Brasileiros contam como � a vida noturna de 13 cidades pelo mundo
A vida noturna pode ser uma atra��o tur�stica t�o marcante quanto museus ou parques. Para aproveitar os bares e as baladas pelo mundo, por�m, � preciso conhecer os costumes locais.
Em Sydney, na Austr�lia, as festas acabam antes da meia-noite –quem quiser dan�ar deve sair do hotel entre 18h e 20h. J� em Barcelona, na Espanha, o agito come�a depois das 3h e se estende at� o amanhecer.
A Folha entrevistou brasileiros que moram em cidades nos cinco continentes para desvendar um pouco desse universo.
Este pequeno guia da vida noturna inclui desde os baladeiros que acordam �s 7h no domingo para entrar na festa na Alemanha aos pubs tipicamente ingleses em plena capital da Costa Rica.
Nos cinco continentes, h� praticamente s� um ponto em comum: a bebida mais consumida � a cerveja (ainda que o pre�o varie bastante; os R$ 19 que compram uma long neck em T�quio, no Jap�o, valem um litro da mesma bebida em Montevid�u, Uruguai).
Mas at� isso tem exce��o: exatamente na capital japonesa, o saqu�, bebida nacional, � a principal pedida tamb�m nas baladas e barzinhos (os izakayas, que t�m ganhado fama em S�o Paulo).
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San Jos�, Costa Rica
Marcelo Badari | ||
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Os pubs, de origem brit�nica, est�o entre os lugares mais frequentados da cidade na Am�rica Central. Outras op��es s�o casas especializadas em m�sica latina e rock.
Os bares costumam encher por volta das 22h e esvaziam �s 2h. Dois dos bairros mais interessantes para quem gosta da noite s�o San Pedro, onde fica a Universidade da Costa Rica, e Barrio Escalante, cuja atmosfera bo�mia � bem parecida com a da Vila Madalena, na capital paulista.
Uma cerveja long neck custa entre 1.000 e 1.300 colones (R$ 6 e R$ 8), e uma dose de chiliguaro (bebida t�pica feita com aguardente, suco de tomate e pimenta) custa, em m�dia, 800 colones (R$ 5).
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Lisboa, Portugal
Sair � noite � quase um ritual. � comum que a programa��o de grupos de amigos comece com um jantar em um restaurante (muitos promovem "open bar" para turmas com mais de dez pessoas). Depois, entre 22h e 2h, as ruas e os bares do Bairro Alto e do Cais do Sodr� ficam quase intransit�veis.
Os lugares para dan�ar come�am a encher �s 3h. A maior parte deles toca m�sica eletr�nica ou indie. H� tamb�m casas especializadas em ritmos africanos como kizomba e kuduro.
Os "clubs" mais caros ficam junto ao Rio Tejo, j� as baladas mais alternativas se concentram em Alfama e Pr�ncipe Real. O pre�o de um chope (o "imperial", mais comum que cerveja de garrafa ou lata) varia entre € 1 e € 2 (R$ 3,60 e R$ 7,20). Uma sidra custa, em m�dia, € 2 (R$ 7,20). O gim t�nica, que est� na moda, sai por € 6 (R$ 21,70).
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Cidade do Cabo, �frica do Sul
Existe um lugar equivalente � paulistana rua Augusta do outro lado do oceano. Na Long Street, concentram-se casas noturnas e bares para todos os gostos e bolsos.
� poss�vel encontrar desde baladas de folk at� de hip hop, de botecos a bares refinados. Nessa rua e tamb�m nos bairros Waterfront e Camps Bay, a noite costuma come�ar a partir das 23h.
Um drinque local muito consumido � o lady of leisure (uma combina��o de vodca com licores, manjeric�o e morangos), que sai por 50 rands (R$ 11), em m�dia. Uma cerveja long neck custa at� 40 rands (R$ 9) na balada.
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Montevid�u, Uruguai
Marcelo Badari | ||
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� preciso ter pique. Tanto os bares quanto os "boliches" (como s�o chamadas as baladas na cidade) come�am a ficar animados tarde da noite. Mesmo durante a semana, os barzinhos s� come�am a lotar por volta das 23h.
