Aula Teórica 6. Anemias Por Defeito de Membrana, Enzimopatias, Extracorpusculares e Hemorragia

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE SAÚDE
CURSO DE FARMÁCIA

DISCIPLINA
SAU304 - HEMATOLOGIA CLÍNICA

Anemias por excesso de destruição:


defeito de membrana e enzimopatias

DISTÚRBIOS HEMOLÍTICOS

ANEMIA HEMOLÍTICA COMPENSADA

Equilíbrio entre destruição de eritrócitos e produção


medular

ANEMIA HEMOLÍTICA

A sobrevida dos eritrócitos é tão curta que a anemia se


desenvolve apesar de uma resposta medular vigorosa

ANEMIAS HEMOLÍTICAS

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ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA

1. Hemólise precoce (antes de 80 dias)


2. Anamnese (história familiar medicamentos)
3. Exame físico (palidez, icterícia, esplenomegalia,
alteração na cor da urina)
4. Morfologia das hemácias
5. Reticulocitose absoluta
6. Aumento da desidrogenase lática (LDH)
7. Aumento da bilirrubina indireta
8. Exames específicos

ANEMIAS HEMOLÍTICAS CORPUSCULARES


CAUSAS

1. Alterações na membrana do eritrócito


ESFEROCITOSE CONGÊNITA OU HEREDITÁRIA
ELIPTOCITOSE CONGÊNITA OU HEREDITÁRIA
HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA

2. Alterações da composição enzimática do eritrócito


DEFICIÊNCIA GLICOSE-6-FOSFATO DESIDROGENASE (G-6PD)
DEFICIÊNCIA DE PIRUVATOQUINASE (PK)

3. Alterações da estrutura hemoglobínica


HEMOGLOBINOPATIAS
TALASSEMIAS

MEMBRANA DA HEMÁCIA

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DEFEITOS DE MEMBRANA
ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA

É a doença mais frequente deste grupo. Ocorre, na


maioria das vezes, alteração da espectrina
modificando a bomba de sódio e potássio da
membrana. São encontradas formas leves,
moderadas e severas.

Quadro clínico:
(Extremamente variável)

1. Anemia presente ou não


2. Icterícia?
3. Esplenomegalia?

ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA
Diagnóstico laboratorial:

Hemograma apresentando poiquilocitose com esferócitos e microcitose


(microesferócitos).
Reticulocitose sempre presente
CHCM pode estar aumentada / VCM variável / RDW aumentado

Teste de Coombs direto negativo

ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA
Diagnóstico diferencial:

História familiar
Teste de Coombs
Eletroforese de hemoglobina
Dosagem de enzimas eritrocitárias

Tratamento:

1. Esplenectomia (depois dos 5 anos) – muito


importante

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DEFEITOS DE MEMBRANA
ELIPTOCITOSE HEREDITÁRIA

Doença constitucional de natureza hereditária havendo


homozigotos e heterozigotos. Ocorrem defeitos, na
maioria das vezes, na espectrina e na proteína
4.1 tornando o citoesqueleto instável e
deformável.

Quadro clínico:
(Maioria tem hemólise compensada)

1. Anemia presente ou não


2. Icterícia?
3. Esplenomegalia?

ELIPTOCITOSE HEREDITÁRIA
Diagnóstico laboratorial:

Hemograma apresentando poiquilocitose com eliptócitos (de


25% a quase 100% do esfregaço).
Havendo anemia, VCM e HCM estão normais
Reticulocitose

Diagnóstico diferencial:

A avaliação morfológica das hemácias é o principal elemento para


a avaliação diagnóstica e a gravidade do quadro.

Tratamento:

1. Esplenectomia (depois dos 5 anos)

DEFEITOS DE MEMBRANA
HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA
(HPN)
Anemia adquirida causada por defeito intrínseco da
membrana eritrocitária resultando na sensibilidade
da mesma à ação lítica do sistema complemento.
Ocorre um dano medular na stem-cell.

Quadro clínico:

1. Anemia aplástica (fenômenos hemorrágicos e


infecciosos)
2. Urina escura (hemoglobinúria)
3. Caráter clonal e evolutivo

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HPN
Diagnóstico laboratorial:

Anemia grave decorrente de hemólise, ferropenia e


crise de aplasia medular com VCM variável e RDW
aumentado.
Reticulocitose
Teste de Coombs negativo
Leucócitos baixos e plaquetas normais ou baixas

Tratamento:

1. Transfusões
2. Reposição de ferro
3. Transplante de MO raramente

DEFEITOS ENZIMÁTICOS

DEFICIÊNCIA DE G-6PD

A G-6PD protege a hemácia da ação de substâncias


oxidantes. A deficiência gera oxidação da
hemoglobina havendo formação de corpúsculos
de Heinz e retirada precoce pelo baço.

