, livre de influências estrangeiras. Os Oito Batutas se tornaram uma sensação em todo o Brasil, embora tenham gerado polêmica. Certos membros da elite branca do Rio de Janeiro não gostavam de homens negros se apresentando em casas de espetáculos.[14] A despeito das críticas racistas, o grupo tocou para os reis da Bélgica em visita,[3] foi admirado por personalidades como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Rui Barbosa, Irineu Marinho, Menotti del Picchia e Pinheiro Machado, e inspirou a criação de diversos conjuntos "sertanejos" ao longo da década de 1920, os quais, segundo Virgínia Bessa, "desempenharam papel importantíssimo na criação e divulgação da música nacional".[15]
Em 2019 foram contatados pelos abastados Arnaldo Guinle e seu irmão Carlos Guinle, que patrocinaram duas turnês entre o fim de 1919 e meados de 1921, passando por diversas cidades na Bahia, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Pernambuco, que projetaram os Batutas nacionalmente, recebendo elogios entusiásticos na imprensa pelo seu apelo à brasilidade, anunciando seus programas como "um repertório em que palpitam as tradições brasileiras", "tradutoras da nossa alma simples e de costumes que vão desaparecendo". Os mecenas incumbiram os músicos de, ao mesmo tempo, coletar material folclórico para a publicação de uma antologia de música popular, que acabou não sendo publicada.[3][16]
Em janeiro de 1922, durante uma temporada no cabaré Assírio, os Batutas entraram em contato com Antônio Lopes de Amorim Diniz, o "Duque", o principal divulgador do maxixe no exterior, e então diretor artístico do cabaré parisiense Schéhérazade. Por seu convite, e com patrocínio de Arnaldo Guinle, iniciaram ainda em janeiro sua primeira turnê européia.[17] Pouco antes de partirem, Benjamin Constant condenou na imprensa os ataques racistas que sofreram ao aparecer, e que continuavam, e disse:
- "A guerra que lhes fizeram foi atroz. Como os músicos eram bons, batutas de verdade, violeiros e cantadores magníficos; como a flauta de Pixinguinha fosse melhor do que qualquer flauta por aí saída com dez diplomas de dez institutos — começaram os despeitados a alegar a cor dos oito batutas, na maioria pretos. Segundo os descontentes, era uma desmoralização para o Brasil, ter na principal artéria de sua capital uma orquestra de negros! Que iria pensar de nós o estrangeiro? Os Oito Batutas não desmoralizarão o Brasil na Europa. Ao contrário. Levarão dentro de seus violões toda a alma cantante do Brasil. Levarão o Brasil tal qual ele é no seu sentimento e na sua beleza. Levarão verdadeira música brasileira, essa que ainda não foi contaminada pelas influências alheias e que vibra e que sofre e que geme por si, cantando luares do sertão e olhos de caboclas".[3]
Em Paris atuaram como embaixadores da música brasileira de fevereiro a junho no Schéhérazade e em diversas outras casas noturnas da capital francesa, além de tocarem em recepções e jantares, incluindo uma festa organizada pelo embaixador Souza Dantas. Entraram em contato com orquestras negras e grupos de jazz norte-americanos, e incorporaram em seu repertório algumas peças em estilo foxtrote, shimmy e ragtime, além de adotarem o saxofone, tocado por Pixinguinha, o banjo e a bateria. A mudança ocorreu também no seu visual, abandonando os trajes sertanejos usados até então e passando usar ternos ou smokings, e no nome, quando passam a se chamar Jazz Band Os Batutas, mas tem sido objeto de debate até que ponto essa influência foi importante para eles e para a proposta nacionalista que praticavam. O conjunto recebeu muitos elogios na imprensa francesa e foi um sucesso de público, mas em algumas notícias transparece que pelo menos parte da crítica os via como curiosidades exóticas, apenas mais uma entre as muitas que circulavam na cidade. Mais importante do que a repercussão da sua atuação na França propriamente dita, foi o impacto que a imagem da sua apresentação na capital cultural do Ocidente teve sobre o público brasileiro na época e também sobre a historiografia posterior, que tendeu a entendê-la como um triunfo da música brasileira. De qualquer modo, a turnê francesa acrescentou respeitabilidade para os Batutas e auxiliou na sua efetiva profissionalização. Segundo disse Pixinguinha, "após o sucesso na Europa, a nossa música começou a ser aceita e começamos a receber convites para trabalhar".[18] Entretanto, a influência do jazz não passaria despercebida no Brasil, e não agradaria aqueles que o queriam manter como um ícone da brasilidade.[19]
