Apostila Teoria Geral Do Direito Do Trabalho
Apostila Teoria Geral Do Direito Do Trabalho
Apostila Teoria Geral Do Direito Do Trabalho
APRESENTAO
EMENTAS
AULA 3: EMPREGADOR
AULA 4: EMPREGADO
INTRODUO
CONTEDO
CONCEITO
12
13
17
20
ATIVIDADE PROPOSTA
23
APRENDA MAIS
24
EXERCCIOS DE FIXAO
24
29
CONTEDO
30
30
30
31
33
37
37
40
ATIVIDADE PROPOSTA
43
APRENDA MAIS
44
EXERCCIOS DE FIXAO
45
49
INTRODUO
49
CONTEDO
50
DESPERSONIFICAO DO EMPREGADOR
50
52
54
57
61
PODERES DO EMPREGADOR
61
ATIVIDADE PROPOSTA
63
APRENDA MAIS
64
EXERCCIOS DE FIXAO
65
70
INTRODUO
70
CONTEDO
71
71
EMPREGADO DOMSTICO
74
78
ATIVIDADE PROPOSTA
81
APRENDA MAIS
81
EXERCCIOS DE FIXAO
82
REFERNCIAS
86
CHAVES DE RESPOSTA
87
AULA 1
87
ATIVIDADE PROPOSTA
87
EXERCCIOS DE FIXAO
88
AULA 2
AULA 3
92
ATIVIDADE PROPOSTA
92
EXERCCIOS DE FIXAO
93
97
ATIVIDADE PROPOSTA
97
EXERCCIOS DE FIXAO
98
AULA 4
99
ATIVIDADE PROPOSTA
EXERCCIOS DE FIXAO
99
100
BIBLIOGRAFIA
103
APRESENTAO DO CONTEUDISTA
104
Ementas
Aula 3: Empregador
Nessa aula, definiremos o conceito, a crtica e o fundamento. Em seguida,
descreveremos a caracterizao do grupo econmico e a solidariedade.
Estudaremos a sucesso de titulares da empresa. Por fim, identificaremos a
sucesso trabalhista e a lei de falncias.
Aula 4: Empregado
Definiremos nessa aula o conceito, os caracteres e os tipos especiais de
empregados.
Introduo
Iniciaremos nossos estudos de Teoria Geral do Direito do Trabalho
apresentando um conceito para a disciplina, assim como seus fundamentos e
caractersticas. A seguir, examinaremos as Fontes do Direito do Trabalho e os
princpios do direito do trabalho dentro do atual contexto da flexibilizao.
O Direito do Trabalho disciplina uma relao jurdica marcada pela
desigualdade entre as partes e caracterizada pela presena de um polo
hipossuficiente, o empregado, e outro hipersuficiente, o empregador.
Partindo desse fundamento bsico, esse ramo do direito tem como proposta
reduzir a desigualdade contratual, revestindo-se de carter tutelar e
intervencionista.
Isso significa que, no Direito do Trabalho, a vontade das partes, embora
existente, dever, regra geral, respeitar a proteo mnima estabelecida pela
legislao vigente.
Objetivo:
1. Apresentar as noes gerais do Direito do Trabalho, descrevendo e
explicando suas fontes e identificando os princpios peculiares a esse
ramo do direito, em sua interpretao e aplicao a casos concretos.
Contedo
Fundamentos do Direito do Trabalho
A temtica relativa aos fundamentos do direito do trabalho encontra-se ligada
investigao acerca das causas sociais, poltico-econmicas e ideolgicas de
seu surgimento.
MORAES FILHO, Evaristo; MORAES, Antnio Carlos Flores. Introduo ao Direito do Trabalho, 8. Ed,
So Paulo, LTr, 2000, pg 66-80.
10
normas
trabalhistas
surgem
do
fogo
direto
das
lutas
11
Conceito
Quando se trata de conceituar o Direito do Trabalho, a doutrina adota
definies Subjetivistas (aquelas que tm como vrtice as pessoas a quem se
aplica o Direito do Trabalho e que figuram nas respectivas relaes jurdicas);
Objetivistas (as que consideram o objeto, a matria disciplinada pelo Direito
do Trabalho) e as Mistas (que abrangem as pessoas e o objeto do direito do
trabalho numa unidade considerada necessria para melhor explicar o
contedo desse ramo do direito).
12
DELGADO, Maurcio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. So Paulo: LTr, 10 Ed., 2011, pg.
51.
13
J as fontes formais correspondem aos meios atravs dos quais este direito
se manifesta em uma dada sociedade, vale dizer, aquilo que se inscreve no
Direito Positivo. Ou ainda, seguindo a classificao de Dlio Maranho,3 as
fontes formais so as regras gerais, abstratas, impessoais escritas ou no
que se impem coercitivamente aos agentes sociais.
Conclui-se, do exposto, que as denominadas fontes materiais do direito
constituem um estgio preliminar em relao s fontes formais, uma vez que
exatamente da atuao dos diversos elementos que as compem que vo
surgindo os mecanismos formais de manifestao do direito.
As
fontes
formais
do
direito
se
subdividem
em
autnomas
14
finalidade
de
necessariamente,
indistintamente
regulamentar
contedo
todos
uma
abstrato
quantos
determinada
e
carter
estejam
lei,
este
genrico,
enquadrados
possuir,
dirigindo-se
na
hiptese
15
16
17
RODRIGUEZ, Amrico Pl. Princpios de direito do trabalho. Traduo por Wagner D. Giglio. 3
ed. atual. So Paulo: LTr Editora, 2000.
18
19
20
21
com
vistas
aproximar
interesses
de
22
Atividade proposta
Os gestores de uma empresa-cliente de seu escritrio o consultam acerca da
existncia de direitos trabalhistas distintos fixados em Acordo Coletivo e
Sentena Normativa, ambos aplicveis, simultaneamente e no mesmo prazo
de vigncia, aos seus empregados. Indaga-se: quais regras devero
prevalecer? Seria o caso de aplicar o princpio da Norma Mais Favorvel?
23
Aprenda mais
- Leia os objetivos, a introduo e o contedo da aula;
- Leia os captulos 2 e 7 do livro Direito do Trabalho, de
Vlia Bonfim Cassar, Editora Mtodo;
- Faa os exerccios propostos e estude os gabaritos, pois eles
complementam a aula;
- Avalie se voc assimilou o contedo proposto;
- Tire suas dvidas no Frum e participe do debate proposto;
- Solucione o caso concreto proposto como atividade;
- Leia a chamada para a aula seguinte.
Exerccios de fixao
Questo 1
A origem histrica do Direito do Trabalho est vinculada ao fenmeno
conhecido sob a designao de Revoluo Industrial. O
desenvolvimento tcnico das mquinas acarretou mudanas no setor
produtivo e deu origem classe operria, transformando as relaes sociais.
24
II.
III.
IV.
V.
As lutas de classes.
A encclica Rerum Novarum (coisas novas), de Leo XIII, considerando
o trabalho como elemento da dignidade humana e preconizando o
salrio justo.
Questo 2
Leia atentamente as assertivas abaixo:
I.
25
II.
III.
Responda:
a) Apenas as assertivas I e II esto corretas.
b) Apenas as assertivas I e III esto corretas.
c) Apenas as assertivas II e III esto corretas.
d) Apenas a assertiva III est correta.
e) Todas as assertivas esto corretas.
