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Concílios budistas: diferenças entre revisões

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Os '''concílios budistas''' ([[sânscrito]]: sangiti)<ref>[https://www.wisdomlib.org/definition/sangiti]</ref> foram assembleias de monges organizadas após o parinirvana do Buda, as comunidades monásticas se reuniam periodicamente para resolver disputas disciplinares e doutrinárias e também para revisar e corrigir o conteúdo dos sutras de modo a assegurar a preservação e transmissão precisa dos ensinamentos do Buda.
Os '''concílios budistas''' ([[sânscrito]]: sangiti) foram assembleias de monges organizadas após o parinibbana do Buda, as quais tinham como objetivo corroborar e compilar os ensinamentos do Buda de modo a assegurar sua preservação e transmissão precisa. A palavra em sânscrito ''sangiti'' significa cantar ou recitar em uníssono e reflete o método pelo qual os ensinamentos budistas foram transmitidos de uma geração para outra durante esse período, isto é, através da memorização e da recitação, em vez de documentos escritos. Durante cerca de 500 anos, os ensinamentos acordados após o primeiro concílio foram preservados apenas através da tradição oral. No século I a.C., os suttas foram registrados na forma escrita pela primeira vez. A partir daí, ambos os sistemas –a escrita e a tradição de memorização dos ensinamentos– tem sido mantidos.<ref>Michael Beisert.
[http://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/abc_budismo ABC do Budismo]. Consultado em 26 de janeiro de 2018.</ref>


A palavra em sânscrito ''sangiti'' significa cantar ou recitar em uníssono e reflete o método pelo qual os ensinamentos budistas foram transmitidos de uma geração para outra durante esse período.<ref>Michael Beisert. http://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/abc_budismo ABC do Budismo. Consultado em 26 de janeiro de 2018.</ref>
== Primeiro Concílio Budista (486 a.C.)==
[[File:Nava Jetavana Temple - Shravasti - 013 First Council at Rajagaha (9241729223).jpg|thumb|upright=1.2|O [[Primeiro Concílio Budista]]]]
{{AP|Primeiro Concílio Budista}}
A maioria dos estudiosos recentes dizem que, alguns meses após o [[parinirvana|parinibbana]] do [[Buda]] (por volta de 486 a.C.),<ref>[https://www.clearias.com/buddhist-councils/ Concílios Budistas]: Primeiro Concílio Budista. Algumas fontes dizem que esse concílio ocorreu em 486 a.C., alguns meses após o parinibbana do Buda.</ref><ref>[http://www.acessoaoinsight.net/cronologia.php Budismo Theravada: Uma Cronologia Histórica]. Segundo a tradição Theravada, esse primeiro concílio ocorreu em 544 a.C.</ref> durante o retiro das chuvas, reuniram-se cerca de 500 bhikkhus em Rajagaha ([[Rajgir]]) para a realização do [[Primeiro Concílio Budista]] patrocinado pelo rei [[Ajatasatru]] de [[Reino de Mágada|Magadha]] (491 a.C. – 461 a.C.) e presidido pelo venerável [[Maha Kassapa]]. Nesse concílio foram recitados os discursos do Buda ("[[Darma (budismo)|Dhamma]]") pelo venerável [[Ananda (discípulo de Buda)|Ananda]] de modo que constituiriam os [[sutta]]s, por isso os suttas começam com a seguinte frase: "Assim ouvi";<ref>Harvey, Peter (2013). ''An Introduction to Buddhism: Teachings, History and Practices (2nd ed.).'' Cambridge, UK: Cambridge University Press. pg. 88.</ref> enquanto que as regras monásticas ("[[Vinaya]]") foram recitadas pelo monge Upali.<ref>Harvey, Peter (2013). ''An Introduction to Buddhism: Teachings, History and Practices (2nd ed.).'' Cambridge, UK: Cambridge University Press. pg. 88.</ref>


== Primeiro Concílio Budista (486 a.C.) ==
De acordo com o Cullavagga XI.I do Vinaya Pitaka,<ref>[https://suttacentral.net/pli-tv-kd21/en/horner-brahmali Pi Tv Kd 21 Pañ­casati­kak­khan­dhaka]. Cullavagga XI - Primeiro Concílio Budista.</ref> a ocasião que levou Maha Kassapa a dirigir o primeiro concílio remontava a um incidente que teria ocorrido com o bhikkhu Subhadda, esse teria censurado a estrita disciplina em que os monges viviam sob as observações do contemplativo Gotama e louvado o recente falecimento do mesmo.<ref>[http://www.acessoaoinsight.net/sutta/DN16#R46 Digha Nikaya 16.6.20] E sentado junto com o grupo estava um certo Subhadda, que havia seguido a vida santa já com a idade avançada e ele disse para aqueles bhikkhus: “Já basta, amigos, não chorem, não se lamentem! Ainda bem que nos livramos do Grande Contemplativo. Sempre fomos importunados com as observações dele: ‘Não é apropriado que você faça isso, não é apropriado que você faça aquilo!’ Agora podemos fazer o que quisermos!”</ref> Maha Kassapa ficou impressionado com aquela reprovação e temia que o Dhamma-Vinaya ensinado pelo Buda pudesse ser corrompido caso os outros monges se comportassem da mesma maneira que Subhadda. Em seguida, Maha Kassapa relata o episódio acontecido para os bhikkhus e decide que seja organizado um concílio com a aprovação da sangha.<ref>[https://suttacentral.net/pli-tv-kd21/en/horner-brahmali Ver Cv. XI.I]</ref><ref>[http://www.yellowrobe.com/history/buddhist-councils/173-the-first-buddhist-council.html The First Buddhist Council]</ref> Nesse momento ficaram registrados por meio de uma tradição oral firmemente estabelecida os ensinamentos e exortações do Buda.<ref>{{citar web|url=http://www.acessoaoinsight.net/cronologia.php|título= Budismo Theravada - Uma Cronologia Histórica}}</ref>
[[Imagem:Nava Jetavana Temple - Shravasti - 013 First Council at Rajagaha (9241729223).jpg|thumb|upright=1.2|O [[Primeiro Concílio Budista]]]]
{{Artigo principal|Primeiro Concílio Budista}}
A maioria dos estudiosos recentes dizem que, alguns meses após o [[parinirvana]] do [[Buda]] (por volta de 486 a.C.),<ref>https://www.clearias.com/buddhist-councils/ Concílios Budistas: Primeiro Concílio Budista. Algumas fontes dizem que esse concílio ocorreu em 486 a.C., alguns meses após o parinirvana do Buda.</ref><ref>http://www.acessoaoinsight.net/cronologia.php Budismo Theravada: Uma Cronologia Histórica. Segundo a tradição Theravada, esse primeiro concílio ocorreu em 544 a.C.</ref> durante o retiro das chuvas, reuniram-se cerca de 500 [[bico (budismo)|bhikṣus]] [[arhat]]s em [[Rajgir|Rājagṛha]] para a realização do [[Primeiro Concílio Budista]] patrocinado pelo rei [[Ajatasatru]] de [[Reino de Mágada|Magadha]] (491 a.C. – 461 a.C.) e presidido pelo venerável [[Maha Kassapa|Mahā Kāśyapa]]. Durante o concílio foram recitados os discursos do Buda ("[[Darma (budismo)|Dharma]]") pelo venerável [[Ananda (discípulo de Buda)|Ananda]], pois ele era o assistente pessoal de Gautama em suas peregrinações. Ananda testemunhou a maioria dos discursos proferidos pelo Buda, então ele recordou esses ensinamentos durante o concílio e os recitou, por isso os [[sutra]]s começam com a expressão "Evam me suttam": Assim ouvi;<ref name="Não_nomeado-xd6B-1">Harvey, Peter (2013). ''An Introduction to Buddhism: Teachings, History and Practices (2nd ed.).'' Cambridge, UK: Cambridge University Press. pg. 88.</ref> enquanto que o código de disciplina ("[[Vinaya]]") foi recitado pelo venerável Upali, por ser um especialista da disciplina monástica.<ref name="Não_nomeado-xd6B-1"/><ref>[https://suttacentral.net/pli-tv-kd21/en/horner-brahmali Pi Tv Kd 21 Pañ­casati­kak­khan­dhaka]. Cullavagga XI - Primeiro Concílio Budista.</ref><ref>[https://zenstudiespodcast.com/39-buddhist-history-7-indian-buddhism-after-the-buddha-the-first-200-years/ 39 – Buddhist History 7]: Indian Buddhism After the Buddha The First 200 Years.</ref>


