Google DeepMind lança nova geração de modelo de IA para medicamentos

Nova versão do AlphaFold mapeou o comportamento de todas as moléculas da vida, incluindo o DNA humano

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Martin Coulter
Londres | Reuters

O Google Deepmind anunciou nesta quarta-feira (8) a terceira versão principal de seu modelo de inteligência artificial AlphaFold, projetado para ajudar cientistas a desenvolver medicamentos para combate mais eficaz de doenças.

Em 2020, a empresa fez um avanço significativo na biologia molecular ao usar a IA para prever com sucesso o comportamento de proteínas.

Com a mais recente versão do AlphaFold, os pesquisadores da DeepMind e da empresa irmã Isomorphic Labs —ambas supervisionadas pelo cofundador Demis Hassabis— mapearam o comportamento de todas as moléculas da vida, incluindo o DNA humano.

Demis Hassabis, cofundador e CEO do Google DeepMind - Albert Gea - 26.fev.2024/Reiters

As interações das proteínas —desde as enzimas cruciais para o metabolismo humano até os anticorpos que combatem doenças infecciosas— com outras moléculas são fundamentais para a descoberta e o desenvolvimento de medicamentos.

A DeepMind disse que as descobertas, publicadas na revista Nature nesta quarta-feira, reduzirão o tempo e o dinheiro necessários para desenvolver tratamentos que podem mudar a vida.

"Com esses novos recursos, podemos projetar uma molécula que se ligará a um local específico em uma proteína e podemos prever a intensidade da ligação", disse Hassabis a jornalistas na terça-feira (7).

"É uma etapa fundamental se você quiser projetar medicamentos e compostos que ajudarão no tratamento de doenças."

A empresa também anunciou o lançamento do "servidor AlphaFold", uma ferramenta online gratuita que os cientistas podem usar para testar suas hipóteses antes de realizarem testes no mundo real.

Desde 2021, as previsões do AlphaFold estão disponíveis gratuitamente para pesquisadores não comerciais, como parte de um banco de dados que contém mais de 200 milhões de estruturas de proteínas, e foram citadas milhares de vezes no trabalho de outros.

A DeepMind disse que o novo servidor exige menos conhecimento de computação, permitindo que os pesquisadores executem testes com apenas alguns cliques de um botão.

John Jumper, cientista de pesquisa sênior da DeepMind, disse: "Será muito importante ver como o servidor AlphaFold facilitará para os biólogos —que são especialistas em biologia, não em ciência da computação— o teste de casos maiores e mais complexos."

A doutora Nicole Wheeler, especialista em microbiologia da Universidade de Birmingham, disse que o AlphaFold 3 poderá acelerar significativamente o processo de descoberta de medicamentos, já que "produzir e testar fisicamente projetos biológicos é um grande gargalo na biotecnologia no momento".

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