O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta quinta-feira (8) que as Forças Armadas devem apoiar o cumprimento de decisões judiciais mesmo que militares sejam alvos da operação.
"Cabe às Forças Armadas apoiar a decisão da Justiça", limitou-se a dizer o ministro.
Por causa da operação e seu impacto político, Múcio decidiu adiar por algumas horas nesta quinta uma viagem para seu estado natal, Pernambuco, onde deve passar o Carnaval.
Como a Folha mostrou, o Comando do Exército foi informado pela Polícia Federal na quarta-feira (7) de que militares da ativa seriam alvos de buscas no âmbito da operação contra ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL), autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
A comunicação é praxe quando militares são alvos de buscas e é feita para que as Forças mobilizem pessoal para auxiliar no cumprimento das medidas judiciais.
As informações repassadas antecipadamente não detalham o nome dos militares alvos nem o endereço das residências. Segundo relatos feitos à Folha, elas somente dão conta da cidade e região onde será necessário apoio militar para a operação.
Múcio tem atuado para minimizar os impactos políticos das investigações sobre as Forças Armadas. Alinhado com o comandante do Exército, Tomás Paiva, o ministro reiteradamente diz que há uma suspeição sobre os militares e defende que as condutas sejam individualizadas, para mostrar que eventuais atos antidemocráticos foram praticados por militares isoladamente, e não pelas instituições.
A operação desta quinta mirou militares, ex-ministros e auxiliares do governo Bolsonaro. Trata-se de um avanço das investigações da Polícia Federal sobre a articulação do ex-presidente e aliados na organização de um golpe de Estado.
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