Todos os seis vinayas canônicos sobreviventes contêm relatos, no todo ou em parte, do primeiro e do segundo concílios.<ref>"Mahaparinibbana-sutta and Cullavagga," article by Louis Finot, published in the "Indian Historical Quarterly" (8:2, 1932 June 1, pp. 241–46)</ref><ref name="Frauwallner">{{citar livro|último =Frauwallner|primeiro =Erich|título=The Earliest Vinaya and the Beginnings of Buddhist Literature|data=1956|publicado=Istituto Italiano per il Medio ed Estremo Oriente|isbn=8857526798|local=Rome|páginas=42–45|língua=en|autorlink =Erich Frauwallner}}</ref><ref>[https://books.google.com.br/books?id=tg2-QU2J10YC&pg=PA250&lpg=PA250&dq=mahaparinibbana+sutta+e+cullavagga+first+council+buddhist&source=bl&ots=rbHqEQVJav&sig=Kq5YYlNLqai_Ym97ZLqs4auOwEU&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjr7-ag8JjWAhVGjpAKHda9BxAQ6AEIQzAE#v=twopage&q=mahaparinibbana%20sutta%20e%20cullavagga%20first%20council%20buddhist&f=true Buddhism: Buddhist origins and the early history of Buddhism in South and Southeast Asia]</ref> Alguns estudiosos, no entanto, acreditam que os relatos sejam um tanto exagerados ou mesmo fictícios.<ref>PREBISH, Charles S. - Buddhist Councils em Encyclopedia of Buddhism. Nova Iorque: McMillan USA, 2004. ISBN 0028657187.</ref>
Alguns pesquisadores{{quem?}} acreditam que esse concílio não aconteceu{{carece de fontes|data=setembro de 2017}} ou tenha sofrido alguma interpolação sectária posterior,{{carece de fontes|data=setembro de 2017}} para eles{{quem?}} a contradição reside no modo em como o incidente relacionado a "Subhadda" é relatado no MPS (Maha Parinibbana Sutta) e no Cullavagga (Cv.) XI.I. No MPS é demonstrado que, após Subhadda contrariar na presença de alguns bhikkhus a estrita disciplina ensinada pelo Buda e dizer que eles deveriam estar contentes pois estariam livres da disciplina, Maha Kassapa somente pronunciou aos bhikkhus nada mais que um eventual conselho sobre a impermanência.<ref>[http://www.acessoaoinsight.net/sutta/DN16#R46 Digha Nikaya 16.6.20] "Amigos, já basta desse choro e lamentação! O Abençoado já não lhes disse que todas aquelas coisas que para nós são queridas e estimadas e prazerosas estão sujeitas à mudança, separação e alteração? Então porque tudo isso? Como poderia ser possível que tudo aquilo que nasce, veio a ser, condicionado, que está sujeito à dissolução, não desapareça – isso é impossível."</ref> Por outro lado, no relato trazido pelo Cv. XI.I, Maha-Kassapa teria reagido com seriedade em relação aquilo que foi dito por Subhadda e havia proposto a convocação de um concílio para esmagar o crescimento de tendências heréticas, ele teria aproveitado a oportunidade do momento para a convocação de uma reunião geral.<ref>[https://suttacentral.net/pli-tv-kd21/en/horner-brahmali Ver Cv. XI.I]</ref>


== Segundo Concílio Budista (386 a.C.) ==
Segundo o indologista [[Hermann Oldenberg]], não é possível estabelecer uma relação entre esses dois textos, principalmente porque o autor do Mahaparinibbana Sutta não teria registrado nada a respeito do primeiro concílio, isso levaria o leitor a inferir que as duas contas não teriam procedido da mesma fonte.<ref>[https://books.google.com.br/books?id=DxTM_gWu15IC&pg=PA74&lpg=PA74&dq=the+author+of+mahaparinibbana+sutta+did+not+know+anything+of+the+first+council&source=bl&ots=eRK_TIm289&sig=yA8ZZh6EULQm7xgor-IOuY8ujWU&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiSurj_h5vWAhWEGpAKHR9eBYEQ6AEIPTAE#v=onepage&q=the%20author%20of%20mahaparinibbana%20sutta%20did%20not%20know%20anything%20of%20the%20first%20council%20oldenberg&f=false Locations of Buddhism: Colonialism and Modernity in Sri Lanka]</ref> Por outro lado, de acordo com [[Louis Finot]] (p. 243-244, 1932), essa conclusão anterior foi fundada em uma má compreensão dos fatos. Segundo ele, não há qualquer contradição entre os dois textos. No MPS, é registrado que Maha Kassapa e seus discípulos caminhavam de [[Pava]] em direção a [[Kushinagar|Kusinara]] e teriam ouvido os últimos acontecimentos após o falecimento do Mestre, alguns monges ainda não tinham superado o acontecido, logo depois Subhadda saudou cinicamente aos monges que eles estariam livres da disciplina. Então, Maha Kassapa aconselhou os monges sobre a impermanência. Em outra ocasião, o Cv. XI.I, apresenta o venerável Maha Kassapa relatando para a sangha dos bhikkhus o incidente com Subhadda.<ref>No [http://www.acessoaoinsight.net/sutta/DN16#R45 MPS 16.6.19], é relatado que Maha Kassapa estava caminhando pela estrada principal de Pava a Kusinara, em sua companhia havia uma comitiva de bhikkhus, então ele sentou-se à sombra de uma árvore, naquele momento um certo ajivika se aproximou. O venerável Maha Kassapa logo o avistou e indagou a ele se o mesmo conhecia o Mestre Gotama, o ajivika respondeu que sim e sabia que o Buda havia falecido a pouco mais de uma semana. Ao mesmo tempo, aqueles bhikkhus que ainda não teriam superado o acontecido lamentavam e padeciam pela morte do Buda. Logo em seguida, no [http://www.acessoaoinsight.net/sutta/DN16#R46 MPS 16.6.20], um certo bhikkhu Subhadda se manifesta perante aqueles bhikkhus dizendo que eles não precisam mais sofrer, pois antes as observações do Buda os impediam de fazer certas coisas, agora que o contemplativo Gotama havia falecido eles estariam livres dessa disciplina. Maha Kassapa, ao que parece, repete um ensinamento do Buda aos bhikkhus de que todas as coisas que surgem, nascem, vem a ser, condicionadas estão sujeitas a separação. Nesse episódio não há qualquer menção de Maha Kassapa repreendendo aquilo que foi dito por Subhadda ou pelo menos de modo explícito. Entretanto, mais adiante no [https://suttacentral.net/pli-tv-kd21/en/horner-brahmali Cv. XI.I], Maha Kassapa relata em outra ocasião para a sangha o que havia decorrido naquele instante, ainda surpreendido com o que Subhadda teria dito, então ele assevera a sangha a realizarem um concílio para evitar que tais acontecimentos não venham a corromper o Dhamma.</ref>
{{Artigo principal|Segundo Concílio Budista}}
Esse concílio foi registrado nos vinayas canônicos de várias tradições. Segundo essas fontes, um século após o parinirvana do Buda (por volta de 386 a.C.)<ref>[https://www.clearias.com/buddhist-councils/ Concílios Budistas]: Segundo Concílio Budista. Acredita-se que esse concílio ocorreu em 386 a.C., aproximadamente, um século após o parinirvana do Buda (486 a.C.).</ref><ref>[http://www.acessoaoinsight.net/cronologia.php Budismo Theravada: Uma Cronologia Histórica]. Segundo a tradição Theravada, esse segundo concílio ocorreu em 444 a.C.</ref> foi convocado o segundo concílio para avaliar a conduta dos [[bhikkhu]]s de [[Vaishali|Vesali]] em relação a disciplina monástica, participaram cerca de 700 bhikkhus de várias cidades e regiões, o concílio contou com um comitê de bhikkhus anciãos —sthaviras— [[arhat]]s para avaliação.<ref name="Não_nomeado-xd6B-2">[http://mahavamsa.org/mahavamsa/original-version/04-second-council/ Second Buddhist Council]: Second Dhamma Sangayana.</ref><ref>[https://books.google.com.br/books?id=YgAp2MuMR84C&pg=PA22&lpg=PA22&dq=Kakavarna+Kalashoka+(395-367)&source=bl&ots=-YTPsBUm0k&sig=BNWvT5_V-iuzOdFKOx5KwiLaOPI&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwjEwu2-6bjcAhULI5AKHWXJB3EQ6AEwAXoECAEQAQ#v=onepage&q=Kakavarna%20Kalashoka%20(395-367)&f=false The Truth of Babri Mosque.] Por Ashok Pant.</ref><ref>[https://books.google.com.br/books?id=K3PLpwruJJQC&pg=PA167&dq=Controversy+about+President+of+the+Session+-+Second+Synod&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjlsL2sqe_YAhVLI5AKHRrfCoQQ6AEIJzAA#v=onepage&q=Controversy%20about%20President%20of%20the%20Session%20-%20Second%20Synod&f=false Buddha and Buddhist Synods in India and Abroad] - Controversy about President of the Session: Second Synod.</ref>