Ao retornar ao Brasil em agosto de 1922, o primeiro contrato dos Batutas foi com a companhia francesa de teatro de revista do Ba-ta-clan, tornando-se uma das principais atrações do espetáculo V'la Paris, com um repertório que haviam apresentado na França. Tocaram nas comemorações do Centenário da Independência, participaram da primeira transmissão radiofônica do Brasil, e voltaram a se apresentar no cabaré Assírio. No ano seguinte fizeram uma turnê pela Argentina, tocando em Mar del Plata, Mendoza, Rosário, Córdoba, Rio Cuarto e Buenos Aires, onde gravaram 12 discos para a RCA Victor com repertório integralmente brasileiro. Porém, durante a viagem surgiram atritos internos e o grupo se fragmentou, mas na volta para o Rio se reuniram, formando a Bi-Orquestra Oito Batutas, com um repertório de jazz e músicas brasileiras. Os Batutas não foram a primeira banda de jazz do Brasil, mas incentivaram a proliferação de outros grupos.[3][20]
Nesta década Pixinguinha também atuou com destaque como flautista na Companhia Negra de Revistas, que estreou em 31 de julho de 1926 com o espetáculo Tudo preto, mas pouco depois deixou a companhia e entrou para a Ba-ta-clan Preta, onde também permaneceu pouco tempo, mas casou com uma das suas integrantes, Albertina Nunes Pereira, conhecida artisticamente como Jandira Aymoré. Ambas as companhias negras receberam muitas críticas racistas e não tiveram vida longa. Essa oposição fez com que Pixinguinha e outros músicos negros se retraíssem de suas incursões no teatro e nos ritmos modernos e internacionais e voltassem a se concentrar sobre um repertório mais tipicamente associado ao Brasil tradicional, encontrando mais abertura no rádio e nas gravações.[20]
Até o fim da década Pixinguinha atuou independentemente em casas noturnas, assinou a partitura da revista Não te esqueças de mim, participou de um conjunto estável no cabaré Eldorado e atuou como flautista e maestro em algumas rádios cariocas. Em 1928, ano particularmente produtivo, assinou contrato com a Odeon para ser arranjador, compositor e instrumentista, gravou 30 disco com diversos conjuntos, fundou a Orquestra Típica Pixinguinha-Donga, e com os Batutas gravou mais um disco.[3][21]
Orquestra Victor Brasileira
Em 1929 Pixinguinha foi contratado pela RCA Victor para reger a Orquestra Victor Brasileira e, durante sua gestão, aprimorou suas habilidades como arranjador.[22] Era comum para os músicos de choro da época improvisar suas partes com base em uma partitura simples para piano, mas a crescente demanda por música de rádio de grandes conjuntos exigia partituras escritas para todos os instrumentos e Pixinguinha era um dos poucos compositores com essa habilidade na época. Foi nesta função que criou algumas das suas composições mais famosas, que foram popularizadas por cantores conhecidos no período, como Francisco Alves e Mário Reis.[23]
Seu contrato dava uma remuneração substancial de 1,2 conto de réis, previa a gravação de seis músicas por ano e ainda preservava seus direitos autorais, embora a venda desses direitos usualmente fosse por preços irrisórios. Ao longo da década de 1930, além de escrever as partituras, Pixinguinha fazia novos arranjos para músicas já conhecidas, revestindo-as de sonoridades mais modernas que acompanhavam a evolução do gosto popular, e a receptividade do seu trabalho lhe valeu contratos com quase todas as gravadoras ativas no país, além de frequentemente atuar como maestro de várias orquestras e conjuntos. A própria RCA Victor mantinha mais três outras orquestras, cada uma destinada a um segmento específico, e Pixinguinha trabalhou com todas. A Orquestra Victor Brasileira se dedicava principalmente a valsas e canções lentas e a servir de acompanhamento para grandes cantores. A Orquestra Diabos do Céu tocava marchas carnavalescas e um repertório tradicional de música brasileira, composto de batuque, samba, frevo, choro, macumba, maracatu, maxixe, rumba, samba-canção, tarantela, toada e valsa. A Orquestra Típica Victor era principalmente para música instrumental, e o Grupo da Guarda Velha era carnavalesco. Em 1934 passou a trabalhar concomitantemente para a gravadora Columbia, liderando o conjunto Pixinguinha e sua Orquestra Columbia, acompanhando cantores famosos.[24]
