Após participar do almoço entre Marta Suplicy e Guilherme Boulos para selar aliança na disputa à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Rui Falcão (PT) descartou a possibilidade de prévias no partido para a escolha do vice do candidato do PSOL, como foi defendido pelo deputado estadual Eduardo Suplicy (PT).
"Nós vamos fazer prévia entre quem? Não tem candidato, não tem candidata", disse o deputado.
Ele se reuniu com Luna Zaratini, nome sugerido por Suplicy, e disse que ela tentará a reeleição como vereadora em São Paulo e não foi consultada sobre a possibilidade de prévias.
"Estou no PT há mais de 40 anos. Que eu me recorde, nunca houve prévias de vice", disse Falcão.
Após o almoço, Boulos se encontrou com Eduardo Suplicy para conversar sobre a questão.
"É alguém por quem a gente tem o maior respeito, tem a pauta da renda básica da cidadania que ele tem levado há muitos anos. Vamos discutir inclusive a incorporação desse tema no governo, a maneira como ele pode ajudar na campanha", disse.
Suplicy disse à Folha que manifestou a Boulos "entusiástico apoio a sua candidatura". Sobre a participação de Marta na chapa, ele disse ter ponderado que a tradição do PT é de prévias com a participação dos filiados após debates entre os pré-candidatos.
O deputado estadual citou os nomes da deputada federal Juliana Cardoso e da vereadora Luna Zaratini para disputar no PT a indicação para ser vice na chapa, como antecipou a coluna Mônica Bergamo.
Em rede social, Luna afirmou ter recebido a indicação de Suplicy "com muita honra e orgulho, mas surpresa". Ela disse ser pré-candidata à reeleição como vereadora, elogiou Marta e afirmou que a decisão da candidatura a vice cabe ao PT.
Suplicy reconheceu que nenhuma das duas indicou interesse na disputa. Caso isso se confirme, o deputado disse que caberá ao diretório aprovar ou não o nome de Marta. Ele disse que não se lançará na disputa porque precisa "manter a união da família" e que não é contra o retorno da ex-prefeita ao partido.
"Não estou colocando qualquer obstáculo que ela repense tudo o que aconteceu. Acho natural que ela dê uma explicação para toda a militância do PT sobre a sua volta ao partido. Isso é natural que ela possa fazer e aí haverá tantas questões que certamente serão perguntadas a ela desde o posicionamento referente ao impeachment da Dilma Rousseff aos mais diversos episódios da vida política, quando, por exemplo, deu flores a Janaina Paschoal", disse.
A questão das prévias, assim como a data de filiação de Marta, será discutida na terça-feira (16) na reunião do diretório municipal do PT.
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