Padilha minimiza derrotas e diz que Lula tem visão realista do Congresso

Ministro diz que prioridades do governo são aprovadas e diz que petista está 'à disposição' do Congresso

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, buscou minimizar nesta segunda-feira (3) as derrotas sofridas pelo governo no Congresso Nacional na semana passada e acrescentou que o presidente Lula tem "noção realista" do perfil do Parlamento brasileiro.

Padilha ainda afirmou que o presidente está disponível para realizar reuniões com lideranças na Câmara e no Senado para discutir a votação de medidas importantes para o governo.

Sessão do Congresso Nacional, na qual parlamentares derrubaram veto à saidinha - Pedro Ladeira - 28 mai. 2024/Folhapress

Nesta segunda-feira (3), o presidente Lula reuniu a ala política e líderes do Congresso Nacional, no primeiro dos encontros semanais no âmbito da nova estratégia para melhorar a articulação política.

Na semana passada, o governo sofreu uma grande derrota no Congresso Nacional, quando deputados e senadores derrubaram vetos presidenciais considerados importantes para o governo e com ampla margem de votos.

Três pautas de cunho ideológico marcaram a sessão com revezes ao governo: o fim das saidinhas de presos, um pacote de costumes incluído por bolsonaristas na prévia do orçamento e o veto de Jair Bolsonaro (PL) ao dispositivo que criminalizava "comunicação enganosa em massa".

Nos dois primeiros casos, os parlamentares derrubaram vetos de Lula em projetos aprovados antes pelo Legislativo. Já o veto de Bolsonaro foi mantido. Na avaliação de congressistas, o movimento demonstrou a ascendência de Bolsonaro sobre a pauta do Legislativo.

Padilha buscou minimizar a situação em entrevista a jornalistas nesta segunda-feira (3). Afirmou que o governo segue aprovando a pauta prioritária, em particular na áreas econômica e social.

"Nada do que aconteceu na sessão do Congresso Nacional surpreendeu os articuladores políticos do governo", afirmou.

No caso da prévia do orçamento, foi revertido o veto do petista a dispositivos que impediam o Executivo de incentivar e financiar atos como invasão de terra, cirurgias em crianças para mudança de sexo e realização de abortos não previstos em lei.

Padilha foi questionado diretamente nesta segunda-feira se o presidente Lula cobrou ele e os outros integrantes da ala política após as derrotas. Ele então afirmou que o resultado da sessão do Congresso Nacional já era esperado e que o próprio mandatário tem noção de que há dificuldades para avançar a chamada pauta de costumes, por causa do perfil dos parlamentares.

"O presidente da República e a articulação política têm total noção realista do que é o perfil do Congresso Nacional e da centralidade dos nossos projetos da economia e da área social. E vamos continuar avaliando o resultado do desempenho e avanço a partir dessa pauta", afirmou.

Na sequência, Padilha acrescentou que, mesmo sabendo da derrota do veto da saidinha, o governo teria avaliado que era importante levar a questão para debate e afirma que isso continuará a ser feito com outros temas.

Padilha também buscou afastar a ligação entre a retomada das reuniões semanais com a articulação política e as derrotas sofridas pelo Congresso Nacional. Afirmou que elas já aconteciam no passado e que apenas foram se tornando mais escassas por causa da agenda do presidente.

Acrescentou que o presidente está sempre disponível a negociar com parlamentares e lideranças, mas evitou indicar que Lula estará mais ativo na articulação política.

"A possibilidade de retomada dessa reunião de coordenação tem um avanço positivo em poder coordenar melhor essa atuação. Presidente Lula já recebeu líderes e vice-líderes esse ano. Está à disposição de receber líderes e vice-líderes outras vezes", afirmou o ministro.

"O presidente sempre está à disposição de manter um contato, e é muito importante que ele esteja com essa disposição sempre de manter contato com líderes e parlamentares. Nada substitui a presença do presidente da República. E as ações vão continuar", completou.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.