Se a escolha for dan�ar, � bom saber que muitos "boliches" s� abrem as portas �s 3h. H� ainda as casas de tango e milonga, que oferecem aulas para os turistas interessados em arriscar uns passos.
Os bairros mais agitados s�o Pocitos e Parque Rod�. L� � poss�vel comprar um litro de cerveja por 180 pesos uruguaios (R$ 19) e um drinque de Fernet com t�nica ou Coca-Cola por 120 pesos uruguaios (R$ 13).
No inverno, vale beber um licor uruguaio t�pico chamado grappamiel. Uma dose sai por 60 pesos uruguaios (R$ 6,50).
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Mumbai, �ndia
O agito come�a cedo para os padr�es brasileiros, por volta das 21h. Os estabelecimentos mais frequentados s�o os bares com pista de dan�a em Andheri, Bandra e Colaba. Nesses lugares, � poss�vel dan�ar ao som de m�sica eletr�nica, indiana e "mainstream", at� 1h. Depois disso, os bares fecham, em respeito a uma lei local. Not�vagos seguem para "rooftops" (bares em varandas) ou sal�es de hot�is nos mesmos bairros bo�mios, nos quais as noitadas continuam at�, no m�ximo, 4h.
O consumo de cerveja gelada n�o � muito frequente na balada indiana. O pre�o da long neck varia do equivalente a 150 a 200 rupias indianas (R$ 7,20 a R$ 9,60). O drinque mais consumido, o long island iced tea, chega a custar 650 rupias indianas (R$ 31).
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Barcelona, Espanha
Marcelo Badari | ||
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O roteiro noturno dos locais come�a a partir da meia-noite em bares situados no bairro da Gr�cia. Naquela regi�o da cidade, uma cerveja custa entre € 2,50 e € 3 (R$ 9 e R$ 11), e uma "clara" (cerveja misturada com refrigerante) vale € 5 (R$ 18).
Depois de passar pelos bares, a festa continua nas baladas, que ficam lotadas por volta das 3h e v�o at� o sol raiar. As mais famosas, regadas a hits mundiais e m�sica eletr�nica, ficam em La Barceloneta, perto da praia.
H� outras op��es em regi�es como Eixample e no bairro G�tico. Nesses lugares, uma dose de vodca custa pelo menos € 7 (R$ 25).
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Berlim, Alemanha
As baladas s�o parte da identidade da cidade. A maior parte delas toca m�sica eletr�nica (na verdade, esse tipo de som toca at� nas padarias). Algumas festas come�am na sexta-feira e s� acabam na segunda. H� quem acorde �s 7h do domingo para dan�ar. As casas comuns abrem entre meia-noite e 2h, mas � �s 5h que a fila para entrar fica grande.
Os bairros mais interessantes para aproveitar a boemia s�o Kreuzberg e Friedrichshain. A cerveja custa em torno de € 3 (R$ 11); a vodca com club-mate (esp�cie de ch� gelado gaseificado) sai por € 4,50 (R$ 16). N�o � costume local beber muito na balada.
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Cidade do M�xico
O mais quente da vida noturna se d� nos "antros" (como s�o chamadas as baladas), que ficam cheios a partir das 22h, sempre com m�sica pop "mainstream". Os bairros mais agitados s�o Condesa e La Roma.
Uma cerveja costuma custar em torno de 40 pesos mexicanos (R$ 8). J� uma dose de tequila n�o sai por menos de 70 pesos mexicanos (R$ 13).
Entre os bares, os mais animados est�o em Coyoac�n, bairro onde morou Frida Kahlo. Depois das 18h � dif�cil encontrar um lugar para sentar. Um drinque popular nos bares � a michelada (cerveja com sal, lim�o, pimenta e gelo); uma caneca com meio litro custa na faixa de 70 pesos mexicanos.
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Miami, Estados Unidos
A pedida � sentar em um bar, petiscar e tomar drinques. Uma das bebidas mais pedidas depois da cerveja � o long island iced tea (vodca, gim, tequila e rum), que costuma custar cerca de US$ 12 (R$ 42). Tamb�m fazem sucesso misturas de influ�ncia latina como mojito, daiquiri e margarita.