Quadro clínico:

1. Hemólise desencadeada por substâncias oxidantes:


medicamentos, alimentos, infecção, entre outros.
2. Anemia episódica ou crônica

DEFICIÊNCIA DE G-6PD

Diagnóstico laboratorial:

Hemácias normocíticas e normocrômicas.


Dosagem de G-6PD

Tratamento:

Evitar ingestão de substâncias oxidantes


Esplenectomia indicada raramente
Uso de Vitamina E

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DEFEITOS ENZIMÁTICOS
DEFICIÊNCIA DE PK

É uma mutação genética que causa defeito na via


metabólica da glicólise anaeróbica resultando
deficiente produção de ATP. As hemácias tornam-se
desidratadas, deformadas e rígidas e são destruídas
prematuramente.

Quadro clínico:
(Extremamente variável)

1. Hemólise crônica
2. Esplenomegalia variável
3. Anemia variável

DEFICIÊNCIA DE PK

Diagnóstico laboratorial:

Anemia (moderada a intensa) é normocítica e


nomocrômica com RDW aumentado
Reticulocitose
Dosagem de PK

Tratamento:

1. Transfusões (uso de quelantes de ferro)


2. Esplenectomia

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA


DEPARTAMENTO DE SAÚDE
CURSO DE FARMÁCIA

DISCIPLINA
SAU304 - HEMATOLOGIA CLÍNICA

Anemias hemolíticas extracorpusculares


e por hemorragia

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ANEMIAS HEMOLÍTICAS
EXTRACORPUSCULARES
Ocorre excesso de destruição devido a agentes que
alteram a morfologia e/ou fisiologia dos eritrócitos.

Podem ser de dois tipos:

Autoimunes
Imunológicas Aloimunização
Drogas

Mecânica
Não imunológicas Tóxica
Infecciosa

ANEMIAS HEMOLÍTICAS
EXTRACORPUSCULARES

IMUNOLÓGICAS

Ocorre alteração estrutural nas hemácias causando


antigenemia gerando uma resposta imune.

Os anticorpos podem ser da classe IgM ou IgG, estes


provocam a formação de esferócitos, portanto,
apresentam-se com a reação de Coombs positiva.

Os principais fatores desencadeantes são: vírus,


doenças reumáticas, doenças linfoproliferativas, drogas
(penicilinas, metildopa, etc.), Treponema pallidum.

ANEMIAS HEMOLÍTICAS
EXTRACORPUSCULARES
Sintomatologia: síndrome hemolítica, icterícia, anemia
e esplenomegalia somados aos sintomas da doença de
base.

Diagnóstico laboratorial: hemoglobina e hematócrito


diminuídos, poiquilocitose com presença de esferócitos,
presença de hemácias em Roleaux, reticulocitose,
pode haver plaquetopenia.

Tratamento: investigar a causa base, fototerapia, uso


de imunossupressores. Transfusão sanguínea. Retirada
do baço em certos casos.

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ANEMIAS HEMOLÍTICAS
EXTRACORPUSCULARES
NÃO IMUNOLÓGICAS

Ocorre excesso de destruição devido alteração da


membrana ou citoplasma levando a deformação e
destruição do eritrócito. A hemólise é principalmente
intravascular.

Principais causas:

Infecções: Malária, tuberculose, toxoplasma, calazar.


Causas mecânicas: Válvulas cardíacas, uremia, CIVD.
Agentes físico-químicos: Calor, drogas.

ANEMIAS HEMOLÍTICAS
EXTRACORPUSCULARES

Diagnóstico laboratorial: anemias discreta a


moderada. Pode haver encontro de hematozoários no
hemograma, pode haver esferócitos, esquizócitos e
reticulocitose.

Tratamento: Combate ao agente desencadeador,


tratamento de suporte.

ANEMIAS CAUSADAS POR HEMORRAGIA


ANEMIAS CAUSADAS HEMORRAGIAS AGUDAS

Pode levar a oligocitemia quando há perda de grandes


volumes.

Diagnóstico laboratorial: anemia inicialmente


normocítica e normocrômica, ocorre redução do
hematócrito e da hemoglobina. Não há reticulocitose
nem alteração dos leucócitos e de plaquetas
imediatamente após início da perda. Na recuperação há
diminuição do hematócrito, reticulocitose podendo haver
presença de eritroblastos.

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ANEMIAS CAUSADAS POR HEMORRAGIA
ANEMIAS POR HEMORRAGIAS CRÔNICAS

A anemia ocorre devido às perdas em menor volume


porém de forma contínua. Principais causas: presença de
parasitas intestinais, alterações no TGI, neoplasias,
epistaxes, perda de sangue pelas mucosas, menstruação
excessiva.

Diagnóstico laboratorial: anemia do tipo microcítica e


hipocrômica devido ao balanço negativo de ferro.
Reticulocitose dependente do volume perdido.

Tratamento: Solucionar a causa da hemorragia e


reposição dos elementos essenciais.

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