Descrição de chapéu STF ataque à democracia

'Fui lá de curioso', disse morador de rua julgado no STF pelo 8/1; veja vídeo

Geraldo Filipe, 27, passou 11 meses preso na Papuda, mas obteve maioria por sua absolvição no Supremo

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São Paulo e Brasília

O morador de rua Geraldo Filipe da Silva, 27, que obteve maioria por sua absolvição em julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta (14), tinha sido detido junto ao grupo que depredou as sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023 e sempre disse que foi ao local por curiosidade, por causa de helicópteros.

Em depoimento no processo, ele afirmou: "Vi os helicópteros sobrevoando a área, como eu andava muito por aquela área, fui lá de curioso. E acabei sendo detido".

Após uma advogada que assumiu a defesa de Geraldo de forma voluntária apontar que não há provas de que ele era parte do grupo que defendeu golpe de Estado e destruiu bens públicos, a própria PGR (Procuradoria-Geral da República) voltou atrás e pediu que ele fosse absolvido.

Ao ser preso, Geraldo contou que havia se alimentado em um centro de assistência social na Asa Sul (bairro de Brasília) e que se aproximou da multidão por acaso. Afirmou ainda que vivia havia três anos no Distrito Federal e que tinha saído de Pernambuco após conseguir um empréstimo do Auxílio Brasil.

Disse em depoimento à Polícia Federal que, inicialmente, chegou a Brasília porque fugia de uma facção criminosa. Sua defesa nega que isso seja verdade, sob o argumento de que Geraldo tem transtornos mentais e diz ser perseguido também por outras pessoas.

Geraldo Filipe da Silva, 27, deixou a prisão no final do ano passado, mediante a imposição de medidas cautelares - Reproduçao

"Não há elementos probatórios suficientes que permitam afirmar que o denunciado uniu-se à massa, aderindo dolosamente aos seus objetivos, com intento de tomada do poder e destruição do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal", disse o ministro Alexandre de Moraes em seu voto.

A PGR apresentou ao menos 1.400 denúncias contra acusados dos ataques golpistas, mas parte deles pode ser beneficiada por acordos de persecução penal, que evitariam julgamentos pelo STF.

No 8 de janeiro, ao chegar em meio à multidão em frente às sedes dos Poderes, ele foi chamado pelos manifestantes golpistas de infiltrado. Também o chamaram de petista e ameaçaram espancá-lo.

Ouvidos como testemunhas, dois policiais militares confirmaram que Geraldo foi preso após "um grupo de pessoas cercá-lo e agredi-lo". Na ocasião, ele era suspeito de ter participado da destruição de uma viatura da corporação em frente ao Congresso.

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