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tema da semana: profissões que vão bombar com inteligência artificial
Sabe o ChatGPT, do qual todo mundo está falando? Ele pode ser seu colega de firma.
Isso mesmo, o sistema, que é baseado em inteligência artificial, permite conversar com um robô em um formato de chat em texto: a pessoa envia uma mensagem e ele responde.
A ferramenta ficou famosa por ser capaz de responder perguntas, conversar, organizar, resumir e escrever textos e por aí vai. Além disso, a qualidade de sua escrita parece humana.
Mas o que é inteligência artificial?
É a área da computação baseada em algoritmos que busca imitar e reproduzir o pensamento e o aprendizado humano para fazer tarefas complexas, podendo até tomar decisões.
Como ela aparece no dia a dia... em assistentes virtuais como Siri e Alexa, jogos eletrônicos, aplicativos de transporte como o Waze, e outra infinidade de coisas.
Quais profissões vão bombar usando inteligência artificial?
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Desenvolvedor de software para usar a tecnologia em aplicativos ou sistemas;
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Cientista de dados e engenheiro de dados para analisar e extrair informações;
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Engenheiro de prompt para operar sistemas de inteligência artificial;
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Profissionais híbridos, aqueles que entendem da sua área de formação e unem esse conhecimento com ciência de dados e inteligência artificial, afirma Arnóbio Morelix, CEO da Faculdade Sirius, especializada em tecnologia e focada em inteligência artificial.
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Exemplo: profissional de finanças que faz modelos financeiros usando algoritmos ou profissional de vendas que usa a ciência de dados para melhorar seu desempenho.
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Fiz essa mesma pergunta para o ChatGPT e ele acrescentou outras ocupações como:
- Especialista em robótica para atuar em programação de robôs e integração de sistemas;
- Especialista em desenvolver chatbots como o ChatGPT;
- Especialista em segurança cibernética para detectar e prevenir ataques virtuais.
Dicas para ingressar nesse mercado:
- Saber inglês é fundamental.
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Ter raciocínio lógico.
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"É preciso fazer as perguntas corretas para conseguir as respostas que está procurando com a tecnologia", diz Guilherme Silveira, cofundador da Alura, ecossistema de aprendizado em tecnologia do Brasil.
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Ter formação em matemática, engenharia da computação, ciência da computação ou física são alguns dos caminhos;
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Há especializações ou pós-graduações focadas em inteligência artificial como na PUCRS, Alura, Faculdade Sirius e FIAP.
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Entender fundamentos da computação como programação e sistemas operacionais, aconselha Michael da Costa Móra, professor da Escola Politécnica e coordenador do Centro de Inovação da PUC-RS;
- Leia mais dicas na seção Vida de Estagiário, dá um scroll.
Como a inteligência artificial pode impactar sua carreira?
Na opinião de especialistas, há três frentes de impacto. A inteligência artificial pode:
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Empresas que usarem inteligência artificial vão contratar profissionais para ir além da tecnologia, afirma Rodrigo Scotti, presidente do conselho da ABRIA (Associação Brasileira de Inteligência Artificial) e CEO da Nama, startup de chatbot;
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Exemplo: se a empresa usa o ChatGPT para reunir ideias e direcionar a produção de um ebook, ela vai empregar um trabalhador para desenvolver esse conteúdo.
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➝ Aliviar a carga de trabalho.
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Se a inteligência artificial for capaz de criar artigos, por exemplo, ela vai diminuir o trabalho de quem desempenha essa função, diz Silveira.
➝ Substituir, mas também criar novas funções de trabalho.
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Haverá trabalhos que serão automatizados e substituídos, mas por outro lado surgirão novos empregos, diz Morelix.
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Exemplo: o cientista de decisão (profissional de tecnologia que faz intersecção entre negócios e ciência de dados).
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Vida de Estagiário
Jovem conta como é estagiar na área de inteligência artificial.
Como se interessou pela área: Victor estuda engenharia mecatrônica e quer ser um engenheiro de machine learning –responsável por desenvolver e projetar sistemas de aprendizado de máquinas. O desejo surgiu num projeto de robótica na faculdade, quando fez parte da equipe de visão computacional.
↪ A participação no projeto o ajudou a se destacar no processo seletivo do seu estágio.
Desafios em trabalhar neste ramo: "Sempre tento fazer cursos online e busco leituras [sobre o tema]. Apesar de ter livros muito bons, eles são em inglês e são caros aqui no Brasil. Há também uma angústia em se manter sempre atualizado e não ficar para trás".