O comitê foi composto por bhikkhus sthaviras do oeste: Revata, Sambhuta Sanavasin, Yasa e Sumana; e do leste: Sabbakamin, Salha, Kujjasobhita e Vasabhaga Mika. Naquele momento, os bhikkhus de Vesali haviam se engajado em uma interpretação mais liberal da disciplina monástica, por isso o comitê avaliou um conjunto de dez práticas específicas que eram adotadas pelos bhikkhus de Vesali, mas a controvérsia principal estava relacionada a última prática — manuseio de dinheiro.<ref>[https://suttacentral.net/pli-tv-kd22/en/horner-brahmali Pi Tv Kd 22 Sat­tasati­kak­khan­dhaka]. Cullavagga XII - Segundo Concílio Budista.</ref><ref name="Não_nomeado-xd6B-3">[http://nova-acropole.pt/a_concilio_budista.html O 2° Concilio Budista em Vaisali]</ref><ref name="Não_nomeado-xd6B-4">Buddhist Councils - K. T. S. Sarao. Department of Buddhist Studies, University of Delhi, Delhi, India.</ref>
O Cullavagga XI não possui uma introdução histórica (nidana) e começa repentinamente com o termo "atha" (então) – "Então, o venerável Maha-Kassapa disse aos Bhikkhus: 'Uma vez eu estava viajando ao longo da estrada de Pava para Kusinara ...'"), mas esse capítulo não corresponde a sequência dos anteriores IX e X (do vinaya pitaka). Segundo Louis Finot, o que agora é conhecido como o MPS por um lado, e o Cv. XI-XII<ref>[https://suttacentral.net/pli-tv-kd22/en/horner-brahmali Ver Cv. XII]</ref> por outro, inicialmente não estavam separados, mas constituíam uma única narrativa contínua a começar pelas viagens do Buda antes de sua morte, o parinibbana e o funeral, mais adiante estariam o primeiro concílio e o segundo concílio, por alguma razão os concílios teriam sido separados dessa continuidade, respectivamente, uma parte do MPS ficou no [[Suta Pitaca|sutta pitaka]] e a outra parte sobre os concílios foram atribuídas ao Cullavagga XI e XII, do [[Vinaia Pitaca|vinaya pitaka]] atual, sem quase nenhuma tentativa de fazer eles se encaixarem com essa nova configuração, o que seria responsável por tais inconsistências observadas anteriormente.<ref>[https://books.google.com.br/books?id=tg2-QU2J10YC&pg=PA250&lpg=PA250&dq=mahaparinibbana+sutta+e+cullavagga+first+council+buddhist&source=bl&ots=rbHqEQVJav&sig=Kq5YYlNLqai_Ym97ZLqs4auOwEU&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjr7-ag8JjWAhVGjpAKHda9BxAQ6AEIQzAE#v=twopage&q=mahaparinibbana%20sutta%20e%20cullavagga%20first%20council%20buddhist&f=true Buddhism: Buddhist origins and the early history of Buddhism in South and Southeast Asia]</ref>


O comitê concluiu que as práticas dos bhikkhus de Vaiśālī eram ilegais.<ref name="Não_nomeado-xd6B-2"/><ref name="Não_nomeado-xd6B-3"/><ref name="Não_nomeado-xd6B-5">{{citar web|url=http://www.acessoaoinsight.net/cronologia.php|título= Budismo Theravada - Uma Cronologia Histórica}}</ref> Todos os vinayas canônicos tradicionais discordam das práticas dos bhikkhus de Vesali. Porém, o vinaya mahasamghika desconhece as nove primeiras e condena somente a última, não se sabe se isso afetou a prática em ambos os casos — pois todos esses vinayas concordam que o conflito do segundo concílio foi resolvido —.<ref name="Não_nomeado-xd6B-6">{{citation|último =Sujato|primeiro =Bhante|título=Sects & Sectarianism: The Origins of Buddhist Schools|ano=2012|publicado=Santipada|autorlink =Bhante Sujato|ISBN=978-1921842085}}</ref>
Alguns trechos contidos no Mahaparinibbana Sutta<ref>[http://www.acessoaoinsight.net/sutta/DN16 (Digha Nikaya 16.6.3 e 4.)] 6.3 "Se desejarem, a Sangha poderá abolir as regras menores depois do meu falecimento. 6.4 Depois do meu falecimento o bhikkhu Channa deve receber a punição de Brahma." "Mas, venerável senhor, o que é a punição de Brahma?" - "Qualquer coisa que o bhikkhu Channa quiser ou disser, nenhum bhikkhu deve falar com ele ou admoestá-lo, ou ensiná-lo." Segundo Louis Finot (1932), antes de morrer, o Buda ordenou que a penalidade de brahmadanda (punição de Brahma) deveria ser infligida ao bhikkhu Channa. Ananda curiosamente ignora o que é o brahmadanda e pede uma definição, que lhe é dada. Como essa penalidade não é mencionada em qualquer lugar no Canône, exceto nas duas passagens paralelas do MPS. VI.4 e Cv. XI, 1, 12-15, dificilmente se pode evitar chegar à conclusão de que a regra sobre o brahmadanda pertencia a um estágio tárdio do Vinaya budista.</ref> sugerem que as regras monásticas ainda não estariam tão definidas após a morte do Buda, como no vinaya pitaka atual. No Mahaparinibbana Sutta, o Buda teria concedido a sangha a permissão de abolir algumas regras menores em razão de seu iminente falecimento, mas não havia dito quais eram elas.<ref>[http://www.acessoaoinsight.net/sutta/DN16 Digha Nikaya 16.6.3] "Se desejarem, a Sangha poderá abolir as regras menores depois do meu falecimento." Nota do Tradutor: A Sangha não se beneficiou desta concessão porque Ananda não perguntou quais seriam essas regras menores.</ref> Para evitar dissensões a sangha tomou a decisão unânime de manter todas as regras do vinaya, tanto as maiores como as menores. Segundo Louis Finot (p. 245, 1932), o décimo segundo capítulo do Cullavagga também deu origem a múltiplas discussões. Isto é, praticamente certo de que a dissensão que surgiu um século após o parinibbana do Buda, entre os monges ocidentais e orientais, que defendiam, respectivamente, um processo mais ou menos rígido na disciplina, leva-nos de volta a um período em que as regras monásticas ainda não estavam tão definidas como observado no vinaya pitaka atualmentente existente.<ref>[http://buddhism.lib.ntu.edu.tw/FULLTEXT/JR-ENG/lou.htm Mahaparinibbana-sutta e Cullavagga]</ref>


== Segundo Concílio Budista (386 a.C.)==
== Terceiro Concílio Budista (250 a.C.) ==
Existem vários relatos possíveis de terceiros concílios que ocorreram na época de Asoka, mas todos concordam que aconteceu em Pataliputra, capital do imperador Asoka.<ref name="Não_nomeado-xd6B-7">Charles Willemen, Bart Dessein, Collett Cox (1998) ''Sarvāstivāda Buddhist Scholasticism,'' p. 45. BRILL, Handbuch Der Orientalistik.</ref> Alguns estudiosos dizem que, os diferentes relatos surgiram para autorizar a fundação de uma ou outra escola particular após o envio de missionários budistas a várias regiões.<ref name="Não_nomeado-xd6B-7"/>
{{AP|Segundo Concílio Budista}}
Os registros históricos deste segundo concílio derivam principalmente dos vinayas canônicos de várias escolas ([[Theravada|theravāda]], [[Sarvastivada|sarvāstivāda]], mūlasarvāstivāda, [[Mahasamghika|mahāsanghika]], [[Dharmaguptaka|dharmaguptaka]] e [[Mahisasaka|mahīśāsaka]]). Na maioria dos casos, essas contas são encontradas no final da porção skandhaka do vinaya (no canône em Pali, encontra-se no capítulo XII do Cullavagga). Praticamente todos os estudiosos concordam que este segundo concílio foi um evento histórico.


=== [''Versão Theravada''] ===
Segundo algumas fontes, um século após o parinibbana do Buda (por volta de 386 a.C.)<ref>[https://www.clearias.com/buddhist-councils/ Concílios Budistas]: Segundo Concílio Budista. Acredita-se que esse concílio ocorreu em 386 a.C., aproximadamente, um século após o parinibbana do Buda (486 a.C.).</ref><ref>[http://www.acessoaoinsight.net/cronologia.php Budismo Theravada: Uma Cronologia Histórica]. Segundo a tradição Theravada, esse segundo concílio ocorreu em 444 a.C.</ref> ocorreu um desentendimento entre monges conservadores da disciplina monástica e alguns reformadores, estes últimos eram representados pelos bhikkhus de [[Vaishali|Vesali]] (conhecidos como "[[Vajji|vajjias]]"), os quais adotavam determinadas práticas que foram consideradas ilegais pela maioria da comunidade budista. O [[Segundo Concílio Budista]] contou com a participação de cerca de 700 bhikkhus de várias cidades e regiões, uma das características notáveis deste concílio é que não foi eleito alguém para presidi-lo,<ref>[https://books.google.com.br/books?id=K3PLpwruJJQC&pg=PA167&dq=Controversy+about+President+of+the+Session+-+Second+Synod&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjlsL2sqe_YAhVLI5AKHRrfCoQQ6AEIJzAA#v=onepage&q=Controversy%20about%20President%20of%20the%20Session%20-%20Second%20Synod&f=false Buddha and Buddhist Synods in India and Abroad] - Controversy about President of the Session: Second Synod.</ref> naquele momento os bhikkhus de Vesali haviam se engajado em uma interpretação mais liberal das regras monásticas, foram consideradas dez infrações de disciplina monástica, conforme demonstrado no Cullavagga XII do Vinaya Pitaka.<ref>[https://suttacentral.net/pli-tv-kd22/en/horner-brahmali Pi Tv Kd 22 Sat­tasati­kak­khan­dhaka]. Cullavagga XII - Segundo Concílio Budista.</ref><ref>[http://nova-acropole.pt/a_concilio_budista.html O 2° Concilio Budista em Vaisali]</ref>
[[Imagem:Nava Jetavana Temple - Shravasti - 014 King Asoka at the Third Council (9241725897).jpg|thumb|upright=1.2|[[Asoka]] e [[Moggaliputta-Tissa]] durante a realização do [[Terceiro Concílio Budista]], em Nava Jetavana, Savatthi.]]
{{Artigo principal|Terceiro Concílio Budista}}
De acordo com a tradição Theravada, por volta de 250 a.C, em Pataliputra (a moderna [[Patna]]) foi convocado o [[Terceiro Concílio Budista|terceiro concílio budista]] presidido por Moggaliputta Tissa Thera<ref>[http://www.oxfordreference.com/view/10.1093/oi/authority.20110803100203885 Moggaliputta Tissa]</ref> e patrocinado pelo imperador [[Império Máuria|mauria]] [[Asoka]]. O concílio foi realizado com o objetivo de reconciliar diferentes escolas de pensamento na comunidade monástica, os debates foram registrados no texto Kathavatthu (do abhiddharma Theravada).<ref>[https://www.clearias.com/buddhist-councils/ Concílios Budistas]: Terceiro Concílio Budista.</ref> Os decretos de Asoka se referem a um mero debate entre sthaviras, sem fazer menção a cismas..<ref name="Não_nomeado-xd6B-6"/> Nesse concílio, foram feitas as últimas adições ao Cânone Pali (especialmente, abhidharma) da tradição Theravada.


