Descrição de chapéu STF

PF deflagra operação para investigar ameaças ao presidente da União Brasil

Dirigente do partido alega que sofreu ameaças do antecessor e teve casa incendiada em Pernambuco

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (7) a operação Stasis, que investiga ameaças sofridas pelo presidente do partido União Brasil, Antonio de Rueda.

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão no interior de Pernambuco. As ordens foram expedidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo a Folha apurou, dois dos alvos seriam policiais civis aposentados do estado.

A PF quer descobrir se eles tiveram alguma relação com os incêndios criminosos que atingiram casas ligadas a Rueda em Toquinhos, litoral de Pernambuco, em março. Investiga também se eles são ligados ao ex-presidente do partido, deputado Luciano Bivar (União Brasil-PE).

O novo presidente da União Brasil, Antonio Rueda - Pedro Ladeira - 29.fev.24/Folhapress

As investigações tiveram início na Polícia Civil do Distrito Federal e de Pernambuco. O caso, porém, acabou sob responsabilidade da Polícia Federal porque envolve acusações a Bivar, que tem foro especial.

O inquérito tem a relatoria do ministro do STF Kassio Nunes Marques.

Segundo investigadores, a Polícia Civil de Pernambuco passou a desconfiar de ex-integrantes da corporação em razão de movimentos dos dois alvos de buscas desta terça ligados às investigações a respeito do incêndio nas casas de praia.

A apuração sobre as supostas ameaças recebidas por Rueda começou em fevereiro. Naquele mês, a União Brasil o elegeu para comandar a sigla a partir de junho. Ele era então vice-presidente, e sua eleição foi contestada por Bivar, que comandava a legenda à época. Mais tarde, Bivar acabou afastado da presidência do partido, e o vice assumiu seu lugar até ser efetivado em junho.

Rueda acusou Bivar de ter feito ameaças diante de desavenças no processo de mudança no comando. "Bivar fez ameaças à minha pessoa e à minha família. Me ameaçou de morte e ameaçou familiares meus. O Luciano vem de forma desenfreada atacando a mim e a minha família", afirmou no início de março.

O advogado do dirigente partidário, Paulo Emílio Catta Preta, disse que soube das ameaças em 27 de fevereiro. "O Rueda me procurou preocupado com a ameaça que ele tinha sofrido. Era uma ligação com o [Luís Carlos] Busato, mas que, pelo telefone dele, o Bivar assumiu a ligação e passou a desferir uma série de ameaças inicialmente a ele e depois contra a família dele", afirmou o advogado.

Após esse episódio, Rueda relatou que soube por outros correligionários que Bivar teria repetido as ameaças em outras conversas e inclusive publicamente, ao dizer que cuidaria de "seus inimigos".

O advogado registrou uma denúncia na Polícia Civil do Distrito Federal, que mandou o caso para o STF.

Em março, duas casas da família de Rueda em Toquinhos foram atingidas por incêndios.

O Governo de Pernambuco afirmou ter visto sinais de que se tratou de uma ação criminosa, e aliados de Rueda apontaram o dedo para Bivar.

Advogados de Rueda pediram que o STF investigasse a participação do ex-dirigente da União Brasil no caso. "Temos razões para suspeitar da autoria desses incêndios. Embora eu não possa dizer categoricamente que foi obra do Bivar, é óbvio que há uma série de indícios que não posso negligenciar. Não posso fechar os olhos para essas ameaças", afirmou Catta Preta em março, à época do incidente.

Bivar, por sua vez, afirmou que seu envolvimento nos incêndios é "pura ilação" e negou ter feito ameaças ao correligionário.

Diante das suspeitas, o deputado acabou afastado provisoriamente, enquanto o partido analisa o caso em definitivo, e foi aberto um processo que pode expulsá-lo do partido e cancelar a sua filiação.

A abertura do procedimento ocorreu dois dias após os incêndios e teve o aval da maioria da executiva da legenda.

O pedido de afastamento e expulsão do atual presidente da sigla se fundamenta na violação ao código de ética e estatuto partidário.

O dirigente foi alvo de quatro acusações de seus pares: proferir "ofensas e ameaças"; por haver indícios de motivação "político criminosa" nos incêndios que acometeram as casas ligadas a Rueda; por violência contra mulher, no caso, contra a irmã de Rueda; e por desfiliar seus deputados do partido no Rio de Janeiro sem submeter à decisão colegiada.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.