Características Gerais Do Reino Animalia

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Características Gerais do Reino Animalia

São pluricelulares, com células eucarióticas, sem parede celular, que na maioria das vezes formam
tecidos, ou seja, são pluricelulares. Outra característica importante é que os animais são heterótrofos e podem
ter digestão extra ou intracelular. Em alguns animais, o corpo é dividido em unidades repetidas chamadas
segmentos ou metâmeros.

Desenvolvimento Embrionário: Em alguns filos animais ocorre reprodução assexuada, na qual um único
organismo genitor origina descendentes sem processos de mistura genética com outros indivíduos. Esponjas e
cnidários, por exemplo, reproduzem-se rotineiramente por brotamento. Entretanto, a forma mais comum de
reprodução, presente em todos os filos animais, é a reprodução sexuada. O ciclo reprodutivo sexual consiste
na união de duas células haplóides: o gameta feminino - -o óvulo – e o gameta masculino – o espermatozóide.
O processo de união e fusão dessas células é chamado fecundação. A célula única que resulta da fecundação, o
zigoto ou célula-ovo, é diplóide e contém material genético dos dois gametas.

1. Blástula: Nos animais, o desenvolvimento do zigoto origina uma bola de células oca – a blástula - cuja
cavidade interna é denominada blastocele. Esse tipo de desenvolvimento embrionário é a marca registrada
dos animais; em nenhum outro grupo de seres vivos forma-se a blástula.

2. Gástrula: O estágio embrionário que sucede à blástula é a gástrula. O processo de formação da


gástrula envolve multiplicação e rearranjo de células da parede da blástula, com a formação de três tecidos
embrionários básicos, os folhetos germinativos. Os poríferos são
os únicos animais que não formam gástrula nem folhetos
germinativos.Os cnidários formam somente dois folhetos
germinativos, o ectoderma e o endoderma. Em todos os outros
filos animais, a gástrula compõe-se de três folhetos
germinativos: além do ectoderma e do endoderma, há o
mesoderma, situado entre os dois outros folhetos.
A cavidade interna da gástrula é delimitada pelo ectoderma
e chama-se arquêntero ou gastrocela, Com exceção dos
poríferos, em todos os outros filos animais o arquêntero
originará a cavidade digestiva do animal adulto. O arquêntero se
comunica com o exterior através de uma abertura, o blastóporo.
Nos animais de alguns filos, o blastóporo origina a boca; em
outros, ele forma o ânus.

3. Animais Diblásticos e Animais Triblásticos: Os


animais do filo Cnidaria têm apenas dois folhetos
germinativos: o ectoderma e o endoderma; por isso são
chamados diblásticos ou diploblásticos. Já os animais de
todos os outros filos (excetuando-se os poríferos)
apresentam um terceiro folheto germinativo, o
mesoderma, e por isso são chamados triblásticos ou
triploblásticos.

4. Animais Acelomados, Pseudocelomados e Celomados: No filo Platyhelminthes o mesoderme se


desenvolve e preenche todo o espaço entre o ectoderme e o endoderme, o que resulta em animais de corpo
maciço. Não há outras cavidades corporais além da cavidade digestiva. Pelo fato de não apresentarem
nenhuma cavidade corporal, esses animais são considerados acelomados.

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No filo Nematoda o mesoderma não preenche todo o
corpo do animal. No embrião o mesoderma cresce aderido ao
ectoderma, deixando um espaço que separa o endoderma
que reveste o arquêntero. Esse espaço, em parte revestido
pelo mesoderma, em parte por endoderma, é chamado de
pseudoceloma. O pseudoceloma é preenchido por líquido e
nele se alojam os diversos órgãos do animal. Por
apresentarem pseudoceloma, os nematódeos são
denominados pseudocelomados.
Com exceção dos dois filos mencionados anteriormente,
em todos os outros filos que estudaremos os animais
apresentam uma cavidade corporal, o celoma,
completamente revestido pelo mesoderma. Por isso esses
animais são chamados celomados.
O celoma pode formar-se de duas maneiras: a partir de
fendas internas que surgem no mesoderma do embrião ou do
espaço interno das bolsas de mesoderma que “brotam” do
arquêntero. No primeiro caso, a formação do celoma é
denominada esquizocélica, no segundo caso, o processo de
formação do celoma é chamado enterocélico.
Dos nove filos de animais que estudaremos, os moluscos, os anelídeos e os artrópodes apresentam
celoma esquizocélico, sendo por isso considerados animais esquizocelomados. Nos equinodermos e nos
cordados, a formação do celoma é enterocélica, e por isso, esses organismos são chamados enterocelomados.