O resultado do concílio foi o patrocínio real no envio de emissários budistas a diversas regiões do subcontinente indiano.<ref name="Não_nomeado-xd6B-6"/> No entanto, as divergências na comunidade acabaram originando movimentos budistas emergentes nessas regiões décadas ou séculos depois.<ref name="Não_nomeado-xd6B-6"/> Reinos subsequentes também desempenharam um papel para a difusão do budismo no subcontinente indiano e na Ásia Central até a China, como o [[Reino Indo-Grego]]; os dharmaguptakas foram apoiados pelos [[indo-cita]]s em [[Gandhara]], e o [[Império Kushan]] em [[Báctria]] apoiou a tradição Sarvastivada (que se desenvolveu na [[Caxemira]]).
* SINGILONA KAPPA - Conservar e transportar sal;
* DVANGULA KAPPA - Comer depois do meio-dia;
* GAMANTARA KAPPA - Tomar uma segunda refeição;
* AVASA KAPPA - Peregrinar entre mosteiros de uma mesma congregação;
* ANUMATI KAPPA - Estabelecer actos litúrgicos e em seguida pedir autorização;
* ACINNA KAPPA - Usar precedentes como autoridade;
* AMATHITA KAPPA - Beber leite fora das refeições;
* JALOGIM PATUM - Beber suco de palma em processo de fermentação;
* ADASAKAM NISADAM - Usar manta sem bainha para sentar-se;
* JATARU PARA JATAM - Aceitar esmolas em ouro e prata.


=== [''Versão Sarvastivada''] ===
De acordo com a tradição Theravada, os bhikkhus de Vesali ([[Vajji|vajjias]]) eram mais flexíveis com relação a disciplina monástica como no caso que correspondia a permissão de aceitar esmolas em ouro e prata [kahapanas] (que era uma denominação utilizada para permitir o uso de qualquer tipo de dinheiro). O vinaya original proibia os monges de aceitar dinheiro, mas os bhikkhus de Vesali acreditavam que essa regra era impraticável e por isso a suspenderam. Em determinado momento, eles estavam distribuindo moedas de ouro e prata para sua comunidade monástica, Yasa (um bhikkhu sthavira) visitava aquela cidade e foi convidado a receber uma parte, mas ficou indignado com aquelas atitudes que considerava equivocadas e se recusou a aceitar, aqueles outros tentaram desacreditá-lo e ameaçaram-no de expulsão, com isso Yasa se dirige a população de Vesali e defende sua postura, a maioria das pessoas resolvem ficar do lado dele, mas como ele não encontrou outra alternativa perante o fato resolveu apelar a sangha para que solucionasse o caso.<ref>[http://mahavamsa.org/mahavamsa/original-version/04-second-council/ Second Buddhist Council]: Second Dhamma Sangayana.</ref><ref>[http://nova-acropole.pt/a_concilio_budista.html O 2° Concilio Budista em Vaisali]</ref> Revata (um bhikkhu sthavira) propõe a formação de um comitê de 4 bhikkhus do leste e 4 do oeste. Pelo leste: Sabbakamin, Salha, Kujjasobhita e Vasabhaga Mika. Pelo oeste: Revata, Sambuta, Yasa e Sumana. Segundo a tradição dos mahasamghikas, os monges dissidentes tratam de obter o favor do rei Kalasoka de [[Peshawar|Pushpapura]] (395 a.C. – 367 a.C.).<ref>[https://books.google.com.br/books?id=YgAp2MuMR84C&pg=PA22&lpg=PA22&dq=Kakavarna+Kalashoka+(395-367)&source=bl&ots=-YTPsBUm0k&sig=BNWvT5_V-iuzOdFKOx5KwiLaOPI&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwjEwu2-6bjcAhULI5AKHWXJB3EQ6AEwAXoECAEQAQ#v=onepage&q=Kakavarna%20Kalashoka%20(395-367)&f=false The Truth of Babri Mosque.] Por Ashok Pant.</ref> Convencem-no de um plano subversivo por parte dos monges ocidentais que defendiam expandir o vinaya. Contudo, com o tempo o rei decidiu não interferir.<ref>[http://nova-acropole.pt/a_concilio_budista.html O 2° Concilio Budista em Vaisali]</ref>
Outra versão é mencionada nos textos da tradição Sarvastivada. De acordo com Vasumitra, um cisma decorreu em Pataliputra, na época de Asoka (304 a.C. – 232 a.C.).<ref name="Não_nomeado-xd6B-3"/>


De acordo com o texto Samayabhedoparacanacakra de Vasumitra (um monge Sarvastivada), preservado nas primeiras duas traduções chinesas e na tradução tibetana, o cisma estava relacionado a cinco teorias que relaxavam os requisitos dos que se tornavam [[arhat]]s.<ref name="Não_nomeado-xd6B-6"/> Uma minoria de sthaviras recusou e a maioria (mahasangha) foi favorável.<ref name="Não_nomeado-xd6B-8">Charles Willemen, Bart Dessein, Collett Cox (1998) ''Sarvāstivāda Buddhist Scholasticism,''p.46. BRILL, Handbuch Der Orientalistik.</ref>
Segundo a tradição Theravada, Revata declarou cada infração como ilegal, um comitê de bhikkhus anciãos (sthaviras) representando as duas partes decidiram por unanimidade rejeitar todas as dez práticas dos bhikkhus de Vesali, menos a que se refere usar precedentes como autoridade, que foi considerada valida em alguns casos. O concilio concluiu com a recitação do vinaya para estabelecer uniformidade.<ref>{{citar web|url=http://www.acessoaoinsight.net/cronologia.php|título= Budismo Theravada - Uma Cronologia Histórica}}</ref> A maioria do concílio votou contra as regras de Vaiśālī, após o que a minoria de monges derrotada retirou-se.<ref>https://www.britannica.com/topic/Buddhist-council</ref><ref>[http://www.suttas.com/2nd-buddhist-council.html The Second Buddhist Council]</ref><ref>[http://nova-acropole.pt/a_concilio_budista.html O 2° Concílio Budista em Vaisali]</ref> No entanto, a crônica de [[Dipavamsa]] diz que os monges de Vesali continuaram com suas práticas. A tradição dos mahasamghikas diz que esse concílio (ou outro, uma vez que não deve ter sido necessariamente o único) decorre em Pataliputra, sobre a proteção de Asoka (304 a.C. – 232 a.C.), para inspecionar as propostas de Mahadeva. A expulsão dos bhikkhus permissivos de Vesali inicia um processo de quebra da homogeneidade da sangha. Conforme o relato do Dipavamsa, os mahasanghikas representavam os bhikkhus de Vesali (vajjias) reformados. Como mostram as inscrições Kharoṣṭhī datadas do século I encontradas perto do rio Oxo, eles se estabeleceram durante vários séculos no noroeste da Índia e na Ásia Central. A denominação "mahasamghika" (ou grande sangha) remete ao cisma que deu origem a esse grupo separatista, visto que eles conseguiram reunir uma assembléia que contou com a participação de 10.000 monges segundo Yuan Chwang, por essa razão ficou conhecida como "mahāsaṅgīti" (ou grande concílio), os bhikkhus que conduziram essa assembléia ficaram conhecidos como "mahasamghikas", eles sustentavam doutrinas sobre a falibilidade e imperfeição dos [[arhat|arhats]].<ref>[http://nova-acropole.pt/a_concilio_budista.html O 2° Concilio Budista em Vaisali]</ref>