Os arranjos orquestrais de Pixinguinha para composições alheias e para suas próprias obras se caracterizam por uma grade diversidade de soluções técnicas e pela pesquisa de novas sonoridades, incorporando elementos das práticas e estilos populares e eruditos em misturas ecléticas, e às vezes exigindo técnicas aos quais os instrumentistas de orquestra não estavam habituados. Introduziu elementos raramente empregados na música popular, como cromatismos, contrapontos, arpejos e arrojadas modulações; passava com desenvoltura de arranjos singelos para orquestrações de densidade e complexidade quase sinfônica; modificou padrões estruturais e ritmos consagrados; utilizou consistentemente material melódico ou harmônico de maneira cíclica, dando mais unidade às composições; fazia citações e colagens de fragmentos de outras músicas ou introduzia material temático novo; enriqueceu a instrumentação e estabeleceu um padrão consistente de funções específicas para cada tipo de combinação de timbres; usava recursos musicais para ilustrar eventos que se desenvolviam no texto das letras; deu mais ênfase e protagonismo à percussão, e criou uma linguagem orquestral e estilística toda própria que se tornou sua marca registrada, e que o leva a ser reconhecido hoje como um grande arranjador. Suas inovações fizeram em geral muito sucesso, mas chocavam os tradicionalistas, que não economizaram duras críticas.[25][26] Ao fim da década, com os gostos sempre mudando e com um maciço influxo da música norte-americana, ele começou a perder espaço para arranjadores de formação mais erudita, como Leo Peracchi, Lyrio Panicali e principalmente Radamés Gnattali, que emergiam como "modernos", enquanto Pixinguinha começava a ser visto como um símbolo da "velha escola".[27]
Neste meio-tempo, em 1933 obteve um emprego como funcionário público, sendo nomeado fiscal da Limpeza Urbana do Rio, e participou da criação da Banda Municipal, atuando nela por um breve período.[28] No mesmo ano obteve certificado no curso de teoria musical do Instituto Nacional de Música, aperfeiçoando sua técnica compositiva.[29] Em 1937 foi contratado como arranjador estável da Rádio Mayrink Veiga, e no mesmo ano, com o relançamento do seu choro Carinhoso, cantado por Orlando Silva e com um novo arranjo do próprio Pixinguinha, sua popularidade como compositor chegou ao apogeu. Em 1939 foi sucedido na posição de arranjador principal na RCA Victor pelo conhecido compositor Radamés Gnattali, e Pixinguinha passou a receber apenas trabalhos secundários, principalmente de músicas carnavalescas, numa época em que o mercado para esse gênero já estava a se reduzindo sensivelmente e os conjuntos modificavam suas práticas, dispensando arranjos escritos. Pixinguinha fez arranjos para a RCA até 1941, e para a Rádio Mayrink Veiga até 1945; tentou se adaptar aos novos tempos, mas não conseguiu vencer a concorrência, o que o levou a uma fase de dificuldades econômicas, agravadas com o custo de uma casa que havia comprado, pagando as prestações sempre com atraso. Alguns historiadores e cronistas atribuem suas dificuldades nesta época ao alcoolismo, mas é incerto se isso foi uma causa ou uma consequência dos problemas por que passava.[5][30]
Regional de Benedito Lacerda