5. Animais Protostômios e Deuterostômios: Os cientistas notaram que todos os animais


esquizocelomados o blastóporo dá origem à boca, ou seja, os animais esquizocelomados são também
protostômios. Em todos os animais enterocelomados, por outro lado, o blastóporo dá origem ao ânus, ou seja,
todos os animais enterocelomados são também deuterostômios.

Simetria Corporal: Ter simetria significa que, se o animal é cortado, real


ou imaginariamente, por um plano que passe pelo centro de seu corpo,
se obtêm duas metades equivalentes.
1. Simetria radial: Há dois ou mais planos de simetria.
2. Simetria Bilateral: Há um único plano de simetria.

Cefalização: Animais dotados de simetria bilateral movimentam-se com uma das extremidades do corpo
voltada para frente. Essa parte definida como região
anterior, é a que primeiro entra em contato com o
alimento, com fatores estimulantes e com o perigo.
Durante a evolução dos animais houve uma tendência à
concentração dos principais órgãos dos sentidos na
região anterior do corpo. As células nervosas,
responsáveis pelo processamento da informação captada
pelos órgãos dos sentidos, também se concentraram na
região anterior. Essa tendência à concentração de órgãos
de sentidos e de células nervosas na região anterior do
corpo é chamada de cefalização.

Metameria: Se observarmos a alta flexibilidade e o controle corporal de uma minhoca, perceberemos uma das
mais importantes estratégias desenvolvida durante a evolução dos animais: a metameria ou segmentação.
Essa estratégia consiste na divisão do corpo do animal, ao longo de seu comprimento, em uma série de

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segmentos iguais ou semelhantes, os metâmeros.
Além dos anelídeos, a metameria também está
presente nos artrópodes e nos vertebrados, incluindo
até mesmo a nossa própria espécie.
Ter corpo segmentado pode ser vantajoso em
diversos aspectos. Uma musculatura organizada em
pacotes musculares que podem se contrair
independentemente garante maior flexibilidade corporal e variedade de movimentos.
A metameria surge durante o desenvolvimento embrionário. Nessa fase, praticamente todas as
estruturas corporais, exceto o futuro tubo digestório, são segmentados. Em
alguns animais, a segmentação corporal permanece evidente nos indivíduos
adultos. É o caso, por exemplo, dos anelídeos; com exceção do segmento
cefálico, no qual ficam a boca e alguns órgãos especiais, todos os segmentos do
corpo são muito semelhantes entre si. Em artrópodes, ainda durante o
desenvolvimento embrionário, ocorrem fusões entre segmentos vizinhos,
originando deferentes partes do corpo do animal adulto. Nos insetos, por
exemplo, vários segmentos anteriores fundem-se e formam a cabeça, segmentos
intermediários fundem-se e formam o tórax; a segmentação nos insetos adultos,
geralmente só permanece evidente na região posterior do corpo, o abdome. Nos
crustáceos tanto os segmentos anteriores quanto os intermediários fundem-se e
formam o cefalotórax; a segmentação permanece visível apenas no abdome.

Sistemas Esqueléticos: Uma característica compartilhada pela maioria dos animais é a capacidade de se
movimentar por meio de contrações de músculos corporais. Entretanto, os músculos precisam de pontos de
apoio para poder atuar, de modo que sua contração resulte em movimento. Esses pontos de apoio estão
presentes no próprio corpo do animal, constituindo o esqueleto.
1. Esqueleto Hidrostático: Em nematódeos e em anelídeos, as cavidades
corporais cheias de líquido servem de apoio para as contrações da musculatura, o que
permite movimentar a alterar a forma do corpo. Fala-se, nesse caso, em esqueleto
hidrostático, uma vez que é o fato de a água ser incompressível que permite sustentar
a ação muscular.
2. Exoesqueleto: é uma cobertura rígida que envolve totalmente
(exoesqueleto completo) ou parcialmente (exoesqueleto incompleto) o corpo do
animal, protegendo os órgãos internos e fornecendo pontos de apoio para a
musculatura.

