A Polícia Federal já indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid e mais 15 pessoas no caso que investiga a fraude de cartões de vacinação contra a Covid-19. O inquérito aponta a suspeita dos crimes de inserção de dados falsos em sistema público e associação criminosa.
O caso está vinculado ao inquérito das milícias digitais, tramitando em sigilo no STF (Supremo Tribunal Federal) sob a relatoria de Alexandre de Moraes. Em relatório final da apuração, a corporação detalha como ocorreu a fraude no cartão de imunização e a relação entre os suspeitos e o esquema.
Nesta quinta-feira (4), a PF deflagrou a segunda fase da operação Venire, que investiga o caso.
Os investigadores cumprem mandados de busca e apreensão contra agentes públicos de Duque de Caxias (RJ), que teriam viabilizado a inserção de dados falsos no SI- PNI (Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações). A PF pretende também identificar novos eventuais beneficiários.
Entre os alvos estão Washington Reis, secretário estadual de Transportes e ex-prefeito de Duque de Caxias, e Célia Serrano, secretária de Saúde do município.
Em linhas gerais, segundo a PF, Mauro Cid, o principal articulador da inserção de dados falsos, recebia os pedidos de cartões falsos e os pedia para um major, que repassava a demanda para o secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ) incluir os dados no sistema do Ministério da Saúde.
Além do ex-presidente, da filha dele, de Cid, sua esposa e filhas, dois assessores de Bolsonaro teriam sido beneficiados com a adulteração nos sistemas da Saúde — Max Guilherme Machado de Moura e Sérgio Rocha Cordeiro.
Bolsonaro disse em depoimento não ter determinado a inserção de dados falsos na carteira de vacinação. A defesa dele criticou o indiciamento e disse que relatório da PF é precipitado.
Os advogados de Sergio Cordeiro, Marcelo Câmara, Max Guilherme e Luis Reis cobraram acesso aos dados da investigação. A defesa de Cid e do deputado Gutemberg não responderam, e as demais não foram localizadas.
Entenda como, segundo a PF, ocorreu fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro e alguns de seus aliados:
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