Nos anos 1940 passou a integrar a banda do flautista Benedito Lacerda,[31] onde assumiu o saxofone tenor como instrumento principal e continuou a compor músicas para o grupo. A banda de Lacerda era uma "regional", nome dado a bandas internas contratadas por emissoras de rádio para executar músicas e acompanhar cantores, muitas vezes ao vivo para uma platéia de estúdio. Ao longo da década de 1930 e 1940 as "regionais" proporcionaram emprego estável aos melhores músicos de choro da época e levaram à profissionalização da indústria fonográfica brasileira.[32] Foi com a Regional de Benedito Lacerda que Pixinguinha iniciou outro período fértil de composições e gravações, gravando juntos 34 músicas entre 1946 e 1951 e ganhando um lugar entre os grupos mais populares do país, atuando em diversas rádios.[33] Sua parceria com Lacerda é notável ainda pelo uso do contraponto nas composições[29] e por documentar algumas de suas mais brilhantes performances no saxofone.[5] Devido a problemas econômicos, e como as "regionais" caíram em desuso no final dos anos 1940, Pixinguinha teve que vender os direitos de suas composições para Benedito Lacerda, que por isso aparece como co-compositor de muitas das músicas de Pixinguinha, mesmo aquelas compostas enquanto Lacerda era um garoto. Nas gravações com Lacerda, Pixinguinha toca partes secundárias no saxofone, enquanto Lacerda toca flauta em músicas que Pixinguinha escreveu originalmente naquele instrumento.[32]
Neste período, em torno de 1942, abandonou a flauta em favor do saxofone, mas o motivo da mudança não é bem conhecido e já deu margem a muita especulação não comprovada.[5][29] Enquanto trabalhava com Lacerda, Pixinguinha se aproximou de Henrique Foréis Domingues, o "Almirante", que já conhecia de longa data, mas em 1946 começaram a trabalhar juntos sistematicamente, o que deu origem ao programa radiofônico Pessoal da Velha Guarda, apresentado na Rádio Tupi, com uma orquestra própria regida por Pixinguinha e arranjos discretos de sua autoria para polcas, xotes, valsas, modinhas, choros e serenatas que datavam do fim do século XIX e início do século XX, um repertório saudosista que tinha por objetivo principal resgatar uma tradição e tentar purificá-la das "deturpações" com que vinha sendo interpretada pelos contemporâneos. O programa foi um marco numa tentativa, que já se percebia em outros lugares, de se criar uma memória autêntica da música brasileira do passado, movimento no qual Pixinguinha acabou assumindo, ainda que involuntariamente, o papel de protagonista, sendo associado ao que era "típico", "raiz" e "tradicional".[34]
Em 1947 a Rádio Nacional iniciou a série Caricaturas, onde apresentava a biografia de artistas famosos em uma abordagem altamente romantizada, melodramática e sensacionalista, ao estilo das populares radionovelas, e sem grande preocupação com a veracidade das informações. Em 1948 Pixinguinha foi incluído na série, sendo caracterizado como filho de um "mau funcionário" e "mau músico", mas mesmo o biografado sendo pobre, era "risonho, bonachão e manso como todo poeta". O tratamento dado a ele foi completamente diferente do dado a Radamés Gnattali, tratado com um músico sério, diplomado, premiado, erudito e respeitável, um verdadeiro gênio perfeito que havia conquistado a fama através de uma luta heroica de trabalho incansável, enquanto que Pixinguinha foi lembrado praticamente apenas pelo Carinhoso, que reboava ao fundo como trilha sonora em arranjo dramático, fruto de um talento natural herdado de seus ancestrais africanos; era, enfim, um "negrinho bom", dotado de "uma estrela bem branca", que já pertencia ao passado. A comparação desigual entre os dois foi intensamente explorada pelos biógrafos de Pixinguinha.[35]
Últimos anos
Em meados da década de 1950 foi promovido a professor público e passou a dar aulas de música nos colégios Vicente Licínio Cardoso e João Alfredo, onde também regeu a banda escolar.[36] Em 1954 foi homenageado com o I Festival da Velha Guarda, em São Paulo, transmitido pela Rádio Record no dia do seu aniversário, com apresentação de Almirante e participação de grandes nomes. Em 1955 lançou o disco clássico Velha Guarda, com a participação de Donga, João da Baiana, Bide do Estácio, Almirante e outros, que foi um grande sucesso, levando à gravação de mais dois em menos de um ano: Carnaval da Velha Guarda e Festival da Velha Guarda.[4] A mudança de gostos e a popularidade emergente do samba e do bolero, bem como a do jazz estadunidense, levaram ao declínio do choro "regional", à medida que outros gêneros se tornaram dominantes no rádio. Pixinguinha passou a aparecer em público apenas em raras ocasiões, como nos programas de TV Noite de Choro produzidos por Jacob do Bandolim em 1955 e 1956.[5][37]
