Publicidade

Casa Cor 2017

Decora��o ganha originalidade com pe�as herdadas e lembran�as

Na arquibancada do Jockey Club de SP, com vista para uma pista de corrida de quase 80 anos e um horizonte de pr�dios modernos, o arquiteto Duda Porto quer saber: o que estamos construindo?

"� o que voc� realmente precisa? Ou ser� que � algo que nem vai usar e s� est� construindo porque acha que deve ser feito?", pergunta.

A quest�o est� por tr�s da instala��o "Abrigo de Mem�rias", que Porto criou para a Casa Cor S�o Paulo. S�o quatro cabanas triangulares, cada uma com um tema: sonho, inf�ncia, amigos e fam�lia e reflex�o. Algumas interfaces s�o interativas, como a �rvore em que o visitante � chamado a deixar recado para algu�m de quem se distanciou.

Segundo Porto, uma das propostas � despertar a concep��o do lar como ref�gio. "A casa � um abrigo de mem�rias, ela � importante porque tem o poder de estabelecer essas conex�es."

O conceito de design afetivo � a aposta de grande parte dos ambientes da mostra. Arquitetos agregaram aos espa�os lembran�as de viagens, pe�as herdadas de fam�lia e objetos antigos, misturando suas pr�prias hist�rias �s dos personagens que homenagearam ou imaginaram para compor os c�modos.

"Quando perguntamos aos profissionais o que consideravam essencial, eles se cercaram de mem�rias. A decora��o ficou mais personalizada e fugiu de regras r�gidas", diz Pedro Ariel Santana, diretor de conte�do da mostra.

Para criar a atmosfera do "Loft do Viajante" –a de algu�m que parece estar sempre pronto para o pr�ximo embarque–, o arquiteto Maicon Antoniolli usou itens pessoais, como as cole��es de pe�as ind�genas e os chifres de alce comprados na Europa.

Em 70 metros quadrados, m�veis antigos convivem com pe�as atuais. "Para misturar objetos antigos com outros mais novos, � preciso pensar na rela��o entre cores e propor��es", diz Antoniolli.

No projeto de L�dia Maciel ("Antessala Real"), as lumin�rias minimalistas de mesa LC, da Flos, e de coluna Pop Up, da Fas Ilumina��o, fazem o contraponto ao lustre de cristais Baccarat de 350 quilos –avaliada em R$ 5 milh�es, a pe�a era da fam�lia real brasileira (hoje pertence a um antiqu�rio) e ficava na Quinta da Boa Vista, no Rio. Tons claros nas paredes, no piso e nos m�veis evitam sobrecarregar o ambiente.

O arquiteto Paulo Azevedo, do Studio GPPA, que criou a "Cabana Branca", sugere incorporar objetos que evocam boas lembran�as ao dia a dia da casa, fazendo releituras e trabalhando composi��es.

"Uma est�tua pode ter a fun��o de porta-colar. Uma cole��o de fotos comp�e um fundo interessante para uma estante", diz o arquiteto. Na antessala de 30 metros quadrados, os arquitetos combinam ensaio fotogr�fico contempor�neo a uma foto do bisav� aviador de Azevedo, Afonso Bevilacqua.

A estreante na Casa Cor S�o Paulo Sandra Moura, arquiteta paraibana, homenageia as lembran�as do conterr�neo Jos� Rufino, artista pl�stico e escritor que tamb�m trabalha com mem�rias.

No "Est�dio do Artista", de cem metros quadrados, uma grande estrutura met�lica vazada percorre o espa�o, passando por hall, copa e quarto, transformando-se em estante e arm�rio.

No projeto de 47 metros quadrados da "Casa Cosmos", o arquiteto Michel Safatle incorporou pe�as que ganharam valor afetivo ou material –como os 20 trof�us que conquistou em competi��es de hipismo e a escultura "O Anjo" (1949), de Tarsila do Amaral, que pertence a seu acervo.

Publicidade
Publicidade
Publicidade