Questo 3
A competncia normativa da Justia do Trabalho, consubstanciada no
chamado poder normativo, tem previso constitucional e significa:
a) A possibilidade dos
tribunais
trabalhistas
editarem smulas e
prerrogativa
de
enunciar
normas
de
carter
meramente
26
27
I.
II.
III.
IV.
28
Introduo
Continuaremos nossos estudos de Teoria Geral do Direito do Trabalho
abordando a temtica relativa aplicao da Lei Trabalhista.
Trata-se de assunto de grande relevncia, tendo em vista que o contrato de
trabalho um pacto de trato sucessivo, o que suscita examinar os impactos
das novas normas trabalhistas s relaes que j esto em curso, tema
inserido na aplicao temporal da lei.
Destaca-se, ainda, em relevncia, por fora do contemporneo fenmeno da
globalizao e das consequentes contrataes para servios em outras
localidades, inclusive no exterior Aplicao Espacial e, ainda dentro do
mbito interno, no que tange ao raio de aplicao territorial da lei.
A seguir, examinaremos a relao de trabalho em sentido amplo e estrito,
destacando os requisitos caracterizadores da relao de emprego, visando
identificar as relaes contratuais que sero objetos de regulamentao pela
CLT e legislao extravagante.
Objetivo:
1. Apresentar e explicar as regras de aplicao do Direito do Trabalho, no
mbito de sua execuo temporal, territorial e espacial para, a seguir,
abordar a relao de trabalho, em sentido amplo e estrito,
diferenciando-as e abordando os requisitos especficos para a
caracterizao do vnculo de emprego.
29
Contedo
Aplicao da norma trabalhista
Campo de Aplicao Territorial da Norma Trabalhista
No que se refere ao campo de aplicao territorial da norma trabalhista,
estabelece o art. 22, I, da Constituio Federal, que compete privativamente
Unio legislar sobre Direito do Trabalho. Desta feita, as normas de direito
do trabalho, oriundas de fonte estatal, abrangem, em seu campo de aplicao
e como regra geral, todo o territrio nacional. Este compreende tambm o
raio de aplicao atribudo aos demais preceitos obrigatrios, como decretos e
regulamentos.
A regra suscitada, no entanto, comporta excees. Na forma estabelecida
pelo pargrafo nico do dispositivo constitucional em comento, a lei
complementar poder autorizar os Estados a legislar sobre questes
especficas das matrias relacionadas neste artigo. o caso da Lei
Complementar n 103, de 14 de julho de 2000, que autorizou os Estados e o
Distrito Federal a instituir o piso salarial a que se refere o inciso V do art. 7
da Constituio Federal, aos empregados que no tenham piso salarial
definido em lei ou norma coletiva de trabalho, com aplicabilidade adstrita ao
mbito territorial do respectivo ente da Federao.
Tambm com relao s sentenas normativas proferidas pela Justia do
Trabalho em sede de dissdio coletivo, restringem-se, no que tange ao campo
de aplicao territorial, aos limites da jurisdio do Tribunal do qual se
originam. Assim, se, no dissdio de mbito nacional, seu raio de ao
territorial se confunde com o das leis, oriundas que so do TST, nos dissdios
adstritos a uma regio especfica, sua aplicabilidade limita-se pelo mbito de
jurisdio do TRT respectivo.
No que tange s fontes autnomas do Direito do Trabalho, a saber, aos
acordos e convenes coletivas, o campo de aplicao de suas normas no
poder ultrapassar os limites da base territorial do sindicato.
30
princpio
da
irretroatividade
pelo
princpio
da
31
Princpio da Irretroatividade
De acordo com o artigo 5, inciso XXXVI, da Constituio Federal de 1988, a
MARANHO, Dlio et al. Instituies de Direito do Trabalho. So Paulo, 16 Edio, Vol. I, pg.
172.
32
CONCESSO
DA
COMPLEMENTAO
DE
FRIAS
ATENTA
CONSTITUCIONALMENTE
CONTRA
CONSAGRADO
PRINCPIO
DA
33
SOBRE
FRIAS
VENCIDAS
ANTES
DA
NASCIMENTO, Amauri Mascaro e MASSONI, Tlio de Oliveira. O Aviso Prvio Proporcional. Revista
LTr, Vol. 76, n 01, janeiro de 2012, pgs. 76-01/7 a 76-01/16.
34
NASCIMENTO, Amauri Mascaro e MASSONI, Tlio de Oliveira. Ob. Cit. pg. 76-01/10
35
INSTRUMENTO
COLETIVO
VIGNCIA
36
37
no
Brasil
ou
transferidos
por
seus
38
Para aprofundamento do tema, leia: CASSAR, Vlia Bonfim. Direito do Trabalho. 8 Ed., So Paulo:
Mtodo, 2013, pg. 134-152.
39
Por fim, pode ocorrer que o trabalho, por sua natureza, deva ser exercido em
diferentes pases, sem um local principal de prestao dos servios, hiptese
na qual ser aplicvel a lei do pas ao qual se reporta o funcionrio.9
Nesse caso, distinta da transferncia para determinado local no exterior, a
hiptese de efetiva ausncia de base fixa para a prestao dos servios.
Vide CASSAR, Vlia Bonfim. Direito do Trabalho. Ob. Cit. Pg. 135.
40
41
Portanto, ainda que tal servio no seja contnuo (ou dirio), ele ser
habitual, preenchendo o requisito da no eventualidade.
c)
Onerosidade
42
responsvel
por
eventual
sucesso
ou
insucesso
do
empreendimento.
Assim, independente de o empregador ter grande lucro ao final do ms ou
um prejuzo, o salrio do empregado ser sempre devido. Nesse sentido, vide
artigo 2 da CLT.
Atividade proposta
Analise e resolva o caso concreto proposto.
No dia 02/02/2014, o Dr. Manoel Pereira procura a entidade sindical
representativa de sua categoria profissional, o Sindicato dos Mdicos, a fim de
obter uma assessoria jurdica sobre a situao qual foi submetido na
empresa em que laborava.
Ao explicar a situao, o Dr. Manoel diz ter sido admitido em 02/02/2000,
para desempenhar a funo de Clnico Geral, na sede da empresa situada na
cidade de Itaperuna, Rio de Janeiro, sendo dispensado, imotivadamente, no
dia 02/04/2012. Todavia, no dia 30/04/2012, a empresa o procurou a fim de
saber sobre eventual interesse em retomar ao emprego, mas sob a condio
de filiar-se Cooperativa de Prestadores de Servios da Sade. No seguinte,
43
Aprenda mais
- Leia os objetivos e o contedo da aula;
- Leia os captulos 5 e 9 do livro Direito do Trabalho, de
Vlia Bonfim Cassar, Editora Mtodo;
- Leia o texto: O Aviso Prvio Proporcional de NASCIMENTO,
Amaury Mascaro e MASSONI, Tlio de Oliveira. Revista LTr,
Vol. 76, n 01, janeiro de 2012, pgs. 76-01/7 a 76-01/16.
- Faa os exerccios propostos e estude os gabaritos, pois eles
complementam a aula;
- Avalie se voc assimilou o contedo proposto;
- Tire suas dvidas no Frum e participe do debate proposto;
- Leia a chamada para a aula seguinte.
44
Exerccios de fixao
Questo 1
Diz-se, em relao ao empregado, que o contrato de trabalho concludo
II.
III.
IV.
V.
45
Questo 2
Leia atentamente as afirmativas abaixo:
I.
II.
