Atomismo: diferenças entre revisões
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'''Atomismo''' ({{lang-grc|ἄτομον}} ''atomon'' o que não pode ser cortado, indivisível<ref>{{LSJ|a)/tomos|ἄτομον|ref}}</ref><ref>{{citar web|título=atom|url=http://www.etymonline.com/index.php?term=atom&allowed_in_frame=0|publicado=Online Etymology Dictionary}}</ref><ref>O termo "atomismo" é registrado no Inglês desde 1670/1680 (''Random House Webster's Unabridged Dictionary'', 2001, "atomism").</ref>) é uma [[filosofia natural]] que se desenvolveu em várias tradições antigas. Os atomistas teorizaram que a natureza consiste em dois princípios fundamentais: ''átomo'' e ''vazio''. Ao contrário de seu homônimo científico moderno em [[teoria atômica]], os átomos filosóficos vêm em uma variedade infinita de formas e tamanhos cada uma delas sendo indestrutíveis, imutáveis e cercadas por um vazio onde colidem com os outros ou se reúnem em juntos formando arranjos. O aglomerado de diferentes formas, arranjos e posições dão origem a várias substâncias macroscópicas no mundo.<ref>[[Aristotle]], ''Metaphysics'' I, 4, 985<sup>b</sup> 10–15.</ref><ref name="SEP">Berryman, Sylvia, "Ancient Atomism", ''[[Stanford Encyclopedia of Philosophy|The Stanford Encyclopedia of Philosophy]]'' (Fall 2008 Edition), Edward N. Zalta (ed.), http://plato.stanford.edu/archives/fall2008/entries/atomism-ancient/</ref> |
'''Atomismo''' ({{lang-grc|ἄτομον}} ''atomon'' o que não pode ser cortado, indivisível<ref>{{LSJ|a)/tomos|ἄτομον|ref}}</ref><ref>{{citar web|título=atom|url=http://www.etymonline.com/index.php?term=atom&allowed_in_frame=0|publicado=Online Etymology Dictionary}}</ref><ref>O termo "atomismo" é registrado no Inglês desde 1670/1680 (''Random House Webster's Unabridged Dictionary'', 2001, "atomism").</ref>) é uma [[filosofia natural]] que se desenvolveu em várias tradições antigas. Os atomistas teorizaram que a natureza consiste em dois princípios fundamentais: ''átomo'' e ''vazio''. Ao contrário de seu homônimo científico moderno em [[teoria atômica]], os átomos filosóficos vêm em uma variedade infinita de formas e tamanhos cada uma delas sendo indestrutíveis, imutáveis e cercadas por um vazio onde colidem com os outros ou se reúnem em juntos formando arranjos. O aglomerado de diferentes formas, arranjos e posições dão origem a várias substâncias macroscópicas no mundo.<ref>[[Aristotle]], ''Metaphysics'' I, 4, 985<sup>b</sup> 10–15.</ref><ref name="SEP">Berryman, Sylvia, "Ancient Atomism", ''[[Stanford Encyclopedia of Philosophy|The Stanford Encyclopedia of Philosophy]]'' (Fall 2008 Edition), Edward N. Zalta (ed.), http://plato.stanford.edu/archives/fall2008/entries/atomism-ancient/</ref> |
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</ref> [[Ajivika]] e [[Carvaka]] remontam ao século VI a.C..<ref>Thomas McEvilley, The Shape of Ancient Thought: Comparative Studies in Greek and Indian Philosophies ISBN 1-58115-203-5, Allwarth Press, 2002, p. 317-321.</ref> As escolas [[Nyaya]] e [[Vaisheshika]] desenvolveram teorias sobre como os átomos se combinavam para formar objetos mais complexos.<ref>Richard King, Indian philosophy: an introduction to Hindu and Buddhist thought, , Edinburgh University Press, 1999, ISBN 0-7486-0954-7, pp. 105-107.</ref> No Ocidente, o atomismo surgiu no século V a.C., com [[Leucipo]] e [[Demócrito]].<ref>''[http://books.google.com/books?id=i_1u3X4yqdAC The Atomists, Leucippus and Democritus: Fragments - A Text and Translation with a Commentary]''. University of Toronto Press; 2010. ISBN 978-1-4426-1212-9. p. 157–158.</ref> A questão sobre se cultura indiana influenciou gregos ou vice-versa, ou se ambos evoluíram de forma independente ainda está em disputa.<ref>{{citar livro |
</ref> [[Ajivika]] e [[Carvaka]] remontam ao século VI a.C..<ref>Thomas McEvilley, The Shape of Ancient Thought: Comparative Studies in Greek and Indian Philosophies ISBN 1-58115-203-5, Allwarth Press, 2002, p. 317-321.</ref> As escolas [[Nyaya]] e [[Vaisheshika]] desenvolveram teorias sobre como os átomos se combinavam para formar objetos mais complexos.<ref>Richard King, Indian philosophy: an introduction to Hindu and Buddhist thought, , Edinburgh University Press, 1999, ISBN 0-7486-0954-7, pp. 105-107.</ref> No Ocidente, o atomismo surgiu no século V a.C., com [[Leucipo]] e [[Demócrito]].<ref>''[http://books.google.com/books?id=i_1u3X4yqdAC The Atomists, Leucippus and Democritus: Fragments - A Text and Translation with a Commentary]''. University of Toronto Press; 2010. ISBN 978-1-4426-1212-9. p. 157–158.</ref> A questão sobre se cultura indiana influenciou gregos ou vice-versa, ou se ambos evoluíram de forma independente ainda está em disputa.<ref>{{citar livro |