Em 1958, ao lado de Abel Ferreira, Pedro Vieira, Orlando Silva Leite e Irani Pinto, gravou pela Sinter o LP Os cinco companheiros. Fez participações ocasionais em outros discos nesta época, apareceu em alguns festivais, e ainda mantinha um conjunto próprio, Pixinguinha e sua Banda, composto de velhos amigos, mas os músicos já não tinham o mesmo vigor. Na década de 1960, em parceria com Vinícius de Moraes, compôs algumas canções e a trilha sonora do filme Sol sobre a lama, de Alex Viany, de caráter brasilianista.[3][38] Em 1968 recebeu diversas homenagens celebrando seus 70 anos, incluindo uma exposição e um concerto promovidos pelo Museu da Imagem e do Som, e gravou o LP Gente da antiga, com Clementina de Jesus e João da Baiana.[4] Em 1970 pôs em partitura os longos improvisos que executava para o choro Urubu, que saiu no disco Som Pixinguinha. Seus últimos arranjos foram feitos neste mesmo ano, para um disco de Fábio de Oliveira.[3]
Sua carreira se encerrava, mas há muitos anos já havia sido reconhecido generalizadamente como o maior monumento vivo da memória musical brasileira. Na análise de Bessa, "se, por um lado, esse processo coroou o artista com os louros do reconhecimento, por outro o impediu de seguir criando, fadado a reproduzir a música de 'tempos imemoriais'. Notam-se, assim, dois momentos distintos na trajetória do artista: primeiro, o das soluções criativas, em que soube se valer das brechas existentes no mercado musical brasileiro para fazer ouvir sua escuta, compondo, criando e atuando intensamente no cerne da indústria fonográfica; depois, o da 'museificação', em que passou a ser valorizado justamente por sua relação com um passado musical brasileiro".[39] Brasílio Itiberê, escrevendo no fim da década de 1960, viu nele "a floração máxima desse fenômeno da música urbana, da música popular carioca: uma cristalização de beleza pura, inteiramente impermeável às más influências, nacionais ou estrangeiras. Não se enquadrando no âmbito da música erudita, ele atinge momentos geniais de transcendência ou de transfiguração folclórica — com um vigor e uma marca inconfundível de autenticidade racial".[40]
Sua esposa morreu em 1972. Pixinguinha já estava doente com arteriosclerose e problemas cardíacos, e morreu em 17 de fevereiro de 1973, quando estava na Igreja de Nossa Senhora da Paz em Ipanema, participando de um batismo. A causa da morte foi ruptura de um aneurisma da aorta abdominal. Deixou um filho adotivo, Alfredo da Rocha Vianna Neto.[3][41] Desde 2000 seu acervo pessoal, incluindo documentos, partituras, troféus, fotos e roupas, se encontra sob a guarda do Instituto Moreira Salles.[42]
Segundo Renato Roschel, "Pixinguinha considerava-se um boêmio caseiro — daqueles que vão da casa ao bar e do bar à casa — e era frequentador assíduo de alguns bares determinados. Sua boêmia ficava ainda mais brilhante e suntuosa em suas festas de aniversário -verdadeiras comemorações a ele e à música popular. Nestas festas não podiam faltar duas coisas: o uísque e uma frase que Pixinguinha sempre dizia: minha vida foi sempre bem vivida na boêmia". A mesa cativa que tinha no Bar Gouveia, na Travessa do Ouvidor, foi marcada com seu nome gravado em ouro.[19]
Legado
Deixou uma obra vasta, cujo número ainda não foi bem computado, fala-se em geral em cerca de mil composições, ele próprio calculava ter composto cerca de duas mil, além de centenas de arranjos.[3][43] Entre as mais conhecidas estão Um a zero, Segura ele, Lamentos, Sofres porque queres, Vou vivendo, Naquele tempo, Ingênuo (com Benedito Lacerda), Urubu, Rosa (com Otávio de Souza) e Página de dor (com Cândido das Neves),[44] e sobretudo Carinhoso (com João de Barro), considerado um "hino popular" do Brasil, uma das músicas mais regravadas da história do cancioneiro nacional, e segundo Luciana Andrzejewski, especialista em história e memória social, é a mais lembrada canção brasileira de todos os tempos.[45] Muitas de suas obras se tornaram referências na música brasileira.[46]
