At� 2020, a Casa Cor quer ser farol de sustentabilidade no mercado da decora��o e do design de interiores para al�m de suas exposi��es tempor�rias. Para chegar l�, est� fazendo a li��o de casa: centralizou a gest�o de res�duos nos eventos para controlar fluxos e conseguir escala, elaborou um plano de metas e busca a ades�o de expositores e suas equipes em treinamentos e estrat�gia de comunica��o.
O processo come�ou em 2015 com coleta de dados do evento para a elabora��o de um projeto de longo prazo. A Casa Cor dura dois meses, mas s�o outros tr�s meses de montagem e um de desmontagem, totalizando um semestre de opera��o.
Em 2016 foram instalados hidr�metros em locais chaves para o monitoramento dos consumos de �gua e energia.
Ao mesmo tempo, duas a��es de comunica��o foram iniciadas: 1) um boletim de circula��o interna com relatos de boas pr�ticas e destaques para os profissionais que conseguiram solu��es criativas e 2) a distribui��o de um question�rio da sustentabilidade, para que todos os expositores pudessem verificar e dar ci�ncia de suas a��es.
"O assunto sustentabilidade s� reverbera se as pessoas se conscientizarem. Em 2016, 30% dos expositores responderam. Neste ano, foram 80%", conta Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech, empresa respons�vel pela gest�o de res�duos da mostra.
"Fizemos um check-list orientativo, quase uma consultoria", diz. No t�pico "Obra sem Dor de Cabe�a", por exemplo, o texto alerta para a economia com espa�os facilmente desmont�veis. Em outro ponto, sobre "Conforto Ac�stico", o manual avisa que calibrar bem o som � essencial para que o p�blico permane�a mais tempo e que n�o haja desconforto no espa�o vizinho.
"Encaramos o desafio de tirar a sustentabilidade do mundo dos conceitos e colocar na pr�tica", afirma Livia Pedreira, diretora da Casa Cor. "A boa surpresa � que muitos projetos passaram a enfrentar a quest�o do ef�mero de maneira sustent�vel."
Entre as iniciativas deste ano, a diretora cita a instala��o do arquiteto paisagista Alex Hanazaki para a Deca. Ela j� parte de um material que n�o seria utilizado -400 vasos sanit�rios de descarte da marca- e depois da mostra as pe�as ser�o trituradas e usadas na constru��o de um piso de uma pra�a em Jundia�. Outros exemplos de reaproveitamento s�o o piso da Concresteel, feito de res�duos da Casa Cor 2016 para os espa�os institucionais, e as cer�micas da Lepri para o espa�o da Tartuferia, que usa vidros reciclados de l�mpada fluorescente.
Na montagem da exposi��o rec�m-aberta em S�o Paulo, foram geradas 511 toneladas de res�duos entre gesso, madeira, vidro, pl�stico, metal, papel e entulho e 98% desse material foi destinado ao re�so ou � reciclagem.
Os res�duos foram enviados a uma central de britagem para se tornarem elementos n�o estruturantes de obras, como revestimentos e brita para jardim. "A centraliza��o permite ter volumes maiores, rastreamento respons�vel e mais negocia��o com as recicladoras", conta Ferreira.
Segundo ele, o maior empenho � na conscientiza��o dos profissionais. "A Casa Cor � uma constru��o conjunta, diferente de obras do mercado imobili�rio, com 70 convidados, cada um com sua equipe de empreiteiros, o que resulta em 70 canteiros de obras", contabiliza. "A constru��o civil tem �ndice alto de desperd�cio de materiais no Brasil, de 30%", afirma. Mudar essa cultura � essencial.
"Quando a gente consegue demonstrar que sustentabilidade vale a pena, sobretudo do ponto de vista econ�mico, consegue engajamento", diz.
Neste ano, o tratamento do res�duo org�nico gerado nos refeit�rios para compostagem, a elimina��o de copos pl�sticos e o in�cio do invent�rio de emiss�es de CO2 est�o entre as metas.
Para os pr�ximos dois anos, as energias ser�o ainda mais voltadas � conscientiza��o dos profissionais. "Queremos influenciar a sociedade", afirma Ferreira.