Dicas para quem deseja trabalhar com inteligência artificial: "Saber inglês é fundamental. É importante saber programar em python [linguagem de programação] e fazer parte desses desafios [de robótica]".
Não fique sem saber
Explicamos dois assuntos do noticiário para você.
Um ano de guerra
A Rússia e a Ucrânia entraram em guerra no dia 24 de fevereiro de 2022. Após um ano, o conflito não parece estar próximo de trégua.
- Para o repórter da Folha Igor Gielow, o primeiro ano da guerra consolidou uma nova ordem mundial e enterrou de vez a ordem global do pós-Guerra Fria, em que a hegemonia ocidental era liderada pelos EUA.
Últimos acontecimentos:
- Rússia x EUA. Em discurso anual à Assembleia Federal, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou os EUA e suspendeu a participação de seu país em tratado sobre controle de armas nucleares. Enquanto isso, o presidente americano Joe Biden desafiou o Kremlin e fez uma visita surpresa a Kiev em demonstração de apoio à Ucrânia.
- E o Brasil? Representação brasileira foi a única dos países do Brics a aprovar a resolução da ONU que condena as "nefastas consequências humanitárias" da invasão, exige a retirada das tropas russas da Ucrânia e se compromete com a promoção da paz na região.
- Tem mais. A Rússia avalia a proposta feita pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para a criação de um grupo de países não envolvidos no conflito para tentar mediar uma saída pacífica.
- A China também está na jogada: Pequim defendeu um cessar-fogo imediato e apresentou 12 propostas para que as partes envolvidas na guerra cheguem a uma "solução política".
- Confronto armado permanece. Na véspera do primeiro ano do conflito, Putin anunciou míssil nuclear e produção em massa de mais hipersônicos. Mas mesmo no auge da guerra, ucranianos retornam ao país para visitas temporárias ou estadia permanente.
- A guerra em números: 8 milhões de refugiados, 30% da Ucrânia com campos minados, 65 mil casos de crime de guerra e US$ 138 bilhões de danos à infraestrutura (até janeiro de 2023).
- Opinião: Acordo para pôr fim à Guerra da Ucrânia passa longe da ideia de luta entre o bem e o mal, escreve o embaixador Sergio Duarte em texto publicado na Folha.
- Vídeo da TV Folha explica em que pé está o conflito.
- Relembre a linha do tempo da Guerra da Ucrânia em mapas, vídeos e fotos.
- Ouça no podcast Café da Manhã um balanço do primeiro ano de guerra e uma análise dos possíveis cenários para o futuro.
O que explica a tragédia no litoral paulista
Fortes chuvas começaram a atingir o litoral norte de São Paulo no sábado (18) e deixaram um rastro de destruição e mortes. Cidades como São Sebastião, Guarujá e Bertioga foram algumas das afetadas pelo temporal.
- Razões: O temporal foi resultado de uma coincidência meteorológica que uniu umidade, ventos de ciclone e uma frente fria. Esses fatores são comuns, especialmente nesta época do ano.
- Problemas: Os fenômenos em conjunto provocaram volumes superiores a 600 mm registrados na ocasião —em São Sebastião, um dos lugares mais afetados, teve mais chuva em dois dias do que em dois meses de verão.
- Consequências: com as chuvas, encostas desmoronaram e as vítimas foram atingidas por rios de lama quando tentavam deixar suas casas.
- Desiguldade social: de um lado da rodovia Rio-Santos, na área mais afetada pelos deslizamentos de terra, famílias moram em condições precárias, muitas vezes à espera de regulamentação fundiária ou em áreas de risco. Do outro lado, há lotes à venda por mais de R$ 1 milhão.
- Tragédia. Os bombeiros, voluntários e militares encontraram neste domingo (26) o corpo da 65ª vítima do temporal e encerram as buscas na Barra do Sahy, em São Sebastião. Pelo último balanço do governo do Estado, há 1.090 desalojados e 1.172 desabrigados.
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ONGs e prefeituras se mobilizam para arrecadar alimentos, roupas e itens de higiene e limpeza. Saiba como ajudar aqui.
- Opinião: Sem liderança do Estado, tragédias se sucederão, com os perdedores de sempre, escreve o colunista da Folha André Roncaglia.
- O que a Folha pensa: Chuvas evidenciam mudança do clima a exigir de governos um plano de adaptação, escreve o jornal em seu editorial.
- Ouça no podcast Café da Manhã as razões para a repetição dessas tragédias e quais as políticas de prevenção para esse tipo de catástrofe.
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