Desafiados pela organiza��o da Casa Cor a focar no fundamental, os profissionais da mostra apostaram, no geral, em materiais mais b�sicos, como madeira e pedra. Nas tintas, fugiram de cores f�ceis. p(gallery). 
O cinza suave, tido como "o novo branco", escureceu, e o preto ganhou mais espa�o. "Esse clarinho perde for�a, as pessoas est�o ousando e experimentando com cor", diz Fernanda Figueiredo, gerente de cores e comunica��o da AkzoNobel, dona da Coral e patrocinadora da mostra.
A cozinha criada por �rica Salguero, por exemplo, tem marcenaria, geladeira e torneiras pretas compondo um estilo industrial. Na "Casa Contraste", de L�o Shehtman, s� entraram duas cores: o branco e o preto.
A "Su�te Black", de Gustavo Neves, apresenta matizes diversas de preto para criar um ambiente dram�tico. A grande cabeceira curva da cama � de madeira �bano, e o piso de limestone, originalmente amarelo, foi pintado de preto e lixado pelo pr�prio arquiteto.
"Gosto do preto porque ele n�o apela para nada. O design se apresenta como �, sem cores ou materiais camuflando sua falta de originalidade ou fun��o", diz Neves.
Para Figueiredo, as paredes "fizeram jus" ao nome do evento nesta edi��o.
"Antes, observ�vamos tons mais neutros e at� os profissionais preferindo outros tipos de revestimentos. Dessa vez, vimos os arquitetos reconhecendo a oportunidade de usar mais a tinta e at� de brincar com ela, criando grafismos e geometrias. Isso � importante, porque a tinta � um das ferramentas de transforma��o mais acess�veis na decora��o."
Predominaram na mostra camadas de azuis acinzentados e esverdeados. "S�o cores muito democr�ticas. Se voc� combinar com amarelo, deixa o ambiente alegre. Com madeira, fica mais cl�ssico", afirma Figueiredo.
Conforme vai clareando, o verde combina ainda com rosa, "um rosa seco", completa Figueiredo. O tom � a base para o "Loft Romanov", do Su�te Arquitetos, uma releitura contempor�nea da paleta de cores dos pal�cios russos, de acordo com o escrit�rio.
NATURAL
Entre os revestimentos, madeira e pedra predominam e, juntos, criam ambientes aconchegantes. Eles aparecem, no entanto, em texturas variadas. Uma parede de blocos de arenito e outra com placas de madeira freij� posicionadas de forma desencontrada d�o um toque r�stico � "Casa da Mata", de Oleg�rio de S� e Gilberto Cioni.
J� na "Casa do Mar", de Andrea Teixeira e Fernanda Negrelli, os acabamentos naturais t�m contornos mais suaves. Na �rea social, o piso � de m�rmore, e boa parte das paredes � revestida por pain�is de madeira de carvalho lixado. "O Brasil sempre usou muita madeira maci�a. Agora, aparece, cada vez mais, a madeira processada em pain�is, que pode forrar paredes, estantes, portas, janelas. Essa troca � uma tend�ncia no pa�s e um caminho sem volta, porque demonstra maior cuidado com a natureza", diz Pedro Ariel Santana, diretor de conte�do da Casa Cor. Segundo Santana, a madeira bruta pode estar mais sujeita a contrabando e extra��o ilegal.