Por que Memórias Póstumas de Brás Cubas é uma obra-prima
Essa é a dedicatória de uma das obras mais conhecidas de Machado de Assis: "Memórias Póstumas de Brás Cubas"
Se você é brasileiro, é muito provável que seu primeiro contato com o autor tenha sido na adolescência, durante o ensino médio
"Memórias Póstumas de Brás Cubas" foi publicado em 1880 em folhetins e representa um marco da obra de Machado e da literatura brasileira
Além de ser tido como o primeiro romance realista, é também a primeira narrativa fantástica do Brasil, uma vez que a história é contada por um morto
O narrador, Brás Cubas, aproveita-se de sua morte para relatar sua vida e a de sua classe sem as amarras sociais, com muita ironia e deboche, típicos da escrita de Machado de Assis
O livro se passa durante o Segundo Reinado, no Rio de Janeiro. E narra a vida de privilégios e julgamentos de Brás Cubas
Brás Cubas, o rentista pavão e hipócrita, o herdeiro boa-vida, o político ignóbil e medíocre usufrui do mandonismo, do paternalismo e do privilégio, e assim "imita" a desfaçatez e a futilidade da elite durante o Império até a morte do narrador em 1869
Milton Hatoum, resume o protagonista em posfácio de Memórias Póstumas de Brás Cubas, publicado em 2018
A narrativa, em primeira pessoa, leva o leitor a uma viagem pela subjetividade cômica e pessimista, que convida a refletir sobre a parcialidade de Brás Cubas como contador de histórias
A obra também faz sucesso lá fora. Uma nova tradução da obra foi publicada nos Estados Unidos em junho de 2020 e esgotou em um dia
A narrativa não-linear, o realismo fantástico do narrador morto, as ironias, que passeiam por assuntos como escravidão, antagonismo social, amor, morte e a loucura fazem desse livro uma obra-prima
TEXTOS
Milton Hatoum Mauricio Meireles Francisco Achcar
IMAGENS
Dirceu Neto/Folhapress Filme Memórias Póstumas de Brás Cubas Divulgação/Penguin Books Arquivo Revista Ilustrada Rebeca Oliveira