Trabalhador
avulso
aquele
que
presta servios
de
carter
Responda:
a) Todas as afirmativas esto erradas.
b) Apenas as afirmativas I e II esto corretas.
c) Apenas as afirmativas II e IIII esto corretas.
d) Apenas a afirmativa III est correta.
Questo 3
Um pianista trabalhou ininterruptamente num restaurante, recebendo a
retribuio ajustada e sem se fazer substituir durante 10 anos, executando
msicas apenas nos sbados e domingos, de 20 horas de um dia as 5 horas
do dia seguinte. Neste caso:
a) No empregado, mas trabalhador autnomo.
b) scio de fato do restaurante.
c) No empregado por faltar o requisito da no eventualidade da
prestao laboral.
d) empregado.
46
Questo 4
Amarildo, policial militar, trabalhava para a empresa Boliche e Cia. como
agente de segurana, nos horrios em que no estava a servio da
corporao militar. Na referida empresa, Amarildo cumpria expressamente as
ordens emanadas da direo, recebia um salrio mensal e trabalhava de
forma contnua e ininterrupta, todas as vezes que no estava escalado na
corporao. Considerando a situao apresentada, assinale a opo correta:
a) No existe vnculo empregatcio entre Amarildo e a empresa Boliche e
Cia., j que o trabalho prestado por Amarildo para essa empresa
constitui trabalho eventual autnomo.
b) A justia do trabalho no pode reconhecer nenhuma espcie de vnculo
empregatcio entre Amarildo e a empresa Boliche e Cia., j que
Amarildo policial militar.
c) Existe vnculo empregatcio entre a empresa Boliche e Cia. e Amarildo,
porm esse vnculo jamais poder ser reconhecido, em razo da
situao de militar de Amarildo.
d) legtimo o reconhecimento da relao de trabalho entre Amarildo e a
empresa Boliche e Cia., independentemente do eventual cabimento de
penalidade disciplinar prevista no estatuto do policial militar.
47
Questo 5
Gensio, empregado da empresa XXX, recebe de seu empregador a
determinao de assinar contrato social de uma cooperativa na qualidade de
cooperativado. A partir de ento, embora Gensio permanecesse realizando
as mesmas funes e recebendo salrio, a empresa no mais efetuou o
pagamento das frias, 13 salrio e adicional de horas extras. Sobre a
hiptese, pode-se afirmar como VERDADEIRO:
a) Gensio deixou de ser empregado posto que sua qualidade de
cooperativado exclui a relao de emprego, nos termos do art. 442,
pargrafo nico, da CLT.
b) Houve sucesso de empregadores, nos termos dos arts. 10 e 448 da
CLT, passando Gensio a subordinar-se cooperativa.
c) Constatou-se
permanncia
dos
elementos
ftico-jurdicos
48
Introduo
Em nossa terceira aula daremos continuidade aos nossos estudos de Teoria
Geral do Direito do Trabalho com o tema Empregador. Nessa aula
verificaremos que Empregador um dos sujeitos da relao de emprego,
analisando a sua despersonalizao, as regras pertinentes aos grupos
econmicos e os efeitos da sucesso dos titulares da empresa.
Objetivos:
1. Conhecer quem so considerados como empregadores nas relaes de
emprego
caracterizao
as
do
regras
grupo
aos
mesmos
econmico
aplicveis,
para
fins
destacando
trabalhistas,
49
Contedo
A figura do Empregador est prevista no art. 2 da CLT, que assim
estabelece:
fins
lucrativos,
que
admitirem
trabalhadores
como
empregados.
2 Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada
uma delas, personalidade jurdica prpria, estiverem sob a
direo, controle ou administrao de outra, constituindo grupo
industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econmica,
sero, para os efeitos da relao de emprego, solidariamente
responsveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.
Para uma melhor compreenso e sistematizao da matria, estudaremos
esse conceito dividindo-o em tpicos.
Despersonificao do Empregador
O Empregador, como um dos sujeitos que integram a relao de emprego, se
encontra no polo oposto ao do empregado. A previso da legislao
trabalhista o define como sendo a empresa individual ou coletiva que,
assumindo os riscos da atividade econmica, admite, assalaria e dirige a
prestao pessoal de servios.
Observa-se que o caput do artigo em referncia prev que o empregador a
empresa, o que gera crticas por parte da doutrina tradicional, porque, se
50
estamos falando dos polos de uma relao jurdica, esses devero ser sujeitos
de direito e a empresa no sujeito e, sim, objeto de direito. Essa doutrina
entende que somente uma pessoa natural ou jurdica pode revestir-se da
qualidade de empregador. Mas a CLT utilizou a terminologia empresa.
Na verdade, a escolha dessa qualificao pelo legislador se deve proposta
de proteger o empregado. Uma pessoa jurdica pode se desconstituir e nascer
outra, mas o empregador a empresa, a unidade econmica, a
movimentao de bens e servios. No importa, portanto, para o direito do
trabalho, a roupagem de que se reveste a empresa. O empregador pode e
deve se apresentar com uma roupagem, que sua personalidade jurdica.
Mas o empregador ser a empresa, a atividade, conjugada com o know-how,
a movimentao de bens e servios.
Portanto, o objetivo do Direito Empresarial no se confunde com o Celetista,
a despeito das crticas da oriundas. O objetivo do legislador trabalhista ao
considerar a empresa, ente sem personalidade jurdica, como empregador,
foi o de proteger a manuteno do contrato de trabalho do
empregado, com base no princpio da continuidade da relao de
emprego. A empresa pode ter sua durao ao longo de dcadas, com
sobrevida alm dos seus fundadores, ou das pessoas jurdicas ou fsicas que a
representam ou administram. Uma vez mantida a empresa, a despeito das
alteraes formais que a pessoa jurdica possa sofrer, sero preservados os
direitos decorrentes do contrato de trabalho, conforme expressamente prev
o artigo 10 da CLT.
preciso, ainda, distinguir empresa de estabelecimento. Empresa a
atividade organizada para a produo de bens e servios para o mercado,
com finalidade econmica.
Por estabelecimento ou fundo de comrcio (azienda) entende-se o lugar em
que o empresrio exerce suas atividades. o conjunto de bens operados pelo
51
52
as
entidades
empregadores
de
obrigados
fins
ao
filantrpicos
recolhimento
entre
os
fundirio".
53
54
holdings;
55
de
direitos
entre
esses
da Solidariedade
Passiva,
significando
que
as
empresas
56
57
know-how.
Quando se diz que a atividade deve ser transferida viva, isso significa que,
guisa de exemplo, a venda do prdio onde funcionou um hotel
completamente diferente da venda do empreendimento, ou seja, do hotel
funcionando, aplicando-se as regras e efeitos da sucesso somente na
segunda hiptese.
58
Questo
polmica
foi
gerada
pela
atual
Lei
de
Falncia
(Lei
11.101/2005), por fora da previso dos seus artigos 60, pargrafo nico, e
141, inciso II, que afastam a sucesso trabalhista, ressalvada as hipteses
previstas no pargrafo 1 do artigo 141. Seno vejamos:
Art. 60. Se o plano de recuperao judicial aprovado envolver
alienao judicial de filiais ou de unidades produtivas isoladas do
devedor, o juiz ordenar a sua realizao, observado o disposto no
art. 142 desta Lei.
Pargrafo nico. O objeto da alienao estar livre de
qualquer nus e no haver sucesso do arrematante nas
obrigaes do devedor, inclusive as de natureza tributria,
observado o disposto no 1 do art. 141 desta Lei.