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|último =Teresi|primeiro =Dick|publicado= Simon & Schuster|título= Lost Discoveries: The Ancient Roots of Modern Science|ano=2003|isbn=0-7432-4379-X|url = http://books.google.com/?id=pheL_ubbXD0C&pg=PA213|páginas= 213–214}}</ref> |
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==Atomismo grego antigo== |
=== Atomismo grego antigo === |
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O conceito de vácuo destaca-se pelas dificuldades filosóficas que carrega, dado que deve, para que a teoria tenha validade, ser tão real e conhecível quanto o átomo, ainda que as evidências apontem que os atomistas chamavam-o de 'não-ser' ou 'aquilo que não é', o que implica uma contradição de termos em contraste com a influência [[eleática]] do atomismo. Entretanto, outros fragmentos indicam que [[Demócrito]] verdadeiramente considerava o vácuo como existente (''hupostasis'') e dotado de uma natureza própria (''phusis''), e afirmava que um [[corpo]] não 'seria mais' que o vácuo.{{Sfn|Gill|Pellegrin|2006|p=48}} A ideia do vazio é essencial à teoria atomista, pois possibilita a ideia de movimento, a existência dos átomos enquanto unidades separadas, como também a dinâmica de corpos complexos - a [[doxografia]] testemunha que os atomistas explicavam a diferença de dureza e resistência dos metais como consequência do arranjo dos átomos que os contituem, diferindo por suas ligações mais ou menos esparsas; no mesmo sentido, é possível que [[Demócrito]] tenha afirmado que corpos macroscópicos tenham um tendência à se mover para o vácuo em razão da menor resistência oferecido, outra demonstração do efeito do vácuo na dinâmica dos corpos.{{Sfn|Gill|Pellegrin|2006|p=49}} |
O conceito de vácuo destaca-se pelas dificuldades filosóficas que carrega, dado que deve, para que a teoria tenha validade, ser tão real e conhecível quanto o átomo, ainda que as evidências apontem que os atomistas chamavam-o de 'não-ser' ou 'aquilo que não é', o que implica uma contradição de termos em contraste com a influência [[eleática]] do atomismo. Entretanto, outros fragmentos indicam que [[Demócrito]] verdadeiramente considerava o vácuo como existente (''hupostasis'') e dotado de uma natureza própria (''phusis''), e afirmava que um [[corpo]] não 'seria mais' que o vácuo.{{Sfn|Gill|Pellegrin|2006|p=48}} A ideia do vazio é essencial à teoria atomista, pois possibilita a ideia de movimento, a existência dos átomos enquanto unidades separadas, como também a dinâmica de corpos complexos - a [[doxografia]] testemunha que os atomistas explicavam a diferença de dureza e resistência dos metais como consequência do arranjo dos átomos que os contituem, diferindo por suas ligações mais ou menos esparsas; no mesmo sentido, é possível que [[Demócrito]] tenha afirmado que corpos macroscópicos tenham um tendência à se mover para o vácuo em razão da menor resistência oferecido, outra demonstração do efeito do vácuo na dinâmica dos corpos.{{Sfn|Gill|Pellegrin|2006|p=49}} |
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O [[epicurismo]] (cujos representantes principais foram [[Epicuro]] e [[Lucrécio]]), que teve uma ampla difusão na antiguidade, foi influenciado pelo atomismo de Demócrito, mas com grandes mudanças. A principal diferença foi o abandono da ideia de turbilhão de átomos e a afirmação de que os átomos possuem peso e que, por isso, os átomos percorrem linhas retilíneas paralelas, tal como objetos em [[queda livre]]. Ocasionalmente, cada átomo exibe espontaneamente um desvio mínimo da linha reta indeterminado e imprevisível, desvio esse chamado ''clinamen''. Esse desvio mínimo é que explicaria o choque e encontro entre os átomos. |
O [[epicurismo]] (cujos representantes principais foram [[Epicuro]] e [[Lucrécio]]), que teve uma ampla difusão na antiguidade, foi influenciado pelo atomismo de Demócrito, mas com grandes mudanças. A principal diferença foi o abandono da ideia de turbilhão de átomos e a afirmação de que os átomos possuem peso e que, por isso, os átomos percorrem linhas retilíneas paralelas, tal como objetos em [[queda livre]]. Ocasionalmente, cada átomo exibe espontaneamente um desvio mínimo da linha reta indeterminado e imprevisível, desvio esse chamado ''clinamen''. Esse desvio mínimo é que explicaria o choque e encontro entre os átomos. |
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[[Imagem:Lucretius1.jpg|thumb|direita|[[Lucrécio]], filósofo epicurista latino, cuja obra ''[[De rerum natura]]'' serviu de referência do pensamento atomista na modernidade.]] |
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==Na filosofia latina== |
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==Geometria e átomos== |
