O número de refugiados no mundo deve atingir um recorde histórico em 2015: serão 60 milhões de pessoas tentando se afastar de guerras e se proteger de perseguições, segundo novos dados da ONU. E essa crise motivou a última reunião dos líderes europeus em Bruxelas.
Pode já ser o espírito natalino: rostos tranquilos, conversas animadas. Ou é apenas o alívio dos líderes europeus por 2015 estar no fim.
Um ano em que as fronteiras do continente foram invadidas e cercadas. A Organização Internacional para Imigração informou nesta sexta-feira (18) que quase um milhão de refugiados entraram na Europa este ano. É a maior crise migratória desde a segunda Guerra Mundial, que terminou há 70 anos.
Para tentar evitar que isso se repita em 2016, a Comissão Europeia apresentou uma proposta controversa: criar uma força policial que pode ser deslocada para os países que mais sofrem com a entrada contínua de imigrantes. Os agentes entrariam em ação sem precisar de autorização dos governos locais. Nem todos concordam. Países como Polônia, Hungria e Grécia dizem que isso é violação da soberania.
Não adianta fechar as portas da Europa enquanto houver motivos para os refugiados deixarem seus países. Os líderes europeus ao menos adotaram uma resolução de ano novo: vão se reunir em Londres, em fevereiro, para tentar resolver o problema do país de onde saem mais refugiados, a Síria.
A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, prometeu aumentar o financiamento de organizações que tratam de refugiados e ajudar os países que recebem um grande número deles.
Ainda assim, será certamente pouco: em 2015, o número de pessoas obrigadas a deixar suas casas em todo o mundo deve chegar a 60 milhões. É o equivalente à população inteira do Reino Unido.