Art. 141. Na alienao conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa
ou de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este
artigo:
59
60
ORIENTAO
SUCESSO
TRABALHISTA.
AQUISIO
DE
EMPRESA
Poderes do Empregador
De acordo com o artigo 2 da CLT, o empregador assume o risco da atividade
empresarial. Para tanto, ele ser detentor do poder de direo, como
veremos adiante, desde que os exera dentro dos limites da legalidade e do
respeito aos direitos fundamentais do trabalhador.
61
direito
62
Atividade proposta
Examine o seguinte caso concreto
Ana Slvia ajuizou ao trabalhista em face de Antrtica Distribuidora de
Bebidas S/A e Piedade Distribuidora de Bebidas S/A, requerendo a
condenao solidria de ambas por pertencerem ao mesmo grupo econmico.
63
Aprenda mais
- Leia os objetivos e o contedo da aula;
- Leia os captulos 13 e 14 do livro Direito do Trabalho, de
Vlia Bonfim Cassar, Editora Mtodo, 8 edio e os captulos
XII e XX do livro Curso de Direito do Trabalho, de Maurcio
Godinho Delgado, Editora LTr, 10 edio;
- Faa os exerccios propostos e estude os gabaritos, pois eles
complementam a aula;
- Avalie se voc assimilou o contedo proposto;
- Tire suas dvidas no Frum e participe do debate proposto;
- Leia a chamada para a aula seguinte.
64
Exerccios de fixao
Questo 1
Sobre a existncia ou no de grupo econmico e da consequente
responsabilidade das rs, assinale a nica alternativa incorreta:
a) No h qualidade especial para que algum seja considerado
empregador, bastando, para tanto, que no outro polo da relao
contratual haja um sujeito a quem se possa reputar como empregado,
sobre o qual ser exercido o poder diretivo, identificando-se, assim, o
empregador pela referncia inicial do prprio empregado.
b) H vnculo de solidariedade entre as distintas empresas integrantes do
mesmo grupo econmico, cabendo ao empregado exigir seu crdito de
todas ou de qualquer uma das codevedoras solidrias, ainda que
verificada a prestao de servios em prol de apenas uma dessas
empresas.
c) No obstante a fico jurdica conhecida como empregador nico, o
emprego da fora de trabalho por um mesmo empregado para
empresas distintas, integrantes do mesmo grupo econmico, rende
ensejo configurao de tambm distintos vnculos de emprego, na
hiptese em que a prestao se verifique em jornadas diferentes.
d) Todas as alternativas so corretas.
65
Questo 2
LIMPA MAIS, uma empresa prestadora de servios de limpeza, tem seu
contrato com o BANCO MOEDA encerrado pelo tomador, demitindo todos os
seus empregados, sem pagar quaisquer parcelas resilitrias. No dia seguinte,
o banco contrata uma nova empresa, de nome MAIOR LIMPEZA, que opta por
contratar os ex-empregados da empresa LIMPA MAIS, mantendo os mesmos
salrios e funes. Cinco meses depois, nova demisso dos funcionrios
ocorre, tambm com inadimplncia das verbas trabalhistas.
Nesse caso, pode-se concluir que:
a) No h sucesso entre as empresas prestadoras de servios, pois no
o mesmo empreendimento e so empresas concorrentes entre si,
sendo certo que banco ser subsidiariamente responsvel pelos ttulos
devidos pelas duas empresas.
b) So devidas as verbas resilitrias dos dois contratos e o banco
solidariamente
responsvel
pelas
dvidas trabalhistas
das
duas
66
Questo 3
Quanto figura do empregador e o contrato de trabalho, assinale a opo
CORRETA:
I.
II.
III.
67
Questo 4
Com relao sucesso de empregadores, aponte a alternativa correta:
a) Sem qualquer relao entre o antigo e o novo explorador de uma
atividade econmica, no pode haver sucesso trabalhista, ainda que a
referida atividade continue sendo explorada pelo outro, no mesmo
local.
b) Se, ao comprar a empresa, o adquirente exigir clusula pela qual o
vendedor se obrigue a responder pelos direitos dos empregados at a
consumao do ato da compra e o comprador se obrigue desse
momento em diante, os empregados s podero reclamar os direitos,
at ento adquiridos, com antigo dono.
c) Na sucesso trabalhista, o novo titular assume as obrigaes
trabalhistas do sucedido, sem modificao nos contratos de trabalho j
existentes na poca da sucesso, se dando a continuidade na
prestao de servios.
d) A sucesso trabalhista gera a extino dos contratos de trabalho.
Questo 5
Na legislao trabalhista brasileira:
a) As empresas, mesmo compondo um grupo econmico, desde que
tenham, cada uma delas, personalidade jurdica prpria, no so, para
os efeitos da relao de emprego, solidariamente responsveis entre
si.
b) Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurdica prpria, estiverem sob a direo, controle ou
administrao de outra, constituindo grupo econmico (industrial,
comercial ou de qualquer outra atividade econmica), sero, para os
efeitos da relao de emprego, subsidiariamente responsveis a
empresa principal e cada uma das subordinadas.
c) No reconhecida a figura da solidariedade entre empresas, ainda que
constituam um grupo econmico.
68
Referncias
CASSAR, Vlia Bomfim. Direito do Trabalho. 8 ed. So Paulo: Mtodo,
2013.
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 10 ed. So
Paulo: LTR, 2011.
MOURA, Marcelo. Consolidao das Leis do Trabalho. 2 ed. Salvador:
Editora Juspodivm, 2012.
69
Introduo
Daremos continuidade aos nossos estudos de Teoria Geral do Direito do
Trabalho com o tema Empregado, onde abordaremos seu conceito, suas
caractersticas e tipos especiais. Sero destacados os tpicos de relevncia na
atualidade, a exemplo da questo do trabalho a domiclio e o teletrabalho, a
definio e o enquadramento do empregado domstico (tipo especial de
empregado) e as polmicas modificaes implementadas pela Emenda
Constitucional 72; os caracteres do empregado rural, do aprendiz e do
empregado de confiana, temas que so reiteradamente discutidos nos
crculos jurdicos, em aes judiciais e, mesmo, na sociedade, o que demostra
e justifica sua enorme relevncia.
Objetivos:
1. Estudar a figura jurdica do empregado, seu conceito e caractersticas,
o diferenciando das demais espcies de trabalhador, abordando, ainda,
os tipos especiais de empregado que vem sendo objeto de debate, a
exemplo do empregado domstico.
70
Contedo
J abordamos, nas aulas anteriores, a Relao de Emprego em si, assim como
a figura do Empregador e as regras aplicveis ao mesmo. Agora
examinaremos o Empregado, seus requisitos e caractersticas, diferenciando o
empregado dos outros tipos de trabalhador, para, finalmente, abordar os
tipos especiais de empregado.
Vejamos:
(pessoalidade)
que
considera-se
prestar
empregado
servios
de
toda
natureza
pessoa
no
fsica
eventual
71
72
substituda pelo controle mediante o uso de meios telemticos, sem que isso
afete ou diminua a subordinao jurdica da relao de emprego.
De acordo com o socilogo Domenico De Masi,10 o teletrabalho pode ser
definido como:
Um trabalho realizado longe dos escritrios empresariais e dos
colegas de trabalho, com comunicao independente com a
sede central do trabalho e com outras sedes, atravs de um uso
intensivo das tecnologias de comunicao e da informao, mas
que no so, necessariamente, sempre de natureza informtica.