Uma cerveja long neck custa em torno de US$ 5 (R$ 18) nos bares do Coconut Grove, bairro que atrai muitos jovens devido � proximidade com a Universidade de Miami. Os "college bars", conhecidos por organizar competi��es de jogos cujo prop�sito � ficar bebendo, costumam lotar cedo, l� pelas 19h.
Uma alternativa � farra universit�ria s�o os bares de Wynwood, bairro conhecido pela efervescente arte urbana.
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Sydney, Austr�lia
Marcelo Badari | ||
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Surry Hills e Newtown s�o os bairros com mais op��es de vida noturna, onde � poss�vel encontrar bares com clima retr� e clubes de jazz. Muitas das baladas localizadas na regi�o tocam m�sica eletr�nica e costumam come�ar entre 18h e 20h. A partir da meia-noite, ningu�m mais pode entrar nessas casas, por causa de uma lei local; a bebida para de ser vendida perto da 1h.
Os australianos gostam de cervejas encorpadas. O pre�o de uma "pint" (500 ml) na balada pode chegar a 10 d�lares australianos (R$ 24,50). Outra bebida muito consumida � o u�sque, cuja dose custa, em m�dia, 20 d�lares australianos (R$ 49).
Em Dee Why, bairro mais perto da praia, h� pubs familiares antigos onde as pessoas v�o para prestigiar bandas locais e ouvir reggae, rock e surf music.
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Londres, Inglaterra
Os pubs s�o parte da cultura local. Como a maior parte deles fecha entre 23h e 0h, as pessoas costumam chegar cedo, logo depois do trabalho.
A capital inglesa tamb�m mant�m os "bars", pubs que tocam m�sica e fecham por volta das 2h. Nesses locais, um pint (500 ml de cerveja) n�o sai por menos de � 4 (R$ 20). Uma alternativa � cerveja � a sidra, que costuma ter pre�o equivalente.
Quem n�o quer voltar cedo para casa vai para as casas noturnas, que ficam abertas at� 4h. Os bairros mais agitados s�o Soho, Covent Garden, Camden, Shoreditch e Dalston.
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Santiago, Chile
Como em Montevid�u ou Buenos Aires, na capital chilena � comum que as pessoas cheguem �s baladas s� depois das 2h. Antes disso, grupos de amigos costumam se reunir para beber em casa.
As baladas mais famosas tocam m�sica eletr�nica ou indie e ficam em bairros como Bellavista, Vitacura e Las Condes. Uma cerveja custa em torno de 3.000 pesos chilenos (R$ 15) e um "trago caliente" (vodca ou u�sque), at� 5.000 pesos chilenos (R$ 25).
O drinque mais t�pico, a piscola (pisco com Coca-Cola), costuma custar 5.000 pesos chilenos.
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T�quio, Jap�o
Marcelo Badari | ||
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Quem trabalha na regi�o central da cidade costuma frequentar os izakayas, botecos que servem por��es e t�m uma sele��o variada de saqu�s. S� no quarteir�o conhecido como Golden Gai, no bairro de Shinjuku, h� mais de 300 deles.
Jovens e turistas lotam baladas conhecidas por comportar milhares de pessoas e ter sistemas de som de �ltima gera��o. Boa parte das casas fica nos bairros Shinjuku e Shibuya. O pre�o da entrada, que inclui um ou dois drinques, pode variar de 1.000 a 5.000 ienes (R$ 31 a R$ 158).
O p�blico costuma chegar a partir da 1h e consumir preferencialmente saqu�. Uma dose custa pelo menos 500 ienes (R$ 16). Uma cerveja sai por 600 ienes (R$ 19). Em uma �rea de Shinjuku chamada Kabukicho ficam casas de sadomasoquismo e clubes de striptease.
Fontes: os brasileiros Ana Dal Fabbro (Londres), Bruna Borelli (Lisboa), Camila Gomes (T�quio), Cintia Cembranelli (Miami), Diego Lucchi (Sydney), Fernanda Harumi (San Jos�), Gabriela Shigihara (Berlim), Guilherme Bornatowski (Mumbai), Jo�o Pedro Moura (Cidade do Cabo), Jo�lcio Carvalho (Santiago), Maria Julia Carvalho (Montevid�u), Miguel Kerrigan (Cidade do M�xico) e Rayane Conde (Barcelona)
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