Pixinguinha foi um caso raro entre os músicos populares de sua geração pela amplitude de suas atividades: compositor, instrumentista, arranjador, maestro e professor. Atuou com destaque nas rádios, lutou pela profissionalização dos músicos, foi um grande divulgador da música brasileira, praticou quase todos os gêneros populares de seu tempo e os renovou através de sua inventividade, seus arranjos originais e sua absorção de influências do jazz e outros ritmos internacionais.[3][43] Para Moreira Júnior & Borém, "a postura aberta de Pixinguinha em relação ao contato com outras culturas permitiu que ele absorvesse e incorporasse elementos que contribuíram na formação de seu estilo musical maduro e eclético".[46] Seus arranjos têm chamado a atenção da crítica pela sua sofisticação, pelas suas qualidades inovadoras e pelo papel central que desempenhou na articulação de uma nova concepção para o arranjo brasileiro.[47][26][48][5] Segundo seu biógrafo Sérgio Cabral, Pixinguinha "abrasileirou as orquestrações de forma tão nítida e radical que se pode dizer, sem qualquer medo de errar, que foi ele o grande pioneiro da orquestração para a música popular brasileira".[48] Apesar da bibliografia crítica que sua obra já suscitou, ainda há aspectos que precisam mais aprofundamento, não há um catálogo crítico de suas obras, e o debate sobre a extensão da influência do jazz em sua produção ainda está aberto. Muitas peças permanecem inéditas.[3]
Sua obra continua apreciada e é um consenso considerá-lo um dos grandes vultos da música popular brasileira.[43] Na opinião do compositor e professor Livio Tragtenberg "ele foi um dos fundadores do que a gente conhece como música popular brasileira urbana. Pixinguinha teve um papel formador na musicalidade brasileira". Para o professor Alberto Ikeda, foi um "exemplo completo de músico", e "o maior legado de Pixinguinha para a cultura brasileira é a sua imagem, a personalidade referencial do músico popular, completo, genial".[45] Seu trabalho foi fundamental para que o choro assumisse sua feição clássica,[43] e foi uma figura importante para a consolidação do carnaval carioca.[45] Os Oito Batutas foi o primeiro grupo popular brasileiro a ganhar reconhecimento no exterior.[43]
Considerado em vida um dos principais representantes da mais autêntica música brasileira, sua obra encantou o país mas no entanto não fez escola nem seguidores diretos. Para Luís Antônio Giron, ele "foi um melodista extraordinário, capaz de somar ao ambiente tonal do choro as modulações do jazz e da música erudita. Com orquestrador, ouviu a intuição. Não teve condições de progredir ou de estudar teoria musical. Ainda assim obteve resultados importantes para o arranjo tipicamente brasileiro. [...] A arte do contraponto não escrito do Pixinguinha improvisador não tem similar em toda a música popular. O material contrapontístico e melódico do compositor teriam gerado sucessores. No entanto, a envergadura artística e a longevidade do músico não permitiram a construção de uma escola 'pixinguiniana'. Como certas árvores, os grandes talentos criam em torno de si uma área de esterilidade. O fio da sua meada se extraviou no decorrer da história, sem que ninguém quisesse apanhá-lo".[3]
Homenagens
No dia 23 de abril comemora-se o Dia Nacional do Choro. A data foi criada como homenagem ao que se acreditava ser a data de nascimento de Pixinguinha. Ela foi criada oficialmente em 4 de setembro de 2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello. Em novembro de 2016, entretanto, foi descoberto que a verdadeira data de nascimento do compositor é 4 de maio de 1897,[1] e não 23 de abril, como se acreditava até então. Apesar disso, a data de comemoração do estilo musical criado pelo artista permaneceu inalterada.
