Antena de wi-fi e geladeira 'hi-tech' s�o sa�das para falhas da Campus Party
Em uma das longas mesas tomadas por PCs e laptops na Campus Party, encontro tecnol�gico que come�ou nesta ter�a-feira (26) em S�o Paulo, sobressa�a-se uma comprida antena. Na base do dispositivo, uma placa anunciava: conex�o sem fio por um dia a R$ 15; pelos seis dias de evento, R$ 40.
O servi�o de wi-fi improvisado foi uma das maneiras encontradas pelos "campuseiros" para contornar problemas recorrentes no encontro, que este ano deve receber cerca de 120 mil visitantes, segundo estimativa da organiza��o. Para acessar a rede oficial do evento, � preciso conectar cabos de rede ou pedir ajuda a colegas que lan�am m�o de roteadores e abrem conex�es privadas sem fio.
A ideia de abrir um ponto de acesso e cobrar pela conex�o partiu de um grupo de tr�s amigos, s�cios em uma empresa que desenvolve sistemas para web em Ribeir�o Preto, interior de S�o Paulo. "Nossa antena � capaz de enviar sinal para uma boa parte do acampamento", disse Caio Tarifa, 24. "Depois de cobrir os custos, todo o lucro que obtivermos ser� doado para uma institui��o de caridade."
A cerim�nia de abertura, em que se faz a contagem regressiva para o in�cio oficial do evento, s� aconteceria �s 21h, mas os s�cios j� haviam amealhado R$ 200 em receita at� o meio da tarde, j� que boa parte dos acampantes havia chegado. Muitos deles queriam usar seus dispositivos m�veis em vez de depender dos tradicionais cabos azuis ou cinzas –que, ali�s, n�o funcionavam em alguns pontos, como em algumas �reas de descanso.
Por tr�s da tecnologia improvisada estava a mente criativa de Hugo Demiglia, 24, desenvolvedor. Ele ajudou a criar tamb�m uma geladeira feita com pe�as de computador. A organiza��o do evento pro�be que se ligue na rede el�trica um refrigerador comum. A solu��o foi transformar um cooler em um aparelho de refrigera��o.
"Usamos pe�as de computador, como a fonte de energia. O aparelho consome o mesmo que um PC. N�o gela tanto quanto uma geladeira, mas d� para beber �gua em uma temperatura agrad�vel e para evitar que o chocolate derreta", explicou Wagner Guerrero, 25, o terceiro s�cio do grupo.
O calor era intenso no Pavilh�o de Exposi��es do Anhembi, na zona Norte de S�o Paulo. Para ajudar a esfriar as m�quinas, quem n�o estava na turma dos "casemoders" e "overclockers" (veja galeria abaixo), acostumados a lidar com superaquecimento, recorreu a pequenos ventiladores apontados para os PCs.
A temperatura foi a �ncia coisa a incomodar Igor Pereira, 20, em sua primeira edi��o da Campus Party. Mesmo acostumado ao calor de Feira de Santana, na Bahia, ele suava na fila para pegar o kit de brindes distribu�do aos participantes.
"Fora o calor, n�o tive grandes problemas. Estou aqui para participar de uma competi��o de empreendedores. Tenho um aplicativo colaborativo para que as pessoas usem o transporte p�blico de uma maneira melhor", disse. Pr�ximo � fila dos brindes, um vendedor de �gua de coco contou que as garrafas de 500 ml, vendidas a R$ 10, haviam acabado em menos de 20 minutos.
Igor chegou cedo em uma caravana. Quem chegou mais tarde, no entanto, passou por alguns apertos na hora de entrar. A m�quina de raio-x usada para verificar as malas dos acampantes estava quebrada pelo menos at� as 18h, conforme informou � Folha uma profissional de seguran�a que ajudava na tarefa de revistar, manualmente, os pertences dos visitantes.
Para o t�cnico em inform�tica Fernando William, 31, e seu rob�, 1, nenhum dos perrengues importava. Fernando estava chegando � segunda Campus Party de sua vida. Dessa vez havia trazido a mulher e o aparelho dotado da capacidade de andar pelos corredores autonomamente, desviando de obst�culos e atraindo olhares.
"Estou construindo o rob� desde fevereiro do ano passado. D� um trabalho danado", disse o paranaense de Curitiba. E ir � Campus Party, d� trabalho? "Da primeira vez fiquei apavorado. Dessa vez fiz uma lista de tudo que ia precisar e assisti a v�deos de 'campuseiros' veteranos. A �nica coisa que n�o tem jeito � o calor."
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