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perdizes e vila leopoldina

Produtoras de cinema atraem 'criativos' para a Vila Leopoldina

Andar pela Vila Leopoldina hoje � como assistir um filme que se passa em diferentes per�odos da cidade.

O bairro re�ne galp�es fabris dos anos 1950, casas e sobrados das d�cadas de 1960 e 1970 e condom�nios de m�dio e alto padr�o, que encontraram espa�o na regi�o e povoaram as proximidades da rua Carlos Weber e da avenida Imperatriz Leopoldina depois dos anos 1990.

Keiny Andrade/Folhapress
SAO PAULO - SP - 04.04.2017 - ESPECIAL MORAR - A Fam�lia da Helena, com cinco pessoas, veio do interior de SP para ficar perto dos galp�es da Vila Leopoldina. O pai, Rafael, trabalha com ilumina��o teatral em um dos galp�es do bairro. Helena, a filha, j� � estagi�ria em uma produtora que tamb�m fica no bairro. A reocupa��o dessas constru��es por produtoras de v�deo/cinema ou neg�cios ligados a isso, � um movimento recente, que tamb�m atraiu novos servi�os e com�rcios para a V. Leopoldina. A fam�lia representa uma dessas caracter�sticas do bairro hoje. Eles moram em uma casa e constru��es horizontais ainda ocupam bastante �rea na regi�o. FOTO: KEINY ANDRADE/FOLHAPRESS
O t�cnico de ilumina��o Rafael Chamon, a mulher, Daniela Bittar, os filhos Helena, Pedro e o ca�ula, Vitor, na casa onde vivem na Vila Leopoldina

O processo de valoriza��o da Vila Leopoldina foi facilitado pelo esvaziamento das �reas industriais nos anos 1990, o que abriu a oportunidade para que empresas do ramo imobili�rio comprassem apenas uma propriedade, com terreno suficiente para um empreendimento, em vez de ter de negociar com v�rios propriet�rios, segundo L�gia Rocha Rodrigues, arquiteta e urbanista que pesquisou o tema em seu mestrado.

Somente nos �ltimos tr�s anos, o bairro ganhou novos pr�dios que somam mais de 700 apartamentos com o pre�o do metro quadrado em torno de R$ 12 mil.

"O movimento de ocupa��o atual vai do sentido de regi�es nobres j� consolidadas, como o Alto da Lapa e Pinheiros, para l�", diz Rodrigues.

ECONOMIA CRIATIVA

As empresas voltadas para a economia criativa, como produtoras de v�deo que agora ocupam os antigos galp�es, atraem novos moradores, servi�os e p�blico ligado �s artes audiovisuais.

Quando o t�cnico de ilumina��o Rafael Augusto Chamon decidiu voltar para S�o Paulo, ap�s viver 20 anos em Ribeir�o Preto, queria ficar perto do trabalho, uma empresa de ilumina��o c�nica na Vila Leopoldina. "Foi uma surpresa muito boa conhecer o bairro", diz ele, que mora l� h� quatro anos.

A fam�lia mora em um dos sobrados que ainda resistem na regi�o. Apesar da tend�ncia � verticaliza��o, dados da prefeitura mostram que a �rea na qual est�o resid�ncias horizontais � o dobro da usada por edif�cios (cerca de 450 mil metros quadrados).

"� um lugar tranquilo. Fa�o tudo a p� ou de bicicleta. Meus filhos voltam da escola andando", diz Chamon.

A filha mais velha, Helena, 20, estudante de r�dio e TV, j� faz um est�gio na Paranoid, produtora de filmes que se instalou ali h� dois anos.

"A Vila Leopoldina tem tudo para se tornar o principal centro de desenvolvimento urbano nas pr�ximas d�cadas", diz Carlos Leite de Souza, diretor de desenvolvimento da S�o Paulo Urbanismo, empresa ligada � prefeitura.

Para ele, a presen�a da economia criativa e a proximidade com polos de inova��o, como a USP, d�o � regi�o a oportunidade de se transformar no bairro mais afinado com o conceito moderno de cidade.

A produtora Janaina Augustin, da O2 Filmes, uma das maiores empresas do ramono pa�s, se mudou para o bairro h� cinco anos.

Segundo ela, al�m de bons restaurantes e feiras, como a da Ceagesp (ali desde 1969), o bairro permite troca entre profissionais do audiovisual.

"Estamos em um 'm�ni Vale do Sil�cio' das produtoras."

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