O texto Mahavibhasa Śāstra (do abhidharma Sarvastivada) relata que esse evento aconteceu sob um piedoso rei budista de Pataliputra, que patrocinou uma missão a Caxemira.<ref name="Não_nomeado-xd6B-8"/> Esta versão dos eventos enfatiza a pureza dos sarvastivadins da Caxemira, descritos como descendentes dos antigos arhats que partiram para a Caxemira e Gandhara.<ref name="Não_nomeado-xd6B-8"/>
Apesar da proximidade do tempo, segundo Rhys Davids, a razão das atitudes dos monges de Vesali era cultural e econômica e correspondia a disciplina monástica, ao passo que as propostas de "Mahadeva" sustentadas pelos mahasamghikas correspondem a determinados pontos doutrinários.<ref>[http://nova-acropole.pt/a_concilio_budista.html O 2° Concilio Budista em Vaisali]</ref>


== Quarto Concílio Budista ==
No que se refere as diferenças entre os [[patimokkha]]s que separam o vinaya theravada e mahasamghika, são pequenas orientações sobre boas maneiras de caminhar, contato com os olhos, alongamento, viajar aqui e ali, etc. Essas diferenças não estão relacionadas com o manuseio de dinheiro e etc, portanto é possível que o segundo concílio tenha sido resolvido por ambas as partes. O imperador Asoka que patrocinou o terceiro concílio, conforme descrito em seus éditos, disse que "a sangha foi mantida unificada" até aquele momento (do terceiro concílio), ou seja, os cismas teriam ocorrido somente durante ou após o reino de Asoka (273 a.C. – 232 a.C.).<ref>Bhikkhu Sujato. [https://books.google.com.br/books?id=6Ewg-A6Iv4oC&pg=PP6&lpg=PP6&dq=The+Sangha+of+bhikkhus+and+bhikkhunis+has+been+made+unified&source=bl&ots=SFmOZtQI4c&sig=MlJM0qyCHKSluEBByihRWo5uKxM&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjbjo-w44DZAhWPl5AKHac4AB0Q6AEIPDAD#v=onepage&q=The%20Sangha%20of%20bhikkhus%20and%20bhikkhunis%20has%20been%20made%20unified&f=false Sects & Sectarianism]. King Aśoka, Minor Pillar Edict, Sāñchī.</ref>
{{Artigo principal|Quarto Concílio Budista}}
Foram realizadas duas reuniões independentes conhecidas como "Quarto Concílio", um concílio no Sri Lanka (Theravada), e outro na Caxemira (Sarvastivada).


=== Concílio do Sri Lanka (100 a.C.) ===
==Primeiro Cisma na Sangha [Pataliputra I]==
O Quarto Concílio Budista da tradição Theravada foi realizado por volta do século I a.C. durante o tempo do rei Vattagamani-Abhaya (29–17 a.C.), em Tambapanni (atual Sri Lanka). O concílio foi realizado no templo de Aloka Lena (em pali), atualmente chamado de Templo da Gruta de Pedra de Aluvihāra, localizado no distrito de Matale.
Algum tempo depois do Segundo Concílio ocorreram cismas dentro da sangha monástica, que resultaram na formação de vários subgrupos como o sthavira nikaya, o mahasanghika nikaya e o sarvastivada. O surgimento dessas escolas às vezes é relacionado ao Segundo Concílio, mas não há provas para esta sugestão: a maioria das contas canônicas iniciais afirmam que aquele conflito havia sido resolvido. Bhikkhu Sujato questiona essa sequência de eventos e concorda que os cismas apenas ocorreram após o reinado de Asoka.<ref>[https://books.google.com.br/books?id=YgAp2MuMR84C&pg=PA23&lpg=PA23&dq=Ashoka+Vardhana+(Ashoka+The+Great)+(273-232)&source=bl&ots=-YTPsBUm5f&sig=thtgXwd61bbo8V_JjKiCUyGPy7k&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwiq7o7U6bjcAhWJF5AKHbShCzoQ6AEwB3oECAEQAQ#v=onepage&q=Ashoka%20Vardhana%20(Ashoka%20The%20Great)%20(273-232)&f=false The Truth of Babri Mosque.] Por Ashok Pant.</ref><ref>Vide o livro Sects & Sectarianism – The Origins of Buddhist Schools, escrito em 2006 pelo Bhikkhu Sujato.</ref><ref>Bhikkhu Sujato. [http://santifm.org/santipada/2010/asoka-the-first-schism/ ASOKA & THE FIRST SCHISM], publicado em 23 de agosto de 2012 - 11:46 pm.</ref> A tradição Theravada e outras escolas do budismo antigo concordam que o conflito sobre as regras monásticas havia sido resolvido.


O quarto concílio no Sri Lanka tinha como objetivo a compilação do Canône Pali (Tripitaka), pois as invasões, guerras e fomes apontavam a necessidade de um registro por escrito para preservar os ensinamento budistas. O rei Vattagamani (29–17 a.C.) convocou o quarto concílio, do qual participaram cerca de 500 bhikkhus que recitaram e escreveram pela primeira vez, sobre folhas de palmeira, os suttas em pali.<ref name="Não_nomeado-xd6B-5"/>
====Adição de regras ao Vinaya ['''''Versão Śāriputraparipṛcchā''''']====
As narrativas que concernem ao segundo concílio são, normalmente, confusas e ambíguas; mas todas elas concordam que o resultado desse evento foi a cisão da sangha entre o sthavira nikāya e o mahāsāṃghika nikāya,{{carece de fontes|data=setembro de 2017}} embora não seja acordado por todos quando isso ocorreu e qual foi a verdadeira causa dessa divisão.<ref>Skilton, Andrew. ''A Concise History of Buddhism.'' 2004. p. 47</ref> De acordo com Andrew Skilton, os problemas das fontes contraditórias são resolvidos pelo Śāriputraparipṛcchā Mahāsāṃghika, que é o primeiro relato sobrevivente do cisma.<ref name="autogenerated48">Skilton, Andrew. ''A Concise History of Buddhism.'' 2004. p. 48</ref> Segundo Andrew Skilton, um estudo aprofundado da escola Mahāsāṃghika pelos historiadores poderá contribuir para uma melhor compreensão do dhamma-vinaya pré-sectário do que a escola Theravada.<ref>Skilton, Andrew. ''A Concise History of Buddhism.'' 2004. p. 64</ref> Os grupos que se auto denominavam majoritários (mahasanghikas), apenas representavam uma minoria, enquanto os anciãos (sthaviras) correspondiam a maioria ortodoxa.<ref>[http://nova-acropole.pt/a_concilio_budista.html O 2° Concilio Budista em Vaisali]</ref> No entanto, os mahāsāṃghikas compreendiam os sthaviras como um grupo reformador e minoritário que buscaram expandir indevidamente o velho vinaya da grande assembléia (Mahasamghika Vinaya).<ref>[http://buddhism.redzambala.com/buddhism/philosophy/theravada-and-mahasanghika-the-great-schism.html Theravada and Mahasanghika: The Great Schism]</ref> Contudo, o próprio vinaya dos mahasanghikas dá essencialmente o mesmo relato do segundo concílio apresentado pelas outras escolas, ou seja, eles estavam do mesmo lado.


=== Concílio da Caxemira (100 d.C.) ===
As dez práticas dos bhikkhus de Vesali não são determinantes para esse cisma, mas a crise de expulsão dos bhikkhus permissivos de Vesali inicia um processo de quebra da homogeneidade da sangha, à vista disso os bhikkhus insatisfeitos reconheceram também a possibilidade de uma visão e decisão democrática, algum tempo depois estes reuniram uma assembléia que teria lugar em Pataliputra,<ref>[http://www.suttas.com/2nd-buddhist-council.html Second Buddhist Council]</ref> Yuan Chwang fala de dez mil monges reunidos, provavelmente há uma confusão se essa reunião ocorreu durante o reinado de Kalasoka ou Asoka, alguns historiadores associam esse acontecimento como tendo decorrido por volta do terceiro concílio.<ref>[http://nova-acropole.pt/a_concilio_budista.html O 2° Concilio Budista em Vaisali]</ref> Não há unanimidade entre os historiadores sobre quando e como isso ocorreu. As dez infrações cometidas pelos bhikkhus de Vesali não foram a causa do cisma. Os autores sectários (Vasumitra, Bhavya e Vinītadeva) concordam que a razão do cisma correspondiam as cinco doutrinas sobre um [[arahant|arhat]].<ref>[http://buddhism.redzambala.com/buddhism/philosophy/theravada-and-mahasanghika-the-great-schism.html Theravada and Mahasanghika: The Great Schism]</ref> O Dipavamsa critica os mahasamghikas, pois estes rejeitavam vários textos como não-canônicos tais como: o [[Parivara|Parivāra]] (Vinaya); os livros do [[Abhidhamma]]; o [[Patisambhida]]; o [[Niddesa]]; parte dos [[Jataka]]s; e alguns versos (Dipavamsa 76, 82).
O Quarto Concílio Budista da tradição Sarvastivada, teve lugar em [[Jalandar]]a ou na [[Caxemira]], presidido por Vasumitra e convocado pelo rei cuchana {{lknb|Canisca|I}} {{nwrap|r.|127|150}}, por volta do ano 100 d.C. O principal fruto desse concílio foi o texto Mahāvibhāṣa Śāstra (do abhiddharma Sarvastivada).<ref name="Não_nomeado-xd6B-4"/>


