A Apple apresentou nesta segunda-feira (9), em evento em Cupertino, na Califórnia, o iPhone 16 com destaque para novidades em inteligência artificial e a inclusão de um botão específico para fotos.
A nova linha de celulares, que engloba as versões básica, Plus, Pro e Pro Max, é a primeira que terá recursos de IA generativa logo no lançamento, com a chamada Apple Intelligence. A IA estará disponível no sistema operacional iOS 18 a partir de outubro.
No Brasil, o aparelho custará a partir de R$ 7.799 na versão padrão e R$ 12.499 na versão Pro Max, a mais completa.
Os preços podem chegar a R$ 15.499 no caso do iPhone 16 Pro Max com 1 TB de armazenamento. A pré-venda começa em 24 de setembro.
O iPhone 16 tem um design reformulado, com as duas câmeras, nas versões básica e Plus, dispostas na vertical, e não mais na diagonal. O celular padrão também recebeu o botão de ação personalizável que substituiu o switch de silenciar notificações, recurso que só apareceu na linha Pro do ano passado.
O aparelho estará disponível nas cores preto, branco, azul, rosa e verde. Segundo a Apple, o vidro que reveste a tela é duas vezes mais resistente que o de outros smartphones.
As versões Pro e Pro Max, mais caras, receberam telas maiores, de 6,3" e 6,9", respectivamente, um aumento de 0,2 polegada. Os modelos, como no ano passado, têm revestimento em titânio e estão disponíveis em quatro cores.
O incremento nas dimensões teve reflexo no peso: no caso do iPhone Pro Max, o aparelho passou de 221 gramas para 227 gramas; no iPhone Pro, de 187 gramas para 199 gramas. No iPhone e no iPhone Plus, não houve alteração no peso.
Todos os modelos novos receberam um controle dedicado no lado direito do celular, abaixo do botão de bloqueio, para tirar fotos. O chamado Camera Control também permite ajustar a captura de luz, a profundidade e gravar vídeos curtos.
As próprias câmeras também foram reformuladas sob o nome Fusion. Agora, as lentes principais de 48 MP também servirão como teleobjetivas de 12 MP. A segunda lente, do tipo ultra-angular de 12 MP, também faz fotos macro, voltadas para objetos próximos.
Agora, será possível gravar vídeos em resolução 4K e com até 120 quadros por segundo, que permite a criação de cenas em câmera lenta com poucos toques —a empresa usou como exemplo a gravação de um clipe do cantor The Weeknd.
O recurso de "slow motion" apareceu primeiro nos celulares da Samsung lançados em janeiro, com o auxílio de IA para desacelerar cenas sem oferecer gradação. Ao contrário da concorrente, a Apple escolheu a via analógica, fornecendo o efeito a partir da maior quantidade de quadros gravados.
Mesmo o mais básico iPhone 16 receberá um novo chip A18, com cinco núcleos de GPU e seis de CPU —o que prepara o aparelho para usar recursos de inteligência artificial com eficiência no consumo de bateria, que também recebeu melhorias. O processador é até 30% mais rápido que o iPhone 15.
Já os modelos Pro e Pro Max recebem o A18 Pro, até 15% mais rápido que o A17 Pro, disponível nos iPhones 15 Pro do ano passado.
Com a chegada da IA da Apple, uma das principais mudanças será uma Siri reformulada com maior entendimento da língua falada (no início, somente o inglês) e do contexto pessoal de cada usuário.
A nova Siri poderá acessar as notificações, documentos, emails e compromissos para responder perguntas e oferecer sugestões ao usuário.
Será possível, por exemplo, perguntar algo como "onde vou jantar hoje?". A assistente virtual, então, vai interpretar, a partir das suas mensagens ou de eventos marcados na agenda, o restaurante combinado com algum amigo.
Para isso, a Apple promete um reforço de privacidade com o chamado Private Cloud Compute, com o qual os dados do usuário nunca são armazenados nos servidores, sendo usados apenas para processar essas solicitações específicas.
Um assistente de texto do Apple Intelligence ajuda a melhorar respostas de mensagens e emails. O sistema também será capaz de resumir notificações, transcrever ligações e encontrar fotos apenas descrevendo-as, sem necessidade de investigar a fundo a galeria de imagens.
No quesito IA, a fabricante do iPhone recupera fôlego na concorrência contra a Samsung. A coreana tem anunciado recursos do tipo ao longo do ano, com destaque para serviços de tradução simultânea em ligações e videoconferências e de busca baseada em partes de imagem.
Como tem sido comum nos últimos anos, as mudanças de hardware nos novos iPhones foram incrementais.
"Esse é um ciclo em que os recursos vão ser implementados gradualmente, ao contrário de um lançamento típico, no qual há melhorias no hardware", disse Wamsi Mohan, analista do Bank of America, ao jornal Financial Times. "O que ainda não está totalmente claro é quando a Apple Intelligence será lançada e com quais recursos. Isso muda a forma como as pessoas veem a dinâmica desse ciclo".
Qualquer crescimento nas vendas do iPhone seria uma melhoria significativa em relação a este ano, já que a competição na China, principalmente da Huawei, têm sido um obstáculo para o produto principal da Apple. Nos três primeiros meses de 2024, as receitas obtidas com o iPhone caíram 10% em relação ao ano anterior.
Mesmo assim, o celular representou cerca de 46% das receitas totais da empresa no trimestre. As ações da empresa subiram cerca de 19% desde o início do ano, recebendo um impulso nas semanas seguintes ao anúncio do Apple Intelligence, em junho.
Isso permitiu que a empresa se mantivesse no posto de empresa mais valiosa do mundo. Nesta segunda, as ações da Apple permaneceram estáveis (0,04%) a US$ 220,91.
APPLE WATCH
Durante o evento, a Apple também anunciou a nova versão para o relógio inteligente da empresa. O Apple Watch Series 10 tem tela com área até 30% maior e até 40% mais brilho em comparação com versões anteriores.
Capaz de acompanhar indicadores como passos, temperatura corporal e ciclos do sono, o aparelho pela primeira vez vai captar distúrbios de respiração durante as noites, prometendo uma contribuição no diagnóstico de apneia.
O Apple Watch Series 10 ainda é 10% mais fino e até 20% mais leve que o Series 9, a versão anterior. O modelo também será capaz de reproduzir músicas sem a necessidade de um fone de ouvido, diretamente dos seus alto-falantes. A Apple agora promete uma recarga de 80% da bateria em até 30 minutos.
O relógio custa a partir de R$ 5.499, e estará disponível pela primeira vez na cor Jet Black, um preto brilhante.
AIRPODS
A Apple anunciou também os AirPods 4, que pela primeira vez terão cancelamento de ruído inteligente, que deixa passar pelo filtro apenas "as conversas que importam". Até então, o recurso estava restrito aos mais caros AirPods Pro.
Os fones de ouvido novos custam R$ 1.499 sem o cancelamento de ruído ou R$ 1.999 com o recurso. Como os outros itens apresentados nesta segunda, serão entregues a partir de 20 de setembro nos Estados Unidos. Ainda não há data definida para o Brasil.
Os já disponíveis AirPods Pro 2 receberão, de forma exclusiva, um sistema de aprendizado de máquina para adaptar o nível de som para prevenir a perda de audição dos donos.
A versão mais cara, AirPods Max, versão headphone dos fones de ouvido, ganhou apenas novas cores e conexão USB-C.
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