(...) no se trata de uma simples descentralizao espacial do
trabalho para unidades autnomas, mas, sobretudo, de uma
experimentao social que age tanto na dimenso espacial do
trabalho como na sua organizao, na sua cultura e na maneira
como o trabalho vivido individualmente.
A subordinao estar presente na medida em que o empregador controla o
trabalho pelas ordens tcnicas que d, pela qualidade e quantidade de
trabalho produzido, como j se dava ao tempo da antiga redao.
Portanto, a atual redao do artigo 6 da CLT tem a proposta de equiparar o
trabalho distncia ao realizado no interior da unidade de trabalho e igualar
o meio de controle indireto por meios telemticos e informatizados ao
controle direto e pessoal do empregador sobre o empregado, o que j vinha
sendo aplicado pelos tribunais para fins de reconhecimento da Relao de
Emprego.
Destaca-se, por fim, que a figura do empregado domiclio diferente
do empregado domstico, que analisaremos a seguir. O domstico tipo
de empregado especial, expressamente excludo da CLT em seu artigo 7. O
10
DE MASI, Domnico. O cio Criativo: entrevista a Maria Serena Palieiri; traduo de La Manzi. Rio
de Janeiro: Sextante, 2000, p. 204-205.
73
Empregado domstico
O empregado domstico , expressamente, excludo da aplicao da CLT de
acordo com o seu artigo 7, alnea a. Portanto, o empregado domstico tem
lei prpria que o regulamenta, a saber, a Lei 5859/72.
Cabe, inicialmente, identificar quem deve ser enquadrado como empregado
domstico, j que a aplicao da Lei 5859/72 levar em conta os requisitos
estabelecidos em seu artigo 1, e no a atividade realizada.
Assim dispe a legislao:
Artigo 1 Ao empregado domstico, assim considerado aquele que presta
servios de natureza contnua e de finalidade no lucrativa pessoa ou
famlia no mbito residencial destas, aplica-se o disposto nesta lei.
O artigo citado destaca requisitos especficos que passamos a examinar.
a) A
caracterizao
do
empregado
como
domstico
pressupe,
74
75
Art. 7 (omissis)
Pargrafo nico. So assegurados categoria dos trabalhadores
domsticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X,
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI
e XXXIII e, atendidas as condies estabelecidas em lei e
observada a simplificao do cumprimento das obrigaes
tributrias, principais e acessrias, decorrentes da relao de
76
77
direitos
dos
11
11
CASSAR, Vlia Bonfim. Direito do Trabalho. 8. ed. So Paulo: Mtodo, 2013, p. 389-397.
78
79
80
Atividade proposta
Examine o seguinte caso concreto acerca de empregado domstico.
A enfermeira formada Marilene Olimpio foi contratada para cuidar de Pedro
Aguiar Filho, em sua residncia, quando este se recuperava de um acidente
automobilstico. Prestou servios durante dois anos ininterruptos, sem nunca
ter recebido frias, trezenos, FGTS, horas extras, parcelas da resciso e
seguro desemprego. Em virtude disso, ajuizou reclamao trabalhista em face
do ru requerendo vnculo de emprego e condenao nas verbas acima.
Defende-se o ru alegando que a autora era enfermeira autnoma, sem
direito a registro na CTPS. Ademais, ainda que fosse empregada, seria
domstica, portanto no teria direito a FGTS e seguro desemprego, por serem
facultativos. Por fim, quanto s horas extras, afirma que a dispensa ocorreu
em janeiro de 2013, no sendo aplicvel a nova redao do artigo 7,
prgrafo nico, da CF/88. A instruo processual confirma a atuao como
enfermeira, de forma contnua, junto ao reclamado, tendo a dispensa
efetivamente ocorrida em janeiro de 2013.
Decida a respeito do enquadramento legal da autora como empregada e
quais os direitos de sua categoria que podem ser deferidos.
Aprenda mais
- Leia os objetivos e o contedo da aula;
- Leia o artigo da Revista Veja e assista ao vdeo que consta
do link;
- Leia os captulos 10, 11 e 12 do livro Direito do Trabalho,
de Vlia Bonfim Cassar, Editora Mtodo;
- Faa os exerccios propostos e estude os gabaritos, pois eles
complementam a aula;
- Avalie se voc assimilou o contedo proposto;
- Tire suas dvidas no Frum e participe do debate proposto.
81
Exerccios de fixao
Questo 1
Marque a resposta correta:
a) Ao menor de quatorze anos de idade permitido o exerccio de
qualquer trabalho compatvel com o seu desenvolvimento, desde que
autorizado pelo juiz e em virtude das necessidades econmicas de sua
famlia.
b) Aos aprendizes maiores de 14 anos so assegurados os direitos
trabalhistas e previdencirios.
c) O clculo do salrio do aprendiz pode ser feito abaixo do mnimo legal.
d) proibido qualquer trabalho, mesmo na condio de aprendiz, em
virtude de disposio constitucional que fixa a idade mnima de
dezesseis anos para o exerccio de atividade laborativa.
Questo 2
Nos termos da legislao que regula a atividade do trabalhador domstico,
marque a resposta incorreta:
a) empregada domstica a dama de companhia de uma senhora idosa
que presta servios na residncia desta pessoa, com continuidade e
remunerao.
b) empregado domstico o caseiro de uma chcara destinada locao
para eventos corporativos, que reside no local e recebe percentual
sobre as locaes.
c)
empregado
domstico
motorista
particular
que
atua
no
Emenda
Constitucional
72,
de
2013,
no
igualou
os
82
Questo 3
Karina e Mariana residem no pensionato de Ester, local em que dormem e
realizam as suas refeies, j que Gabriela, proprietria do pensionato,
contratou Abigail para exercer as funes de cozinheira. Jaqueline reside em
uma repblica estudantil que possui como funcionria Helena, responsvel
pela limpeza da repblica, alm de cozinhar para os estudantes moradores.
Abigail e Helena esto grvidas.
a) Nesse caso, nenhuma das empregadas domstica, mas ambas tero
direito estabilidade provisria decorrente da gestao.
b) Ambas so empregadas domsticas e tero direito estabilidade
provisria decorrente da gestao.
c) Somente Helena empregada domstica, mas ambas tero direito
estabilidade provisria decorrente da gestao.
d) Somente Abigail empregada domstica, mas ambas tero direito
estabilidade provisria decorrente da gestao.
e) Ambas so empregadas domsticas, mas no tero direito
estabilidade provisria decorrente da gestao.
83
Questo 4
Os altos empregados so assim entendidos como aqueles que, dentro do
universo interno empresarial de hierarquia e distribuio de poderes, acabam
por concentrar prerrogativas de direo e gesto prprias do empregador.
Trata-se de ocupantes de cargos de chefia, direo ou demais funes de
gesto que se caracterizam pela elevada fidcia do empregador e recebem
tratamento legislativo diferenciado, posto que, no raras vezes, a sua atuao
confunde-se com a do prprio titular do empreendimento. So eles:
a) Os empregados ocupantes de cargos ou funes de gesto ou de
confiana, regidos pelo artigo 62, inciso II, da CLT.
b) Os empregados ocupantes de cargos ou funes de confiana
bancria, regidos pelo artigo 222 da CLT.
c) Os acionistas minoritrios com o status jurdico de empregados
subordinados.
d) Os prepostos da pessoa jurdica com o status jurdico de empregados
subordinados.