Acredita-se também que durante esse tempo foram feitas traduções do cânone Sarvastivada de uma língua prácrita para o sânscrito. Essa mudança foi especialmente importante, pois aumentou a divulgação das ideias e das práticas budistas. De acordo com vários estudiosos, o budismo [[mahāyāna]] floresceu durante esse período.<ref>Potter, Karl. ''Abhidharma Buddhism to 150 A.D.'' 1998. p. 117</ref><ref>Willemen, Charles. Dessein, Bart. Cox, Collett. ''Sarvastivada Buddhist Scholasticism.'' 1997. p. 123</ref>
====As Cinco doutrinas sobre um arhat ['''''Versão Theravada''''']====
Segundo as fontes da tradição Theravada, o cisma radical na sangha aconteceu em Pataliputra a cerca de 30-40 anos após o incidente em Vesali.<ref>{{citar web|url=http://www.acessoaoinsight.net/cronologia.php|título= Budismo Theravada - Uma Cronologia Histórica}} De acordo com fontes da tradição Theravada, esse concílio ocorreu 30-40 anos após o incidente em Vesali.</ref> Por volta de 35 anos após o termino do segundo concílio havia sido convocado uma reunião que teria lugar em Pataliputra, sob a [[dinastia Nanda]] (345 a.C. – 321 a.C.), a história do cisma que muitas vezes é confundida com o segundo concílio diz respeito a [[Mahadeva]], um monge que possuía má reputação (mas certamente era uma figura literária).{{carece de fontes|data=setembro de 2017}}


A tradição Sarvastivada não exista hoje de forma independente, mas seus textos foram preservadas na cânone chinês e no cânone tibetano..
As obras de Vasumitra, Bhavya e Vinītadeva preservadas em traduções tibetanas e chinesas fornecem uma explicação sobre o cisma que deu origem aos mahasamghikas, a razão do cisma foi doutrinária e envolvia questões cujas respostas não podiam ser encontradas no Canône.<ref>[http://buddhism.redzambala.com/buddhism/philosophy/theravada-and-mahasanghika-the-great-schism.html Theravada and Mahasanghika: The Great Schism]</ref> Mahadeva havia proposto cinco doutrinas sobre as quais a assembléia não teria concordado e isso causou o cisma entre duas facções. Nessa conta, a maioria (mahasangha) se uniu a Mahadeva e a minoria (sthaviras) se opunham a ele, o que teria causado uma divisão na sangha.<ref>Skilton, Andrew. ''A Concise History of Buddhism.'' 2004. p. 47</ref><ref>[https://www.thoughtco.com/the-buddhist-councils-450076 The Buddhist Councils - The Story of Early Buddhism]</ref> As questões em discussão eram as seguintes: (1) que um [[arahant]] poderia ser seduzido por outro ser, (2) que um arahant poderia desconhecer certos assuntos, (3) que um arahant poderia ter dúvida, (4) que um arahant poderia receber informações, (ser instruído), por outra pessoa, (5) que alguém poderia realizar o caminho supramundano como resultado de palavras ditas. Os monges desfavoráveis a essas questões formaram o grupo dos "sthaviras" e aqueles que integravam a maioria e eram favoráveis a elas ficaram conhecidos como os "mahāsāṃghikas".<ref>{{citar web|url=http://www.acessoaoinsight.net/cronologia.php|título= Budismo Theravada - Uma Cronologia Histórica}}</ref>

Nas fontes derivadas da tradição Theravada, Mahadeva é considerado como o fundador dos mahāsāṃghikas e constitui a figura que causou a cisão entre os dois ramos.<ref>Walser, Joseph. ''Nāgārjuna in Context: Mahāyāna Buddhism and Early Indian Culture.'' 2005. pp. 49-50</ref> Mahadeva é muitas vezes creditado como uma figura controversa que aparece desempenhando vários papéis nas histórias das primeiras escolas budistas e a existência histórica de tal pessoa é muitas vezes criticada.{{carece de fontes|data=setembro de 2017}} Mahadeva não corresponde ao cisma primário que teria dividido a sangha em torno das regras monásticas, e não é creditado como o fundador dos mahasamghikas.<ref>Williams, Jane, and Williams, Paul. ''Buddhism: Critical Concepts in Religious Studies, Volume 2.'' 2005. p. 188</ref> O Mahavibhasa atribui a divisão entre sthaviras
e mahasamghikas durante o reino de [[Asoka]] (273 a.C. – 232 a.C.).<ref>Walser, Joseph. ''Nāgārjuna in Context: Mahāyāna Buddhism and Early Indian Culture.'' 2005. pp. 49-50</ref>

O Samayabhedoparacanacakra registra outro personagem chamado Mahādeva que foi o fundador da seita Caitika no 1° ou 2° século a.C.{{sfn|Baruah|2000|p=48}}<ref>Bhikku Sujato. ''Sects & Sectarianism: The Origins of Buddhist Schools.'' 2006. p. 78</ref><ref>Walser, Joseph. ''Nāgārjuna in Context: Mahāyāna Buddhism and Early Indian Culture.'' 2005. pp. 49-50</ref> Alguns estudiosos concluíram que uma associação desse "Mahādeva" com o primeiro cisma foi uma interpolação sectária posterior.<ref>Walser, Joseph. ''Nāgārjuna in Context: Mahāyāna Buddhism and Early Indian Culture.'' 2005. p. 50</ref> Jan Nattier e Charles Prebish concordam que Mahadeva foi o último fundador dos Caitikas (também referidos como andhakas, nos escritos em Pali) e afirmaram:

{{quote|Mahādeva não corresponde ao cisma primário entre mahasamghikas e sthaviras, ele emerge em um período histórico consideravelmente posterior ao que se supunha, e mantém seu lugar no movimento sectário instigando um cisma dentro da já existente escola mahasamghika.<ref>Williams, Jane, and Williams, Paul. ''Buddhism: Critical Concepts in Religious Studies, Volume 2.'' 2005. p. 188</ref>}}

A posição de consenso não associa esse último Mahādeva com às cinco doutrinas e não foi ele o fundador dos mahasamghikas, a explicação natural seria que isso se tornou uma parte das traduções posteriores de Vasumitra devido à crescente notoriedade de Mahādeva. Os textos mais antigos de Vasumitra assumem que os cinco pontos não foram ensinados por Mahādeva, ao invés disso são listados os nomes das figuras mais conhecidas que aceitaram ou rejeitaram cada um desses pontos. Os sthaviras representavam aqueles que não aderiam a nenhuma das cinco doutrinas sobre os arhats.

O Kathavatthu é coerente com essa postura e não apresenta uma lista ordenada dos cinco pontos, mas eles possuem algo em comum com o cisma mahasamghika, uma vez que esses pontos buscam demonstrar a falibilidade dos arhats, inicialmente é registrado que esses pontos de vista foram sustentados apenas por alguns monges ou grupos, com o passar do tempo algumas escolas surgiram com base em uma ou outra dessas teorias sobre um arhat que se desenvolveram do ramo principal mahasamghika. Prova disso é que o comentário do Kathāvatthu não pretende fornecer listas exaustivas de escolas para cada tese. Por exemplo, é dito que o primeiro dos cinco pontos foi mantido por alguns, mas não são mencionados quem são: "como hoje é sabido, os Pubbaseliyas e Aparaseliyas".<ref>Bhikkhu Sujato. [https://discourse.suttacentral.net/t/was-the-first-schism-due-to-dhamma-or-vinaya/6620#sdfootnote9sym Was the first schism due to Dhamma or Vinaya?] Consultado em 02 de fevereiro de 2018.</ref>

==Terceiro Concílio Budista [Pataliputra II] (250 a.C.)==
[[File:Nava Jetavana Temple - Shravasti - 014 King Asoka at the Third Council (9241725897).jpg|thumb|upright=1.2|[[Asoka]] e [[Moggaliputta-Tissa]] durante a realização do [[Terceiro Concílio Budista]], em Nava Jetavana, Savatthi.]]
{{AP|Terceiro Concílio Budista}}
De acordo com a tradição Theravada, por volta de 250 a.C, em Pataliputra (a moderna [[Patna]]) foi convocado o [[Terceiro Concílio Budista|terceiro concílio budista]] presidido por Moggaliputta Tissa Thera<ref>[http://www.oxfordreference.com/view/10.1093/oi/authority.20110803100203885 Moggaliputta Tissa]</ref> e patrocinado pelo imperador [[Império Máuria|mauria]] [[Asoka]]. A razão tradicional para a realização deste concílio foi para livrar a sangha da corrupção e dos falsos monges que detinham pontos de vista heréticos.

À vista disso haviam certos monges que adotavam alguns pontos de vista contraditórios, essas doutrinas permaneceram como parte de algumas escolas budistas que se desenvolveram após o terceiro concílio. Este concílio é reconhecido tanto por fontes [[mahayana]] como theravada, embora sua importância seja significativa apenas para este último.<ref>A detailed account in Chinese of the 3rd Buddhist Council is found starting at line T24n1462_p0678b01(00) of the 善見律毘婆沙.</ref> As questões que seriam tratadas durante o concílio eram de natureza doutrinária, o que resultou na compilação do Kathavatthu (Pontos de Controvérsia) pelo venerável Mogaliputta Tissa para refutar uma série de heresias e garantir que o Dhamma fosse mantido "puro".