O exoesqueleto completo, típico dos artrópodes, é constituído de


placas articuladas de um polissacarídeo, a quitina, a qual pode agregar
outras substâncias. Nos crustáceos, por exemplo, o exoesqueleto é
impregnado de carbonato de cálcio, formando armaduras rígidas, como as
carapaças de caranguejos e lagostas.
Um exoesqueleto completo, apesar de eficiente tanto na proteção quanto na movimentação, tem suas
limitações. A principal delas é que, para crescer, o animal precisa sair do exoesqueleto, despindo-o como uma
velha roupa apertada e substituindo-o por um novo. Enquanto este ainda é flexível, o animal pode crescer. O
processo de troca do exoesqueleto é a muda ou ecdise, e pode ocorrer diversas vezes na vida de um animal.
O exoesqueleto incompleto é típico dos moluscos. Esse tipo de exoesqueleto é formado por uma ou mais
placas rígidas, a concha, que recobre parcialmente o corpo. Os moluscos bivalves têm conchas constituídas por
duas metades (valvas) que se articulam. A concha dos caracóis, por sua vez, tem uma só valva, espiralada, que
protege as vísceras.
Ao contrário do exoesqueleto completo dos artrópodes, o exoesqueleto incompleto permite o
crescimento contínuo do corpo. As linhas concêntricas presentes em uma concha são linhas de crescimento,
que mostram os diferentes tamanhos assumidos pelo animal durante seu desenvolvimento.Nesses casos, o
material que forma a concha vai sendo agregado junto às bordas, e o exoesqueleto não precisa ser
abandonado para permitir o crescimento.

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3. Endoesqueleto: Os equinodermos e a maioria dos animais cordados
possuem estruturas esqueléticas internas responsáveis pela sustentação
corporal e felá fixação da musculatura. Por ser interno, esse tipo de
esqueleto é denominado endoesqueleto.
Em equinodermos como o ouriço-do-mar, por exemplo, o
endoesqueleto consiste em uma série de placas articuladas firmemente
unidas entre si, de modo a formar uma carapaça abaulada, que protege os órgãos internos e dá apoio aos
músculos, inclusive os que movimentam os espinhos. Embora possa pareces um esqueleto externo, essa
carapaça é totalmente recoberta pela epiderme. Em estrelas-do-mar, o endoesqueleto é formado por
pequenos “ossos” articulados.
A maioria dos cordados apresenta endoesqueleto bastante desenvolvido, composto de dezenas ou
mesmo centenas de peças articuladas. Nosso esqueleto, por exemplo, possui mais de duzentos ossos, de
diferentes tipos e tamanhos. Além de fornecer apoio para os músculos, certos ossos formam estruturas como
a caixa craniana e a caixa torácica, que protegem os órgãos vitais.

Sistema Digestório: “Comer” é a palavra-chave na estratégia de sobrevivência animal. Ao longo da evolução,


os animais desenvolveram um sistema capaz de transformar o alimento obtido, de modo a melhor aproveita-
lo: o sistema digestório.
1. Sistema Digestório Incompleto: Encontrado nos cnidários e platelmintos, dotado apenas de uma
abertura de comunicação com o exterior. Essa abertura, embora chamada boca, serve tanto para a ingestão
do alimento como para eliminação dos restos não digeridos. Os poríferos não possuem sequer uma cavidade
digestória propriamente dita, uma vez que a digestão dos alimentos, nesses animais, é realizada inteiramente
dentro das células.
2. Sistema Digestório Completo: É o sistema dos
moluscos, dos anelídeos, dos artrópodes, dos
equinodermos e dos cordados. É caracterizado pela
presença de duas aberturas: a boca, por onde o
alimento entra, e o ânus, por onde são eliminados os
restos alimentares não utilizados.
3. Diferenciações do Tubo Digestório: Na
maioria dos animais com sistema digestório
completo, a cavidade digestório apresenta o formato
de um longo tubo – o tubo digestório – no qual o
alimento se desloca em um único sentido, à medida que vai sendo processado. A vantagem dessa estratégia é
que o alimento passa por uma verdadeira “linha de desmontagem”.
A faringe é a primeira parte do tubo digestório e desempenha importantes funções em certos animais.
Nas planárias, por exemplo, ela é musculosa e pode ser estendida para fora do corpo, para sugar alimento. Nas
minhocas a faringe é ligada a feixes musculares, o que lhe dá grande capacidade de sugar terra rica em
substâncias orgânicas.
O estômago, presente em muitos animais, é uma região dilatada e musculosa do tubo digestório, no qual
o alimento permanece durante certo tempo, sendo esmagado e sofrendo parte da digestão. O término da
digestão e a absorção dos produtos digeridos ocorrem, em geral, na região chamada intestino. Certos animais,
entre os quais se destacam as aves, apresentam uma dilatação na parte anterior do tubo digestório, o papo,
especializado no armazenamento e no umedecimento do alimento a ser digerido. Outras especialização do
tubo digestório das aves é a moela, uma região fortemente musculosa cuja função é esmagar e triturar o
alimento proveniente do papo.