84
Questo 5
Relativamente ao trabalho rural, assinale a proposio incorreta:
a) A indstria rural, ou seja, aquela que, no inserida na noo de
empresa estabelecida pela Consolidao das Leis do Trabalho, explora
a atividade industrial em estabelecimento agrrio, ser considerada
como empregador rural, ex vi legis, desde que no haja alterao
relativa natureza dos produtos agrrios objeto dessa atividade
empresarial.
b) Equiparar-se- ao empregador rural, obrigando-se, portanto,
satisfao de todos os direitos afetos aos rurcolas, a pessoa fsica ou
jurdica que, habitualmente, em carter profissional e por conta de
terceiros, executar servios de natureza agrria, mediante utilizao do
trabalho de outrem.
c) Empregado rural ser a pessoa fsica que presta servio no eventual a
empregador rural, a quem estar juridicamente subordinado, no
exerccio de atividade agroeconmica, consistente em explorao de
natureza agrcola ou pastoril com finalidade econmica, exercida de
forma permanente ou temporria.
d) Ao utilizar o termo rural, a lei no se refere apenas destinao
agrcola ou pastoril do trabalho executado, mas tambm zona ou
regio da prestao pessoal de servios, segundo o que for
determinado pela legislao que estabelece o zoneamento no mbito
de cada municpio.
e) Nenhuma das proposies anteriores.
85
Referncias
BARROS, Alice Monteiro. Curso de Direito do Trabalho. So Paulo: LTr, 9
Ed., 2013.
CASSAR, Vlia Bonfim. Direito do Trabalho. So Paulo: Mtodo, 2013.
DE MASI, Domnico. O cio Criativo: entrevista a Maria Serena Palieiri;
traduo de La Manzi. Rio de Janeiro: Sextante, 2000, p. 204-205.
DELGADO, Murcio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. So Paulo: LTr,
12 Ed., 2013.
86
Aula 1
Atividade proposta
Resposta: No Direito Brasileiro, no se aplica o princpio da norma mais
favorvel quando h confronto entre acordo coletivo de trabalho e sentena
normativa, pois a Constituio da Repblica, em seu artigo 114, 2,
estabelece que a sentena normativa ter de respeitar as disposies legais e
convencionais relativas s normas de trabalho aplicveis quela categoria,
razo pela qual, seja mais ou menos favorvel que a sentena normativa. O
acordo coletivo, sendo um veculo de disposies convencionais (artigo 611,
1o, CLT), sempre prevalecer, consagrando-se o princpio da flexibilizao do
Direito do Trabalho.
A discusso ganharia peso se a questo enfocasse uma comparao entre
conveno coletiva e acordo coletivo aplicveis para os trabalhadores de um
mesmo empregador. Nesse caso, como nos explica a doutrina, trs critrios
(ou teorias) foram levantados ao longo do tempo. O primeiro deles o
critrio da incindibilidade ou do conglobamento, adotado legalmente pela
Espanha e pela Venezuela, e por ele, na aferio da norma mais favorvel,
considera-se o conjunto dos dois diplomas normativos aplicando-se em sua
integralidade aquele que, no todo, contiver disposies mais favorveis aos
empregados, sendo o seu grande problema o fato de querer analisar em
apenas um conjunto institutos que em nada se interligam. O segundo deles,
por sua vez, o critrio da atomizao ou da acumulao, e por ele, ambos
os sistemas normativos so vistos como conjuntos de microunidades,
cabendo ao intrprete buscar sempre a norma mais favorvel em cada
clusula do diploma, razo pela qual se constri um terceiro diploma, que
pode conter, dentro de cada instituto, clusulas de um e de outro diploma
normativo, sendo este sistema criticado porque se cria um mosaico de
normas que esquece do carter de freios e contrapesos que as normas
87
Exerccios de fixao
Questo 1: A
Afirmativa I (verdadeira): com seu discurso irrefrevel de liberdade e
igualdade formais, o sistema capitalista propiciou que os mais ricos
pudessem, livremente, explorar os mais fracos, cuja proteo no interessava
a um Estado-mnimo, tendo em vista a pretensa garantia da liberdade jurdica
de sua fora de trabalho, ainda que essa ficasse submissa - pela fora oculta
da fome e da falta de dinheiro - s condies econmicas impostas pela
burguesia. A defesa da liberdade e da igualdade formais, valores
notadamente individuais, ainda representava grave ameaa aos prprios
interesses do Estado, enquanto instituio resultante da aglutinao de
sentimentos e ideais eminentemente coletivos.
Afirmativas II e III (verdadeiras): no apenas a qualidade, como tambm a
quantidade de fora de trabalho necessria produo se reduziu, o que
gerou um excedente de mo de obra, demandando pouco trabalho. Isso
forou, atravs da Lei da Oferta e da Procura, a queda dos valores pagos pelo
trabalho prestado (nominalmente e em proporo ao horrio trabalhado) e a
possibilidade de uso da fora de trabalho menos crtica nova forma de
produo.
88
12
TEIXEIRA FILHO, Joo de Lima; SSSEKIND, Arnaldo; MARANHO, Dlio et al. Instituies de
direito do trabalho. Vol. I. 19 ed. So Paulo: LTr Editora, 2000, 33-43p.
13
MARANHO, Dlio; SSSEKIND, Arnaldo; VIANNA, Segadas et al. Instituies de direito do
trabalho. Vol. I. 19 ed. So Paulo: LTr Editora, 2000, 162-170p.
14
MARANHO, Dlio; SSSEKIND, Arnaldo; VIANNA, Segadas et al. Instituies de direito do
trabalho. Vol. I. 19 ed. So Paulo: LTr Editora, 2000, 154-156p.
89
Questo 3: C
Artigo 114, 2, CRFB/88. Como explica Jos Afonso da Silva,15 a harmonia
entre os poderes (artigo 2, CRFB/88) pressupe que a diviso de funes
entre os rgos do poder e a independncia dos mesmos no so absolutas,
havendo interferncias cujo objetivo estabelecer um sistema de freios e
contrapesos que equilibrem as relaes entre os rgos do poder, evitando
que um deles prevalea sobre os demais e possibilitando a realizao do bem
da coletividade.
A sentena normativa se encaixa em tal sistema porque, por ela, o Poder
Judicirio, por dico constitucional expressa, pode legislar para uma
categoria profissional e econmica, sendo o produto de tal atividade, como
esclarece Dlio Maranho, 16 norma formulada de maneira abstrata, em
funo da categoria a que pertencem os empregados e a base territorial do
dissdio.
Assim, em que pese a EC n 45/2004 ter alterado a redao do artigo 114,
2 da Constituio da Repblica de 1988, a sentena normativa no foi
excluda enquanto fonte do Direito do Trabalho, como vem sendo
interpretado pela doutrina e tribunais.
Questo 4: C
O enunciado autoexplicativo e traz como consequncias, dentre outras: (a)
a caracterizao da relao de emprego pelo tipo de trabalho que o
empregado exerce na prtica, pouco importando o disfarce que o empregador
lhe confira; (b) a verificao da funo exercida pelo empregado na prtica,
mesmo que conste outra em sua carteira de trabalho; (c) a qualificao,
como salrio para todos os efeitos legais, de parcelas pagas fora do principal
ou com rubricas que tenderiam a lhe tirar tal carter, constem ou no no
recibo de pagamento de salrio; (d) a ideia de grupo econmico para
responsabilizao trabalhista, seja por cooperao ou por subordinao, como
15
SILVA, Jos Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 13. ed. rev. So Paulo:
Malheiros Editores, 1997, p. 111.