O imperador Asoka teria perguntado aos monges suspeitos o que o Buda havia ensinado e estes responderam com pontos de vista sobre o [[eternismo]] e entre outras ideias que são rechaçadas no Brahmajala Sutta.<ref>[https://suttacentral.net/pt/dn1 Digha Nikaya 1 - Brahmajala Sutta]</ref> Posteriormente, ele fez a mesma pergunta aos monges virtuosos e eles responderam que o Buda era um "analista" ou um "professor discriminador" (vibhajjavādin), essa resposta foi confirmada por Mogaliputta Tissa.<ref>http://palikanon.com/english/wtb/u_v/vibhajja_vaada.htm</ref> Esse termo é usado em vários sentidos, e não está claro exatamente o que isso significou naquele contexto. Tradicionalmente, no entanto, os theravadins do Sri Lanka e outras escolas continentais do Budismo Antigo identificaram-se como Vibhajjavada.

Algumas doutrinas que não foram incluídas entre os vibhajjavadins (mahaviharavasins) foram adotadas pelos [[Mahasamghika|mahāsāṃghikas]], pelos [[sammitīya]]s (remanescente da escola [[Pudgalavada|Puggalavāda]]) e pelos [[sarvastivada|sarvastivadins]] que foram considerados como possuindo "visões equivocadas", conforme os pontos de vista descritos na seção do Kathavatthu (do Abhidharma Pitaka "Theravada").<ref>[http://books.google.com.br/books?id=UA1FoKPGIRgC&pg=PT93&lpg=PT93&dq=vibhajjavadins+mahasanghikas,+sammitiyas+and+sarvastivadins&source=bl&ots=s3LM4PDUHY&sig=jS1ZfhjRwgTmxeEwS0WYNLDN0n8&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjQsIT4_LjVAhVGS5AKHdUVAREQ6AEIJjAA#v=onepage&q=vibhajjavadins%20mahasanghikas%2C%20sammitiyas%20and%20sarvastivadins&f=false The Buddhist Way of Life: Its's Philosophy and History.] This short survey of the first four Buddhist Councils or Conferences indicates that four chief schools held the field: (1) Theravadins; (2) Mahasanghikas; (3) Sammitiyas; (4) Sarvastivadins. "...(1) Theravadins: '...Two other names for this school are Sthaviravadins and Vibhajjavadins.'"</ref><ref>https://suttacentral.net/kv</ref> A doutrina atribuída aos [[Kasyapiya|kasyapiyas]] também foi discutida no Kv 1.8 como um dos pontos de vista que não foram adotados pelos vibhajjavadins do Sri Lanka (mahaviharavasins).<ref>[https://suttacentral.net/en/kv1.8 Kv.1.8] Of Some of the Past and Future as still Existing</ref>

==Quarto Concílio Budista [Sri Lanka] (100 a.C.) - [Caxemira] (100 d.C.)==
{{AP|Quarto Concílio Budista}}
No século I a.C. foi realizado o quarto concílio no Sri Lanka e tinha como objetivo a compilação do Canône pali, pois as invasões, guerras e fomes apontavam a necessidade de um registro escrito para preservar os ensinamento budistas. O rei Vattagamani convocou o quarto concílio, do qual participaram cerca de 500 bhikkhus que recitaram e escreveram pela primeira vez, sobre folhas de palmeira, os suttas em pali, este concílio é apenas referido nas fontes Theravada.<ref>{{citar web|url=http://www.acessoaoinsight.net/cronologia.php|título= Budismo Theravada - Uma Cronologia Histórica}}</ref> Nos textos da escola Sarvastivada, o quarto concílio teve lugar em Jalandara ou em [[Caxemira]] durante o reinado de [[Kaniska]], por volta do ano 100 d.C.


== Concílios Modernos ==
== Concílios Modernos ==
No ano de [[1871]] decorreu em [[Rangum]] um concílio por vezes denominado como o "Quinto Concílio Theravada". Foi convocado pelo rei [[Mindon Min]] e o seu objectivo foi revisar os textos pali.
No ano de [[1871]] decorreu em [[Mandalay]] um concílio por vezes denominado como o "Quinto Concílio Theravada". Foi convocado pelo rei [[Mindon Min]] e o seu objectivo foi revisar os textos pali.


Por último, em Maio de [[1954]] iniciou-se em Rangum um concílio cujo propósito era recitar e rever o Cânone Pali. Participaram cerca de 25 mil monges budistas de vários países, tendo terminado em Maio de [[1956]]. O discuro da cerimónia de abertura foi da responsabilidade do então primeiro-ministro da [[Birmânia]], [[U Nu]], tendo a data do concílio sido escolhida de modo a coincidir com o aniversário da morte do Buda há 2500 anos (segundo os cálculos Theravada).
Por último, em Maio de [[1954]] iniciou-se em [[Rangum]] um concílio por vezes denominado como o "Sexto Concílio Theravada", cujo propósito era recitar e rever o Cânone Pali. Participaram cerca de 25 mil monges budistas de vários países, tendo terminado em Maio de [[1956]]. O discuro da cerimónia de abertura foi da responsabilidade do então primeiro-ministro da [[Birmânia]], [[U Nu]], tendo a data do concílio sido escolhida de modo a coincidir com o aniversário da morte do Buda há 2500 anos (segundo os cálculos Theravada).


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== Bibliografia ==
== Bibliografia ==
*PREBISH, Charles S. - ''Buddhist Councils'' em ''Encyclopedia of Buddhism''. Nova Iorque: McMillan USA, 2004. ISBN 0028657187.
*PREBISH, Charles S. - ''Buddhist Councils'' em ''Encyclopedia of Buddhism''. Nova Iorque: McMillan USA, 2004. ISBN 0028657187.

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Edição atual tal como às 10h37min de 7 de junho de 2023

Os concílios budistas (sânscrito: sangiti)[1] foram assembleias de monges organizadas após o parinirvana do Buda, as comunidades monásticas se reuniam periodicamente para resolver disputas disciplinares e doutrinárias e também para revisar e corrigir o conteúdo dos sutras de modo a assegurar a preservação e transmissão precisa dos ensinamentos do Buda.

A palavra em sânscrito sangiti significa cantar ou recitar em uníssono e reflete o método pelo qual os ensinamentos budistas foram transmitidos de uma geração para outra durante esse período.[2]

Primeiro Concílio Budista (486 a.C.)

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O Primeiro Concílio Budista
Ver artigo principal: Primeiro Concílio Budista

A maioria dos estudiosos recentes dizem que, alguns meses após o parinirvana do Buda (por volta de 486 a.C.),[3][4] durante o retiro das chuvas, reuniram-se cerca de 500 bhikṣus arhats em Rājagṛha para a realização do Primeiro Concílio Budista patrocinado pelo rei Ajatasatru de Magadha (491 a.C. – 461 a.C.) e presidido pelo venerável Mahā Kāśyapa. Durante o concílio foram recitados os discursos do Buda ("Dharma") pelo venerável Ananda, pois ele era o assistente pessoal de Gautama em suas peregrinações. Ananda testemunhou a maioria dos discursos proferidos pelo Buda, então ele recordou esses ensinamentos durante o concílio e os recitou, por isso os sutras começam com a expressão "Evam me suttam": Assim ouvi;[5] enquanto que o código de disciplina ("Vinaya") foi recitado pelo venerável Upali, por ser um especialista da disciplina monástica.[5][6][7]

Todos os seis vinayas canônicos sobreviventes contêm relatos, no todo ou em parte, do primeiro e do segundo concílios.[8][9][10] Alguns estudiosos, no entanto, acreditam que os relatos sejam um tanto exagerados ou mesmo fictícios.[11]

Segundo Concílio Budista (386 a.C.)

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Ver artigo principal: Segundo Concílio Budista

Esse concílio foi registrado nos vinayas canônicos de várias tradições. Segundo essas fontes, um século após o parinirvana do Buda (por volta de 386 a.C.)[12][13] foi convocado o segundo concílio para avaliar a conduta dos bhikkhus de Vesali em relação a disciplina monástica, participaram cerca de 700 bhikkhus de várias cidades e regiões, o concílio contou com um comitê de bhikkhus anciãos —sthaviras— arhats para avaliação.[14][15][16]

O comitê foi composto por bhikkhus sthaviras do oeste: Revata, Sambhuta Sanavasin, Yasa e Sumana; e do leste: Sabbakamin, Salha, Kujjasobhita e Vasabhaga Mika. Naquele momento, os bhikkhus de Vesali haviam se engajado em uma interpretação mais liberal da disciplina monástica, por isso o comitê avaliou um conjunto de dez práticas específicas que eram adotadas pelos bhikkhus de Vesali, mas a controvérsia principal estava relacionada a última prática — manuseio de dinheiro.[17][18][19]

O comitê concluiu que as práticas dos bhikkhus de Vaiśālī eram ilegais.[14][18][20] Todos os vinayas canônicos tradicionais discordam das práticas dos bhikkhus de Vesali. Porém, o vinaya mahasamghika desconhece as nove primeiras e condena somente a última, não se sabe se isso afetou a prática em ambos os casos — pois todos esses vinayas concordam que o conflito do segundo concílio foi resolvido —.[21]

Terceiro Concílio Budista (250 a.C.)

