Quem foi Carlos Drummond de Andrade
tinha uma pedra no meio do caminho /
No meio do caminho tinha uma pedra /
tinha uma pedra /
no meio do caminho tinha uma pedra. /
Nunca me esquecerei desse acontecimento /
na vida de minhas retinas tão fatigadas. /
Nunca me esquecerei que no meio do caminho /
tinha uma pedra /
tinha uma pedra no meio do caminho /
no meio do caminho tinha uma pedra.
Impossível não conhecer o poema. Mas você conhece a história de Carlos Drummond de Andrade, o poeta por trás da pedra no caminho?
Mineiro de Itabira, ele nasceu no dia 31 de outubro de 1902
Na adolescência, Drummond foi expulso da escola por "insubordinação mental" devido a um desentendimento com um professor
Para agradar a família chegou a cursar, em 1923, odontologia e farmácia, em Belo Horizonte. Mas nunca exerceu os ofícios
Casou-se em 1925 com Dolores Dutra de Morais e teve uma filha, Maria Julieta (à esquerda)
Casado, passou a dar aulas em Itabira. Depois, foi trabalhar como redator no "Diário de Minas"
Em 1928, virou auxiliar de redação na Revista do Ensino, da Secretaria de Educação de Minas Gerais, iniciando sua carreira como funcionário público
Publica seu primeiro livro, "Alguma poesia", em 1930. A obra teve uma tiragem de apenas 500 exemplares
Meu primeiro livro, 'Alguma Poesia', traduz uma grande inexperiência do sofrimento e uma deleitação ingênua com o próprio indivíduo
Carlos Drummond de Andrade
O poeta publicou vários livros ao longo da vida, incluindo alguns de crônicas e contos. Foi, inclusive, cronista da Folha, tendo publicado 411 textos no jornal
Suas principais obras incluem “Sentimento do Mundo” (1940), “A Rosa do Povo” (1945), “Claro Enigma” (1951), “Poemas” (1959), “Lição de Coisas” (1962), “Boitempo” (1968) e “Corpo” (1984)
Drummond morreu no dia 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro. Doze dias após a morte de Maria Julieta, sua filha
Em sua última entrevista, concedida 17 dias antes de morrer, ele confessou que tinha um único medo: escorregar, levar uma queda e quebrar o fêmur
Este homem deu assim à poesia brasileira uma força espantosa. É um poeta que tem a figura física de um Hamlet e sente com a impetuosidade de um Otelo
José Lins do Rêgo, escritor
Drummond era amigo de Clarice Lispector e até escreveu um poema sobre a escritora. Saiba mais sobre ela:
TEXTOS
Ilustrada
IMAGENS
Carlos Freire/Divulgação, Manoel Pires/Folhapress, Divulgação, Reprodução
PRODUÇÃO DE WEB STORIES
Ana Luísa Moraes