16
MARANHO, Dlio; SSSEKIND, Arnaldo; VIANNA, Segadas et al. Instituies de direito do
trabalho. Vol. I. 19 ed. So Paulo: LTr Editora, 2000, p. 162.
90
percepo
de
que
um
nico
empregador
pode
possuir
vrios
17
RODRIGUEZ, Amrico Pl. Princpios de direito do trabalho. Traduo por Wagner D. Giglio. 3
ed. atual. So Paulo: LTr Editora, 2000, p. 339-389.
91
Aula 2
Atividade proposta
Sugesto de Resposta: inicialmente, cabe analisar a validade do contrato
estabelecido com a Cooperativa de Prestadores de Servio de Sade,
verificando se sua existncia suficiente para afastar a aplicao do art. 3
da CLT.
No caso em apreo, pode-se afirmar que a contratao atravs da
cooperativa foi um artifcio utilizado para burlar a aplicao da CLT, como
prev seu art. 9, pertinente fraude aplicao da legislao trabalhista, na
medida em que a empresa obrigou o empregado a se filiar Cooperativa de
Prestadores de Servios de Sade com o nico intuito de mascarar a
autntica relao de emprego.
Considerando que o autor foi dispensado em 02/04/2012 e, em seguida,
30/04/2012, retornou empresa para desempenhar as mesmas tarefas do
cargo anteriormente ocupado, inarredvel que se configura um nico
contrato, at por que as condies de trabalho permaneceram inalteradas,
inclusive, no tocante ao horrio de trabalho, intervalo e remunerao.
Como desde o incio da prestao laboral o empregado estava sujeito a
horrio de trabalho, elaborao de relatrios mensais, trabalhando com
pessoalidade e mediante remunerao, resta patente que se trata de
autntica relao de emprego, por existirem os elementos caracterizadores, a
saber: pessoalidade, no eventualidade, onerosidade, trabalho prestado por
pessoa fsica e subordinao jurdica, na forma do art. 3 da CLT. Com efeito,
dever a empresa assinar a CTPS do empregado, considerando a unicidade
contratual. E, ainda, ser condenada ao pagamento de aviso prvio, frias
vencidas, simples e em dobro, proporcionais, gratificao natalina, etc.
92
Exerccios de fixao
Questo 1: A
Afirmativas I e II verdadeiras, conforme o artigo 3 da CLT. Esta obrigao de
fazer infungvel, no pensamento de Lusa Riva Sanseverino, lembrada por
Dlio Maranho,18 em razo da prpria subordinao jurdica que distingue o
contrato de trabalho dos demais contratos: se o empregador, no comando da
sua atividade empresarial, comanda os insumos de produo (dentre eles a
fora de trabalho, indissociavelmente ligada ao empregado) para gerar os
lucros que contrabalanam os nus que possui, relativos aos riscos do
negcio (artigo 2, caput, CLT), necessrio haver uma confiana do
empregador em seus empregados para que a fora de trabalho possa ser
devidamente usada na atividade empresarial. Esse mesmo raciocnio tambm
justifica: (a) o carter intuitu personae do contrato de trabalho para o
empregado, fazendo o contrato se extinguir com o falecimento do empregado
e no podendo a obrigao ser repassada a terceiros (logo, afirmativas III e
IV verdadeiras); e (b) a impossibilidade, via de regra, de o empregado se
fazer substituir no emprego, salvo com o consentimento do empregador (que,
excepcionalmente, e por ter a referida confiana no empregado que escolheu,
sabe que situaes como essas sero incomuns, podendo contar de novo com
o retorno da fora-de-trabalho que escolheu para si) logo, afirmativa V
verdadeira.
Questo 2: A
O gabarito dessa questo aborda a temtica das Relaes de Trabalho, em
sentido
amplo,
em
sua
distino
com
Contrato
de
Emprego,
TEIXEIRA FILHO, Joo de Lima; SSSEKIND, Arnaldo; MARANHO, Dlio et al. Instituies de
direito do trabalho. Vol. I. 19 ed. So Paulo: LTr Editora, 2000, p. 246-248.
19
GOMES, Orlando; GOTTSCHALK, lson. Curso de direito do trabalho. 16. ed. rev. e atual. Rio de
Janeiro: Forense, 2000. 137-139p.
93
interessa no caso concreto, diz o autor que o mesmo equivocado, vez que o
mandato pode ser remunerado sem deixar de perder tal carter (no se
probe a onerosidade do mandato).
Afirmativa II falsa. Como explica Srgio Pinto Martins,20 o trabalhador avulso
hoje conceituado pelos artigos 12, VI, da Lei n 8.212/91, e 9, VI, do
Decreto n 3.048/99 como aquele que, sindicalizado ou no, presta a diversas
empresas, sem vnculo empregatcio, servios de natureza urbana ou rural,
com intermediao do sindicato ou de rgo Gestor de Mo de Obra (OGMO),
razo pela qual o trabalho do avulso tem as seguintes caractersticas: (a) a
liberdade que o avulso tem na prestao do seu servio, pois no possui
vnculo empregatcio ao sindicato ou s empresas tomadoras dos servios; (b)
a possibilidade de prestar servios a mais de uma empresa; (c) a
intermediao por sindicatos ou pelo OGMO para a colocao de mo de obra
no lugar em que os servios so necessrios, cobrando um valor pelos
mesmos, no qual se incluem os direitos trabalhistas, os encargos
previdencirios e fiscais e rateando os valores entre quem participou dos
servios; e (d) o curto tempo em que o servio prestado ao beneficirio do
mesmo. Apesar de no serem empregados, aos trabalhadores avulsos foram
dados gradativamente todos os direitos dos empregados, como repouso
semanal remunerado (Lei n 605/49, artigo 3), frias (Lei n 5.085/66 c/c
Decretos n 61.851/67 e 80.271/77) e dcimo terceiro salrio (Decreto n
63.912/68), dentre outras. A Constituio da Repblica de 1988, finalmente,
igualou empregados e trabalhadores avulsos nos direitos trabalhistas (artigo
7, XXXIV).
Afirmativa III falsa: lecionam Orlando Gomes e lson Gottschalk 21 haver
quatro critrios clssicos de distino entre o contrato de empreitada e o
contrato de trabalho. O primeiro deles seria o modo de remunerao: o
empreiteiro tem a sua remunerao fixada pelo valor da obra por ele
20
MARTINS, Srgio Pinto. Direito do trabalho. 29. ed. rev. atual. e ampl. So Paulo: Atlas, 2013. 176179p.
21
GOMES, Orlando; GOTTSCHALK, lson. Curso de direito do trabalho. 16. ed. rev. e atual. Rio de
Janeiro: Forense, 2000. 133-136p.
