Assassinatos, pirataria, trabalho escravo, derramamento intencional de óleo e uma série de outros crimes ambientais e contra os direitos humanos são comuns em alto-mar. E seguem frequentemente impunes, perdidos em leis de difícil execução nas águas que somam dois terços do planeta.
Durante uma década, o premiado jornalista americano Ian Urbina investigou essas histórias, que resultaram na série documental 'Despachos do Oceano Fora da Lei', que a Folha passa a publicar semanalmente a partir desta segunda-feira (17).
Ex-repórter do New York Times, Urbina é diretor do Outlaw Ocean Project, uma organização jornalística sem fins lucrativos, baseada em Washington, DC, que se dedica à cobertura desses temas.
Os minidocs também serão publicados por parceiros em diferentes países, como as revistas Time (EUA) e Oceanographic (Inglaterra) e os jornais Globe and Mail (Canadá), Clarín (Argentina), El Diario (Espanha) e Il Fatto Quotidiano (Itália).
O primeiro episódio, "Onde os Assassinos Ficam Livres", investiga uma chacina registrada em vídeo encontrado num celular abandonado no banco de trás de um táxi.
Nas imagens, quatro homens tentam escapar dos muitos tiros. E são todos mortos. Apesar das testemunhas da ação (também presentes no vídeo), o crime em águas internacionais fica sem resposta e nenhum governo parece querer investigá-lo.
Na próxima semana, a Folha publica o segundo episódio, abordando o trabalho forçado e o tráfico de pessoas nos navios pesqueiros, que, por falta de peixe, precisam se distanciar cada vez mais da costa e trabalham com margens de lucro cada vez menores.
O vídeo acompanha navios infestados de insetos no Mar do Sul da China, com trabalhadores que acabam presos e abusados em condições degradantes em águas distantes.
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