Sistemas de Transporte: Todas as células de um animal precisam de substâncias nutrientes e de gás oxigênio.
Os nutrientes são usados como fonte de matéria-prima para o crescimento e para a reposição de partes
desgastadas, e também como fonte de energia necessária à vida.
Os nutrientes absorvidos na cavidade digestória e o gás oxigênio absorvido na superfície corporal ou nos
órgãos respiratórios precisam chegar rapidamente, e em quantidades adequadas, a todas as células. Os
animais resolveram o “problema” do transporte dessas e de outras substâncias pelo corpo de diversas
maneiras, como veremos a seguir:

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1. Transporte por difusão: Em poríferos, cnidários e platelmintos, a distribuição de substâncias ocorre
por simples difusão célula a célula. Embora seja lento, o processo de difusão é eficiente porque esses animais
são relativamente pequenos, e todas as suas células são relativamente próximas da cavidade digestória e das
superfícies respiratórias.
Nos nematódeos, a distribuição das substâncias ocorre através do líquido que preenche o pseudoceloma.
O gás oxigênio absorvido pela superfície do corpo e os nutrientes absorvidos pela parede do tubo digestório
difundem-se para o líquido do pseudoceloma, e a partir daí chegam a todas as partes do corpo.
2. Sistema Circulatório Fechado: Na maioria dos animais
complexos, o transporte de substâncias pelo corpo ocorre por meio
de um fluido que se desloca por um sistema de tubos e de bombas
denominado sistema circulatório. As bombas desse sistema são os
corações, cuja função é impulsionar o fluido para o interior dos
tubos (vasos sangüíneos) que se ramificam pelo corpo.
Nos anelídeos e nos cordados, os vasos do sistema circulatório
são contínuos, de modo que o fluido circula sempre em um circuito fechado, constituindo o que se denomina
sistema circulatório fechado. Por definição, o fluido que se desloca pelos vasos de um sistema circulatório
fechado é chamado de sangue.
3. Sistema Circulatório Aberto: Na maioria dos moluscos e nos
artrópodes, os vasos circulatórios têm extremidades abertas, e o
fluido sai para cavidades corporais chamadas hemocelas ou lacunas.
Fala-se, nesse caso, em sistema circulatório aberto. Por definição, o
fluido que se desloca em um sistema circulatório aberto é chamado
hemolinfa. Nas hemocelas, a hemolinfa entra em contato direto com
os tecidos e com eles troca substâncias. A hemolinfa retorna ao
coração através dos óstios, aberturas cardíacas ditadas de válvulas que evitam o refluxo quando o coração se
contrai.