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Edição atual tal como às 22h57min de 28 de janeiro de 2024
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Atomismo (em grego clássico: ἄτομον atomon o que não pode ser cortado, indivisível[1][2][3]) é uma filosofia natural que se desenvolveu em várias tradições antigas. Os atomistas teorizaram que a natureza consiste em dois princípios fundamentais: átomo e vazio. Ao contrário de seu homônimo científico moderno em teoria atômica, os átomos filosóficos vêm em uma variedade infinita de formas e tamanhos cada uma delas sendo indestrutíveis, imutáveis e cercadas por um vazio onde colidem com os outros ou se reúnem em juntos formando arranjos. O aglomerado de diferentes formas, arranjos e posições dão origem a várias substâncias macroscópicas no mundo.[4][5]
Referências ao conceito de atomismo e seus átomos são encontrados na Índia antiga e Grécia Antiga. Na Índia as escolas atomistas Jainistas,[6][7] Ajivika e Carvaka remontam ao século VI a.C..[8] As escolas Nyaya e Vaisheshika desenvolveram teorias sobre como os átomos se combinavam para formar objetos mais complexos.[9] No Ocidente, o atomismo surgiu no século V a.C., com Leucipo e Demócrito.[10] A questão sobre se cultura indiana influenciou gregos ou vice-versa, ou se ambos evoluíram de forma independente ainda está em disputa.[11]
História
[editar | editar código-fonte]Atomismo grego antigo
[editar | editar código-fonte]![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
A teoria atomista se desenvolve em algum após a metade do século V a. c., por obra de Leucipo e Demócrito, cujas elaborações filosóficas são dificilmente separáveis nos registros transmitidos e preservados.[12] Sua formação conceitual guarda similaridades com as elaborações precedentes de Anaxagoras e Empédocles acerca da pluralidade de entidades irredutiveis, cujo movimento de composição e decomposição explica o movimento testemunhado no mundo dos fenômenos. Diferentemente desses filósofos, porém, o atomismo considera essas entidades como infinitas em número e indivisíveis, variando em forma, tamanho e possivelmente também em seu peso. Essas são particulas plenas e internamente unificadas, chamadas, por inspiração da teoria parmenideana do Ser, de 'aquilo que é', ou simplesmente Ser, que existem circulando no vácuo, chamado de vázio ou de não-ser. Esses dois conceitos formam a base simples do mundo, onde todo o resto decorre de suas misturas e composições.[13] Fragmentos preservados atribuidos aos primeiros atomistas, como o transmitido por Galeno, "Por convenção doce, e por convenção amargo, por convenção quente, por convenção frio: na realidade átomos e vácuo" (DK 68B9 = B125), demonstram a distinção colocada entre a percepção humana e a constituição própria das coisas, onde 'convenção' tem um sentido análogo ao de qualidade secundária,[14] como também o relativo ceticismo dos atomistas em relação ao conhecimento empírico.[15]
O conceito de vácuo destaca-se pelas dificuldades filosóficas que carrega, dado que deve, para que a teoria tenha validade, ser tão real e conhecível quanto o átomo, ainda que as evidências apontem que os atomistas chamavam-o de 'não-ser' ou 'aquilo que não é', o que implica uma contradição de termos em contraste com a influência eleática do atomismo. Entretanto, outros fragmentos indicam que Demócrito verdadeiramente considerava o vácuo como existente (hupostasis) e dotado de uma natureza própria (phusis), e afirmava que um corpo não 'seria mais' que o vácuo.[14] A ideia do vazio é essencial à teoria atomista, pois possibilita a ideia de movimento, a existência dos átomos enquanto unidades separadas, como também a dinâmica de corpos complexos - a doxografia testemunha que os atomistas explicavam a diferença de dureza e resistência dos metais como consequência do arranjo dos átomos que os contituem, diferindo por suas ligações mais ou menos esparsas; no mesmo sentido, é possível que Demócrito tenha afirmado que corpos macroscópicos tenham um tendência à se mover para o vácuo em razão da menor resistência oferecido, outra demonstração do efeito do vácuo na dinâmica dos corpos.[15]
Leucipo
[editar | editar código-fonte]Demócrito
[editar | editar código-fonte]![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b9/Democritus2.jpg/220px-Democritus2.jpg)
Demócrito de Abdera (em grego clássico: Δημόκριτος, Dēmokritos, "escolhido do povo"; ca. 460 a.C. — 370 a.C.) foi um filósofo pré-socrático da Grécia Antiga. Nasceu na cidade de Mileto ou Abdera, viajou pela Babilônia, Egito e Atenas, e se estabeleceu em Abdera no final do século V a.C.. Do ponto de vista filosófico, a maior parte de suas obras (segundo a doxografia) tratou da ética e não apenas da physis (cujo estudo caracterizava os pré-socráticos).