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Existem vários relatos possíveis de terceiros concílios que ocorreram na época de Asoka, mas todos concordam que aconteceu em Pataliputra, capital do imperador Asoka.[22] Alguns estudiosos dizem que, os diferentes relatos surgiram para autorizar a fundação de uma ou outra escola particular após o envio de missionários budistas a várias regiões.[22]

[Versão Theravada]

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Asoka e Moggaliputta-Tissa durante a realização do Terceiro Concílio Budista, em Nava Jetavana, Savatthi.
Ver artigo principal: Terceiro Concílio Budista

De acordo com a tradição Theravada, por volta de 250 a.C, em Pataliputra (a moderna Patna) foi convocado o terceiro concílio budista presidido por Moggaliputta Tissa Thera[23] e patrocinado pelo imperador mauria Asoka. O concílio foi realizado com o objetivo de reconciliar diferentes escolas de pensamento na comunidade monástica, os debates foram registrados no texto Kathavatthu (do abhiddharma Theravada).[24] Os decretos de Asoka se referem a um mero debate entre sthaviras, sem fazer menção a cismas..[21] Nesse concílio, foram feitas as últimas adições ao Cânone Pali (especialmente, abhidharma) da tradição Theravada.

O resultado do concílio foi o patrocínio real no envio de emissários budistas a diversas regiões do subcontinente indiano.[21] No entanto, as divergências na comunidade acabaram originando movimentos budistas emergentes nessas regiões décadas ou séculos depois.[21] Reinos subsequentes também desempenharam um papel para a difusão do budismo no subcontinente indiano e na Ásia Central até a China, como o Reino Indo-Grego; os dharmaguptakas foram apoiados pelos indo-citas em Gandhara, e o Império Kushan em Báctria apoiou a tradição Sarvastivada (que se desenvolveu na Caxemira).

[Versão Sarvastivada]

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Outra versão é mencionada nos textos da tradição Sarvastivada. De acordo com Vasumitra, um cisma decorreu em Pataliputra, na época de Asoka (304 a.C. – 232 a.C.).[18]

De acordo com o texto Samayabhedoparacanacakra de Vasumitra (um monge Sarvastivada), preservado nas primeiras duas traduções chinesas e na tradução tibetana, o cisma estava relacionado a cinco teorias que relaxavam os requisitos dos que se tornavam arhats.[21] Uma minoria de sthaviras recusou e a maioria (mahasangha) foi favorável.[25]

O texto Mahavibhasa Śāstra (do abhidharma Sarvastivada) relata que esse evento aconteceu sob um piedoso rei budista de Pataliputra, que patrocinou uma missão a Caxemira.[25] Esta versão dos eventos enfatiza a pureza dos sarvastivadins da Caxemira, descritos como descendentes dos antigos arhats que partiram para a Caxemira e Gandhara.[25]

Quarto Concílio Budista

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Ver artigo principal: Quarto Concílio Budista

Foram realizadas duas reuniões independentes conhecidas como "Quarto Concílio", um concílio no Sri Lanka (Theravada), e outro na Caxemira (Sarvastivada).

Concílio do Sri Lanka (100 a.C.)

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O Quarto Concílio Budista da tradição Theravada foi realizado por volta do século I a.C. durante o tempo do rei Vattagamani-Abhaya (29–17 a.C.), em Tambapanni (atual Sri Lanka). O concílio foi realizado no templo de Aloka Lena (em pali), atualmente chamado de Templo da Gruta de Pedra de Aluvihāra, localizado no distrito de Matale.

O quarto concílio no Sri Lanka tinha como objetivo a compilação do Canône Pali (Tripitaka), pois as invasões, guerras e fomes apontavam a necessidade de um registro por escrito para preservar os ensinamento budistas. O rei Vattagamani (29–17 a.C.) convocou o quarto concílio, do qual participaram cerca de 500 bhikkhus que recitaram e escreveram pela primeira vez, sobre folhas de palmeira, os suttas em pali.[20]

Concílio da Caxemira (100 d.C.)

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O Quarto Concílio Budista da tradição Sarvastivada, teve lugar em Jalandara ou na Caxemira, presidido por Vasumitra e convocado pelo rei cuchana Canisca I (r. 127–150), por volta do ano 100 d.C. O principal fruto desse concílio foi o texto Mahāvibhāṣa Śāstra (do abhiddharma Sarvastivada).[19]

Acredita-se também que durante esse tempo foram feitas traduções do cânone Sarvastivada de uma língua prácrita para o sânscrito. Essa mudança foi especialmente importante, pois aumentou a divulgação das ideias e das práticas budistas. De acordo com vários estudiosos, o budismo mahāyāna floresceu durante esse período.[26][27]

A tradição Sarvastivada não exista hoje de forma independente, mas seus textos foram preservadas na cânone chinês e no cânone tibetano..

Concílios Modernos

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No ano de 1871 decorreu em Mandalay um concílio por vezes denominado como o "Quinto Concílio Theravada". Foi convocado pelo rei Mindon Min e o seu objectivo foi revisar os textos pali.

Por último, em Maio de 1954 iniciou-se em Rangum um concílio por vezes denominado como o "Sexto Concílio Theravada", cujo propósito era recitar e rever o Cânone Pali. Participaram cerca de 25 mil monges budistas de vários países, tendo terminado em Maio de 1956. O discuro da cerimónia de abertura foi da responsabilidade do então primeiro-ministro da Birmânia, U Nu, tendo a data do concílio sido escolhida de modo a coincidir com o aniversário da morte do Buda há 2500 anos (segundo os cálculos Theravada).

Referências

  1. [1]
  2. Michael Beisert. http://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/abc_budismo ABC do Budismo. Consultado em 26 de janeiro de 2018.
  3. https://www.clearias.com/buddhist-councils/ Concílios Budistas: Primeiro Concílio Budista. Algumas fontes dizem que esse concílio ocorreu em 486 a.C., alguns meses após o parinirvana do Buda.
  4. http://www.acessoaoinsight.net/cronologia.php Budismo Theravada: Uma Cronologia Histórica. Segundo a tradição Theravada, esse primeiro concílio ocorreu em 544 a.C.
  5. a b Harvey, Peter (2013). An Introduction to Buddhism: Teachings, History and Practices (2nd ed.). Cambridge, UK: Cambridge University Press. pg. 88.
  6. Pi Tv Kd 21 Pañ­casati­kak­khan­dhaka. Cullavagga XI - Primeiro Concílio Budista.
  7. 39 – Buddhist History 7: Indian Buddhism After the Buddha – The First 200 Years.
  8. "Mahaparinibbana-sutta and Cullavagga," article by Louis Finot, published in the "Indian Historical Quarterly" (8:2, 1932 June 1, pp. 241–46)
  9. Frauwallner, Erich (1956). The Earliest Vinaya and the Beginnings of Buddhist Literature (em inglês). Rome: Istituto Italiano per il Medio ed Estremo Oriente. pp. 42–45. ISBN 8857526798 
  10. Buddhism: Buddhist origins and the early history of Buddhism in South and Southeast Asia
  11. PREBISH, Charles S. - Buddhist Councils em Encyclopedia of Buddhism. Nova Iorque: McMillan USA, 2004. ISBN 0028657187.
  12. Concílios Budistas: Segundo Concílio Budista. Acredita-se que esse concílio ocorreu em 386 a.C., aproximadamente, um século após o parinirvana do Buda (486 a.C.).
  13. Budismo Theravada: Uma Cronologia Histórica. Segundo a tradição Theravada, esse segundo concílio ocorreu em 444 a.C.
  14. a b Second Buddhist Council: Second Dhamma Sangayana.
  15. The Truth of Babri Mosque. Por Ashok Pant.
  16. Buddha and Buddhist Synods in India and Abroad - Controversy about President of the Session: Second Synod.
  17. Pi Tv Kd 22 Sat­tasati­kak­khan­dhaka. Cullavagga XII - Segundo Concílio Budista.
  18. a b c O 2° Concilio Budista em Vaisali
  19. a b Buddhist Councils - K. T. S. Sarao. Department of Buddhist Studies, University of Delhi, Delhi, India.
  20. a b «Budismo Theravada - Uma Cronologia Histórica» 
  21. a b c d e Sujato, Bhante (2012), Sects & Sectarianism: The Origins of Buddhist Schools, ISBN 978-1921842085, Santipada 
  22. a b Charles Willemen, Bart Dessein, Collett Cox (1998) Sarvāstivāda Buddhist Scholasticism, p. 45. BRILL, Handbuch Der Orientalistik.
  23. Moggaliputta Tissa
  24. Concílios Budistas: Terceiro Concílio Budista.
  25. a b c Charles Willemen, Bart Dessein, Collett Cox (1998) Sarvāstivāda Buddhist Scholasticism,p.46. BRILL, Handbuch Der Orientalistik.
  26. Potter, Karl. Abhidharma Buddhism to 150 A.D. 1998. p. 117
  27. Willemen, Charles. Dessein, Bart. Cox, Collett. Sarvastivada Buddhist Scholasticism. 1997. p. 123
  • PREBISH, Charles S. - Buddhist Councils em Encyclopedia of Buddhism. Nova Iorque: McMillan USA, 2004. ISBN 0028657187.