Sistemas Respiratórios: Para suprir suas células com gás oxigênio e remover dos tecidos o gás carbônico, os
animais realizam trocas gasosas com o ambiente, processo conhecido como respiração.
1. Respiração Cutânea: Diversos animais vivem na água ou em ambientes úmidos, como os poríferos, os
cnidários, os platelmintos, os nematódeos, alguns anelídeos (minhocas, por
exemplo) e os anfíbios respiram através da superfície corporal. Esse tipo de
respiração é denominado respiração cutânea. Uma condição fundamental para
a respiração cutânea é o umedecimento da superfície corporal, para permitir a
difusão dos gases. Se a superfície do corpo estiver seca o animal morrerá por
falta de gás oxigênio.
A respiração cutânea é eficiente somente para animais pequenos. Animais
de grande porte têm superfície reduzida em relação ao seu volume corporal.
Conseqüentemente, a superfície respiratória seria insuficiente para suprir a necessidade de gás oxigênio,

2. Respiração Branquial: Muitos animais aquáticos, como peixes, crustáceos,


diversos anelídeos e diversos moluscos, possuem estruturas respiratórias
chamadas brânquias; fala-se então, em respiração branquial. Brânquias são dobras
externas da superfície epidérmica, nas quais há vasos circulatórios em grande
quantidade. O sangue (ou a hemolinfa), ao passar nos vasos que irrigam as
brânquias, fica próximo o suficiente da água para que ocorra troca de gases com o
ambiente aquático.

3. Respiração Pulmonar: Em muitos animais terrestres, as superfícies


respiratórias localizam-se em órgãos chamados pulmões; fala-se, então, em
respiração pulmonar. Pulmões são invaginações, isto é, dobra interna do corpo,
que se comunicam com o exterior através de condutos estreitos. O ar, ao passar
por esses condutos, é umedecido, o que reduz o ressecamento das superfícies
respiratórias. Assim como as brânquias, os pulmões são órgãos ricamente

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vascularizados, isto é, com muitos vasos circulatórios, o que garante eficiente troca de gases entre o líquido
circulatório e o ar.
4. Respiração Traqueal: Em alguns artrópodes (insetos, centopéias), as
traças de gases com o ambiente estão a cargo de um sistema de tubos com
reforços espiralados em suas paredes, as traquéias, que se abrem na superfície
do corpo, em poros denominados espiráculos. A partis dos espiráculos, as
traquéias ramificam-se por todo o corpo, levando ar atmosférico até as
proximidades de cada célula do organismo. Fala-se, nesse caso, em respiração
traqueal.
Um aspecto a ser notado é que o sistema respiratório traqueal não tem
nenhum relação funcional com o sistema circulatório. As traquéias garantem que o gás oxigênio chegue
diretamente às células, sem intermediação do líquido circulatório.

Sistemas Excretores: As células, em sua contínua degradação e fabricação de compostos químicos, produzem
substâncias inúteis, algumas tóxicas, que precisam ser eliminadas rapidamente do corpo. Essas substâncias são
genericamente chamadas excretas ou excreções.
A principal substância excretada pelas células animais é a amônia (NH 3). Por ser muito tóxica, a amônia
tem que ser eliminada rapidamente do corpo. Nos poríferos e nos cnidários, animais em que quase todas as
células têm contato direto com a água do ambiente, a amônia é eliminada por difusão simples. Não há
nenhum sistema especializado em eliminar as excreções celulares.
Excetuando-se os poríferos e os cnidários, todos os outros filos animais desenvolveram sistema
excretores, especializados em eliminar substâncias tóxicas nitrogenadas produzidas no metabolismo celular.
1. Protonefrídios: Boa parte da excreção dos platelmintos ocorre por difusão direta
das células para o ambiente. Apesar disso, esses animais apresentam um sistema
excretor constituído por protonefrídeos. Um protonefrídeo é constituído por uma célula
ciliada, a célula-flama, e por um tubo ao qual ela se liga. As células-flama absorvem água
e excretas dos espaços entre as células, lançando essas substâncias nos canais dos
protonefrídeos. O batimento dos cílios das células-flama impulsiona a solução aquosa
contendo excretas através da rede de tubo que une os protonefrídeos, até poros
excretores localizados na superfície corporal. Os protonefrídeos são os órgãos
excretores dos platelmintos.