Demócrito foi discípulo e depois sucessor de Leucipo de Mileto. Sua fama decorre do fato de ele ter sido o maior expoente da teoria atômica ou do atomismo. De acordo com essa teoria, tudo o que existe é composto por elementos indivisíveis chamados átomos (do grego, "a", negação e "tomo", divisível. Átomo= indivisível). Não há certeza se a teoria foi concebida por ele ou por seu mestre Leucipo, e a ligação estreita entre ambos dificulta a identificação do que foi pensado por um ou por outro. Todavia, parece não haver dúvidas de ter sido Demócrito quem de fato sistematizou o pensamento e a teoria atomista. Demócrito avançou também o conceito de um universo infinito, onde existem muitos outros mundos como o nosso.
Embora amplamente ignorado em Atenas durante sua vida, a obra de Demócrito foi bastante conhecida por Aristóteles, que a comentou extensivamente. É famosa a anedota de que Platão detestava tanto Demócrito que queria que todos os seus livros fossem queimados.[17][18] Séculos mais tarde, na era moderna, filósofos marxistas contraporão o materialismo de Demócrato contra o idealismo de Sócrates. Há anedotas segundo as quais Demócrito ria e gargalhava de tudo e dizia que o riso torna sábio,[19][20] o que o levou a ser conhecido, durante o renascimento, como "o filósofo que ri".
Na Grécia Antiga, Protágoras de Abdera teria sido seu discípulo direto[21] e, posteriormente, o principal filósofo influenciado por ele foi Epicuro. No Renascimento, muitas de suas ideias foram aceitas (por, por exemplo, Giordano Bruno) e tiveram um papel importante durante o Iluminismo. Muitos consideram que Demócrito é "o pai da ciência moderna".[22]Epicurismo
[editar | editar código-fonte]![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
O epicurismo (cujos representantes principais foram Epicuro e Lucrécio), que teve uma ampla difusão na antiguidade, foi influenciado pelo atomismo de Demócrito, mas com grandes mudanças. A principal diferença foi o abandono da ideia de turbilhão de átomos e a afirmação de que os átomos possuem peso e que, por isso, os átomos percorrem linhas retilíneas paralelas, tal como objetos em queda livre. Ocasionalmente, cada átomo exibe espontaneamente um desvio mínimo da linha reta indeterminado e imprevisível, desvio esse chamado clinamen. Esse desvio mínimo é que explicaria o choque e encontro entre os átomos.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/24/Lucretius1.jpg/220px-Lucretius1.jpg)
Temas
[editar | editar código-fonte]Geometria e átomos
[editar | editar código-fonte]Elemento | Poliedro | Faces | Triângulos | |
---|---|---|---|---|
Fogo | Tetraedro (Animação) |
![]() |
4 | 24 |
Ar | Octaedro (Animação) |
![]() |
8 | 48 |
Água | Icosaedro (Animação) |
![]() |
20 | 120 |
Terra | Cubo (Animação) |
![]() |
6 | 24 |
Corpos geométricas simples, de acordo com Platão,Timeu[23] |
Platão compôs sua teoria física sobre a constituição do universo baseando-se em um modelo geométrico, ele percebeu que uma teoria da natureza apenas aritmética era impossível e que era então preciso um novo método matemático para a descrição do mundo, assim, encorajou o desenvolvimento de um método geométrico que veio até mesmo a influenciar Euclides. A teoria platônica propôs uma versão geométrica para a teoria atômica, usando o triângulo como o elemento básico de seu modelo de partículas elementares e partir dele construiu os sólidos geométricos.[24] Cada elemento de Empédocles foi associado a um sólido geométrico em partícula, assim o cubo fora associado à terra por ser o mais imóvel dos quatro elementos; então pela ordem da estabilidade: o icosaedro à água, o octaedro ao ar e o tetraedro ao fogo.[25]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ ἄτομον. Liddell, Henry George; Scott, Robert; A Greek–English Lexicon no Perseus Project
- ↑ «atom». Online Etymology Dictionary
- ↑ O termo "atomismo" é registrado no Inglês desde 1670/1680 (Random House Webster's Unabridged Dictionary, 2001, "atomism").
