O que foi a Revolução Iraniana?
No dia 1º de fevereiro de 1979, o aiatolá Rouhollah Khomeini desembarcava em Teerã, depois de um longo exílio, e era recebido por cerca de 5 milhões de iranianos exultantes
Eles comemoravam o fim da ditadura do xá Reza Pahlevi, déspota que aterrorizava opositores com sua política secreta, com apoio explícito dos EUA
Khomeini implantou no Irã uma teocracia islâmica xiita. Ele tinha a ambição de exportar sua revolução para outros países, o que inspirou medo em diversos ditadores da região
O rompimento entre muçulmanos sunitas e xiitas remonta ao século 7º, a partir de uma divergência sobre a sucessão do profeta Maomé
Para os sunitas, o sucessor deveria ser escolhido por um shura, um conselho consultivo com membros da comunidade. Líderes de Medina se reuniram e escolheram Abu Bakr, sogro de Maomé
Já os xiitas defendiam que o sucessor de Maomé fosse seu parente ou descendente direto. Queriam que o escolhido fosse Ali, primo do profeta casado com sua filha, Fátima
Mas foi somente após a revolução de 1979 que essa divisão entre sunitas e xiitas se transformou em uma disputa de poder entre iranianos e sauditas pelo domínio no Oriente Médio
Apesar de Khomeini liderar uma revolução xiita, a reação da Arábia Saudita, sunita, levou ao surgimento de facções extremistas sunitas como a Al Qaeda e o Estado Islâmico
Khomeini subiu ao poder pedindo morte à América. Ele pregava que as monarquias do Golfo não eram governos legítimos e praticavam um islamismo americanizado
Muitos dos costumes mais ocidentalizados, como maquiagem, filmes e músicas dos EUA e saias foram proibidos
Os castigos corporais foram reintroduzidos e todas as mulheres foram obrigadas a circular de véu
Os Estados Unidos também interferiram no Brasil durante a Ditadura Militar. Saiba o que foi o AI-5, um dos decretos mais duros do regime:
Sua assinatura ajuda a Folha a seguir fazendo um jornalismo independente e de qualidade
Veja as principais notícias do dia no Brasil e no mundo