Foi homenageado pela escola de samba Portela, em 1974, com o enredo "O Mundo Melhor de Pixinguinha". Desde 1977 a Funarte mantém o Projeto Pixinguinha, voltado para o fomento da música brasileira, através da promoção de shows e gravações, levando também à formação de um acervo de memória com documentos, gravações, depoimentos, fotos, vídeos e filmes.[49][50] Em 2007 seu centenário de nascimento foi homenageado com exposições.[29] Em 2014 foi homenageado pela escola de samba Mocidade Unida da Mooca[51] campeã do quarto grupo.[52]
Em 2013, seu aniversário de 117 anos foi homenageado com um Google Doodle.[53] Em 2016, ganhou uma estátua no Bar da Portuguesa, em Ramos. Foi feita da forma que ele passou os últimos anos de sua vida, feliz e de pijamas na mesa daquele bar.[54] No mesmo ano o Carinhoso foi interpretado nas cerimônias de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio.[55] Em 2017 o Instituto Moreira Salles lançou um portal na internet, disponibilizando muito material sobre a vida e obra do compositor.[4] Em 2021, o rapper Emicida lançou a canção São Pixinguinha em homenagem ao compositor, através do projeto alemão de música ColorsxStudios.[56] No mesmo ano estreou o filme Pixinguinha, Um Homem Carinhoso, dirigido por Denise Saraceni. Danilo Ferreira interpreta Pixinguinha jovem e Seu Jorge depois.[57]
Em 2023, os 50 anos de sua morte foram marcados por ampla cobertura jornalística e várias homenagens, louvado como um dos maiores nomes da música nacional,[42][55][45][58][59] destacando-se o espetáculo Pixinguinha como Nunca, organizado pelo Theatro Municipal do Rio de Janeiro, trazendo ao público uma seleção das 50 obras inéditas que foram registradas em quatro discos.[55][60]
Ver também
Referências
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- ↑ "Há 50 anos, morria Pixinguinha; compositor deixou canções inéditas". SBT News, 17/02/2023
- ↑ "Pixinguinha é homenageado com o lançamento de músicas inéditas no Theatro Municipal". Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 03/01/2023
Bibliografia
- Choro: a social history of a Brazilian popular music. Tamara Elena Livingston-Isenhour and Thomas George Caracas Garcia. Indiana University Press, 2005, pp. 91–98.
Ligações externas
- «Sítio oficial»
- Pixinguinha. no IMDb.
- Pixinguinha. Entrevista realizada por João Baptista Borges Pereira. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros. São Paulo, 42:77-87, 1997.
- Nascidos em 1897
- Mortos em 1973
- Arranjadores do estado do Rio de Janeiro
- Compositores do estado do Rio de Janeiro
- Flautistas do estado do Rio de Janeiro
- Músicos afro-brasileiros
- Maestros do Rio de Janeiro (estado)
- Músicos de choro
- Músicos de música popular brasileira
- Naturais da cidade do Rio de Janeiro
- Sambistas
- Saxofonistas do estado do Rio de Janeiro
- Agraciados com a Ordem do Mérito Cultural