- ↑ Aristotle, Metaphysics I, 4, 985b 10–15.
- ↑ Berryman, Sylvia, "Ancient Atomism", The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2008 Edition), Edward N. Zalta (ed.), http://plato.stanford.edu/archives/fall2008/entries/atomism-ancient/
- ↑ Gangopadhyaya, Mrinalkanti (1981). Indian Atomism: History and Sources. Atlantic Highlands, New Jersey: Humanities Press. ISBN 0-391-02177-X. OCLC 10916778
- ↑ Iannone, A. Pablo (2001). Dictionary of World Philosophy. [S.l.]: Routledge. pp. 83,356. ISBN 0-415-17995-5. OCLC 44541769
- ↑ Thomas McEvilley, The Shape of Ancient Thought: Comparative Studies in Greek and Indian Philosophies ISBN 1-58115-203-5, Allwarth Press, 2002, p. 317-321.
- ↑ Richard King, Indian philosophy: an introduction to Hindu and Buddhist thought, , Edinburgh University Press, 1999, ISBN 0-7486-0954-7, pp. 105-107.
- ↑ The Atomists, Leucippus and Democritus: Fragments - A Text and Translation with a Commentary. University of Toronto Press; 2010. ISBN 978-1-4426-1212-9. p. 157–158.
- ↑ Teresi, Dick (2003). Lost Discoveries: The Ancient Roots of Modern Science. [S.l.]: Simon & Schuster. pp. 213–214. ISBN 0-7432-4379-X
- ↑ Warren & Sheffield 2014, p. 197.
- ↑ Gill & Pellegrin 2006, p. 47.
- ↑ a b Gill & Pellegrin 2006, p. 48.
- ↑ a b Gill & Pellegrin 2006, p. 49.
- ↑ Durant, Will. A filosofia de Aristóteles. Rua Nova Jerusalém, 345 — RJ: Editora Tecnoprint S. A. p. 68
- ↑ Diógenes Laércio, Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres
- ↑ RUSSELL, BERTRAND (1972). A History of Western Philosophy, Simon & Schuster.
- ↑ Cartas do Pseudo-Hipócrates, IV, XXXII, século I dC
- ↑ Seneca, de Ira, ii.10; Aelian, Varia Historia, iv.20.
- ↑ Encyclopedia.com - FREE online dictionary (ed.). «Democritus – Dictionary definition of Democritus». Consultado em 2 de Abril de 2010
- ↑ Pamela Gossin, Encyclopedia of Literature and Science, 2002.
- ↑ Platão. Timeu e Critias ou a Atlantida. Hemus; 2002. ISBN 978-85-289-0281-5. p. 49–50.
- ↑ «2.000 Atome an zwei Orten gleichzeitig». medienportal.univie.ac.at (em alemão). Consultado em 26 de julho de 2020
- ↑ Antonio S.T. Pires. Evolução das Idéais da Fisica. Editora Livraria da Fisica; ISBN 978-85-88325-96-8. p. 30–31.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Shields, Christopher (2012). Ancient Philosophy - A contemporary introduction (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-0-415-89659-7
- Shields, Christopher, ed. (2003). The Blackwell Guide to Ancient Philosophy (em inglês). [S.l.]: Blackwell. ISBN 978-0-631-22215-6
- Ierodiakonou, Katerina, ed. (2002). Byzantine Philosophy and its Ancient Sources (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press
- Vesperini, Pierre (2019). La philosophie antique - Essai d'histoire (em francês). [S.l.]: Fayard. ISBN 978-2-213-68007-1
- Dumond, Jean-Paul (2012). La philosophie antique (em francês). [S.l.]: Presses Universitaires de France
- Mattéi, Jean-François (2015). La pensée antique (em francês). [S.l.]: Presses Universitaires de France
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