94
produzida, pouco importa o tempo que gastou em tal atividade, ao passo que
o empregado tem remunerao proporcional ao tempo de trabalho. Tal
critrio encontra-se errado, pois (a) a maneira de pagamento do labor
acessria e no determina a natureza do contrato; (b) o salrio do
empregado pode ser fixado por obra realizada; e (c) o empregador sempre
considera as variveis de tempo e resultado na fixao da remunerao (se a
fixa apenas com base no tempo, deseja que o empregado realize certa
quantidade de trabalho no mesmo; se a fixa apenas com base na obra
realizada, tem interesse em que o empregado as realize num tempo
razovel). A segunda nota distintiva lidaria com o fim do contrato: na
empreitada buscar-se-ia o resultado do trabalho como obra pronta e
individualizvel, ao passo que no contrato de trabalho as prestaes de
trabalho seriam determinadas apenas em gnero. Contudo, (a) pode haver
contrato de trabalho no qual o empregado se obrigue em certo tempo a
cumprir obras feitas, e (b) tais obras podem ser individualizveis. A terceira
nota distintiva lida com o profissionalismo de quem paga a remunerao ao
trabalhador: se ele existir, haver contrato de trabalho; seno, haver
empreitada. A crtica que se faz a tal critrio que o trabalhador
juridicamente subordinado no empreiteiro, mesmo no caso de amadorismo
do seu empregador. Finalmente, a quarta nota distintiva lida com a
subordinao: havendo essa, h contrato de emprego, e no a empreitada,
que a repele (por isso a falsidade da afirmativa): o empregado pe sua fora
de trabalho e habilidade disposio do empregador, que a dirige para o fim
que esse deseja, ao passo que o empreiteiro s precisa fornecer a obra
acabada a quem lhe paga, sem ter de ouvir desse como deve executar seu
labor. Dessa distino retira-se outra, ligada aos riscos do negcio, assumidos
por quem remunera, no caso de contrato de trabalho, e por quem
remunerado, no caso de empreitada. Dlio Maranho 22 ainda lembra que a
empreitada pode ser realizada tanto por pessoa fsica quanto por pessoa
jurdica, ao passo que o contrato de trabalho necessita de um trabalhador
22
95
da
onerosidade
(existncia
de
contraprestao)
da
de
emprego
entre
policial
militar
empresa
privada,
96
Aula 3
Atividade proposta
Sugesto de Resposta: o Direito do Trabalho, diante do fenmeno da
concentrao econmica, tomou posio visando oferecer aos empregados de
um estabelecimento coligado, a garantia de seus direitos contra as manobras
fraudulentas ou outros atos prejudiciais aos quais se prestariam, com relativa
facilidade, as interligaes grupais entre administraes de empresas
coligadas ou associadas. Essa a origem da norma do pargrafo 2, do art.
2, da CLT.
Todavia, a solidariedade preconizada no aludido dispositivo trabalhista
decorre, necessariamente, ou de uma relao de subordinao, pois a lei
assim refere (...) estiverem sob a direo, controle ou administrao de
outra, constituindo grupo industrial, comercial ou outra atividade econmica
(...) a empresa principal e cada uma das subordinadas (...), (interpretao
doutrinria) ou, pelo menos, de coordenao, determinada pela comunho
total ou parcial de scios e a ingerncia entre as mesmas. A relao existente
entre Antrtica Distribuidora de Bebidas S/A e Piedade Distribuidora de
97
Exerccios de fixao
Questo 1: D
Alternativa A verdadeira (conceito reflexo nos artigos 2 e 3 da CLT).
Alternativa B verdadeira (artigo 2, 2, da CLT). Alternativa C verdadeira
(leitura a contrario sensu da smula n 129 do TST).
Questo 2: A
Na lio de Dlio Maranho,23 dois so os requisitos essenciais para haver a
sucesso de empregadores: (a) que se passe uma unidade econmico-jurdica
de um para outro titular; e (b) que no haja soluo de continuidade na
prestao dos servios. O enunciado da questo no faz referncia fraude.
Assim, no havendo fraude, o primeiro empregador no repassou a unidade
econmico-jurdica para o segundo, pois o fim do seu contrato com o banco
ocorreu sua revelia, e no pela sua vontade, o que o aludido repasse
demandaria. Logo, alternativa A verdadeira e alternativa C falsa. O Banco
responde de forma subsidiria, pois a terceirizao foi lcita, com fundamento
na Smula 331, III e IV, do TST. No terceirizou atividade-fim, portanto
falsas as alternativas B e D.
Questo 3: C
I. Incorreta. Dlio Maranho entende que as duas expresses (empresa e
empregador) no so sinnimas, enquadrando-se nos autores que criticam a
nomenclatura adota pelo Artigo 2 da CLT e enfatizando que somente a
pessoa fsica ou jurdica pode contratar. Para maiores esclarecimentos
consultar MARANHO, Dlio; SUSSEKIND, Arnaldo; VIANNA, Segadas;
23
MARANHO, Dlio. Direito do trabalho. 14. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundao Getlio Vargas,
1987. 78p.
98
Aula 4
Atividade proposta
Resposta: Domstico a pessoa fsica que trabalha de forma subordinada,
continuada e mediante salrio, para outra pessoa fsica que no explore
atividade lucrativa art. 1 da Lei 5.859/72.
Portanto, no importa a atividade desempenhada pelo empregado, se
faxineira, cozinheira, motorista, piloto de avio, mdico, enfermeira,
professor, acompanhante etc. O essencial que o prestador de servio
trabalhe para uma pessoa fsica que no explore qualquer atividade com
99
Exerccios de fixao
Questo 1: B
a) Errada por violao expressa ao artigo 7, XXX, da CRFB/88.
b) Correta nos moldes do art. 65 do Estatuto da Criana e do
adolescente, so assegurados os direitos trabalhistas e previdencirios.
c) Errada a lei garante ao aprendiz o direito ao salrio-mnimo/hora,
observando-se, caso exista, o piso estadual. No entanto, o contrato de
aprendizagem, a conveno ou o acordo coletivo da categoria poder
garantir ao aprendiz salrio maior que o mnimo (art. 428, 2, da CLT
e art. 17, pargrafo nico, do Decreto n 5.598/05).
d) Errada no est em consonncia com o artigo 7, XXX, da CRFB/88.
Questo 2: B
a) Correta considerado trabalhador domstico aquele que presta
servios de natureza contnua e de finalidade no lucrativa pessoa ou
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No mesmo sentido, CASSAR, Vlia Bonfim. Direito do Trabalho. So Paulo: Mtodo, 8 ed., 2013,
p. 348.
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Questo 4: A
a) Correta pois se aplica aos empregados com poderes de gesto
dentro da hierarquia organizacional da empresa, com atribuies
diferenciadas e com subordinados sob o seu comando. Seu poder de
mando passvel, inclusive, de causar graves prejuzos organizao
empresarial, uma vez que atua como o prprio empregador, tendo em
vista que o cargo requer um grau de fidcia especial.
b) Incorreta o artigo 222 da CLT est revogado.
c) Incorreta no se verifica na hiptese poder de gesto com
atribuies especiais e, tampouco, o recebimento de gratificao de
funo superior no inferior a 40% do salrio.
d) Incorreta no se verifica na hiptese poder de gesto com
atribuies especiais e, tampouco, o recebimento de gratificao de
funo superior no inferior a 40% do salrio.
Questo 5: D
O artigo 3 da Lei n 5.889/73 desconsidera a zona ou a regio da prestao
pessoal dos servios, dizendo apenas a necessidade de explorao de
atividade agroeconmica, em carter permanente ou temporrio, diretamente
ou atravs de prepostos e com auxlio de empregados. Alternativas a, b e c
verdadeiras (cpias dos artigos 2, 3, caput e 4 da Lei n 5.889/73 e 2,
3, 4, I e II, e 5 do Decreto n 73.626/74).
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