Descrição de chapéu Escravidão hoje

Quem são as vítimas da escravidão no Brasil? Veja gráficos

O Ministério do Trabalho e Emprego retirou 61.711 trabalhadores da exploração até o último dia 14 de junho

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São Paulo

O resgate de pessoas em situação de trabalho escravo moderno começou oficialmente em 1995 no Brasil e, no último dia 14 de junho, chegou a 61.711 vítimas retiradas da exploração pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Trabalhador resgatado em situação análoga à escravidão em colheita de uva em Bento Gonçalves (RS) volta para Monte Santo (BA), sua cidade natal - Karen Lima - 4.jun.23/Folhapress

Mas quem são essas pessoas? Os dados sobre o perfil dos trabalhadores passaram a ser colhidos a partir de 2003, com o pagamento do benefício de seguro-desemprego a eles.

Veja na infografia abaixo as prevalências de sexo e raça dos resgatados, suas principais ocupações, os locais onde elas são resgatadas e onde nascem, dados sobre o pós-resgate e informações específicas sobre o perfil das mulheres.

De acordo com os registros oficiais, a probabilidade maior é que o trabalho análogo à escravidão atinja um homem negro, nascido no Nordeste e que estudou até no máximo o quinto ano.

Trabalhador da agropecuária, ele em geral é aliciado por promessas de emprego em regiões próximas à cidade natal.

O trabalho envolve criação de bovinos, cultivo de cana e café, produção florestal e construção de edifícios.

O primeiro resgate em ambiente urbano só aconteceu em 2002, sete anos após o início de ações fiscais de combate.

As primeiras denúncias de trabalho doméstico análogo ao escravo oficiais surgiram em 2017. Conforme a Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo, cerca de 86% dos resgatados nesse tipo de exploração são mulheres.

O que se sabe até agora sobre as mulheres resgatadas é que, como no perfil geral, são negras, nordestinas e trabalham com a agropecuária.

Em 2018, o Ministério do Trabalho recebeu as primeiras denúncias sobre trabalho sexual análogo à escravidão.

Depois de aliciamento, exploração, denúncia e resgate, mulheres e homens têm acesso ao seguro-desemprego. Em 64,7% dos municípios brasileiros, os resgatados são inseridos no Cadastro Único para serem acompanhados pela assistência social.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, entre 2003 e 2017 foram resgatados 613 trabalhadores pelo menos duas vezes no Brasil. Esse número corresponde a 1,73% da amostra.

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