2. Canais Excretores: Em nematódeos como a lombriga, as excreções celulares são


lançadas no fluido que preenche o pseudoceloma e dali removidas por dois canais excretores localizados na
lateral do corpo. Cada canal é formado por uma única célula gigante em forma de tubo. Na porção anterior do
corpo, os dois canais excretores unem-se, desembocando no poro excretor único, por onde a urina é eliminada
do corpo do nematódeo.
3. Metanefrídeos: Anelídeos e moluscos possuem órgãos excretores
chamados metanefrídeos, que diferem dos protonefrídeos por serem tubos
abertos nas duas extremidades. Em uma de suas extremidades, o metanefrídeo
alarga-se e forma um funil ciliado, o nefróstama, que se abre na cavidade celômica.
A outra extremidade do metanefrídeo é o nefridióporo ou poro excretor, que se
abre na superfície do corpo.
Em anelídeos como a minhoca há um par de metanefrídeos por segmento
corporal, cada um dele abrindo-se em um nefridióporo, na região lateral do
segmento. Os nefróstomas desses nefrídios, por sua vez, abrem-se nas bolsas
celômicas do segmento imediatamente anterior, de onde retiram os excretas. Nos
moluscos, há apenas um par de metanefrídeos no corpo, cujos, nefróstomas se
abrem diretamente na cavidade que envolve o coração – o pericárdio. Os excretas
removidos do líquido pericárdico são conduzidos até poros excretores na superfície
do corpo e eliminados.
4. Glândulas antenais, glândulas coxais e túbulos de Malpighi: Os artrópodes apresenta diferentes tipos
de canais excretores. Os Crustáceos por exemplo, eliminam suas excreções por meio de duas glândulas que se
abrem na base das antenas, as glândulas antenais ou glândulas verdes. Cada glândula antenal é uma bolsa

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dilatada e de paredes finas ligada a uma câmara glandular, de onde parte o canal excretor. Várias substâncias
presentes na hemolinfa, entre elas as excreções, são absorvidas pela região dilatada da glândula verde, de
onde passam para a câmara glandular. Aí, as substâncias ainda úteis são devolvidas à hemolinfa e sobram
apenas excretas dissolvidas em água, que constituem a urina; esta é eliminada por um poro localizado na base
da cada antena.
Na maioria das aranhas a excreção está a cargo de glândulas excretoras localizadas na base das pernas, as
glândulas coxais, de funcionamento semelhante ao das glândulas verdes dos crustáceos.
Já insetos e algumas aranhas eliminam suas excreções por meio dos túbulos de Malpighi. Cada tubo é um
sáculo alongado e tubular, com uma das extremidades ligada ao intestino e a outra terminando em fundo
cego. Os túbulos de Malpighi absorvem excretas da hemolinfa, lançando-as na cavidade intestinal, onde elas
se misturam com as fezes. As substâncias excretas pelos túbulos da Malpighi consistem quase inteiramente de
cristais sólidos de ácido úrico.
5. Rins: As estruturas excretoras dos vertebrados, os néfrons, ficam reunidas em órgãos chamados de
rins. Os néfrons são tubos que envolvem “novelos” de capilares sangüíneos - os glomérulos – e retiram
excretas diretamente do sangue que aí circula. Os excretas removidos pelos néfrons são conduzidos a canais
excretores, que se abrem para fora do corpo.
6. Classificação dos Animais em relação à excreta nitrogenado: Conforme o excreta nitrogenado
predominante, os animais podem ser classificados em três categorias. Veja o quadro abaixo que representa o
tipo de excreta nos diferentes grupos de animais, em função do ambiente que vivem.

TIPOS DE EXCRETAS
AMBIENTE GRUPO ANIMAL DENOMINAÇÃO
Amônia Uréia Ácido Úrico
Cnidaria ++ - -
Annelida ++ + -
Mollusca ++ + -
Amoniotélicos
Aquático Crustacea ++ + -
Echinodermata ++ + -
Peixes Ósseos ++ + -
Peixes cartilaginosos + ++ -
Anfíbios + ++ -
Ureotélicos
Répteis (tartarugas) + ++ -
Mamíferos - ++ +
Terrestres Insetos - - ++
Répteis (cobras e
- - ++ Uricotélicos
lagartos)
Aves - - ++
(-) Quantidade mínima ou nula. (+) Pequena quantidade. (++) Grande quantidade

Bibliografia

AMABIS, J. M. & MARTHO, G. R., Conceitos de Biologia, Vol 1, 2 e 3 – São Paulo: Moderna, 2001

FAVARETTO, J.A.; Biologia, Vol. Único – 1ª ed. – São Paulo: Moderna, 2005

LOPES, S., Bio: Vol. Único - 2ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 2008

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